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Os princípios basilares da educação no texto constitucional estão previstos no art. 206 e incisos, dispondo-se com a seguinte redação: Art.206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 1. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 2. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 3. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 4. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 5. Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 6. Gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 7. Garantia de padrão de qualidade; (grifo nosso) 8. Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. Segundo o entendimento de Araújo e Vidal Serrano (2010, p. 517) “são princípios ricos, pródigos em cientificidade e largos em seus objetivos, que servirão de vetores para toda a atividade legislativa, administrativa e judiciária [...]”. O princípio da igualdade contido no inciso I relaciona-se diretamente com os conceitos de liberdade, igualdade, fraternidade, decorrentes da Revolução Francesa e que estão presentes como ideais da nossa Republica Federativa do Brasil, quais sejam, liberdade, igualdade e solidariedade. Igualdade esta, a ser efetivada através da atividade prestacional do Estado, haja vista os direitos sociais serem compreendidos como direitos subjetivos, e que, portanto dependem da atuação estatal para se materializarem. Ao analisar tais princípios ressalte-se a relevância do conteúdo descrito no inciso II, cujo qual, assegura a todos o direito de pretender adquirir a mesma cultura e instrução, bem como o direito de transmitir sua crença e seu conhecimento (seus saberes). https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/educacao-principio-qualidade-sua-efetividade-na-educacao-base.htm. Os direitos humanos e a educação inclusiva Uma educação que não respeite a diversidade e que não valorize o convívio, a interacção e a cooperação entre alunos naturalmente diferentes nas suas personalidades e nos seus percursos de aprendizagem é uma educação antiética Desde que foi proclamada em 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) sempre tem estado debaixo de alguma polémica. A sua aspiração de consagrar direitos “universais” tem sido repetidamente desafiada por críticas que sublinham as circunstâncias de tempo e de espaço em que esta declaração foi concebida. Estas críticas colocam em discussão a parcialidade e a relatividade dos direitos humanos tal como foram entendidos e proclamados na declaração e assim reduzir-lhes o impacto, ao tornarem-nos fruto de uma conjuntura e mera expressão de um conjunto de circunstâncias. No que respeita à educação, a DUDH é particularmente interessante. Isto porque proclama no seu artigo 26.º, n.º 1: “Toda a pessoa tem direito à educação (…).” Logo no parágrafo 2.º postula: “A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das diferentes liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos (…).” Entende-se o grande alcance e a ambição deste artigo: o de outorgar a todos os seres humanos (sublinho “todos”, independentemente de serem pobres, estrangeiros, do seu género, da sua deficiência, etc.) o direito a uma educação que vise o desenvolvimento pleno da personalidade e o reforço dos direitos do homem. É este último aspeto — “reforço dos direitos do homem” — que gostaria de realçar nesta reflexão. https://www.publico.pt/2014/01/03/sociedade/opiniao/os-direitos-humanos-e-a-educacao-inclusiva-1618165 A formação de professores para a educação especial muitas vezes visa mais a questão física e psicológica do estudante, não que seja desnecessário, mas é preciso lembrar a necessidade de desenvolvimento da aprendizagem, superando “cursos de formação de professores para a educação especial, onde a base principal é a orientação médico-psicológica, assentada em aspectos biológicos e da funcionalidade da pessoa com deficiência” (CARVALHO-FREITAS et al, 2015, p. 212). https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/22981_11845.pdf Na medida em que a orientação inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos nos vários níveis de ensino. A própria LDB reconhece a importância deste aspecto como pré-requisito para a inclusão, ao estabelecer, em seu artigo 59, que: Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: [...] III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; Diante desse quadro, torna-se importante: O professor, na educação inclusiva, precisa ser preparado para lidar com as diferenças, com a singularidade e a diversidade de todas as crianças e não com um modelo de pensamento comum a todas elas. [ cabe a ele, a partir de observações criteriosas, ajustar suas intervenções pedagógicas ao processo de aprendizagem dos diferentes alunos, de modo que lhes possibilite um ganho significativo do ponto de vista educacional, afetivo e sociocultural ( PRADO & FREIRE, 2001, P.5). http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2496-8.pdf A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. Ela pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos. Implica a transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de modo a garantir o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem exceção. Além de uma importante ferramenta na análise do discurso e das práticas, os princípios também representam uma referência fundamental para quem está começando. Além disso, revisitá-los com frequência também pode ajudar educadores experientes e comprometidos com a inclusão a não “perderem o rumo”. Os cinco princípios da educação inclusiva são: 1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação 2. Toda pessoa aprende 3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular 4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos 5. A educação inclusiva diz respeito a todos https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva/ Baseado na pesquisa de campo da escola Municipal Maria Quitéria localizada no município de Pau D’arco zona rural da cidade de Malhada, em entrevista com o coordenador Rômulo Porto, ele afirma ser difícil falar de educação inclusiva nessa localidade, uma vez que falta recursos para atender ás demandas dos ingressados nessa escola com necessidades especiais e falta de experiência por parte do corpo docente. Sem contar com a falta de participação colaborativa da família que na maioria das vezes não quer admitir que seus filhos possuem necessidades especiais, dificultando assim o cadastro desse discente no senso comum, órgão esse que poderia estar ajudando-os.