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Perguntas e respostas PENAL E PROCESSO PENAL

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DIREITO PENAL
Do crime (arts. 13 a 25). Dos crimes contra a dignidade sexual (arts. 213 a 234). Dos crimes contra a administração, pública (arts. 312 a 359). Crimes definidos na Lei 10.826/03.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios constitucionais e fontes do processo Penal. Da prova (arts. 155 a 250). Execução penal (Lei 7.210/84)
Artigo 14. 
Defina iter criminis e diga quais são suas fases, segundo a doutrina?
Resposta: Itinerário percorrido pelo crime, desde o momento da concepção até aquele em que ocorre a consumação; compõe-se de uma fase interna (cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, executórios e consumação), ficando fora dele o exaurimento, quando se apresenta destacado da consumação.
Diferencie tentativa imperfeita (inacabada) e tentativa branca (incruenta). Exemplifique.
Resposta: Na tentativa imperfeita o agente inicia os atos executórios, mas é interrompido, existindo ainda atos a serem praticados, não se consumando o crime por circunstâncias alheias à vontade do agente. Por sua vez, na tentativa branca ou incruenta o bem jurídico não chega a ser atingido, apesar dos atos executórios praticados. Imperfeita: homem desfere um disparo na vítima, que é alvejada na mão, porém foge diante da chegada da Polícia. Incruenta: autor descarrega o revólver em direção à vítima, a qual não é atingida por nenhum disparo de arma de fogo.
Existem infrações penais que não admitem tentativa? Em caso positivo, cite pelo menos 3 exemplos.
Resposta: contravenções penais, crimes culposos, crimes condicionais (art. 122 do CP), crimes preterdolosos, crimes unissubsistentes, crimes omissivos próprios e crimes de atentado (ex. Art. 352 CP)
Diferencie crime obstáculo e crime de atentado. Cite ao menos um exemplo.
Resposta: Caracterizam-se como CRIMES–OBSTÁCULO aqueles em que a lei incrimina de forma autônoma atos que são mera preparação de outros delitos. Ou seja, a tutela penal é antecipada a momentos anteriores à execução do perigo imediato, não se chegando sequer a colocar em risco concreto o bem jurídico protegido. Exemplos: Art. 288, CP – “Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes.” Art. 291, CP – “Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. É o que se dá com os crimes de fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás toxico, ou asfixiante (CP, art. 253), incitação ao crime (CP, art.286), associação criminosa (CP, art. 288) e petrechos para a falsificação de moeda (CP, art. 291), entre outros.
Por sua vez, o crime de ATENTADO, conhecido também como crime de EMPREENDIMENTO, configura-se quando o tipo penal prevê a tentativa como forma de realização do crime, ou seja, quando é prevista expressamente na descrição típica a conduta de tentar o resultado, assim afastando a incidência do art. 14, II, do CP. Exemplos: Art. 352, CP – “Evadir-se ou TENTAR evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa.” Art. 9º, da Lei de Segurança Nacional – “TENTAR submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país.”
Quais os requisitos do arrependimento eficaz e arrependimento posterior, segundo a legislação penal? Ambos são aplicáveis a todos os delitos?
Resposta: O arrependimento eficaz, previsto no art. 15 do CP ao lado da desistência voluntária, ocorre quando o agente, após realizar todos os atos executórios necessários à consumação do crime, arrepende-se, agindo de forma a impedir a consumação. Somente responderá pelos atos praticados até o arrependimento, se houver previsão típica em relação aos mesmos, mas se o resultado que tentou evitar ainda assim ocorrer, responderá pelo crime consumado. É aplicável a todos crimes (????).
Por sua vez, o arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP, pressupõe a consumação do delito. Tem natureza jurídica de causa obrigatória de diminuição da pena (1\3 a 2\3), sendo analisado na terceira fase do cálculo da pena. Requisitos: crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa (apenas crimes patrimoniais ou com efeitos patrimoniais), reparação total do dano ou restituição integral da coisa até o recebimento da denúncia ou queixa; ato voluntário do agente (não precisa ser espontâneo).
Segundo entendimento do STF, qual o efeito jurídico da restituição do bem à vítima após o recebimento da denúncia?
Resposta: Não se aplica o arrependimento posterior (causa de diminuição), mas atenuante da reparação do dano do art. 65, III, b, do CP. (HC 99803-RJ 22-6-10)
Segundo entendimento do STJ, sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior do estabelecimento comercial torna impossível a configuração do crime de furto, por ineficácia absoluta do meio empregado?
Resposta: Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 24/02/2016. DJe 29/02/2016.
A existência de sistema de segurança ou de vigilância eletrônica não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido no interior de estabelecimento comercial. No caso de furto praticado no interior de estabelecimento comercial (supermercado, p. ex.) equipado com câmeras e segurança, o STJ entende que, embora esses mecanismos de vigilância tenham por objetivo evitar a ocorrência de furtos, sua eficiência apenas MINIMIZA as perdas dos comerciantes, visto que não impedem, de modo absoluto (por completo), a ocorrência de furtos nestes locais. Existem muitas variáveis que podem fazer com que, mesmo havendo o equipamento, ainda assim o agente tenha êxito na conduta. Exs.: o equipamento pode falhar, o vigilante pode estar desatento e não ter visto a câmera no momento da subtração, o agente pode sair rapidamente da loja sem que haja tempo de ser parado etc. É certo que, na maioria dos casos, o agente não conseguirá consumar a subtração do produto por causa das câmeras; no entanto, sempre haverá o risco de que, mesmo com todos esses cuidados, o crime aconteça. Desse modo, concluindo: na hipótese aqui analisada, não podemos falar em ABSOLUTA ineficácia do meio. O que se tem, no caso, é a inidoneidade RELATIVA do meio. Em outras palavras, o meio escolhido pelo agente é relativamente ineficaz, visto que existe sim uma possibilidade (ainda que pequena) de o delito se consumar. Sendo assim, se a ineficácia do meio deu-se apenas de forma relativa, não é possível o reconhecimento do instituto do crime impossível previsto no art. 17 do CP. STJ. 3ª Seção. REsp 1.385.621-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/5/2015 (recurso repetitivo) (Info 563).
Segundo entendimento do STJ, é possível tentativa de homicídio na modalidade dolo eventual?
Resposta. O STJ hodiernamente confeccionou o entendimento de que o instituto da tentativa é incompatível com o dolo eventual. E assim, inexistindo qualquer possibilidade de configuração do animus necandi (intenção de matar) na conduta denunciada, seja dolo eventual ou direto, não é o Tribunal Popular competente para julgar o crime (Recurso Especial n. 1.176.324-RS)
Em relação aos delitos culposos, em que consiste o chamado risco tolerado e o princípio da confiança, são causas de exclusão da culpa? Justifique.
Resposta: Princípio da confiança: O dever objetivo de cuidado se estabelece sobre todos os indivíduos e, por isso, pode-se confiar que todos procedam de forma a permitir a pacífica convivência em sociedade. Dessa forma, se alguém age nos limites do dever de cuidado, confiando que os demais procedam da mesma forma, não responde por eventual resultado lesivo involuntário em que se veja envolvido. Ex.: o motorista que conduz seu veículo com a atenção necessária, em velocidade compatível para a via, pode confiar que o pedestre atravesse apenasna faixa de segurança. Caso o pedestre, repentinamente, ponha-se a atravessar a via em local não adequado, cruzando o caminho do automóvel e seja atropelado, o condutor não será punido por culpa.
Risco tolerado: O comportamento humano, no geral, atrai certa carga de risco que, se não tolerada, impossibilitaria a prática de atividades cotidianas básicas e tornaria proibitivo o desenvolvimento pessoal e o progresso científico e tecnológico. Quanto mais essenciais forem determinados comportamentos, maior deverá ser a tolerância em relação aos riscos que trazem às relações humanas, afastando-se, consequentemente, qualquer reprovação que possa limitar a sua adoção. É o caso, por exemplo, do médico que realiza procedimento experimental em paciente com doença grave, sem perspectiva de tratamento adequado pelos métodos já consagrados.
Qual a natureza jurídica das descriminantes putativas, segundo a teoria da culpabilidade adotada pelo Código Penal?
Resposta: O CP, em seu art. 20, §1º, preceitua: "é isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo".
Da leitura do dispositivo conclui-se que a teoria adotada pelo nosso CP foi a Teoria Limitada da Culpabilidade, sendo o erro que incide sobra as Discriminantes Putativas Fáticas verdadeiro erro de tipo, que exclui o dolo, por conseguinte a tipicidade se for invencível, ou permite a punição por crime culposo se o erro for vencível.
O art. 23 do CP é taxativo em relação à causas de exclusão da ilicitude? Justifique.
Resposta: O rol do art. 23 é exemplificativo, existindo causas de exclusão da ilicitude também na parte especial do CP (p. ex., art. 128). Existem ainda causas não previstas em lei penal (causas supralegais), como o consentimento do ofendido, por exemplo.
Segundo o STJ, a Lei nº 12.015\2009 pode ser aplicada de forma retroativa para beneficiar condenados que praticaram, no mesmo contexto fático e contra a mesma vítima, atos que configuravam estupro e atentado violento ao pudor?
Resposta: O condenado por estupro e atentado violento ao pudor, praticados no mesmo contexto fático e contra a mesma vítima, tem direito à aplicação retroativa da lei 12.015/2009, de modo a ser reconhecida a ocorrência de crime único, devendo a prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal ser valorada na aplicação da pena-base referente ao crime de estupro. (HC 212.305-DF, Rel. Min. Marilza Maynard, TJSE, julgado em 24/4/2014 – Inf. 543 STJ)
Imagine que ocorra a famosa “encoxada” em um ônibus ou em um metrô lotados, após o advento da Lei nº 13.718/2018. Qual a infração penal presente na situação em apreço? Houve reforço na tutela penal das vítimas do referido delito em razão da alteração legislativa mencionada?
Resposta: Ocorrerá o delito de Importunação Sexual (art. 215-A do CP), pois praticado ato libidinoso com objetivo de satisfazer a lascívia do autor, não havendo emprego de violência ou grave ameaça (crime subsidiário). A Lei n 13.718/2019 representou reforço da tutela penal das vítimas de tais delitos, que antes eram enquadrados, em regra, nos artigos 61 (pena de multa) e 65 (pena de prisão simples de 15 dias a 2 meses), ambos da LCP. Doravante são considerados crimes de ação penal pública incondicionada, punidos com reclusão de 1 a 5 anos, autorizando a lavratura do auto de prisão em flagrante delito, não sendo sequer possível o arbitramento de fiança em sede policial. 
Segundo entendimento do STJ, caso a vítima do delito do art. 217-A do CP possua experiência sexual anterior ou consinta com a relação sexual ou mantenha união estável com autor, ainda assim haverá crime?
Resposta: Súmula nº 593:“O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.” (Súmula 593, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/10/2017, DJe 06/11/2017)
Segundo a doutrina, qual dos crimes contra a dignidade sexual dos vulneráveis constitui exceção pluralista à teoria monista?
Resposta: Art. 218 do CP (Corrupção de menores) - “Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:”, pois aplicado o art. 29 do CP o agente responderia pelo art. 217-A do CP, no entanto há uma figura autônoma específica para a conduta daquele que faz uma mediação entre um terceiro e o vulnerável.
O cliente de garota de programa entre 14 e 18 anos, que atende e trabalha em casa noturna mediante exploração da prostituição pelos donos do estabelecimento, também responde pelo crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração de criança ou adolescente ou de vulnerável, apenado com reclusão de 4 a 10 anos?
Resposta: Sim, o cliente responderá por crime equiparado capitulado no § 2º do art. 218-B do CP, referente à conduta de praticar conjunção canal ou outro ato libidinoso com menor entre 14 e 18 anos de idade em condição de exploração ou favorecimento da prostituição.
CRIMES DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Segundo entendimento do STJ, é prescindível a realização de prova pericial nos crimes de posse e porte ilegal de arma de fogo? Qual o fundamento que justifica tal entendimento.
Resposta: O crime de posse irregular de arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido (art. 12 da Lei n. 10.826/2003) é de perigo abstrato, prescindindo de demonstração de efetiva situação de perigo, porquanto o objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física e sim a segurança pública e a paz social. O crime de porte ilegal de arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) é de perigo abstrato e de mera conduta, bastando para sua caracterização a prática de um dos núcleos do tipo penal, sendo desnecessária a realização de perícia.
Configura o delito equiparado a crime de Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito do art. 16 caso o agente seja flagrado em sua residência com arma de uso permitido com numeração raspada, sem registro nos órgãos competentes? A abolitio criminis temporária da Lei 10.826/2003 aplica-se em tal caso, segundo entendimento do STJ?
Resposta: Sim, configura o crime do art. 16, parágrafo único, inciso I (TJSP, Apelação Criminal nº0110834-27.2017.8.26.0050, Rel Des. GILDA ALVES BARBOSA DIODATTI). “Súmula 513: A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.” 
Após o advento do art. 16, parágrafo único, inc. V, da Lei n. 10.826/2003 (que criminaliza vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório ou explosivo a criança ou adolescente), houve derrogação do art. 242 do ECA? Justifique.
Resposta: Fala-se em derrogação do art. 242 do ECA pela Lei 10.826/2003 pois o ECA referia-se apenas à armas, sem fazer nenhuma referência a arma de fogo. Porém, continua aplicável o ECA em relação à armas impróprias ou brancas.
A posse de armas de pressão por gás comprimido (ou ação por molas), como por exemplo uma “espingarda de chumbinho”, é considerada arma de fogo para fins da Lei nº 10.826/2003? É possível a aquisição de tais artefatos por menores de 18 anos, existe algum delito se houver fornecimento ao menor? Precisa de registro pelo possuidor no SINARM ou SIGMA?
Resposta: A Portaria nº 036/99 do Ministério da Defesa do Exército Brasileiro, dispõe o seguinte: “Art. 16. As armas de pressão, por ação de mola ou gás comprimido, não são armas de fogo, atiram setas metálicas, balins ou grãos de chumbo, com energia muito menor do que uma arma de fogo. Art. 17. As armas de pressão por ação de mola, com calibre menor ou igual a 6 (seis) mm, podem ser vendidas pelo comércio não especializado, sem limites dequantidade, para maiores de 18 (dezoito) anos, cabendo ao comerciante a responsabilidade de comprovar a idade do comprador e manter registro de venda.” O fornecimento deste tipo de arma a criança ou adolescente tipifica o delito do art. 242 do ECA, o qual detém pena idêntica ao art. 16, par. un., inc IV, da Lei 10.826/2003. Não sendo arma de fogo, a arma de pressão com calibre de até 6 (seis) mm, não necessita de registro (redação do art. 3º, da Lei 10.826/03) e o seu porte tampouco configura o crime do art.14, da Lei 10.826/03. Isso é pacífico.
Para o STF, existe crime capitulado no estatuto do desarmamento no caso de importação irregular de arma de pressão (“espingarda de chumbinho”)? No caso, é cabível a aplicação do Princípio da Bagatela?
Resposta: Para o STF, o interesse da administração pública na regulação, fiscalização e conhecimento das operações de importação e exportação realizadas por pessoas físicas e jurídicas dos denominados produtos controlados não se restringe ao interesse fazendário, o que caracterizaria o crime de descaminho. O voto do ministro Fachin considerando que a conduta em questão caracteriza contrabando, não sendo passível de aplicação do princípio da insignificância, foi seguido pelos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. (HC 131.943)
É possível a aplicação do Princípio da Insignificância a algum delito previsto na Lei nº 10.826/2003, segundo entendimento do STF?
Resposta: Se não houver prova de que o réu integra organização criminosa, a simples posse de munição sem arma deve ser considerada crime insignificante. O entendimento, já pacificado no Supremo Tribunal Federal, foi aplicado mais uma vez pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça em caso de delito previsto no Estatuto do Desarmamento. Na ação em questão, uma mulher foi condenada a 3 anos de prisão em regime aberto — com a pena substituída por prestação de serviços à comunidade —, após ser encontrada com oito munições, mas sem arma. Atuando no caso, a Defensoria Pública do Amazonas recorreu ao STJ alegando que o caso deveria ser enquadrado no princípio da insignificância. A 6ª Turma do STJ acolheu os argumentos, afirmando que não se trata de crime de dano concreto, sendo prescindível a demonstração de lesão ou do perigo concreto ao bem jurídico tutelado. “No caso em tela, ainda que formalmente típica, a apreensão de oito munições na gaveta do quarto da recorrente não é capaz de lesionar ou mesmo ameaçar o bem jurídico tutelado, mormente porque ausente qualquer tipo de armamento capaz de deflagrar os projéteis encontrados em seu poder. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso especial para, reconhecida a incidência do princípio da insignificância, absolver a recorrente pela atipicidade material da conduta”, disse o relator, ministro Nefi Cordeiro. Recurso especial 1.735.871.
INCLUIR PERGUNTAS SOBRE CRIME DE CORRUPÇAO ATIVA E PASSIVA.

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