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Caso concreto-Aula 1

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Caso Concreto-Aula 1
1) Resposta: Diante do caso narrado, o advogado agiu corretamente ao impetrar o Habeas Corpus, em razão da violação ao princípio constitucional e isso ocasionou a ilicitude na colheita das provas.
Isso poque, em regra, é vedado expressamente em nossa constituição em seu art. 5º, inciso LVI, assim como no código de processo penal no art. 157, a obtenção de prova ilícita, de forma que viola os princípios constitucionais. Entretanto, temos uma exceção, segundo a posição minoritária adotada pela doutrina e jurisprudência que quando essa prova for o único meio de comprovar a inocência do réu (EX PRO REU), esta não se constitui prova ilícita e o réu estaria agindo em uma espécie de legítima defesa e violando positivamente os direitos fundamentais. 
Já a posição majoritária, sob ótica do Princípio da Proporcionalidade, entende que se deve avaliar os valores em conflitos, a saber: violação da Prova ilícita X Liberdade do inocente.
Além disso, cumpre citar a corrente Pro Societats, aceita somente pela doutrina minoritária que diz que a prova ilícita pode ser aceita sob alegação que deve prevalecer a segurança da sociedade (Segurança da Sociedade X Direito Fundamental).
Ainda no tema de prova ilícita, temos a direta – quando viola diretamente a norma, e a indireta – quando por meio de uma prova ilícita, obtém-se a prova lícita, neste caso, toda a prova será considerada ilícita (teoria do fruto da árvore envenenada). Na teoria do fruto da árvore envenenada, temos três teorias que a limitam:
a) Fonte independente – essa teoria diz que se for possível comprovar que tem como chegar ao fato probando por um outro caminho independente e lícito, será admitida essa prova ilícita sem a necessidade de retirá-la dos autos. Essa teoria é admitida em nosso ordenamento jurídico.
b) Descoberta inevitável – essa teoria diz que quando os meios normais levam inevitavelmente as provas, há grande probabilidade e não pode ser uma mera expectativa de achar a prova. Desse modo, aceita-se a prova antecipada por meio que foi ilícito. Esta teoria também é admitida em nosso ordenamento jurídico.
c) Tinta diluída ou mancha purgada – é como se fosse uma espécie de convalidação da prova ilícita por derivação. Quando posteriormente o acusado aceita a prova ilícita, confessando o crime. Essa teoria não é aceita em nosso ordenamento jurídico.
Por fim, conclui-se que no caso concreto de Alfredinho, temos a colheita de confissão pelos policiais dos suspeitos por meio de tortura físico-psicológica e meios cruéis, o que por si só gera a invalidade da confissão, tendo em vista 
que um dos princípios constitucionais e basilar do processo penal é o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, expressamente violado na conduta dos policiais e a tortura é proibida na constituição federal com base neste princípio, de forma que estamos diante de uma prova ilícita direta e com isso não poderá ser instaurado processo baseado nessa prova ilícita.

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