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Resenha de Os Sofrimentos do Jovem Werther

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resenha Os Sofrimentos do Jovem Werther
No livro "Os 13 Porquês" escrito por Jay Asher, Hannah Baker é uma adolescente que deixa fitas de áudio explicando as razões que a levaram ao suicídio. A história até agora recebe diversas críticas pelo teor de sua narrativa, principalmente após ter se tornado uma série famosa entre os jovens depois de ter sido lançada na Netflix, em 2017. Após sua estreia, pessoas se movimentaram para que a empresa retirasse o programa de seu catálogo, por estar influenciando outros jovens a cometerem o mesmo ato que Hannah. De fato, foram documentados diversos suicídios atribuídos à série e à suas cenas chocantes e detalhistas. De qualquer forma, a história conseguiu alcançar um grande público e sua influência é comparável com a que Os Sofrimentos do Jovem Werther causou na época de seu lançamento, no século XVIII. Em meados de 1774, um pastor luterano escreveu uma nota abominando a obra e pedindo para que as pessoas deixassem de comprar o livro pois considerava a história um atentado a vida dos jovens da época.
O livro é um romance epistolar, ou seja, uma história narrada através de cartas. Neste, o autor das cartas é o tal Werther que relata para seu melhor amigo Wilhelm o quanto seu coração foi consumido por uma paixão enlouquecedora após conhecer Carlota, uma moça encantadora, porém comprometida com um homem que mais tarde construirá uma forte amizade. Alberto, gentil, racional e responsável é o verdadeiro prometido da dama que arrasa o coração do sentimentalista e romântico Werther. O fato de que Alberto é um homem sem defeitos à sua visão, deixa o jovem verdadeiramente irritado, isso porque não há razões para odiá-lo.
O amor por Carlota consome a mente de Werther assim como Charlotte uma vez consumiu a de Goethe. Ao escrever este livro, seu autor se inspirou nos acontecimentos após ter conhecido Charlotte e Kestner. Essa obra pode ser considerada uma história baseada em fatos reais, pois os mesmos sofrimentos que Werther experiencia, Goethe também um dia sentira. Inclusive, foram esses sofrimentos o que de fato abasteceu a mente do autor, que escreveu a obra em apenas 4 semanas, quase sem parar. Claramente, o final de Werther não foi o mesmo que o de Goethe, o qual continuou sua vida como poeta por anos à fio, lançando no final de sua vida, uma obra na qual gastou quase 80 anos para escrever, Fausto. Na verdade, a morte de Werther foi baseada no suicídio de um dos amigos de Goethe, Karl Jerusalem, que se matou com uma pistola que havia pegado emprestado de Kestner. Enfim, algum tempo depois deste ocorrido, Werther tem seus sofrimentos publicados, em 1774, causando assim, uma interrupção fixa na rasa amizade que restou entre Goethe e o casal Charlotte e Kestner.
Mesmo com relutância de seu autor, a obra se tornou um dos maiores clássicos da literatura alemã, vindo a se revelar um divisor de águas entre o estilo literário da época "Tempestade e Ímpeto" e o romantismo que havia há pouco se iniciado na Alemanha. Dessa forma, a obra ganhou uma popularidade crescente rapidamente, definindo assim, uma certa moda entre os rapazes da época, que começavam a se vestir como Werther: casaca azul e colete amarelo. Isso sem mencionar os suicídios atribuídos ao livro. Porém essa história não deve ser vista apenas como um livro com um sentimentalismo tão exagerado que alcança a melancolia, mas também como uma obra que mostra o lado emotivo e romântico do homem, que antigamente era visto como, e devia agir como tal, sério e racional. É um livro que dá a sensação de liberdade, ou na visão dos mais conservadores, pode dar a sensação de regras quebradas. Werther é considerado por muitos um rapaz romântico, emotivo, um herói anti-iluminista como também um imoral, fraco e desiquilibrado. O fato é que a história se conecta de uma forma quase inexplicável com seus leitores, o que não é uma surpresa para seu gênio criador: "Mau seria se cada um não tivesse em sua vida uma época em que Werther lhe parecesse como escrito especialmente para si."

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