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Membrana Celular É a estrutura celular que estabelece o limite entre os meios intra e extra- celulares. Sua função é a manuten- ção da constância do meio intracelu- lar, cuja composição é diferente do líquido extracelular. A membrana celular (também cha- mada membrana plasmática) envolve a célula e é uma estrutura fina, flexí- vel e elástica, de 7,5 a 10 nanômetros de espessura. É composta quase to- talmente de proteínas e lipídios. A composição aproximada é a se- guinte: proteínas, 55%; fosfolipídios, 25%; colesterol, 13%; outros lipídios, 4%; e carboidratos, 3%. Sua estrutura básica é a bicamada li- pídica, um fino filme, formado por du- pla camada de lipídios — cada ca- mada com espessura de apenas uma molécula — contínua por toda a su- perfície da célula. Dispersas nesse filme lipídico existem grandes proteí- nas globulares. A dupla camada lipí- dica básica é composta de três tipos principais de lipídios: fosfolipídios, es- fingolipídios e colesterol. Os fosfolipídios são os lipídios mais abun- dantes da membrana celular. Uma ex- tremidade da molécula de fosfolipídio é solúvel em água; ou seja, é hidro- fílica. A outra extremidade é solúvel apenas em lipídios; ou seja, é hidro- fóbica. A extremidade do fosfolipídio com fosfato é hidrofílica, e a extre- midade com ácido graxo é hidrofó- bica. ↳São anfipáticos (hidrofílico + hidro- fóbico); ↳Permeabilidade seletiva; Receptores de membrana A superfície celular contém inúmeras proteínas e glicoproteínas denomina- das receptores. São proteínas que reconhecem especificamente molé- culas de diversos tipos apresentados na superfície exterior da célula. O Transporte de Substâncias através das Membranas Celu- lares Transporte passivo ↳É o movimento de moléculas que seguem o fluxo do meio mais con- centrado de soluto, para o menos concentrado, sem gasto de energia. ↳Também conhecido como difusão e são divididos em três: São eles: Difusão simples, difusão facilitada e osmose. Difusão simples Significa que o movimento cinético das moléculas ou dos íons ocorre através de abertura na membrana ou através dos espaços intermolecula- res, sem que ocorra qualquer intera- ção com as proteínas carreadoras da membrana. A difusão simples pode ocorrer atra- vés da membrana celular por duas vias: (1) pelos interstícios da bicamada lipídica, no caso da substância que se difunde ser lipossolúvel; e (2) pelos canais aquosos que penetram por toda a espessura da membrana, por meio de alguma das grandes proteí- nas transportadoras. Um fator importante que determina quão rapidamente a substância se difunde pela bicamada lipídica é a li- possolubilidade dessa substância. As li- possolubilidades do oxigênio, do nitro- gênio, do dióxido de carbono e do álcool, por exemplo, são altas; assim, todas elas podem se dissolver direta- mente na bicamada lipídica e se di- fundir através da membrana celular, do mesmo modo como ocorre a di- fusão para solutos hidrossolúveis nas soluções aquosas. Ainda que a água seja extrema- mente insolúvel nos lipídios da mem- brana, ela passa com facilidade pelos canais das moléculas de proteínas que penetram por toda a espessura das membranas. Muitas das membra- nas celulares do corpo contêm “po- ros” proteicos chamados aquaporinas que permitem, seletivamente, a pas- sagem rápida de água através da membrana celular. Difusão pelos canais proteicos e as “comportas” desses canais Os poros são compostos de proteí- nas integrais da membrana celular que formam tubos abertos através da membrana e que ficam sempre abertos. No entanto, o diâmetro do poro e sua carga elétrica fornecem seletividade que permite a passagem de somente algumas moléculas. As proteínas canais são distinguidas por duas características importantes: (1) elas, em geral, são seletivamente permeáveis a certas substâncias; e (2) muitos dos canais podem ser abertos ou fechados por comportas que são reguladas por sinais elétricos (canais dependentes de voltagem) ou químicos que se ligam a proteínas do canal (canais dependentes de li- gantes). Algumas comportas das proteínas canais dependem da ligação de subs- tâncias químicas (ou ligante) com a proteína, que causa alteração confor- macional da proteína ou de suas liga- ções químicas na molécula da prote- ína que abre ou fecha sua comporta. Um dos mais importantes exemplos de controle químico é o efeito da acetilcolina no chamado canal de ace- tilcolina. Difusão Facilitada Ocorre com auxílio de proteína car- readora, que se liga à substância e a transporta para dentro ou fora da cé- lula. A difusão facilitada difere, de modo importante, da difusão simples pelo seguinte modo: apesar de a veloci- dade da difusão simples, através de um canal aberto, aumentar em pro- porção direta à concentração da substância difusora, na difusão facili- tada a velocidade da difusão tende a um máximo, designado como Vmáx, à medida que a concentração da substância difusora aumenta. Essa figura mostra que, enquanto a concentração da substância difusora aumenta, a intensidade da difusão simples continua a aumentar propor- cionalmente, mas na difusão facilitada a velocidade da difusão não pode au- mentar acima do nível do Vmáx. Osmose Passagem do solvente (geralmente água) do meio hipotônico para o meio hipertônico. Pressão Osmótica É a pressão que deve ser exercida sobre um sistema para impedir que a osmose ocorra de maneira espon- tânea. No exemplo acima, temos o lado A (que possui apenas água) e o B (que possui uma solução bem concen- trada) separados por uma membrana semipermeável. Com o passar do tempo, o volume do lado B aumen- tará, porque ocorrerá osmose, pas- sando moléculas de água para esse lado. Porém, se continuarmos obser- vando o processo, veremos que em determinado momento a solução do lado B atingirá uma altura que cau- sará uma pressão sobre o solvente no lado A, o que impedirá que mais moléculas de água passem pela membrana, ou seja, a osmose irá pa- rar. Isso nos mostra que se for aplicada uma pressão sobre o lado mais con- centrado, podemos evitar que a os- mose ocorra desde o início. Transporte ativo ↳É o movimento de moléculas que seguem o fluxo do meio menos con- centrado de soluto, para o mais con- centrado, com gasto de energia. ↳O transporte ativo é dividido em dois tipos, de acordo com a fonte de energia usada para facilitar o trans- porte: o transporte ativo primário e o transporte ativo secundário. Transporte ativo primário A energia é derivada diretamente da degradação do trifosfato de adeno- sina (ATP) ou de qualquer outro composto de fosfato com alta ener- gia. Entre as substâncias que são trans- portadas por transporte ativo primá- rio estão o sódio, o potássio, o cálcio, o hidrogênio, o cloreto e alguns ou- tros íons. O mecanismo de trans- porte ativo mais estudado em seus detalhes é a bomba de sódio-potás- sio (Na+ - K+), processo de transporte que bombeia íons sódio para fora, através da membrana celular de to- das as células, e ao mesmo tempo bombeia íons potássio de fora para dentro. Essa bomba é a responsável pela manutenção das diferenças de concentração entre o sódio e o po- tássio através da membrana celular, bem como pelo estabelecimento da voltagem elétrica negativa dentro das células. A Figura mostra os componentes fí- sicos básicos da bomba de Na + −K+. A proteína carreadora é complexo de duas proteínas globulares distintas: a maior é chamada subunidade α, com peso molecular em torno de 100.000, e a menor é chamada subu- nidade β, com peso molecular em torno de 55.000. Apesar de a função da proteína menor não ser conhe- cida (a não ser que talvez fixe esse complexo proteico à membrana lipí- dica), a maior proteína (subunidade α) apresenta três características espe-cíficas, importantes para o funciona- mento da bomba: 1. Ela contém três locais receptores para a ligação de íons sódio na por- ção da proteína que se projeta para dentro da célula. 2. Ela contém dois locais receptores para os íons potássio na sua porção externa. 3. A porção interna dessa proteína, perto do local de ligação do sódio, tem atividade adenosina trifosfatase (ATPase). Quando dois íons potássio se ligam à parte externa da proteína carreadora e três íons sódio se ligam à parte in- terna, a função de ATPase da prote- ína é ativada. A ativação da função ATPase leva à clivagem de uma mo- lécula de ATP, que se divide em difosfato de adenosina (ADP) e libera uma ligação fosfato de alta energia. Acredita-se que essa energia liberada cause alteração química e conforma- cional da molécula da proteína carre- adora, expulsando os três íons sódio para fora e os dois íons potássio para dentro. Uma das mais importantes funções da bomba de Na +−K+ é controlar o volume de cada célula. Sem a função dessa bomba, a maioria das células do corpo incharia até estourar. O meca- nismo para controlar o volume celular é o seguinte: dentro da célula, existe grande número de proteínas e de outras moléculas orgânicas que não podem sair das células. Em sua maio- ria, essas proteínas e outras molécu- las orgânicas têm carga negativa, atraindo grande número de potássio, sódio e outros íons positivos. Todas essas moléculas e íons vão provocar a osmose de água para o interior da célula. A menos que esse processo seja interrompido, a célula vai inchar até estourar. O mecanismo normal para impedir esse resultado é o da bomba de Na +−K+. Note de novo que esse mecanismo bombeia três íons Na + para fora da célula a cada dois íons de K+ que são bombeados para o interior da célula. A membrana também é bem menos permeável aos íons e sódio do que aos íons potássio; desse modo, uma vez que os íons sódio estão do lado de fora, eles apresentam forte tendência a permanecerem ali. Portanto, esse processo representa perda real de íons para fora da célula, o que inicia a osmose da água para fora da célula. Caso uma célula comece a inchar por alguma razão, a bomba de Na +−K+ é automaticamente ativada, transfe- rindo ainda mais íons para fora da cé- lula e, consequentemente, carre- gando mais água com eles. Por essa razão, a bomba de Na +−K+ exerce o papel de vigilância contínua para manter o volume normal da célula. Transporte ativo secundário No transporte ativo secundário, a energia é derivada secundariamente da energia armazenada na forma de diferentes concentrações iônicas de substâncias moleculares secundárias ou iônicas entre os dois lados da membrana da célula, gerada origina- riamente por transporte ativo primá- rio. Importante: Nos dois casos, o transporte de- pende de proteínas carreadoras que penetram por toda a membrana ce- lular, como ocorre na difusão facili- tada. Entretanto, no transporte ativo, as proteínas carreadoras funcionam de modo distinto das da difusão faci- litada, pois são capazes de transferir energia para a substância transpor- tada para movê-la contra o gradiente eletroquímico. Transporte ativo secundário co-transporte O co-transporte é um mecanismo de transporte ativo através de qual uma substância é transportada con- tra um gradiente eletroquímico, aproveitando a “carona energética” de uma outra substância que é trans- portada a favor de seu gradiente ele- troquímico, ambas sendo transpor- tada no mesmo sentido. Transporte ativo secundário contratransporte O contratransporte é um meca- nismo de transporte ativo através de qual uma substância é transportada con- tra um gradiente eletroquímico, aproveitando a “carona energética” de uma outra substância que é trans- portada a favor de seu gradiente eletroquímico, ambas sendo trans- portada em sentidos opostos _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________
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