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Período Composto – IV
GRAMÁTICA EM EXERCÍCIOS
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PERÍODO COMPOSTO – IV
Aprofundando 
1) O QUE (o = pronome demonstrativo / que = pronome relativo) 
Existem construções em que o pronome relativo “que” é antecedido pelos 
pronomes demonstrativos “a, as, o, os”. Nessas construções, muitos candidatos 
classificam a palavra “que” como conjunção – e não como pronome relativo. 
Exemplo: 
Todos sabem o que o deputado acusado fez. 
Análise: no exemplo acima, o vocábulo “o” é um pronome demonstrativo – e 
o “que”, um pronome relativo. Para chegar a essa classificação, devem-se seguir 
alguns passos: 
a) Faça a substituição lexical: “Todos sabem aquilo que o deputado fez”. 
b) Divida as orações entre o demonstrativo “o” e o relativo “que”: Todos sabem 
o | que o deputado fez”. 
c) Estabeleça a relação anafórica, ou seja, o “que” pronome relativo, como já 
estudamos, retoma o termo imediatamente anterior – que, nesse caso, é o pro-
nome demonstrativo “o” (aquilo). 
d) Agora, depois da retomada do antecedente, classifique sintaticamente o 
pronome relativo “que”: “o deputado fez aquilo” (aquilo = objeto direto). Res-
salte-se que a função do vocábulo “aquilo”, na oração 2, é a função sintática 
do pronome relativo “que” (objeto direto), porquanto esse pronome retoma o 
demonstrativo “o” (aquilo). 
2) É QUE (locução expletiva) 
A expressão “é que”, como locução expletiva ou de realce, é empregada para 
evidenciar um termo da oração, e não lhe cabe função sintática nenhuma. 
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Exemplo:
Os deputados é que saíram ganhando. (período simples) 
Nós é que somos brasileiros. (período simples) 
Foi por meio da teoria que o professor explicou a matéria. 
Análise: Nos exemplos acima, a expressão “é que” pode ser retirada sem 
modificar as relações sintáticas: “Os deputados saíram ganhando” – “Nós somos 
brasileiros” – “Por meio da teoria o professor explicou a matéria”.
QUESTÕES DE PROVAS
(CESPE/ANATEL/2014) É importante ressaltar que o termo comunicação 
carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original (tornar 
comum a muitos, partilhar, trocar). 
1. O trecho “que o termo comunicação carrega, no mundo moderno, as marcas 
de sua ambiguidade original” (linhas 1 e 2) exerce a função de complemento 
verbal no contexto em que ocorre. 
Comentário
Observe que “É importante” forma-se a partir de um verbo de ligação, seguido 
de um adjetivo, constituindo, assim, um predicativo do sujeito. “Ressaltar” tem 
a função de sujeito da oração anterior. Por outro lado, “ressaltar” atua também 
como oração principal da oração conseguinte: “que o termo comunicação 
carrega...”. Desse modo, a oração destacada no item é classificada como 
oração subordinada substantiva objetiva direta (quem ressalta, ressalta algo), 
sendo, portanto, um complemento verbal.
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Atenção!
Essa questão é um exemplo para ressaltar a importância da análise sintática 
minuciosa, desvinculada da semântica. É fundamental a identificação dos 
verbos e da estrutura da frase, pois, às vezes, alguns itens escondem ciladas, 
como este. 
(CESPE/TCE/RN/2015) Os primeiros vestígios de atividade contábil foram en-
contrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utiliza-
das fichas de barro para representar a circulação de bens, logo substituídas por 
tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não 
só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu surgimento 
e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais anti-
gos, prática já exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó Menés 
I, foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de 
contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública. 
2. É possível identificar no trecho “foi na Grécia que se configurou o primeiro 
esboço de um tribunal de contas” (linha 6) duas orações, sendo uma delas 
de natureza restritiva. 
Comentário
Temos, aqui, um caso de locução expletiva [observar item 2 da primeira página], 
não se tratando, portanto, de uma oração subordinada adjetiva restritiva. 
Atenção!
Existem 3 tipos de “QUE” importantes:
1) Que = pronome relativo;
2) Que = conjunção integrante;
3) [É, foi] que = partícula expletiva – não muda a relação sintática caso 
eliminado.
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(CESPE/ANATEL/2014) A ANATEL anunciou novas regras para os serviços 
de telefonia fixa e móvel, banda larga e televisão por assinatura, que bus-
cam melhorar a transparência das empresas com seus clientes e ampliar os 
direitos dos últimos em relação à oferta de serviços. A estratégia da agência 
reguladora de fato parece contribuir para que o consumidor seja mais bem 
atendido e tenha acesso a todos os benefícios a que tem direito. 
3. O pronome relativo “que” empregado na linha 2 refere-se a “novas regras 
para os serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga e televisão por assina-
tura” (linhas 1 e 2) e o empregado na linha 5, a “todos os benefícios” (linha 3). 
Comentário
Observamos que o primeiro termo destacado pode ser substituído pelo termo 
anteriormente referido, configurando-se, assim, como um pronome relativo. No 
segundo caso, observamos que, substituindo o “que” pelo termo imediatamente 
anterior, temos: “a todos os benefícios tem direito” – apesar de um pouco incoerente 
à primeira vista, é importante tecer uma análise global: o sujeito para o verbo 
“ter” é “o consumidor”, sendo o termo “a todos os benefícios” um complemento 
nominal. Assim, temos que “o consumidor tem direito a todos os benefícios”. 
Logo, o segundo termo em destaque trata-se de um pronome relativo.
Atenção!
Cuidado com preposição antes do “que”, a exemplo do item anterior. Muitas 
vezes a preposição é exigência do verbo ou locução. Ou seja, pronome relativo 
também tem a ver com o tema “regência”. No caso acima, “quem tem direito, 
tem direito a algo”.
(CESPE/Câmara/ Policial Legislativo 2014) Ao contrário do que muitos têm 
apregoado, o melhor não é “virar a página” no que se refere ao período da di-
tadura. Escolha mais adequada é empreender uma apropriação crítica desse 
passado político recente, tanto para consolidar nossa frágil cidadania quanto 
para entender a realidade em que vivemos. Para tanto, é fundamental estu-
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dar a ditadura, a fim de compreender a atualidade do seu legado e, assim, 
criar condições de superá-lo. 
4. No trecho “entender a realidade em que vivemos” (linha 6), a supressão da 
preposição não prejudica a correção gramatical do texto, ainda que interfira 
na relação sintático-semântica entre seus elementos.
Comentário
Invertendo o trecho para análise, temos que: “vivemos na realidade”. Logo, 
trata-se de um adjunto adverbial de circunstância, complementando um verbo 
transitivo indireto. Suprimindo a preposição “em”, transformamos o verbo 
“viver” em transitivo direto, não exigindo, portanto, a preposição. Assim, pode-
se dizer que “vivemos a realidade” sem prejudicar a correção gramatical, mas 
alterando a relação sintático-semântica do período.
(CESPE/STF/Analista 2013) A Modernidade, para designar o período históri-
co pós-renascentista, é a expressão do próprio espírito de um tempo ansioso 
pela superação dos dogmas e das limitações medievais. O século XVII é, 
portanto, o momento de eclosão de vários desses anseios, que, sob con-
dições peculiares, permitiu o florescimento de uma nova dimensão sociale 
econômica, especialmente na Europa, onde o espírito da modernidade vem 
associado à ideia de progresso. 
5. A substituição da forma verbal “permitiu” (linha 3) por permitiram manteria 
a correção gramatical do texto, porém alteraria as relações de sentido nele 
inscritas. 
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Comentário
Observamos, neste item, que o pronome relativo “que” retoma “momento” e, 
portanto, se coloca no singular. Alterando a forma verbal para a terceira pessoa 
do plural, o pronome relativo “que” se referirá ao termo “anseios”. Portanto, não 
haveria inconformidade gramatical, alterando apenas o sentido do período.
GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. C
5. C
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Claiton Natal.