A descoberta e a exploração do ouro no Brasil

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A descoberta e a exploração do ouro no Brasil
Corrida do ouro
	Uma grave crise econômica atingia a Europa na segunda metade do século XVII. 
	Concorrência instalada nas Antilhas pelos holandeses.
Entradas
	As entradas eram expedições financiadas pelo governo português para explorar territórios na colônia. 
	Partiam do litoral nordestino e adentravam em direção ao interior.
Bandeiras
	As bandeiras saíam de São Paulo de Piratininga rumo ao interior. Ali capturavam índios para o trabalho nas lavouras e buscavam metais e pedras preciosas. 
	Essas expedições variavam de tamanho. 
	O transporte das bandeiras era feito pelos rios, em especial o Pinheiros e o Tietê, e também por terra, seguindo trilhas indígenas. 
	Ao entrar no sertão em busca de riquezas ou para abastecer os colonos, as bandeiras e as monções contribuíram para ampliar as fronteiras da América portuguesa além da linha de Tordesilhas.
	A grande bandeira do português Antônio Raposo Tavares, organizada em 1648, atingiu a região amazônica, que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia aos espanhóis. A expedição seguiu pelo rio Tietê em direção aos rios Paraná e Paraguai e alcançou o rio Amazonas, terminando a viagem perto de Belém, no Pará.
Os bandeirantes
Primeiras descobertas
	Sabe-se com certeza que a descoberta dos veios auríferos deve-se às expedições dos paulistas, razão pela qual foram vistos pela Coroa portuguesa como figuras de interesse e, ao mesmo tempo, alvos de reprovação.
	Ocorria nessa época um fenômeno totalmente inédito na colônia. Antes, as pessoas moravam nas fazendas e nas poucas "cidades" do litoral, principalmente em razão da produção de açúcar e de tabaco. Agora, as populações concentravam-se em vilas próximas umas das outras.
	Deslocamento do centro econômico colonial
	A atividade mineradora não requeria grandes investimentos e capital, ao contrário da açucareira.
	O aumento de população na região das Minas foi enorme.
Mosteiro de Mafra – Construído com ouro brasileiro (140 toneladas)
População da colônia
Guerra dos Emboabas
	Os paulistas haviam descoberto as minas de ouro e, por isso, pretendiam ter certos privilégios na região. Eles denominavam emboabas, de forma pejorativa, os portugueses e as pessoas de outras regiões da colônia. Não eram benquistos pelos demais moradores dessas áreas.
	Entre 1709 e 1710, a disputa pelo controle da área mineradora levou a um conflito armado entre paulistas e emboabas. 
	As autoridades portuguesas viam com apreensão as disputas em Minas Gerais e temiam perder o controle e o ouro da região. Para firmar a autoridade da metrópole e manter a segurança na área mineradora, foram fundadas vilas administradas por funcionários ligados à Coroa. 
	As primeiras foram Vila Rica (futura Ouro Preto), Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo (futura Mariana) e Nossa Senhora da Conceição do Sabará.
Portugal e o ouro brasileiro
Datas e faiscações
	Como o contrabando era fácil, a Coroa impôs normas rígidas para a exploração aurífera e taxou pesadamente o metal. 
	Os metais preciosos eram propriedade da Coroa. 
	A mina era dividida em lotes conhecidos como datas. 
	Recebiam as maiores datas aqueles que possuíssem mais escravos.
	Por volta de 1770, na decadência da atividade mineradora, as faiscações tornaram-se comuns. O número de pessoas que nelas trabalhavam era reduzido, muitas vezes um único escravo ou um garimpeiro.
Cobrança de impostos
	O principal imposto sobre a extração de ouro era o quinto, ou seja, 20% do metal encontrado pelos mineradores pertenciam à Coroa portuguesa. Entre 1735 e 1750, instituiu-se, também, o sistema de capitação, que previa a cobrança de 17 g de ouro por escravo.
	Em 1750, o governo português manteve apenas o imposto do quinto e fixou uma cota de 100 arrobas (cerca de 1.500 kg) anuais para toda a área mineradora. 
	Derrama: cobrança dos impostos atrasados. 
	No final do século XVIII, com o rápido esgotamento das minas, o montante de ouro entregue à Coroa ficou cada ano mais distante da meta exigida. 
Esquema da cobrança de impostos
Casas de fundição
	O governo luso procurou reprimir o tráfico implantando as casas de fundição, onde as autoridades recolhiam o quinto que cabia à Coroa, transformavam o ouro em barras e nelas gravavam o selo real.
Casa de fundição
Revolta contra os impostos
	Em junho de 1720, cerca de dois mil mineiros, comandados pelo tropeiro português Filipe dos Santos, conquistaram Vila Rica. Exigiram do governador da capitania que não concretizasse a criação das casas de fundição. O governo, apanhado de surpresa, concordou com as exigências dos rebeldes. Logo, no entanto, voltou atrás e iniciou uma dura repressão ao movimento, com o apoio de tropas portuguesas. Os líderes do levante foram presos. Filipe dos Santos recebeu sentença de morte. Seu corpo esquartejado foi exposto em praça pública.
Julgamento de Filipe dos Santos – Antônio Parreiras
A exploração dos diamantes
	No final da década de 1720, a Coroa ordenou que fossem cobrados na região diamantina os mesmos tributos da extração do ouro.
	Por volta de 1734, para combater o contrabando, o governo português demarcou a área dos diamantes, isolando-a do restante da colônia. Formou-se, assim, o Distrito Diamantino. 
	O contrato com os exploradores durou cerca de 35 anos. Depois disso, a extração dos diamantes passou a ser feita diretamente pela Real Fazenda, um órgão governamental.
Mapa das áreas de mineração