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1º BIMESTRE SUCESSÕES - Prof Rainer

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Direito das Sucessões - Prof.º Rainer Czajkowski
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1. Código Civil 
- V Livro da Parte Especial - Art. 1.784 a 2.027. 
Títulos:
I. Da Sucessão em Geral - Art. 1.784 a 1.828
II. Da Sucessão Legítima - Art. 1.829 a 1.856
III. Da Sucessão Testamentária - Art. 1.857 a 1.990
IV. Do Inventário e da Partilha - Art. 1.991 a 2.027
HISTÓRIA
SOCIEDADES PRIMITIVAS - desconhecimento; ilegitimidade;
O conceito de propriedade privada que conhecemos hoje surgiu da CIVILIZAÇÃO ROMANA. Para chegar ao direito da sucessões que comecemos hoje, foi ‘um pulo’. Ou seja, o fenômeno sucessório surgiu da ideia de propriedade privada, pois passava-se de pai para filho - homem, primogênito.
Durante a IDADE MÉDIA, foi deturpado o direito das sucessões. Seriam passados para os filhos, desde que fossem pagas as taxas aos senhores feudais.
Na IDADE MODERNA, o direito das sucessões pode ser dividido entre dois vetores. No direito das sucessões atual, existem DOIS PRINCÍPIOS ANTAGÔNICOS
1. SUCESSÃO COMO DESDOBRAMENTO DA PROPRIEDADE PRIVADA - Se o proprietário pode fazer o que quisesse durante os bens, poderia também deliberar eles depois da sua morte, ou seja, dizer o que irá acontecer com seu bem depois que falecer. Ou seja, há uma GRANDE AUTONOMIA TESTAMENTÁRIA.
2. SUCESSÃO COMO MECANISMO PROTETIVO DA FAMÍLIA - os bens de alguma pessoa após seu falecimento deve primordialmente amparar seus familiares. Ou seja, a SUCESSÃO É PRÉ-DETERMINADA POR LEI, sem haver uma grande autonomia testamentária - POUCA OU NENHUMA AUTONOMIA TESTAMENTÁRIA.
Cada nação encontra a solução mais equilibrada entre os dois princípios. No caso do Brasil, ficamos no meio termo, isto é, em parte é amparada pela lei, e em parte é preservada a autonomia deliberada. 
Geralmente em países de common law - EUA, Inglaterra, etc - adotam no geral mais o primeiro princípio, de autonomia testamentária, mesmo que prejudique os familiares.
DIREITO DAS SUCESSÕES
CONCEITO - disciplina que estuda o modo de adquirir, a título universal ou singular, bens e direitos de uma pessoa que morre, pelos que lhe sucedem. Ou seja, ocupam a sua situação jurídica.
MARCO INICIAL - onde começa a incidir o direito das sucessões, é a MORTE de alguém, chamado pela doutrina por AUTOR DA HERANÇA, ou pela doutrina ou pela própria lei de DE CUJUS, que é a pessoa cuja sucessão se cuida.
· A MORTE DE ALGUÉM É A ABERTURA DAS SUCESSÕES.
PROVAS DA MORTE - Na maioria dos casos, faz-se certidão de óbito (assento) atestado geralmente pelo médico.
· E quando uma pessoa desaparece?
1) Em caso de risco evidente de morte - Faz-se uma Justificação da Morte. 
Declaração de morte presumida, é declarada pelo juiz.
LRP - ART. 88
CPC - ART. 719
CC - ART. 7
2) Em casos de ausência - há dúvida se está morto ou não - Faz-se uma sucessão provisória. Em regra estende-se por 10 anos. 
	CCB - ART. 22 a 39
	CC - ART. 28
	10 anos após, é presumido morto, havendo uma sucessão provisória definitiva.
	CC - ART 6
	
· OBS. Art. 426 CC. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Todo testamento só começa a produzir efeitos após a morte do testador. 
Essa proibição não impede a partilha de bens ainda em vida.
213 e ss. CC - é possível que antecipadamente faça uma partilha/doação ainda em vida dos seus bens para seus filhos, desde que reserve para si o usufruto destes bens, que extingue-se em sua morte.
LIVRO V
Do Direito das Sucessões
 TÍTULO I
Da Sucessão em Geral
 CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Princípio da SAISINE - droit de saisine
Surgiu em plena idade média. Paris séc XIII. 
Esse princípio surgiu para evitar que fossem cobrados taxas abusivas para que a herança fosse passada dos pais para os filhos - que ocorria nos feudos.
· A transmissão dos bens é automática. Ocorre por força da lei (ope legis), no momento da morte. 
· Portanto, não é a partilha (seja judicial ou administrativa) que atribui propriedade aos herdeiros. A partilha é a divisão do bolo, mas não atribui a propriedade aos herdeiros, pois os herdeiros já eram proprietários desde logo a morte.
· Dono legítimo do bem o herdeiro já é, independente de já ter feito a partilha.
ARTs. 1.786, 1.788 e 1.789
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Esse artigo diz que há dois regimes sucessórios. Por lei (legítima) ou por última vontade (testamentária).
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
· SUCESSÃO ‘AB INTESTATO’ - sem testamento. Ocorre sucessão legítima.
· SUCESSÃO COM HERDEIROS NECESSÁRIOS (Herdeiros necessários - Art. 1845 CC - São os descendentes, ascendentes e cônjuge) - Só é possível, por testamento, despir metade dos bens. A outra metade é a legítima dos herdeiros necessários.
· SUCESSÃO COM TESTAMENTO PARCIAL INVÁLIDO OU CADUCO - 
	Caducidade é a impossibilidade de cumprir um testamento, não era originalmente inválido, mas que por razão de uma causa, não pode ser cumprido.
Em tudo no que o testamento não puder ser cumprido ou não abranger, volta-se para as regras da sucessão legítima. 
Relembrando… Bens Singulares e Bens Coletivos - Art. 89 a 91 CC.
SUCESSÃO PODE SER…
· A TÍTULO UNIVERSAL - ocorre quando há HERANÇA, pouco importa se é legítima ou testamentária.
· A TÍTULO SINGULAR - ocorre quando há LEGADO. Só na sucessão testamentária.
Exemplos - 
CASO 1 - Sucessão Ab Intestato - sem testamento. 
O autor da herança tinha filho único. Não é necessário fazer partilha, a sucessão é UNIVERSAL, toda a ele.
CASO 2 - Sucessão Ab Intestato - sem testamento. 
O autor da herança tinha vários filhos. As frações dos bens da herança, são frações ideais do bem todo, por isso também é UNIVERSAL, pois é partilhada toda aos filhos.
CASO 3 - Sucessão testamentária - sem herdeiros necessários.
No testamento diz ‘deixo um terço dos meus bens para X; Um terço dos bens para Y; Um terço dos bens para Z’. Continua sendo UNIVERSAL, pessoas X, Y e Z também são herdeiras de frações ideais.
CASO 4 - Sucessão Legado - sem herdeiros necessários.
No testamento diz ‘deixo a casa X para a pessoa Y’. Não é fração ideal. É um bem. Portanto a pessoa Y é legatária do bem.
Neste caso, caso quando eu morra a casa X não esteja mais no meu patrimônio, irá caducar.
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AULA 02/03/2018
Relembrando...
Aula passado falamos sobre o CONCEITO HISTÓRICO - artigos 1786, 1788 e 1789
OBJETO DA SUCESSÃO - o que integra e o que não integra nas sucessões:
· Bens e Direitos patrimoniais - são transferidos após a morte
· Não se incluem os direitos da personalidade, pois tais direitos extinguem-se com a morte do titular. Não é possível herdar intimidade, religiosa, etc. 
· Não se incluem na sucessão certos direitos de família - personalíssimos. Ex. assistência moral, dever dos pais de darem educação aos filhos;
· Já obrigação alimentar já fixada e devida, transmite-se por herança aos herdeiros - art. 1700 CC.
· Em regra há sucessões somente patrimoniais, mas em casos de testamentos há exceções. ART. 1857 §2º - disposições testamentárias - testamentos podem ter bens de natureza não patrimonial.
Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.
Exemplos de exceções
Ex.1 Artigo 1.818 CC - Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
Reabilitaçãodo indigno - tem natureza moral, não patrimonial. Pode ser colocado no testamento a reabilitação, ou seja, o perdão.
Ex.2 Art. 1.609 III CC - O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
Em parte o reconhecimento de filho é extra-patrimonial.
Ex.3 Art. 1.729 § único - O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico.
Em casos que o pai sabe que vai morrer, indica em testamento quem gostaria que fossem os tutores de seus filhos. Claro que será analisado pelo juiz posteriormente, mas não tem natureza patrimonial.
DÍVIDAS DO FALECIDO - Art. 1792 CC
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
INVENTÁRIO JUDICIAL - é feito uma avaliação de bens que compõe o espólio, e na sequência é feito o pagamento de dívidas; os credores do falecido se habilitam, o juiz julga, e se de fato a dívida existe e os herdeiros concordem, é feito o pagamento; apenas o restante é dividido entre os herdeiros. Em regra as dívidas dos falecidos são feitas antes de ser passado aos herdeiros.
É feito inventário judicial quando há herdeiros menores ou incapazes, quando há testamento ou quando não há acordo entre herdeiros
Arts. 610 a 658 CPC - sobre o inventário e a partilha. 
- O que acontece se a pessoa deixar mais dívidas do que bens? O patrimônio é usado para pagar as dívidas, e os herdeiros nada herdam. OBS. herdeiros não herdam dívidas - na pior das hipóteses não herdam nada. Se restar bens, repassam aos herdeiros. PRINCÍPIO DA IRRESPONSABILIDADE ‘ULTRA VIRES HEREDITATIS’ ou ‘INTRA VIRES HEREDITATIS’.
- E se o dinheiro deixado não é suficiente para pagar as dívidas? Azar dos credores.
PARTILHA ADMINISTRATIVA LEI 11.441/2007 - não é judicial. Os próprios herdeiros avaliam o valor dos bens, através de um acordo.É absolutamente arbitrária e unilateral. Trata-se de um acordo entre os herdeiros. (Feitas em cartório, por simples escritura pública)
- Se depois de efetuada a partilha os bens aparecer mais uma dívida, paga-se a dívida nos limites daquilo que o herdeiro recebeu. Quando é feito JUDICIALMENTE, sabe-se exatamente quanto cada herdeiro recebeu, pois antes de fazer a partilha foi feito um levantamento para dividir. O problema é quando a partilha é feito ADMINISTRATIVAMENTE, pois nesse caso os próprios herdeiros que dividiram e deram valor - neste caso cabe a cada herdeiro o ônus de provar o quanto recebeu, para fazer a divisão das dívidas.
LUGAR E TEMPO DA SUCESSÃO (lei aplicável)
LUGAR do último domicílio - Art. 1.785 CC - A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Efeito processual - definição do foro competente para o inventário judicial. NÃO VALE PARA AS PARTILHAS ADMINISTRATIVAS, feitas em cartório, por simples escritura pública, o tabelionato é de livre escolha dos herdeiros.
- E se teve mais de um domicílio? Art. 59 CPC - O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
- Art. 5, XXXI CF/88 - Bens de estrangeiros situados no Brasil. Aplicação da lei brasileira em benefício de cônjuge e filhos brasileiros que o autor da herança eventualmente tenha deixado. Parecido com a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro - Art. 10 §2.
Art. 5 XXXI CF - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
Art. 10 LINDB A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.(Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
TEMPO - Art. 1.787CC - Lei vigente ao tempo da abertura da sucessão.
Art. 1.787 CC. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
Ex. se quando a pessoa fez o testamento era uma lei, fez de acordo com aquela lei, mas quando morreu a lei havia mudado… parte do seu testamento fica inoficioso, pois vale a lei vigente no tempo da sucessão, não de quando fez o testamento.
PRAZO PARA INVENTÁRIO E PARTILHA
OBS. Inventário faz referência ao processo de inventário. O objetivo do inventário é a Partilha - divisão dos bens por meio de sentença judicial. Mas se for por meio administrativo por escritura pública de partilha de bens maiores e capazes. 
Art. 1796 CC - o prazo era de 30 dias - No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança.
NOVO CPC mudou essa regra - Art. 611 CC. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
A LEI MAIS NOVA REVOGA A ANTIGA - PORTANTO O PRAZO É DE 2 MESES
- Esse prazo meramente administrativo. Pois um belo dia o inventário ou a partilha tem que ser feito para regularizar, não interessa quanto tempo passou da morte do autor da herança.
Qual a unica consequencia se fizer um inventário muito tardio? Pode haver eventual cobrança de multa sobre o imposto de transmissão mortis causa e doação (ITCMD) - Tributo ESTADUAL (No Paraná a lei estadual é 8.927/88 - prevê multa de até 10%, mas maior parte dos casos nem cobra essa multa). 
Isso não inclui o imposto de transmissão de 4% do valor declarado para a Receita - cuidado para não descontar muito o valor, se não a Receita pega e cobra a diferença por multa ou juros.
Art. 1.797 CC - ADMINISTRADOR PROVISÓRIO DA HERANÇA
Às vezes leva anos para fazer o inventário. Como existe esse intervalo de tempo entre a morte e a partilha, a lei sentiu necessidade de definir qual a pessoa que deve ser responsabilizada para cuidar do bem. O primeiro efeito desse administrador provisório é de legitima os atos de conservação; Outra consequência é a eventual responsabilidade civil por negligência de desvio de patrimônio.
I. Cônjuge / companheiro.
II. Herdeiro na posse dos bens. Obs - se tiver mais de um, fica com o mais velho.
III. Testamenteiro. Inventariante.
IV. Ou outra pessoa de confiança do juiz - prévia nomeação judicial. Eventualmente poderia pedir por limitar antes de ajuizar ação, ou seja, tutela antecipada, pode-se pedir que o juiz nomeie um administrador provisório, por motivo relevante ou de urgência. 
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, sucessivamente:
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão;
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas condições, ao mais velho;
III - ao testamenteiro;
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS - Arts. 1793 a 1795 CC
Não é partilha!!!
Tem algumas peculiaridades para se levar em conta.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.
§ 2o É ineficaz a cessão, peloco-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
CONCEITO PRELIMINAR - 
Art. 1791 CC - INDIVISIBILIDADE DA HERANÇA - A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Os co-herdeiros são previamente tratados como condôminos. Tratados como uno.
PRINCÍPIO DA SAISINE - Art. 1784 CC - Transmissão dos bens da herança é automática. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Já é dono a partir da morte, mas não sabe qual sua parte dos bens antes da partilha.
Possibilidade excepcional de o herdeiro dispor, informalmente a título oneroso, do seu quinhão hereditário, ou de parte dele, antes da partilha. Ou seja, poderá CEDER sua parte para outros herdeiros, ou para terceiros. NÃO É UMA COMPRA-VENDA, pois não sabe ainda qual é o bem. Portanto CEDE O BEM, mesmo que seja a título oneroso.
Art. 80, II CC - Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
O herdeiro fará essa cessão POR ESCRITURA PÚBLICA.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
· 
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.
§ 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
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AULA 09.03.2018
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
ART. 1.791 CC - INDIVISIBILIDADE DA HERANÇA
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
Antes da partilha, os herdeiros já são donos, mas não sabem exatamente do que. Por isso cada um dos herdeiros separadamente não pode ir dispondo dos bens do falecido.
CONCEITO DE CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS - 1.793 CC
É a possibilidade excepcional de que um herdeiro ceda seus direitos sobre a herança, antes da partilha.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
ART. 80 II - Cessão de direitos hereditários é sempre por escritura pública. 
Cessão de direitos é diferente de uma compra e venda. 
2 POSSIBILIDADES ADMITIDAS PELA LEI: 
1. O herdeiro cede seu quinhão sem saber exatamente os bens que seriam atribuíveis a ele.
ART. 1.794 e 1.795 - Se referem ao direito de preferência que aos demais coerdeiros tem de comprar o quinhão de um deles. 
2. Todos os herdeiros cedem seus direitos hereditários sobre bem certo do acervo.
Isso é bem comum. Todos os herdeiros têm que concordar. Ex. ceder um terreno a uma construtora, se todos concordarem, aí dividem o valor e a construtora torna-se cedente do terreno contido no espólio. 
Análise do ART. 1.793, parágrafo 2 e 3:
Art. 1.793 § 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
Ou seja, ineficaz é a cessão feita por 1 herdeiro do seu direito sobre bem singularmente considerado. Isso porque não sabe ainda exatamente qual sua parte da herança, já que a herança ainda está em processo de partilha. 
Se porventura algum herdeiro conseguir fazer isso, e durante a partilha aquele bem for dele mesmo, essa cessão se tornou regular.
Art. 1.793 § 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
Ou seja, é ineficaz o ato de disposição por 1 herdeiro de bem inteiro da herança. A própria lei faz uma ressalva: ‘salvo sob autorização de juiz’. 
Diz-se INEFICAZ pois se algum herdeiro conseguir ceder tal bem, sozinho, sem concordância dos demais, e na partilha tal bem seja de seu quinhão, este ato irregular se torna legal. Isso significa que a partilha posterior pode fazer um ato irregular de 1 herdeiro tornar-se regular.
Análise do ART. 1.793, parágrafo 1:
§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.
Exemplificando - há 3 herdeiros. Herdeiro A cedeu seus direitos hereditários (⅓). Posteriormente o herdeiro B renunciou sua parte (⅓), sendo dividida entre A e C (+⅙ para cada). Este ⅙ que o herdeiro A recebeu a mais posteriormente, não entra na cessão que havia feito, pois a cessão foi anterior. 
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
ARTs. 1.798 a 1.803 CC
Vocação hereditária é legitimidade para suceder (que é diferente que ordem de vocação hereditária, tratada no ART. 1.829 CC)
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
· Herdeiro no Brasil é só ser humano, não animais. 
· Herdeiro tem que estar vivo (comoriente não herda - Art. 8 CC)
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
O art. 1798 CC está se referindo ao nascituro (ser humano em fase de gestação) - se isso ocorrer, deve ocorrer reserva de quinhão em inventário - ART. 650 CC.
Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados.
Como fica a situação dos embriões humanos? 
· ADI 3.710/2008 STF - O Supremo definiu que embrião humano ainda não é ser humano e portanto não tem personalidade. 
· Resolução Conselho Federal Medicina CFM - 2.168/2017 
· Enunciado 267 (III - Jornadas de direito civil). *cuidado com esse enunciado, é anterior a decisão do STF que diz que embrião não é ser humano. 
· Mas, se tiver uma reprodução assistida POST-MORTEM, considera-se como herdeiro. Ex. o pai vai se submeter a uma cirurgia grave, mas quer ter filhos, então congela os embriões, e autoriza a mulher a usar este material genético. O pai acaba falecendo, então a mulher cede seus óvulos, faz uma inseminação artificial. Este embrião será herdeiro quando nascer com vida.
· Herdeiro pré morto não herda, salvo o direito de representação. ART. 1.851 e ss.
	“Herdar por estirpe”.
Obs. Se falecerem ao mesmo tempo, como previsto no art. 8 CC, a lógica é a mesma.
 CAPÍTULO III
Do Direito de Representação
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representaçãoem favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.
Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.
Análise ART. 1799 CC e incisos:
ART. 1799 CC Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.
Ampliação da legitimidade para suceder, na sucessão testamentária.
Inciso I - Os filhos não concebidos de pessoas indiciadas pelo testador, desde que vivas estas, ao abrir-se a sucessão. PROLE EVENTUAL. 
	Ex. ‘‘Deixo a quarta parte dos meus bens para o filho que Fulano(a) venha a ter’’.
ART. 1.800, parágrafo 4, estabelece que um prazo de 2 anos para que Fulano(a) fique pelo menos grávida do filho, se não caduca-se. Enquanto o filho não nascer, em regra é a própria Fulano(a) é a curadora destes bens.
Obs. pode ter o filho ou adotar o filho, neste caso. Não vale adoção somente se tiver descrito ‘‘Deixo a quarta parte dos meus bens para o filho consanguíneo/biológico que Fulano(a) venha a ter’’. 
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.
§ 1o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775.
§ 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.
§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.
Inciso II - Prevê a possibilidade de, por testamento, deixar os bens ou parte dele, a pessoas jurídicas regularmente constituídas ou não (CCB, Art. 986 e ss.)
Inciso III - Prevê a possibilidade de, por testamento, deixar os bens ou parte dele, a uma entidade jurídica mandamental. Ou seja, uma fundação mandada criar pelo testador. Art. 62 CC e ss.
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AULA 16.03.2018
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA: Legitimidade para suceder. Art. 1.798, 
Art. 1.799 I - prole eventual (1800); II - jurídicas. III - criação de fundação.
 
Continuação… Arts. 1.801, 1.802, 1.803 CC. 
Art. 1.801 CC: Trata da falta de legitimidade na sucessão testamentária;
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.
· Os incisos I, II e IV: o código faz referência a pessoas que participam da elaboração do testamento. Todos que participam da elaboração do testamento não tem legitimidade para ser beneficiados pelo testamento; estão proibidos de serem beneficiados pelo testamento.
· O inciso III: “Concubina do testador casado, salvo prova de separação de fato deste testador casado, por mais de 5 anos, sem culpa dele”
· Cúmplice de adultério é diferente de companheiro (de união estável); 
· A proibição deste artigo diz respeito apenas ao cúmplice de adultério casado. Não interessa a culpa, mas sim a separação.
Enunciado 269, inciso III da jornada de direito civil.
Em outras palavras, o/a amante não tem legitimidade para ser nomeado em testamento.
ART. 1.802 CC: Ex. um cidadão casado, cultivando concomitantemente uma relação extraconjugal, antevendo sua morte e sabendo que no seu testamento não pode deixar nada para a amante (por conta do art. 1.801 inciso III), tem a ideia de fazer um compromisso de compra e venda (falso), coloca uma data anterior, no qual está prometendo a venda de um imóvel; coloca a amante como co-comissária compradora, como se ela havia lhe pagado: essa simulação trataria de um contrato oneroso para tentar burlar o testamento; Outro ex.: finge que há dívida à amante.
 
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.
ART. 1.803 CC: A proibição do art. 1.801 CC não se enquadra ao filho que o testador teve com a cúmplice de adultério. O filho adulterino do testador, pode ser beneficiado no testamento.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
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ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DE HERANÇA
ARTs. 1.804 a 1.813 CC - o código civil trata da aceitação e renúncia concomitantemente.
ACEITAÇÃO: 
Conceitualmente, a aceitação é uma simples confirmação do recebimento da herança. O herdeiro já é dono da herança, então é uma mera confirmação de que ele quer receber a herança. (PRINCÍPIO DA SAISINE: se entende que a transmissão do autor da herança aos seus herdeiros é automática, ocorre no instante que ele morre).
Por isso, toda a doutrina critica o ART. 1.804, caput - existe uma preocupação excessiva do direito brasileiro em relação a aceitação (aceitação não é importante, mas sim a renúncia; aceitação pode ser inclusive presumida). Há essa preocupação por conta do direito romano (mas para os romanos a lógica era diferente, não era baseada no princípio da saisine, então para eles, naquela época a aceitação era importante, mas para nós não).
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.
NATUREZA JURÍDICA DO ATO DE ACEITAÇÃO: 
· UNILATERAL, pois só há uma manifestação de vontade (do herdeiro) 
· INFORMAL, pois não há previsão legal de como deve ser, pode ocorrer de várias formas;
· NÃO RECEPTÍCIO; 
CARACTERÍSTICAS DA ACEITAÇÃO DE HERANÇA:
· NÃO ADMITE TERMO OU CONDIÇÃO; ex. ‘aceito a herança, desde que...’, ou ‘aceito apenas por x tempo, depois devolvo’.... isso não pode.
· IRREVOGÁVEL: não admite arrependimento; uma vez aceito, não é possível mudar de ideia. ART. 1.812 CC. 
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.
· INDIVISÍVEL: ART. 1.808, caput CC. 
	Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
A aceitação da herança é indivisível, salvo se se tratarem de massas hereditárias distintas. ART. 1.808, §1 e §2 CC.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.
Ex. Autor testador tem 3 filhos. 50% do acervo hereditário é dividida igualmente entre os herdeiros legítimos (3 filhos). Os outros 50%, o autor testador pode falar o seguinte “deixo ao meu filho A, além da cota parte legítima, o imóvel da rua X. (§1)
Neste caso o filho A: é herdeiro de legítimo necessário; e ao mesmo tempo é legatário. São duas massas diferentes. Pode renunciar de um, e aceitar a outra, sem problema. 
Ex.2: no mesmo caso acima, o autor testador pode falar o seguinte “deixo a meu filho A, além da legítima parte,a metade do meu patrimônio disponível”. (§2)
Neste caso, o filho A: é herdeiro legítimo necessário; e ao mesmo tempo é herdeiro testamentário. Novamente a lei permite que aceite um e renuncie outro.
TIPOS DE ACEITAÇÃO: ART. 1.805 CC
· EXPRESSA: exige forma escrita, não necessariamente escritura pública (pode ser em petição por exemplo). Apenas exige-se que seja escrita.
· TÁCITA (caput): São atos próprios da qualidade de herdeiro. ou seja, o seu comportamento indica que está aceitando a herança. 
· Ex.: atos judiciais de defesa dos bens; 
· Ou cessão de direitos hereditários;
· E para alguns julgados, entende-se a iniciativa de abrir o inventário.
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Não implica em aceitação tácita: (atos que não são suficientes para implicar em aceitação tácita):
· Atos oficiosos 
· Ou atos de mera conservação
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros.
· PRESUMIDA: ART. 1.807 CC - A simples OMISSÃO do herdeiro é entendida como ACEITAÇÃO.
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.
· E se não ocorrer nenhum dos tipos de aceitação?
	A herança é entendida como ACEITA, pois caducou o prazo de renúncia.
	Por isso que não é importante a aceitação! A renúncia é que deve ser expressa!
CLASSIFICAÇÃO DA ACEITAÇÃO:
· QUANTO À PESSOA QUE A MANIFESTA:
I. ACEITAÇÃO DIRETA: Expressa ou tácita, apresentada pelo próprio herdeira.
II. ACEITAÇÃO INDIRETA: Quando é manifestada por outras pessoas. Há 4 situações:
	
1. SUCESSORES DO HERDEIRO: ART. 1.809 CC - Se o sucessor falecer antes de aceitar ou não a herança. tal poder de aceitação passa a seus filhos (seus herdeiros); Então eles quem dirão se aceitarão ou não a herança de seu avô. 
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira.
	
* Salvo se se tratar de vocação hereditária adstrita a uma condição suspensiva não verificada. OBS. só se aplica na sucessão testamentária. (Não posso impor uma condição suspensiva à legítima, apenas à sucessão testamentária)
2. MANDATÁRIO: Aceitação de herança admite a figura do mandato; admite procuração (desde que por instrumentos públicos, com poderes específicos,). ART. 653 CC.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
3. PAIS ACEITANDO A HERANÇA POR SEUS FILHOS MENORES: Sem necessidade de autorização do juiz. (Não precisa de autorização do juiz pois é aceitação; caso fosse renúncia, precisaria da aceitação do juiz. Art. 1.691 CC)
	
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
4. TUTOR E CURADOR: ART. Necessidade de autorização do juiz. ART. 1.748, II CC
Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz:
II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;
5. CURADORES DO HERDEIRO: ART. 1.813 CC - Herdeiro renuncia à herança não porque não quer, mas por estar em dívidas e pensar que se aceitar a herança os herdeiros irão pegar. Figura semelhante a fraude contra credores, mas aqui não exige-se que o herdeiro seja insolvente. Os credores pedem autorização ao juiz: com a aceitação, a herança entra efetivamente ao patrimônio do herdeiro, e podem ser penhorada pelos credores em uma situação de dívidas.
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
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AULA 23.03.2018
RENÚNCIA DA HERANÇA. Arts. 1.804 a 1.813 CC
É um negócio jurídico unilateral, não receptício, formar e de efeitos retroativos. É igual a aceitação, exceto que a aceitação é informal (expressa, tácita ou presumida); 
Art. 1.806 CC - A renúncia tem que ser formal: A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial.
Mas há uma exceção: Art. 1.913 CC
Art. 1.912. É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da abertura da sucessão.
Art. 1.913. Se o testador ordenar que o herdeiro ou legatário entregue coisa de sua propriedade a outrem, não o cumprindo ele, entender-se-á que renunciou à herança ou ao legado.
Ou seja, se não for cumprido, presume-se a renúncia da herança. Então o CC prevê uma renúncia presumida, mas é uma exceção. Na grande maioria das vezes a renúncia tem que ser formalizada.
A renúncia tem efeitos retroativos: Art. 1.804 §único CC
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.
Art. 1.812 e 1.808 CC: a renúncia NÃO admite termo ou condição, é irrevogável e é em regra indivisível (salvo os parágrafos do Art. 1.808 CC)
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.
É um Ato de disposição patrimonial:
· Exige capacidade do exercício do renunciante
· Exige autorização conjugal. Art. 1.647, inciso II CC. Princípio protetivo à família, precisa de anuência do cônjuge. Se não houver necessária autorização, é sujeita a anulação.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
· Os pais, para renunciarem uma herança pelo filho, precisam de autorização judicial.*
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.
AUDIO.
· Tutor / curador ? Art. 1.749, II CC; Art. 1.781 CC
· Admite representação mas com poderes específicos. 
· Em que período de tempo é possível renunciar ao ato?
Apenas após a cessão de abertura, até que a partilha seja realizada.
Renúncia está sujeita a decadênciae não a aceitação.
TIPOS DE RENÚNCIA:
· RENÚNCIA ABDICATIVA: É a renúncia propriamente dita. Existe tecnicamente um ato de renúncia. Atenção: ele não pode nomear beneficiário. 
Dirá: “Renuncio à minha parte na herança de fulano”. O que irá acontecer com essa parte que renunciou, volta para o monte.
Art. 1.805 §2º CC
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
(...)
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros.
CUIDADO: Renúncia abdicativa não tem nada a ver com Cessão, pois para ceder algo, tenho que ter aceitado ela anteriormente. Por isso o §2º está inadequado.
· RENÚNCIA TRANSLATIVA: Impropriedade da Expressão. Foi se consolidando no ordenamento jurídico brasileiro a partir de uma prática forense, como um “jeitinho brasileiro”.
Ex. “Renuncio a minha parte na herança de Filano, em favor do coerdeiro X (irmão ou algo do tipo)
· Aceitação (transmissão mortis-causa) )X Cessão Gratuita (imposto de transmissão inter-vivos). Diferença tributária, tem que cuidar pro imposto não incidir duas vezes.
EFEITOS DA RENÚNCIA: Arts. 1.810 e 1.811 CC
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.
· O artigo acima trata da única situação de direito de acrescer na sucessão legítima. (A figura do direito de acrescer é típica do direito testamentário, mas ocorre na legítima quando há renúncia).
· Deveria estar escrito GRAU e não CLASSE. Legislador se confundiu. Está errado o texto do caput. Classe por exemplo é ascendente. Esta classe tem um grau (pais, avós, bisavós, etc.
· Ou seja, com a renúncia, acresce para a classe que tenha o mesmo GRAU de renunciante. Se não há mais ninguém da mesma classe, devolve-se ao grau subsequente. 
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
· ****DECORAR***** Ninguém pode suceder representando herdeiro renunciante. Em outras palavras, não há representação na renúncia. Se não há mais ninguém da mesma classe, ou se todos da mesma classe renunciarem, devolve-se ao grau subsequente (filhos) ao direito próprio (por cabeça).
OBS: herdar por estirpe/representação é o oposto de herdar por cabeça!
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO: Art. 1.851 CC e ss.“HERDAR POR ESTIRPE”
 CAPÍTULO III
Do Direito de Representação
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.
Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.
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EXCLUSÃO (DE QUALQUER SUCESSOR) POR INDIGNIDADE: Arts. 1.814 a 1.818 CC
Fundamento moral: certas condutas são incompatíveis com a ideia de receber a herança.
Os demais interessados da herança poderão pedir por ação própria, “Ação de Exclusão por Indignidade”, para excluir tal sucessor.
CAPÍTULO V
Dos Excluídos da Sucessão
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
CASOS INDIGNOS DE EXCLUSÃO:
1. HOMICÍDIO DOLOSO, TENTADO OU CONSUMADO CONTRA O AUTOR DA HERANÇA, SEU CÔNJUGE, COMPANHEIRO, ASCENDENTE OU DESCENDENTE.
	OBS: Não precisa haver prévia condenação criminal. ***
(Mas e a presunção de inocência? Está sendo discutida no STF: Art. 5º LVII, CF ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória). E se prescrever? O crime ficaria “impune”. 
E se o autor for menor? Seria inimputável.
Por isso, quando trata-se do direito às sucessões, tem que pensar paralelamente ao direito penal e a constituição. 
	***Se existir absolvição expressa no crime, fica afastada a exclusão por indignidade.
2. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA OU CRIMES CONTRA A HONRA.
Perante juízo criminal. CONTRA AUTOR DA HERANÇA, SEU CÔNJUGE, COMPANHEIRO. Também ficará afastada a exclusão por indignidade se houver absolvição.
3. AQUELE QUE POR VIOLÊNCIA OU MEIO FRAUDULENTO INIBIR OU OBSTAR O AUTOR DA HERANÇA DE LIVREMENTE, DISPOR DE SEUS BENS. 
Interpretação flexível. É de ampla interpretação. Qualquer meio que tente fraudar que os herdeiros tenham seu direito.
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AULA 06.04.2018
Relembrando…..
Certos atos acometidos tem justificativa moral para que o sucessor seja excluído da herança por indignidade. É possível ser excluído qualquer herdeiro (seja legítimo, testamentário ou legatário). As hipóteses de exclusão estão no Art. 1.814 CC (homicídio doloso, denunciação caluniosa ou crimes contra honra - caluniar, difamar ou injuriar -, ou qualquer fraude ou violência que iniba ou impossibilite o autor da herança de dispor de seus bens.
A indignidade precisa ser declarada por ação própria:
ART. 1.815 - AÇÃO PRÓPRIA tem prazo decadencial de 4 anos, a contar da morte (abertura da sucessão). Normalmente quem pleiteia esta ação são os demais herdeiros (geralmente outros familiares), mas também é possível que o Ministério Público seja titular dessa ação em caso de homicídio doloso (MAS CUIDADO, POIS ESSA QUESTÃO É DISCUTÍVEL, não é totalmente pacífica - isso não é cobrado na prova, mas é importante saber que tem esse tipo de discussão).
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença.
§ 1º O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
§ 2º Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão do herdeiro ou legatário.
EFEITOS DA EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE - Art. 1.816 e 1.817 CC
· São pessoais os efeitos da exclusão. Ou seja, o indigno é tratado como pré-morto, e portanto, os sucessores do indigno herdam por direito de representação.***
§ único: Se os filhos forem menor de idade, na prática o pai continuaria com a herança; então, para driblar isso, neste caso a herança dos filhos menores do indigno formam uma massa de herança chamada Bens Ereptícios, ou seja, o pai (herdeiro indigno) não tem direito nem de usufruto, nem administração dos bens e nem pode receber tais bens em uma eventual herança se o filho menor vier a falecer. 
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.
· São válidas as alienações onerosas feitas pelo indigno antes da exclusão.
Ou seja, segundo o artigo anterior a sentença da exclusão tem efeitos ex tunc (retroativos). Porém, o artigo 1.817 CC torna-o contraditório. Isso ocorre como forma de proteção aos terceiros adquirentes de boa-fé (pois estes não tinham como saber, pois não consta no registro de imóveis).Também são considerados válidos os atos de administração (conservação do bem)
Todavia, o § único diz que: o indigno tem que devolver os frutos de rendimentos, pois o indigno é o possuidor de má-fé. (Possuidor de má-fé não tem direitos de usufruto).
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos.
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservação deles.
REABILITAÇÃO DO INDIGNO - Art. 1.818 CC
A reabilitação aqui tem relação com o PERDÃO. Quem dá esse perdão é o autor da herança antes de falecer. Tem duas modalidades:
· EXPRESSA: feita em testamento ou em outro ato autêntico (que entende-se por escritura pública). Diria o seguinte “perdoo o herdeiro X por ter feito determinado ato contra mim e minha esposa”.
· TÁCITA: ocorre quando o autor da herança beneficia em testamento o herdeiro indigno já tendo ciência/conhecimento do ato indigno por ele praticado (§único). 
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária.
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DESERDAÇÃO - Arts. 1.961 a 1.965 CC
É o ato pelo qual o autor da herança, em testamento e com expressa alusão à causa priva herdeiro necessário de sua legítima. Ou seja, os herdeiros legais/necessários não podem ser afastados, salvo em caso de deserdação.
· Art. 1.845 CC: herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge.
OBS: Tais causas são enumeradas taxativamente os casos. Ou seja, o motivo dado para a deserdação, tem que ser previsto em lei (art. 1.961 CC). São as hipóteses:
· Todos os casos do Artigo 1.814 CC (mesmos casos da indignação)
· Além disso, é autorizada a deserdação os Artigos 1.962 e 1.963 CC. No primeiro, trata-se de um ascendente deserdando um descendente; e no segundo o contrário, hipóteses de um descendente deserdar seu descendente.
1. OFENSA FÍSICA. Ex. bater no pai/filho. A justificativa é a moral.
2. INJÚRIA GRAVE. Ofensa grave em relação ao pai/filho (repetição do 1.814 II CC).
3. DESAMPARO (no sentido de abandono) no caso de enfermidade (física ou mental) e deficiência (mental).
4. RELAÇÕES ILÍCITAS DO DESCENDENTE COM MADRASTA OU PADRASTO. Tais relações ilícitas devem ser entendidas como denotação sexual.
5. RELAÇÕES ILÍCITAS DO ASCENDENTE COM O CÔNJUGE OU COMPANHEIRA DO DESCENDENTE. Também tais relações ilícitas tem conotação sexual.
 CAPÍTULO X
Da Deserdação
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.
EXPRESSA ALUSÃO À CAUSA:
· TESTAMENTO: em caso de deserdação sem causa ou deserdação com causa errada/não prevista em lei. A primeira vista parece ser uma hipótese de nulidade. Mas majoritariamente a doutrina entende que NÃO É CASO DE NULIDADE: entende-se, nesses casos, que o autor da herança só afastou aquele herdeiro da metade disponível da herança.
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento.
AÇÃO PRÓPRIA: (ponto em comum entre indignidade e deserdação):
Não basta um pai querer deserdar um dos filhos e colocar qualquer causa; tal causa deve ser comprovada ao juíz pelos demais herdeiro, assegurado o contraditório.
Prazo para ação de deserdação: 4 anos a contar da “abertura do testamento”. 
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.
ARTIGOS 735 a 737 CPC: Apresentação do testamento ao poder judiciário. (Determina-se que qualquer testamento seja apresentado em juízo). Então os 4 anos de prazo para abertura de ação de deserdação, começa a contar a partir da apresentação deste testamento. (OBS: Se alguém souber da existência de um testamento, tem a obrigação de informar ao poder judiciário).
Seção V
Dos Testamentos e dos Codicilos
Art. 735. Recebendo testamento cerrado, o juiz, se não achar vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade, o abrirá e mandará que o escrivão o leia em presença do apresentante.
§ 1º Do termo de abertura constarão o nome do apresentante e como ele obteve o testamento, a data e o lugar do falecimento do testador, com as respectivas provas, e qualquer circunstância digna de nota.
§ 2º Depois de ouvido o Ministério Público, não havendo dúvidas a serem esclarecidas, o juiz mandará registrar, arquivar e cumprir o testamento.
§ 3º Feito o registro, será intimado o testamenteiro para assinar o termo da testamentária.
§ 4º Se não houver testamenteiro nomeado ou se ele estiver ausente ou não aceitar o encargo, o juiz nomeará testamenteiro dativo, observando-se a preferência legal.
§ 5º O testamenteiro deverá cumprir as disposições testamentárias e prestar contas em juízo do que recebeu e despendeu, observando-se o disposto em lei.
Art. 736. Qualquer interessado, exibindo o traslado ou a certidão de testamento público, poderá requerer ao juiz que ordene o seu cumprimento, observando-se, no que couber, o disposto nos parágrafos do art. 735.
Art. 737. A publicação do testamento particular poderá ser requerida, depois da morte do testador, pelo herdeiro, pelo legatário ou pelo testamenteiro, bem como pelo terceiro detentor do testamento, se impossibilitado de entregá-lo a algum dos outros legitimados para requerê-la.
§ 1º Serão intimados os herdeiros que não tiverem requerido a publicação do testamento.
§ 2º Verificando a presença dos requisitos da lei, ouvido o Ministério Público, o juiz confirmará o testamento.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao codicilo e aos testamentos marítimo, aeronáutico, militar e nuncupativo.
§ 4º Observar-se-á, no cumprimento do testamento, o disposto nos parágrafos do art. 735.
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AULA 13.04.2018
HERANÇA JACENTE - Arts. 1.819 a 1823 CC. Arts 738 a 743 CPC
Quando não aparecem herdeiros após o falecimento.
CAPÍTULO VI
Da Herança Jacente
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridoscinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo declarada vacante.
Seção VI
Da Herança Jacente
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância.
§ 1o Incumbe ao curador:
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público;
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes;
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V - prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2o Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161.
Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1o Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
§ 2o Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de compromissado.
§ 3o Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e informação.
§ 4o O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5o Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
§ 6o Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública.
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação.
§ 1o Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2o Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular.
§ 3o Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário.
§ 4o Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação de cobrança.
Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;
III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento;
V - de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento.
§ 1o Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2o Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância da herança.
Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante.
§ 1o Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última.
§ 2o Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.
AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA
Arts. 1.824 a 1.828 CC
 CAPÍTULO VII
Da petição de herança
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.
Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários.
Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo, fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts. 1.214 a 1.222.
Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir pelas regras concernentes à posse de má-fé e à mora.
Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados.
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé.
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu.
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HERANÇA JACENTE 
Artigos 1.819 a 1.823 CC
Artigos 738 a 743 CPC
Trata-se de sucessão sem testamento e sem herdeiros conhecidos. Essa situação tem que chegar ao Poder Judiciário.
PROCEDIMENTO:
1. Nomeação de credor: dará arrecadação de bens e atos de conservação
2. Habilitação de credores;
3. Habilitação de herdeiros: apresenta-se como herdeiro ou testamento. Se o juiz acatar, se tornará processo de inventário.
4. Publicação de editais;
5. Sentença de declaração de vacância (ao final do procedimento). Após essa declaração há uma incorporação dos bens ao patrimônio público:
a. Município
b. Distrito Federal
c. União
Obs: até chegar a esse momento, ainda são bens particulares (usucapiveis); Então ocorre muito de oportunistas tomarem posse ao invés de darem o conhecimento ao poder público.
(Não se aplica o princípio da Saisine, pois o poder público não é herdeiro, então não passa a ele imediatamente a titularidade).
CAPÍTULO VI
Da Herança Jacente
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças daherança.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo declarada vacante.
Seção VI
Da Herança Jacente
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância.
§ 1o Incumbe ao curador:
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público;
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes;
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V - prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2o Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161.
Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1o Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
§ 2o Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de compromissado.
§ 3o Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e informação.
§ 4o O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5o Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
§ 6o Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública.
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação.
§ 1o Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2o Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular.
§ 3o Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário.
§ 4o Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação de cobrança.
Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;
III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento;
V - de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento.
§ 1o Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2o Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância da herança.
Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante.
§ 1o Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última.
§ 2o Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.
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AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA
Artigos 1.824 a 1.828 CC
· HERDEIRO PRETERIDO: (esquecido, deixado de lado, excluído)
	Não se aplica aos legados;
	Real e Universal (≠ reivindicatória);
* Praxis Forense (ou seja, surgiu por causa da prática… a ação em si já existia a muito tempo, mas não era prevista na lei, portanto é uma novidade).
O autor (herdeiro preterido) reclama:
· Herança inteira, ou
· Parte da Herança.
	Há 2 possibilidades:
1. Autor é descendente; Réus são irmãos; 
		Pedirá Herança Inteira (descendente tem preferência)
2. Autor é descendente; Réus também são descendentes;
		Pedirá Parte da Herança (apenas sua fatia do bolo);
		
		OBS: CABE INDENIZAÇÃO!
* A posse dos réus tinha que ser “Pro Herede”: recolheram a herança na qualidade de herdeiros. Isso mudou com o Artigo 1.824 CC (não precisa mais!)
 CAPÍTULO VII
Da petição de herança
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.
Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários.
* Situação de desnecessidade da ação: Artigo 628 §1º e §2º CPC 
· Inventário Judicial Pendente / em andamento; Autor tem prova pré-constituída da sua qualidade de herdeiro.
Art. 628 CPC. Aquele que se julgar preterido poderá demandar sua admissão no inventário, requerendo-a antes da partilha.
§ 1o Ouvidas as partes no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz decidirá.
§ 2o Se para solução da questão for necessária a produção de provas que não a documental, o juiz remeterá o requerente às vias ordinárias, mandando reservar, em poder do inventariante, o quinhão do herdeiro excluído até que se decida o litígio.
	
Ação pode ser em 2 fases:
1. Percebe-se o reconhecimento da qualidade de herdeiros;
2. Petição da herança ou de parte dela;
	Ex.: Ação de investigação de paternidade cumulada com petição de herança.
· Investigação de Paternidade = qualidade de herdeiro (1)
· Petição de Herança = pleito sucessório (2)
Relembrando… Artigo 1.790 CC foi declarado Inconstitucional. 
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.* Questão da PRESCRIÇÃO: 10 ANOS
(É o mesmo prazo de Usucapião Ordinário)
· Investigação de paternidade é imprescritivel
· Já a ação de petição de herança é!
	
· Doutrina minoritária defende a imprescritibilidade dessa ação; A maior parte entende que prescreve em 10 ANOS. Súmula 149 STF:
“É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança.”
* EFEITOS do acolhimento da ação de petição de herança: (artigos 1.826 e 1.827 CC)
1. Devolução dos bens da herança (inteira ou parte dela, dependendo da qualidade do autor da herança); OU
2. Indenização pelos que não existirem mais;
3. Devolução de frutos e rendimentos (artigos 1.216 e ss… Posse de má-fé)
4. Anulação da partilha feita anteriormente!
Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo, fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts. 1.214 a 1.222.
Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir pelas regras concernentes à posse de má-fé e à mora.
Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados.
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé.
· Artigo 1.827 CC §único: Subsistência (eficácia) das alienações onerosas feitas pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé. (aplica a mesma lógica do artigo 1.817 CC: são ressalvados os direitos de terceiros de boa-fé, pois precisam ser protegidos).
· Artigo 1.828 CC: trata da validade do pagamento de legado que o herdeiro aparente tenha feito.
· Princípio da Saisine: não se aplica aos legatários;
· Os herdeiros, sabendo da existência do testamento, tem que cumprir as disposições testamentárias;
· Pouco importa se o herdeiro aparente (réu) ou se o herdeiro preterido derem cumprimento a entrega do bem aos legatários, será válido, pois de qualquer forma teriam que ser cumpridos;
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu.

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