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Sucessões Conceito: Suceder é substituir, tomar o lugar de outrem no campo dos fenômenos jurídicos, é a transmissão dos direitos e obrigações de um bem ao seu sucessor. A sucessão ocorre entre vivos (Ex,: contrato de compra e venda, doação) ou causa mortis quando se transferem direitos e obrigações de pessoa que já morreu para seus herdeiros. Conceito de direito de sucessões: É o campo específico do direito civil que trata da transmissão de bens, direitos, e obrigações em razões da morte. Conceito de herança: Termo exclusivo do direito de sucessões é o conjunto de direitos e obrigações que se transmitem em razão da morte, a uma pessoa ou conjunto de pessoas que sobreviveram ao falecido. Conceito de espólio: É o conjunto de direitos e obrigações pertencentes ao falecido, que se transmitem aos herdeiros, é uma massa patrimonial que permanece coesa (todos tem uma cota proporcional sobre tudo) até que se faça a partilha, representada em juízo pelo inventariante até que se faça a partilha. Conceito de legado: Um ou vários bens determinados, especificados no monte hereditário, só existe através de testamento Diferença entre herdeiro e legatário: O herdeiro recebe a herança toda ou uma quota fração dela, sem determinação dos bens que ocorrerá somente na partilha, é sucessor universal. Tem a posse imediata dos bens, ou seja, tem o principio da saisine e responde pelas dividas da herança. O legatário só existe através de testamento, recebe um ou mais 1ª unidade bens especificados na herança, é sucessor singular, não tem a posse dos bens com a abertura da sucessão, somente receberá o bem na partilha e não responde pelas dívidas do espólio. Princípio da saisine Abertura da sucessão Artigos: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade. Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo. Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. CAPÍTULO II Da Herança e de sua Administração Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados. ocação Hereditária Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação. Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. § 1 o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775 . § 2 o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber. § 3 o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador. § 4 o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos. Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II - as testemunhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento. Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador. Aceitação da herança: É o ato jurídico pelo qual a pessoa chamada a suceder declara que deseja ser herdeira e recolher a herança. A aceitação pode ser: • Tácita: quando resulta de atos praticados condizentes com a condição de herdeiro, ex.: principio da saisine • Expressa: quando declara expressamente através de petição que quer receber a herança • Direta: quando é o herdeiro que aceita a herança • Indireta: quando o herdeiro falece antes de aceitar a herança, • passando esse direito aos herdeiros http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1775 Renúncia: É o ato unilateral não subordinado a termo ou condição, feito por escritura pública, irrevogável, onde a parte expressamente declara que não tem interesse em receber sua parte da herança. Efeitos da renúncia: 1. A renúncia é irrevogável 2. Efeito ex tunc, retroagindo a data da abertura da sucessão 3. A parte do herdeiro renunciante acresce a dos demais herdeiros de mesma classe, pois não existe representante de herdeiro renunciante 4. A renúncia só pode ser total Artigos: CAPÍTULO IV Da Aceitação e Renúncia da Herança Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança. Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. § 1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. § 2º Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros. Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita. Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. § 1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. § 2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia. Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada. Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira. Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesmaclasse e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente. Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. § 1 o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. § 2 o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança. Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, sucessivamente: I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão; II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas condições, ao mais velho; III - ao testamenteiro; IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz. JOÃO F1 F2 F3 N1 N2 N3 N1 N2 N2 N2 • Se F1, F2 e F3 morrerem, a parte de ¹/3 de cada será repartida entre os N de cada um. ¹/3 de F1 = ¹/6 para cada N1 ¹/3 de F2 = ¹/12 para cada N2 ¹/3 de F3 = ¹/3 para N3 • Se F1 for morto, N1 pode aceitar a herança de F1 e pode renunciar a herança de João. Mas se N1 renuncia a herança de F1, automaticamente está renunciando a herança de João • Se F1 está morto, a parte dele ¹/3 da herança de João será dividido entre os N1 ficando ¹/6 para cada • Se F1 renuncia a parte dele (¹/3) vai para F2 e F3 onde cada um terá direito a ¹/2 da herança de João • Se F1, F2 e F3 renunciarem, a herança de João será repartida entre os netos (N) por cabeça – pela quantidade de netos. Ex.: 7 netos = ¹/7 da herança de João para cada • F1 mata João. F2 e/ou F3 podem entrar com a ação de indignidade de F1 e tem até 4 anos após a abertura da sucessão para fazer isso. A parte que iria pertencer a F1 (¹/3) vai para os N1. Cessão de direitos hereditários: Por forca da saisine, o herdeiro já é titular dos direitos hereditários, por isso pode ceder gratuita ou onerosamente os direitos proporcionais a seu quinhão, transferindo-os a outro herdeiro ou a pessoa estranha à herança, desde que com autorização dos demais herdeiros, é o que se denomina cessão de direitos hereditários. A cessão de direitos deve obedecer a alguns requisitos: 1. Ninguém pode transferir mais direitos do que a sua cota proporcional, o que acresce não incorpora à cessão de direitos. 2. A cessão de direitos deve ser feita por escritura pública e não permite a transmissão da propriedade, apenas os direitos sobre o bem, a propriedade só será transmitida na partilha. 3. A cessão de direitos não pode ser utilizada para fraudar credores, portanto estes poderão entrar com anulação da cessão para receberem o crédito que tem direito 4. Os coerdeiros tem a preferência na cessão de direitos, assim, o bem só poderá ser cedido se os herdeiros não tiverem interesse na cessão de direitos Capacidade para suceder: A capacidade é a aptidão que o individuo tem para se tornar herdeiro ou legatário em uma determinada herança. Requisitos para suceder: 1. Estar vivo: em sentido amplo, é necessário que o individuo já existisse no momento da abertura da sucessão, caso ele já tenha falecido, seus direitos passam aos seus herdeiros representantes. Ao nascituro também são garantidos os direitos hereditários. Quem ainda não havia nascido ou sido concebido aplica-se a exceção do art. 1799, I, CC, no caso de inseminação pós morte. 2. Ser capaz: fazer parte da sucessão legítima ou testamentária do autor da herança 3. Não ser excluído: não ter praticado nenhum ato que enseje a exclusão por indignidade ou deserdação. Diferença entre indignidade e deserdação: Os casos de indignidade estão previstos em rol taxativo no art. 1814, são os casos que pelos padrões morais e sociais se constituem a vontade presumida do falecido. A deserdação é prevista pelos artigos 1961 e 1962, só é possível através de testamento feito pelo autor da herança com fim específico de afastar o herdeiro necessário da parte legitima. Deserdação olha a vontade do autor da herança e indignidade a do herdeiro. Características da indignidade: 1. Não se opera automaticamente, tem que haver ação ordinária de exclusão com sentença transitada em julgado 2. Tem efeitos pessoais, ou seja, os herdeiros do excluído herdam, como se morto ele fosse 3. Admite o perdão, o autor da herança pode reabilitar o indigno evitando a exclusão pelos demais herdeiros. 4. Tem um prazo de 4 anos após a abertura da sucessão para intentar-se a ação de exclusão. CAPÍTULO X Da Deserdação Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814 Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento. Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador. Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. Efeitos da indignidade: 1. Tem efeito retroativo desde a abertura da sucessão, os descendentes do indigno recebem a herança como se morto ele fosse 2. O indigno é obrigado a devolver tudo que recebeu como poderá ser ressarcido de tudo que pagou 3. Os atos de administração e alienação onerosos praticados antes da sentença são válidos, após a sentença não 4. Perda do usufruto e administração dos bens dos filhos menores que representam o indigno, bem como a eventual sucessão desses bens. 5. A exclusão da herança é total, ou seja, não se admite parcialidade. A ação de exclusão de um só herdeiro alcança a todos os demais Reabilitação do indigno: É o ato personalíssimo do ofendido, ou seja, do autor da herança para promover o perdão do seu ofensor, por testamento ou qualquer outro ato autêntico. O código de 2002 admite a possibilidade do perdão parcial ou tácita devolvendo ao indigno parte do que lhe caberia na herança. Ex.: Ato indigno em 2010 – testamento em 2016 – morte em 2020 -> testamento é válido Testamento em 2010 – ato índigo em 2016 – morte em 2020 -> testamento é inválido Herdeiro aparente: São situações em que alguém de boa ou má-fé assume a condição de herdeiro, entra na posse dos bens hereditários, pratica atos de administração e alienação e após determinadotempo surge o verdadeiro herdeiro que pelo princípio da saisine tem essa condição desde a abertura da sucessão. O verdadeiro herdeiro reivindica a herança através de petição de herança. Artigos: CAPÍTULO V Dos Excluídos da Sucessão Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. Deserdação Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento. Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador. Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814 Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária. Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. § 1 o O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. (Redação dada pela Lei nº 13.532, de 2017) § 2 o Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão do herdeiro ou legatário. (Incluído pela Lei nº 13.532, de 2017) Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens. Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos. Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservação deles. CAPÍTULO VII Da petição de herança Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua. Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados. Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé. Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu. Herança jacente: Quando não se tem herdeiros conhecidos ou se todos tiverem renunciado a herança e não existirem substitutos. A jacencia tem quatro fases: 1. Arrecadação: quando o juiz, de oficio, através de portaria, determina a abertura do inventário, juntamente com o oficial de justiça, faz um relatório minucioso dos bens deixado pelo falecido, do seu valor e do estado em que se encontram. Quanto aos bens pessoais d falecido, serão embalados e guardados para serem entregues aos herdeiros ou http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13532.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13532.htm#art2 ao Estado. A arrecadação visa a guarda, administração e conservação dos bens. 2. Publicação dos editais: tem por finalidade tornar publica a abertura da sucessão, a fim de que os herdeiros possam se manifestar. Serão publicados três editais com intervalo de 30 dias entre cada um 3. Procura dos herdeiros: além dos editais, outros meios também serão utilizados para encontrar os herdeiros como internet ou outros meios de comunicação. Aguarda-se um ano o aparecimento de herdeiros a partir do primeiro edital publicado. 4. Entrega dos bens ao Estado: decorrido um ano da publicação do primeiro edital sem manifestação de herdeiros ou tendo todas as manifestações de herdeiros julgadas improcedentes, a herança será entregue ao estado. Herança vacante: Quando os bens da herança são atribuídos ao poder público, este não tem a saisine e os bens só passarão ao domínio do Estado depois de 5 anos da abertura da sucessão. Declarada a vacância, somente os herdeiros necessários poderão reivindicar a herança. Ausência: Ocorre quando uma pessoa deixa o seu domicilio sem dar notícia do seu paradeiro, neste caso, a sucessão do ausente terá três fases: 1. Curadoria: onde há a arrecadação dos bens do ausente e aguarda-se 3 anos se ele deixou procurador ou 1 ano se não tiver procurador para abrir a sucessão provisória 2. Sucessão provisória: a posse é provisória, não podem ser alienados os bens e aguarda-se 10 anos para que seja aberta a sucessão definitiva 3. Sucessão definitiva: os herdeiros podem alienar os bens e retornando o ausente, após a sucessão definitiva, ele receberá os bens no estado em que eles se encontrarem, sem direito a receber frutos e rendimentos. Artigos: CAPÍTULO VI Da Herança Jacente Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança. Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas,decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal. Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão. Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo declarada vacante. Do CPC ança Jacente Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens. Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância. § 1º Incumbe ao curador: I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público; II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes; III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança; IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa; V - prestar contas ao final de sua gestão. § 2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161 . Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação. § 1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital. § 2º Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular. § 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art159 § 4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação de cobrança. Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante. § 1º Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última. § 2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.
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