Buscar

Direito de Sucessões: Conceitos e Princípios

Prévia do material em texto

Sucessões 
Conceito: 
Suceder é substituir, tomar o lugar de outrem no campo dos fenômenos jurídicos, 
é a transmissão dos direitos e obrigações de um bem ao seu sucessor. A 
sucessão ocorre entre vivos (Ex,: contrato de compra e venda, doação) ou causa 
mortis quando se transferem direitos e obrigações de pessoa que já morreu para 
seus herdeiros. 
 
Conceito de direito de sucessões: 
É o campo específico do direito civil que trata da transmissão de bens, direitos, 
e obrigações em razões da morte. 
 
Conceito de herança: 
Termo exclusivo do direito de sucessões é o conjunto de direitos e obrigações 
que se transmitem em razão da morte, a uma pessoa ou conjunto de pessoas 
que sobreviveram ao falecido. 
 
Conceito de espólio: 
É o conjunto de direitos e obrigações pertencentes ao falecido, que se 
transmitem aos herdeiros, é uma massa patrimonial que permanece coesa 
(todos tem uma cota proporcional sobre tudo) até que se faça a partilha, 
representada em juízo pelo inventariante até que se faça a partilha. 
 
Conceito de legado: 
Um ou vários bens determinados, especificados no monte hereditário, só existe 
através de testamento 
 
Diferença entre herdeiro e legatário: 
O herdeiro recebe a herança toda ou uma quota fração dela, sem determinação 
dos bens que ocorrerá somente na partilha, é sucessor universal. Tem a posse 
imediata dos bens, ou seja, tem o principio da saisine e responde pelas dividas 
da herança. O legatário só existe através de testamento, recebe um ou mais 
1ª unidade 
bens especificados na herança, é sucessor singular, não tem a posse dos bens 
com a abertura da sucessão, somente receberá o bem na partilha e não 
responde pelas dívidas do espólio. 
 
Princípio da saisine 
 
Abertura da sucessão 
 
Artigos: 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e 
testamentários. 
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. 
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade. 
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura 
daquela. 
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o 
mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão 
legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo. 
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. 
CAPÍTULO II 
Da Herança e de sua Administração 
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. 
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da 
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. 
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, 
porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens 
herdados. 
ocação Hereditária 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura 
da sucessão. 
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: 
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao 
abrir-se a sucessão; 
II - as pessoas jurídicas; 
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação. 
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a 
liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. 
§ 1 o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador 
esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775 . 
§ 2 o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas 
disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber. 
§ 3 o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e 
rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador. 
§ 4 o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, 
os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos. 
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: 
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus 
ascendentes e irmãos; 
II - as testemunhas do testamento; 
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do 
cônjuge há mais de cinco anos; 
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o 
que fizer ou aprovar o testamento. 
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador. 
 
Aceitação da herança: 
É o ato jurídico pelo qual a pessoa chamada a suceder declara que deseja 
ser herdeira e recolher a herança. A aceitação pode ser: 
• Tácita: quando resulta de atos praticados condizentes com a 
condição de herdeiro, ex.: principio da saisine 
• Expressa: quando declara expressamente através de petição que 
quer receber a herança 
• Direta: quando é o herdeiro que aceita a herança 
• Indireta: quando o herdeiro falece antes de aceitar a herança, 
• passando esse direito aos herdeiros 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1775
Renúncia: 
É o ato unilateral não subordinado a termo ou condição, feito por escritura 
pública, irrevogável, onde a parte expressamente declara que não tem interesse 
em receber sua parte da herança. 
Efeitos da renúncia: 
1. A renúncia é irrevogável 
2. Efeito ex tunc, retroagindo a data da abertura da sucessão 
3. A parte do herdeiro renunciante acresce a dos demais herdeiros de 
mesma classe, pois não existe representante de herdeiro renunciante 
4. A renúncia só pode ser total 
Artigos: 
CAPÍTULO IV 
Da Aceitação e Renúncia da Herança 
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da 
sucessão. 
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança. 
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, 
há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. 
§ 1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os 
meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. 
§ 2º Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais 
co-herdeiros. 
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo 
judicial. 
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias 
após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar 
o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita. 
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. 
§ 1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, 
aceitando-a, repudiá-los. 
§ 2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos 
sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia. 
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe 
aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada. 
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que 
concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira. 
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesmaclasse e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente. 
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único 
legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos 
vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. 
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. 
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, 
com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. 
§ 1 o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. 
§ 2 o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será 
devolvido aos demais herdeiros. 
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do 
patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando 
for o caso, de partilha da herança. 
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, 
sucessivamente: 
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão; 
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas 
condições, ao mais velho; 
III - ao testamenteiro; 
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou 
quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz. 
 JOÃO 
F1 F2 F3 
N1 N2 N3 
N1 N2 
 N2 
 N2 
 
 
• Se F1, F2 e F3 morrerem, a parte de ¹/3 de cada será repartida entre 
os N de cada um. 
¹/3 de F1 = ¹/6 para cada N1 
¹/3 de F2 = ¹/12 para cada N2 
¹/3 de F3 = ¹/3 para N3 
• Se F1 for morto, N1 pode aceitar a herança de F1 e 
pode renunciar a herança de João. Mas se N1 
renuncia a herança de F1, automaticamente está 
renunciando a herança de João 
• Se F1 está morto, a parte dele ¹/3 da herança de 
João será dividido entre os N1 ficando ¹/6 para cada 
• Se F1 renuncia a parte dele (¹/3) vai para F2 e F3 
onde cada um terá direito a ¹/2 da herança de João 
• Se F1, F2 e F3 renunciarem, a herança de João será repartida entre 
os netos (N) por cabeça – pela quantidade de netos. Ex.: 7 netos = 
¹/7 da herança de João para cada 
• F1 mata João. F2 e/ou F3 podem entrar com a ação de indignidade 
de F1 e tem até 4 anos após a abertura da sucessão para fazer isso. 
A parte que iria pertencer a F1 (¹/3) vai para os N1. 
 
Cessão de direitos hereditários: 
Por forca da saisine, o herdeiro já é titular dos direitos hereditários, por isso pode 
ceder gratuita ou onerosamente os direitos proporcionais a seu quinhão, 
transferindo-os a outro herdeiro ou a pessoa estranha à herança, desde que com 
autorização dos demais herdeiros, é o que se denomina cessão de direitos 
hereditários. A cessão de direitos deve obedecer a alguns requisitos: 
1. Ninguém pode transferir mais direitos do que a sua cota proporcional, o 
que acresce não incorpora à cessão de direitos. 
2. A cessão de direitos deve ser feita por escritura pública e não permite a 
transmissão da propriedade, apenas os direitos sobre o bem, a 
propriedade só será transmitida na partilha. 
3. A cessão de direitos não pode ser utilizada para fraudar credores, portanto 
estes poderão entrar com anulação da cessão para receberem o crédito 
que tem direito 
4. Os coerdeiros tem a preferência na cessão de direitos, assim, o bem só 
poderá ser cedido se os herdeiros não tiverem interesse na cessão de 
direitos 
Capacidade para suceder: 
A capacidade é a aptidão que o individuo tem para se tornar herdeiro ou legatário 
em uma determinada herança. 
Requisitos para suceder: 
1. Estar vivo: em sentido amplo, é necessário que o individuo já existisse no 
momento da abertura da sucessão, caso ele já tenha falecido, seus 
direitos passam aos seus herdeiros representantes. Ao nascituro também 
são garantidos os direitos hereditários. Quem ainda não havia nascido ou 
sido concebido aplica-se a exceção do art. 1799, I, CC, no caso de 
inseminação pós morte. 
2. Ser capaz: fazer parte da sucessão legítima ou testamentária do autor da 
herança 
3. Não ser excluído: não ter praticado nenhum ato que enseje a exclusão 
por indignidade ou deserdação. 
 
Diferença entre indignidade e deserdação: 
Os casos de indignidade estão previstos em rol taxativo no art. 1814, são os 
casos que pelos padrões morais e sociais se constituem a vontade presumida 
do falecido. A deserdação é prevista pelos artigos 1961 e 1962, só é possível 
através de testamento feito pelo autor da herança com fim específico de afastar 
o herdeiro necessário da parte legitima. Deserdação olha a vontade do autor da 
herança e indignidade a do herdeiro. 
 
Características da indignidade: 
1. Não se opera automaticamente, tem que haver ação ordinária de 
exclusão com sentença transitada em julgado 
2. Tem efeitos pessoais, ou seja, os herdeiros do excluído herdam, como se 
morto ele fosse 
3. Admite o perdão, o autor da herança pode reabilitar o indigno evitando a 
exclusão pelos demais herdeiros. 
4. Tem um prazo de 4 anos após a abertura da sucessão para intentar-se a 
ação de exclusão. 
 
CAPÍTULO X 
Da Deserdação 
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou 
deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. 
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos 
descendentes por seus ascendentes: 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; 
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos 
ascendentes pelos descendentes: 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o 
marido ou companheiro da filha ou o da neta; 
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser 
ordenada em testamento. 
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe 
provar a veracidade da causa alegada pelo testador. 
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de 
quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. 
 
Efeitos da indignidade: 
1. Tem efeito retroativo desde a abertura da sucessão, os descendentes do 
indigno recebem a herança como se morto ele fosse 
2. O indigno é obrigado a devolver tudo que recebeu como poderá ser 
ressarcido de tudo que pagou 
3. Os atos de administração e alienação onerosos praticados antes da 
sentença são válidos, após a sentença não 
4. Perda do usufruto e administração dos bens dos filhos menores que 
representam o indigno, bem como a eventual sucessão desses bens. 
5. A exclusão da herança é total, ou seja, não se admite parcialidade. A ação 
de exclusão de um só herdeiro alcança a todos os demais 
Reabilitação do indigno: 
É o ato personalíssimo do ofendido, ou seja, do autor da herança para promover 
o perdão do seu ofensor, por testamento ou qualquer outro ato autêntico. O 
código de 2002 admite a possibilidade do perdão parcial ou tácita devolvendo ao 
indigno parte do que lhe caberia na herança. 
Ex.: 
Ato indigno em 2010 – testamento em 2016 – morte em 2020 -> testamento é 
válido 
Testamento em 2010 – ato índigo em 2016 – morte em 2020 -> testamento é 
inválido 
Herdeiro aparente: 
São situações em que alguém de boa ou má-fé assume a condição de herdeiro, 
entra na posse dos bens hereditários, pratica atos de administração e alienação 
e após determinadotempo surge o verdadeiro herdeiro que pelo princípio da 
saisine tem essa condição desde a abertura da sucessão. O verdadeiro herdeiro 
reivindica a herança através de petição de herança. 
Artigos: 
CAPÍTULO V 
Dos Excluídos da Sucessão 
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, 
contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime 
contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor 
livremente de seus bens por ato de última vontade. 
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será 
declarada por sentença. 
 Deserdação 
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou 
deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. 
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos 
descendentes por seus ascendentes: 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; 
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814 , autorizam a deserdação dos 
ascendentes pelos descendentes: 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o 
marido ou companheiro da filha ou o da neta; 
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. 
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser 
ordenada em testamento. 
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe 
provar a veracidade da causa alegada pelo testador. 
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de 
quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. 
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a 
suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1814
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do 
ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da 
disposição testamentária. 
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será 
declarada por sentença. 
§ 1 o O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, 
contados da abertura da sucessão. (Redação dada pela Lei nº 13.532, de 2017) 
§ 2 o Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a 
exclusão do herdeiro ou legatário. (Incluído pela Lei nº 13.532, de 2017) 
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, 
como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. 
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens 
que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens. 
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos 
de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros 
subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos. 
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos 
bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservação 
deles. 
CAPÍTULO VII 
Da petição de herança 
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu 
direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de 
herdeiro, ou mesmo sem título, a possua. 
Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem 
prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados. 
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a 
terceiro de boa-fé. 
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar 
o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu. 
Herança jacente: 
Quando não se tem herdeiros conhecidos ou se todos tiverem renunciado 
a herança e não existirem substitutos. A jacencia tem quatro fases: 
1. Arrecadação: quando o juiz, de oficio, através de portaria, determina a 
abertura do inventário, juntamente com o oficial de justiça, faz um 
relatório minucioso dos bens deixado pelo falecido, do seu valor e do 
estado em que se encontram. Quanto aos bens pessoais d falecido, 
serão embalados e guardados para serem entregues aos herdeiros ou 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13532.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13532.htm#art2
ao Estado. A arrecadação visa a guarda, administração e conservação 
dos bens. 
2. Publicação dos editais: tem por finalidade tornar publica a abertura da 
sucessão, a fim de que os herdeiros possam se manifestar. Serão 
publicados três editais com intervalo de 30 dias entre cada um 
3. Procura dos herdeiros: além dos editais, outros meios também serão 
utilizados para encontrar os herdeiros como internet ou outros meios de 
comunicação. Aguarda-se um ano o aparecimento de herdeiros a partir 
do primeiro edital publicado. 
4. Entrega dos bens ao Estado: decorrido um ano da publicação do 
primeiro edital sem manifestação de herdeiros ou tendo todas as 
manifestações de herdeiros julgadas improcedentes, a herança será 
entregue ao estado. 
Herança vacante: 
Quando os bens da herança são atribuídos ao poder público, este não tem a 
saisine e os bens só passarão ao domínio do Estado depois de 5 anos da 
abertura da sucessão. Declarada a vacância, somente os herdeiros necessários 
poderão reivindicar a herança. 
Ausência: 
Ocorre quando uma pessoa deixa o seu domicilio sem dar notícia do seu 
paradeiro, neste caso, a sucessão do ausente terá três fases: 
1. Curadoria: onde há a arrecadação dos bens do ausente e aguarda-se 3 
anos se ele deixou procurador ou 1 ano se não tiver procurador para abrir 
a sucessão provisória 
2. Sucessão provisória: a posse é provisória, não podem ser alienados os 
bens e aguarda-se 10 anos para que seja aberta a sucessão definitiva 
3. Sucessão definitiva: os herdeiros podem alienar os bens e retornando o 
ausente, após a sucessão definitiva, ele receberá os bens no estado em 
que eles se encontrarem, sem direito a receber frutos e rendimentos. 
Artigos: 
CAPÍTULO VI 
Da Herança Jacente 
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente 
conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um 
curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. 
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos 
editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro 
habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. 
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos 
limites das forças da herança. 
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se 
habilitarem; mas,decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao 
domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, 
incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal. 
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos 
da sucessão. 
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo 
declarada vacante. 
Do CPC 
ança Jacente 
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca 
tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens. 
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um 
curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de 
vacância. 
§ 1º Incumbe ao curador: 
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público; 
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de 
outros porventura existentes; 
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança; 
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa; 
V - prestar contas ao final de sua gestão. 
§ 2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161 . 
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na 
rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na 
plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, 
ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com 
intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo 
de 6 (seis) meses contado da primeira publicação. 
§ 1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a 
sua citação, sem prejuízo do edital. 
§ 2º Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade 
consular. 
§ 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou 
provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art159
§ 4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação 
de cobrança. 
Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro 
habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante. 
§ 1º Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar 
improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da 
última. 
§ 2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o 
companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.

Continue navegando