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Leitura - compreensão Existem boas evidências de que possa haver dificuldades na compreensão leitora na ausência de problemas com o reconhecimento de palavras e de que os transtornos da linguagem oral não sejam sinônimos de dislexia Os principais déficits em habilidades acadêmicas usados para definir os TAs no domínio da compreensão leitora são, dito de forma simples, déficits em uma variedade de habilidades que permitem que o leitor extraia o significado do texto. Isso envolve um conjunto complexo de processos que, em muitos sentidos, correspondem à capacidade de compreender a linguagem, e muitos modelos da compreensão leitora e de seu desenvolvimento enfatizam a relação íntima entre os processos de compreensão leitora e oral/auditiva, observando também as diferenças nos sistemas da linguagem através do olho e do Ouvido o ato de fazer inferências provavelmente se baseia em processos semelhantes de compreensão leitora e da audição, mas a compreensão de textos também exige processos que são mais específicos, como a sensibilidade à estrutura da história A compreensão leitora pressupõe a capacidade adequada de decodificação e se aproxima dos níveis de compreensão auditiva à medida que as habilidades de decodificação se tornam precisas e fluentes. Os modelos cognitivos da compreensão (Perfetti et al., 2005) envolvem processos relacionados com o código superficial (a decodificação, o acesso ao significado da palavra e a sintaxe) para construir representações baseadas no texto (referência pronominal, derivar significados de palavras a partir do contexto, fazer inferências de conexão dentro do texto) e construir um modelo mental para a situação descrita pelo texto (usar o conhecimento geral para fazer inferências, integrar os objetivos do leitor). As diferenças individuais na compreensão podem surgir a partir de falhas em qualquer um desses processos ou em processos cognitivos mais gerais, como nas operações com a memória de trabalho e a recuperação da memória de longo prazo, envolvidos na construção de representações do texto e do modelo de situação Memória de trabalho Uma habilidade cognitiva específica que costuma ser identificada como fonte de dificuldade em estudos de indivíduos com poucas habilidades de compreensão é a memória de trabalho. A compreensão auditiva e da leitura impõe demandas sobre a memória de trabalho como um recurso de armazenamento, no qual palavras e frases são mantidas para processamento mais prolongado e para integração com conhecimento prévio e como um espaço de trabalho mental, no qual é possível revisar interpretações de textos anteriores em relação a novas informações INTERVENÇÕES NA COMPREENSÃO LEITORA As abordagens gerais costumam ser classificadas em dois tipos diferentes de instrução: instrução em habilidades específicas e instrução em estratégias Conforme sugere o nome, a instrução em habilidades específicas concentra-se em ensinar habilidades que possam ser aplicadas a textos, como o vocabulário, encontrar a ideia principal, fazer inferências e encontrar fatos. O vocabulário pode ser ensinado por meio de abordagens de instrução explícita ou de abordagens contextuais Habilidades como encontrar a ideia principal e fazer inferências podem ser ensinadas por meio de leitura de trechos curtos e de resposta a questões para que essas abordagens sejam efetivas, o professor deve proporcionar a instrução de maneira explícita e sistemática. Ao contrário da instrução em habilidades específicas, a instrução em estratégias é “considerada como [instrução em] processos cognitivos que exigem tomar decisões e pensar de forma crítica O professor é visto como um gestor e um facilitador, que proporciona instrução direta em estratégias, mas que também estimula a independência Recomendações para melhorar a compreensão leitora 1. Fornecer instrução explícita nas estratégias e nos processos que sustentam a compreensão. 2. Ensinar compreensão nas áreas disciplinares. 3. Motivar a aprendizagem autodirigida dos estudantes para ler e para escrever. 4. Usar aprendizagem cooperativa com textos variados. 5. Aplicar intervenção em grupos pequenos para alunos que apresentem dificuldades com a compreensão da leitura, com a escrita e com áreas disciplinares. 6. Usar textos diversos com níveis de dificuldade e temas variados. 7. Usar bastante escrita em todas as áreas temáticas. 8. Desenvolver tecnologias como ferramentas de instrução. 9. Apresentar avaliações do progresso dos alunos e da eficácia do programa. 10. Propiciar tempo extra para o letramento. No ensino médio, são necessárias 2 a 4 horas de instrução em letramento e em prática de língua e em outras disciplinas por dia. 11. Proporcionar capacitação profissional contínua em letramento. 12. Avaliar os resultados dos alunos e do programa. 13. Formar equipes de professores entre áreas disciplinares que se reúnam regularmente. 14. Proporcionar liderança de professores e de diretores que entendam a instrução em leitura. 15. Os distritos escolares devem ter um plano amplo e coordenado de letramento da pré-escola ao ensino médio, que seja interdisciplinar, interdepartamental, intersérie e coordenado com recursos externos e a comunidade.
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