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Sociologia jurídica A NATUREZA HUMANA E O SURGIMENTO DO ESTADO. TEORIAS CONTRATUALISTAS E ANTICONTRATUALISTAS. Breves considerações sobre a natureza humana. Há muito essa questão fundamental sobre a natureza humana alimenta discussões. A doutrina do pecado original de Agostinho proclamava que todas as pessoas nascem defeituosas e egoístas, e que só são salvas pelo poder da intervenção divina. Hobbes também argumentava que os humanos eram selvagemente autocentrados; no entanto, ele sustentava que a salvação não vinha do divino, mas por meio do contrato social, ou lei civil. Por outro lado, filósofos como Rousseau argumentavam que as pessoas nasciam boas, instintivamente preocupadas com o bem-estar dos outros. Adrian F. Ward in scientific american Brasil. CONCEPÇÃO DO ESTADO CONTRATUALISMO SOCIAL O Contratualismo compreende todas aquelas teorias que vêem a origem da sociedade e o fundamento do poder político num contrato, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos, acordo este, que assinalaria o fim do estado de natureza e o início do estado social e político. Assim o homem saiu do estado de natureza para associar-se num pacto com outros homens. LÓGICA CONTRATUALISTA A lógica contratualista se opõe ao reino animal, em que cada ser segue seus próprios instintos e impulsos. No reino social ou estagio civilizatório impera o reino humano, mundo regido pela razão, pela busca da paz em detrimento da guerra, pelo consenso das vontades particulares. PENSADORES: HOBBES, LOCKE E ROUSSEAU. Thomás Hobbes ( 1588- 1679) O objetivo do Estado era retirar o homem do estado de natureza. Portanto o Direito é a liberdade proporcionada pela lei. As leis são as restrições estabelecidas de comum acordo – consenso- para promover a restrição de nossas liberdades recíprocas. A lei civil seria a restrição ao direito que todo homem tem a toda coisa, no estado de natureza. Por conseguinte a lei emanada do Estado - monstruoso aparato administrativo - (Leviatã) ao limitar a liberdade natural dos homens tem como função conservar a vida. O HOMEM ARTIFICIAL – DO DEUS IMORTAL AO DEUS MORTAL. ESTADO HOBBESIANO A situação dos indivíduos deixados a si próprios é de anarquia, que gera insegurança, angústia e medo. Os interesses egoístas predominam e cada um se torna um lobo para o outro (homo homini Iupus). As disputas provocam a guerra de todos contra todos (bellum omnium contra omnes), com graves prejuízos para a indústria, a agricultura, a navegação, o desenvolvimento da ciência e o conforto de todos. Sustentava que, sem um governo forte e capacitado, os homens não respeitariam os limites necessários a uma boa convivência social. AS TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DA DISCÓRDIA ENTRE OS HOMENS COMPETIÇÃO : ataque aos outros em busca de lucro, mulheres, rebanho etc. DESCONFIANÇA: para se defender. GLÓRIA – DEFESA DA HONRA : por ninharias, como uma palavra, um sorriso, uma diferença de opinião e qualquer outro tipo de desprezo quer indiretamente a seus parentes, amigos, sua nação, sua profissão, seu nome. HONRA OU PROPRIEDADE A honra é o valor atribuído a alguém em função da aparências externas. O homem imagina ter um poder, imagina ser respeitado ou ofendido pelos seus semelhantes, imagina o que o outro vai fazer. Dessa fantasia decorre o perigo, se põe a fantasiar o que é irreal. John Locke (1632-1704) Os homens abandonam o estado de natureza e se unem com o objetivo de conservar suas propriedades, submetendo suas posses à jurisdição do governo, que deve consecutivamente respeitar seus direitos naturais. O portador de direitos é apenas o possuidor de propriedade, tendo este autonomia, competindo ao governo assegurá-la, não tendo este precedência frente ao direito dos indivíduos. Os indivíduos podem dissolver o governo quando julgarem conveniente e instaurarem outro, segundo o consentimento privado – liberalismo privado. Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778) Para ROUSSEAU a natureza dava aos homens uma vida com liberdade, mas a organização da sociedade tolhia o seu exercício. Todo homem nasce bom, a sociedade ( PROPRIEDADE) é que o perverte. O objetivo do Estado seria assegurar as bases de um novo contrato social pautado na soberania popular e que permitisse aos indivíduos terem na vida uma liberdade capaz de compensar o sacrifício da liberdade com que nasceram. Defende que devia prevalecer não a vontade da maioria, mas sim a vontade geral - democracia direta.
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