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TCC segunda parte finalizado e com nota

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JANISE BEZERRA DA SILVA (8027210)
ANA PRISCILLA DA SILVA SOUZA (8026174)
ROBERTO DOS SANTOS DOMICIO (8030375)
Bacharelado em Educação Física
A DANÇA COMO ESTRATÉGIA PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA
Tutor: Prof. Aldo Coelho Silva
Claretiano - Centro Universitário
RIO DE JANEIRO
2019
A DANÇA COMO ESTRATÉGIA PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA
Resumo: Trata-se de uma revisão da literatura que teve como objetivo buscar artigos que exemplificassem e descrevessem o impacto da dança na qualidade de vida do indivíduo. Para a coleta de dados foram utilizadas as bases de dados LILACS e SciELO. Inicialmente foram selecionados 178 artigos. Desses, apenas 13 abordavam aspectos relacionados à promoção de saúde pela prática da dança e estavam de acordo com os critérios de inclusão. Após análise, constatou-se que a dança é procurada por indivíduos em diferentes idades e sexo, mas com predominância de mulheres e idosos. Os resultados apontaram que a dança é uma grande aliada para amenizar problemas decorrentes do processo de envelhecimento e na qualidade motora, física, mental e psicossocial dos seus praticantes.
Palavras-Chaves: Atividade Física, Dança, Qualidade de Vida, Saúde
INTRODUÇÃO
O conhecimento a respeito o que leva o indivíduo a encontrar determinada atividade física é fundamental (LIZ; ANDRADE, 2016). A adesão está relacionada ao gosto pela prática da atividade. (MARCELLINO, 2003) verificou que 90% dos motivos atribuídos por alunos para sua permanência na academia estavam relacionados ao prazer com a prática. Com isso, a dança pode ser inserida como uma boa alternativa de atividade física já que os benefícios podem ser alcançados de forma mais prazerosa (VOLP; DEUTSCH; SCHWARTZ, 1995).
Com isso, o tema busca abordar como a dança pode colaborar para a melhoria da qualidade de vida dos seus praticantes. Quais os benefícios adquiridos com sua prática e como o indivíduo que o pratica reagem se adapta frente aos estímulos oferecidos pela prática de dança como atividade física.
Segundo SILVA et al. (2018), a dança para a terceira idade está relacionada não só com melhorias físicas, mas também sociais. Foi realizado um estudo com mulheres idosas (faixa etária de 59 a 69 anos) a fim de verificar qual o verdadeiro significado da dança para cada uma delas. Constatou-se que para cada uma havia um significado particular e de certa maneira levava para um bem-estar tanto físico quanto psíquico.
COELHO, JUNIOR e GOBBI (2008) fizeram um estudo com mulheres idosas (faixa etária entre 50 e 80 anos) e relata que ao submeter tais mulheres a práticas regulares de dança, foi possível observar a eficiência do protocolo. O protocolo utilizado mostrou-se eficaz para melhorar a agilidade, equilíbrio dinâmico e resistência de força de membros superiores e para manutenção da flexibilidade, coordenação motora e resistência aeróbica geral. Com isso, a dança é uma aliada para que o idoso se torne mais independente e tenha uma qualidade de vida melhor no seu dia a dia, já que o envelhecimento é acompanhado de incapacidades e dependência.
MALLMANN e BARRETO (2012), relata os impactos da dança nas crianças. O educador físico, além de ter o conhecimento teórico, deve ser capaz de ministrar uma aula prazerosa seja ela voltada para aprendizagem, reeducação ou terapia. A dança como movimento cenestésico é capaz de estimular a inteligência da criança tanto corporal-cenestésica e musical, quanto também a espacial, interpessoal e intrapessoal.
Segundo NANNI (2005), cabe ao profissional da dança combater as abordagens que excluem a dança com o mundo. A dança pode ser considerada como manifestação fundamental no processo de socialização do ser. Contribuindo não apenas para a melhoria da consciência corporal, mas também para o desenvolvimento da autoestima.
ABRÃO e PEDRÃO (2005), analisou mulheres (com faixa estaria entre 16 e 40 anos) praticantes da dança do ventre e constatou que a dança do ventre ajudou a estimular a criatividade, trabalhar a feminilidade da mulher, diminuir a timidez e as tensões pré-menstruais e aumentar a autoestima. A pesquisa relacionou o bem-estar com a liberação de serotonina liberada pelo organismo com a prática da dança.
Segundo MAIA E SILVA (2012), os adolescentes também são beneficiados com a prática da dança quando esta é inserida na grade escolar. Um estudo, envolvendo questionário e avaliação física, com 150 alunos (faixa etária entre 14 e 19 anos) mostrou que ao lecionar a dança para esses adolescentes houve um aumento de conhecimento dos alunos em relação à atividade física e à saúde em geral.
MARBÁ, SILVA E GUIMARÃES (2016), enfatiza que a dança quando acompanhada de bons hábitos, como alimentação e vida mais ativa, é de grande valia para obtenção de uma qualidade de vida ainda melhor. Com um questionário realizado com um grupo de praticantes de dança (faixa etária diversificada), foi verificado que a maior contribuição da dança não estava no âmbito físico e sim no emocional.
A contribuição da atividade física está associada a uma redução do nível de risco ao qual cada pessoa está sujeita durante a vida (PIERON, 2004). Entretanto, o foco do tema em estudo está relacionado como a dança pode ir muito além do fitness. Em revisão bibliográfica realizada, foi verificado que autores já relataram que a contribuição da dança para a saúde não está apenas envolvida com a parte física, mas também com a psíquica. Acarretando assim em uma melhor qualidade de vida de maneira geral (MALLMANN; BARRETO, 2012).
O presente estudo tem como objetivo relacionar a dança com a melhoria da qualidade de vida. Trata-se de uma análise considerando estudos realizados com mulheres e homens adultos e idosos, praticantes de dança em regiões diversas do Brasil.
O material utilizado na pesquisa foi resultante de pesquisa nas bases de dados LILACS e SciELO. Não foram utilizados limitadores temporais. Dessa maneira, todo o conteúdo das bases utilizadas para a busca fez parte da seleção inicial. Serão selecionados artigos que retratassem o impacto da dança na vida do ser humano.
Para a coleta de dados, as palavras-chave utilizadas foram “dança e saúde”, “qualidade de vida e dança” e “dança e benefícios”. 178 artigos foram selecionados na base de dados, eliminando os artigos que se repetem e discrepantes que não faziam parte do objetivo do estudo. Mais adiante foi realizado um refinamento dos artigos, descartando 165 artigos, permanecendo apenas com aqueles que poderiam ser úteis para futuras análises e comparações. Desta forma, foram utilizados 13 artigos para a análise.
DESENVOLVIMENTO 
 HISTÓRIA DA DANÇA
O homem do passado, antes mesmo de expressar a linguagem oral, já se expressava com a linguagem gestual. A expressão da dança já era usada para comunicação, ritos religiosos, comemorações e até mesmo em funerais (HASS; GARCIA, 2006).
A dança historicamente é uma forma de expressão permitindo que o ser humano expresse seu íntimo através dos movimentos e da forma de agir.
Para RODRIGUES e CORREIA (2013) pode-se considerar a “dança uma manifestação construída histórica, social e culturalmente e caracterizá-la como um fenômeno de linguagem corporal artística”. Assim, a dança, a energia e o prazer convertiam o movimento humano em linguagem corporal, com propósitos definidos, quer na dimensão religiosa ou profana, com destaque para a dimensão artístico-profissional.
Na Idade Media a dança era 
tratada como um divertimento, mas começou a se modernizar no Renascimento, quando se tornou mais valorizada com o surgimento de estilos que valorizavam o corpo dos dançarinos e coreografias de acordo com o tema desejado. Tais mudanças ao decorrer da história, trouxeram modernização, mas não eliminou as danças populares, e sim acrescentou mudanças para enriquecê-las e fazê-la entregar as pessoas, saúde e bem-estar por meio da diversão e emoção que a da dança traz aos indivíduos que a praticam (HASS; GARCIA, 2006).
Segundo HASS e GARCIA (2006) o processo evolutivo da dança se fez por meio de superações, a partir de romper de ideiascriadas onde a dança foi um dos acontecimentos marcantes para a história da humanidade, seguindo lá nos primórdios, passando pelas grandes evoluções e revoluções históricas se despindo de todo um tradicionalismo existente com a introdução de técnicas que mostram as mudanças políticas, sociais e morais que reflete que esta arte faz com que o homem desempenhe papéis perante a sociedade.
QUALIDADE DE VIDA E EXERCÍCIO FÍSICO
O interesse na qualidade de vida é um tema de crescente destaque e foi definida pelo WHOQOL Group como “a percepção de um indivíduo da sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores onde se insere e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Ou seja, cada ser humano possui seu próprio discernimento de qualidade de vida e são vários os fatores envolvidos neste conceito. Cabe ao indivíduo analisar quais aspectos da vida são mais importantes, e assim, entender quais pontos devem ser priorizados.
Por tratar-se de uma opinião extensa, subjetiva e dinâmica, vários termos têm sido empregados para definir qualidade de vida, como por exemplo, bem-estar (GUYATT; FEENY; PATRICK, 1993) e percepção de satisfação com a vida. A larga dimensão da saúde e sua relação com diversos aspectos positivos e negativos da vida permitem distintas formas de avaliação, levando indivíduos com a mesma propensão a manifestarem diversos níveis de saúde e bem-estar, físico e emocional. Fundamentado nesses pontos e na multidimensionalidade da qualidade de vida, surgiu o conceito de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (GUYATT; FEENY; PATRICK, 1993).
Saúde e qualidade de vida são dois assuntos que estão diretamente relacionados. Para se ter saúde é preciso uma boa qualidade de vida e, para se ter qualidade de vida, é preciso a saúde.
Pode-se entender a saúde de diversas maneiras, que envolvem o plano econômico, social, cultural, político (LEFEVRE, 1999) e composta por elementos comportamentais como a alimentação e a atividade física. Tais elementos são semelhantes aos que são preciso para obter uma qualidade de vida estimada como boa.
Segundo SAMULSKI e NOCE (2000) a necessidade de ser ter hábitos saudáveis de vida, tem sido divulgada na sociedade como forma de confutar os malefícios causados à saúde, pela maneira de vida urbana atual. E a prática de atividades físicas é utilizada como aliada. Entretanto, conforme a Organização Mundial de Saúde, não basta apenas fazermos atividades físicas regularmente, mas sim, devem estar presentes outros aspectos como a saúde, a educação, a expectativa de vida o bem-estar físico, psicológico, emocional e mental.
A prática correta e programada de exercícios físicos pode vir a reduzir níveis de ansiedade, estresse e depressão; aumento do bem-estar físico e psicológico; melhor funcionamento orgânico geral; maior rendimento no trabalho; disposição física e mental; melhoras no humor e outros (NUNOMURA; TEIXEIRA; CARUSO, 1999). O ser humano como um ser biopsicossicial, não permite que seja ignorada a importância da obtenção de conhecimentos na área da saúde e mental e qualidade de vida, para que se possa compreender os efeitos da atividade física sobre o homem.
De acordo com JÚNIOR (1996), diversos trabalhos científicos mostram que as doenças estavam relacionadas aos hábitos e estilos de vida inadequados, como sedentarismo e alimentação inadequada.
Pesquisas realizadas por KING et al. (1993) revelaram aspectos positivos do exercício aeróbio na diminuição dos níveis de ansiedade, de depressão e de estresse. GANDEE (1988) relata que atividades aeróbicas, como dança, ajudam o corpo a retornar a um estado mais relaxado.
IMPACTO DA DANÇA NA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
Segundo HASS e GARCIA (2006) apontam que atualmente a dança é uma forma de arte que cresce a cada dia, sempre e em todo lugar estão surgindo novas danças, novos ritmos e novas combinações de passos. Ainda segundo HASS e GARCIA (2006) a dança caminha ao lado da humanidade e de seus progressos onde há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as religiosas e pode ser compreendia também como um mero exercício e até mesmo uma modalidade com um leque de possibilidades. 
GONÇALVES e VILARTA (2004) consideram a dança uma atividade aeróbica e exerce um papel importante para a resistência, força e outras capacidades funcionais. E é através dos movimentos corporais que a dança contribui para a facilidade da prática de atividades diárias, proporcionando uma melhor condição de vida, que também está relacionada à saúde e bem estar que são quesitos cada vez mais procurados pelas pessoas.
A saúde pode ser compreendida como o nosso completo bem-estar mental, físico ou social (VILARTA e GONÇALVES, 2004). A dança se torna uma atividade física que colabora para a melhoria da saúde, pois são inúmeros os benefícios que ela oferece para seus praticantes. Segundo VILARTA e GONÇALVES (2004), para que esses benefícios sejam proporcionados ao indivíduo, este deve adotar outro estilo de vida mudando seus hábitos alimentares, seu comportamento, ser mais ativo, fazer atividades de lhe deem prazer ao praticar e que melhorem também sua imagem, autoestima e um auxílio para aqueles que desejam a mudança no estilo de vida. 
Para HASS e LEAL (2006) a dança é importante, pois nos proporciona bem estar físico, psicológico e social e também faz bem para termos uma satisfação pessoal plena.
HASS e LEAL (2006) afirmam que ao dançar as pessoas esquecem seus problemas, se sentem mais felizes, ficam desinibidas, pois o ato de dançar não há preocupação com fatores externos e não há limitadores de idade, raça ou cor sendo uma atividade lúdica para todas as faixas etárias. 
A dança proporciona a seus praticantes um impacto direto no melhoramento da saúde e proporciona uma melhora na qualidade de vida trabalhando seu condicionamento físico, aliviando dores musculares e trazendo certa flexibilidade ao movimentar-se, alivia o stress diário, melhora a qualidade do sono, diminui os índices glicêmicos, melhora a coordenação motora, melhora no metabolismo, circulação sanguínea, controle de pressão arterial, melhora a capacidade cardiorrespiratória e fortalecendo a musculatura (SILVA; MARTIS; MENDES, 2012). 
Para ARAUJO (2001) a dança pode minimizar aspectos relacionados ao envelhecimento, onde promove saúde e melhora na qualidade de vida dos idosos promovendo a aquisição de habilidades (que foram limitadas pela idade) e auxilia na melhora da capacidade motora permitindo que o idoso seja capaz de exercer movimentos mais complexos. O autor explica que o uso da dança para idosos pode fazer com que o processo de envelhecimento seja bem sucedido.
GOBBI (1997) afirma que a dança além de ajudar no melhoramento físico do idoso, ajuda também na interação social (já que a maioria das pessoas da terceira idade - homens ou mulheres - sofre com o isolamento acarretando a depressão) fazendo assim, com que os idosos façam amizades e interajam com outras pessoas aumentando assim, seu círculo de amizades.
O bem-estar na velhice, ou saúde num sentido amplo, é o resultante do equilíbrio entre várias dimensões da capacidade funcional do idoso. GOBBI (1997) diz que a melhor maneira de minimizar os declínios físicos e mentais advindos da velhice é a atividade física. As vantagens da prática de exercícios físicos para este grupo dependem de sua rotina e de como o exercício será praticado enfatizando a resistência aeróbica, flexibilidade e força para a manutenção da massa muscular (GOBBI, 1997). 
Para LEITÃO (1995) a dança pode ser um caminho para a libertação dos preconceitos que a sociedade impõe em relação aos homens que dançam e deixando bem claro, que desde os primórdios, só os homens podiam dançar o certo tipo de dança. Ou seja, uma questão preconceituosa da sociedade.
Segundo MARQUES (1997) os homens são os que procuram menos a dança como modalidade dando preferência a outras modalidades como lutas ou esportes como o futebol. Ele enfatizaque é inaceitável que os homens sejam afastados desta prática por conta de uma estrutura social equivocada. O autor ainda destaca 3 fortes preconceitos existentes que podem levar o “esquecimento” da dança para os homens que são: A influência negativa dos pais ao considerarem que a dança é coisa de mulher, o segundo seria o receio de trabalhar com o corpo e o terceiro seria a associação da libertinagem com a pessoa física na arte.
RESULTADOS
Foi feita uma análise avaliando estudos realizados com mulheres e homens em variadas faixas etárias (jovens, adultos e idosos), praticantes de dança.
O material utilizado na pesquisa foi analisado nas bases de dados nas plataformas LILACS e SciELO. Os artigos selecionados retratam o impacto da dança na vida do ser humano.
Para a coleta de dados, as palavras-chave utilizadas foram “dança e saúde”, “qualidade de vida e dança” e “dança e benefícios”. 178 artigos foram selecionados na base de dados, eliminando os artigos que se repetem e discrepantes que não faziam parte do objetivo do estudo. Mais adiante foi realizado um refinamento dos artigos, descartando 165 artigos, permanecendo apenas com aqueles que poderiam ser úteis para futuras análises e comparações. Desta forma, foram utilizados 13 artigos para a análise.
OLIVEIRA, PIVOTO e VIANNA (2009) avaliaram o impacto da dança em idosos. Foram selecionados 103 indivíduos com idade mínima de 60 anos, destes 91 eram mulheres e 12 eram homens. Os participantes praticaram dança por quatro meses com frequência semanal e duração de 60 minutos, totalizando 15 sessões. Foi aplicado o questionário de qualidade de vida SF-36 (The Medical Outcomes Study 36- item Short- Form Health Survey) no início do estudo e no término. O questionário em questão é formado por 36 itens, englobados em oito componentes: capacidade funcional, aspectos físicos, aspectos emocionais, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental. As músicas utilizadas alternavam-se em lentas, rápidas e com coreografias de baixo impacto, passos curtos e leves, de movimentos suaves, sempre respeitando os limites de cada participante. Com a aplicação do SF-36 observou-se a melhora do sentimento de depressão e ansiedade, menor limitação física para realizar as atividades do dia a dia e com relato de menos canseira e maior energia. Mais disposição de participar de outras atividades sociais e contribuindo desta maneira para o bem-estar geral com melhora da qualidade de vida.
ABRÃO e PEDRÃO (2005) estudaram um grupo de 12 mulheres com faixa etária entre 16 a 40 anos que praticavam um estilo de dança específica: a dança do ventre. As participantes praticavam dança do ventre por um período mínimo de três meses e foram submetidas a um questionário com seis perguntas abertas, tendo como uma das perguntas a de como era a vida antes de praticar a dança do ventre, e nesta questão era possível constatar os benefícios gerais adquiridos com a dança. As respostas das mulheres possibilitaram o reconhecimento de alguns benefícios que a dança do ventre traz para a saúde física e mental. Pela análise das repostas também foi possível constatar que a dança do ventre ajudou a diminuir a timidez e aumentar a autoestima.
ARAÚJO et al. (2017) estudou um grupo de 16 mulheres com fibromialgia que realizaram aulas de Zumba por três meses consecutivos, com duas sessões por semana. As participantes foram submetidas a um questionário de três perguntas, relacionadas as mudanças ocorridas com a prática, que só foi realizado três meses depois da última aula de zumba. Para que fosse possível verificar como elas se sentiram no período que estava praticando a dança e como estavam se sentindo com a ausência da prática. De acordo com os relatos foi percebido que a zumba trouxe vários benefícios para essas pacientes, como alívio da dor, da capacidade funcional e da qualidade de vida.
D’ALENCAR, MENDES, JORGE e GUIMARÃES (2008) realizaram um estudo com 8 adultos acima de 50 anos, que praticavam a biodança uma vez por semana. O objetivo era buscar o significado da dança para esses idosos. Os dados da pesquisa foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas e de observação participante do grupo. Verificou que a dança estimula a mudança de comportamento em relação às condições de saúde, por aumentar o ímpeto vital e a vontade de viver.
MACHADO (2015) realizou um estudo de caso de um jovem autista com 15 anos de idade, que participou de 120 sessões de dançaterapia, com duração de 30 minutos, duas vezes por semana, durante um ano. A cada 20 sessões as sequências e músicas eram alteradas. Os instrumentos de avaliação utilizados foram a Medida da Função Motora (MFM), Teste de Tinetti e Escala de Avaliação do Autismo Infantil (Childhood Autism Rating Scale – CARS). Foi verificado que a dançaterapia além de favorecer o desempenho motor e gestual, contribuiu muito para a melhora da qualidade de vida e redução da gravidade do espectro autista.
MACHADO et al. (2012) investigou a qualidade de vida de 402 praticantes de dança de salão, com idades entre 21 e 83 anos. A frequência da aula era de pelo menos duas vezes por semana com duração igual ou superior a 60 minutos. Para realizar o estudo foi utilizado um questionário que além de conter as informações pessoais de cada integrante, havia perguntas a respeito da qualidade de vida mensurada por meio do Questionário WHOQOL BREF. Verificou-se que a dança de salão pode ser um instrumento para a melhoria e/ou manutenção da qualidade de vida. A prática de dança de salão assim, com as demais modalidades de atividade física, potencializa os benefícios provenientes de um estilo de vida mais ativo não apenas nos aspectos físicos, mas também nos aspectos psicológicos, sociais e ambientais.
FRISON, SHIMO e GABRIEL (2014) avaliou a qualidade de vida de um grupo de 35 mulheres mastectomizadas, com variação entre 34 e 72 anos, praticantes da dança circular com encontros semanais de uma hora, por um período de três meses. Totalizando 12 sessões. Utilizaram dois instrumentos de coleta de dados o Questionário WHOQOL BREEF e um questionário sócio demográfico. Foi verificado que houve melhorias proporcionadas pela dança, com análises estatísticas que compararam os escores do instrumento de qualidade de vida nos momentos antes e depois da intervenção. Além dos scores obtidos, os comentários realizados pelas participantes – como foram importantes o fato de não se sentirem sozinhas, estarem com outras pessoas que passavam pelo menos problema, procurando melhorar e se renovar – também revelaram benefícios advindos com a prática.
GUIMARÃES et al. (2012) analisou um grupo de 195 indivíduos idosos, maioria do sexo feminino, onde 119 praticavam danças em salões, 50 praticavam atividades físicas e 26 não realizavam nenhum tipo de atividade física. Os participantes foram submetidos a um questionário previamente validados (WHOQOL BREEF e Finitude de Sheppard). Constatou-se que o grupo que praticava dança destacou-se em relação ao demais com relação ao escore de qualidade de vida. Com isso, de acordo com os resultados, entende-se que a prática da dança como atividade física pode contribuir da percepção positiva da qualidade de vida.
GOUVÊA et al. (2017) estudou um grupo composto por 20 idosos, entre 60 e 89 anos, de ambos os sexos praticantes de um programa de atividade física caracterizado com Dança Sênior. Os participantes fizeram aulas três vezes na semana com aulas de 45 minutos de duração, por um período de três meses. Totalizando 40 sessões. Os participantes foram avaliados antes do início do programa e após o término. A avaliação da qualidade de vida foi realizada por meio do questionário de WHOQOL BREEF, composto por 26 questões das quais duas referem-se à percepção individual da qualidade de vida e da percepção de saúde e as questões restantes estão relacionadas ao domínio físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Com base nos parâmetros avaliados, verificou-se que o programa de dança influenciou positivamente o equilíbrio e a qualidadede vida dos idosos, destacando melhoria mais expressiva na ansiedade. 
D’ALENCAR et al. (2006) realizou uma pesquisa com um grupo de 8 idosos, um homem e 7 mulheres praticantes de biodança, a qual tinha como objetivo compreender o significado da prática para eles. Realizaram entrevistas analisadas pelo método de análise de narrativa. Verificou-se que a biodança melhora as condições de saúde dos idosos, por aumentar a vontade de viver, faz com que eles se sintam inseridos no mundo e contribui para a autonomia.
MARBÁ, SILVA e GUIMARÃES (2016) estudou um grupo de 50 mulheres, com faixa etária de 20 a 60 anos, praticantes de dança. As participantes foram submetidas a um questionário de cinco perguntas que indagavam, por exemplo, sobre o motivo de terem escolhido a dança como atividade física e o quais as melhorias adquiridas com a prática. De acordo com a pesquisa, a dança, além de favorecer benefícios para uma boa qualidade de vida, foi considerada para as alunas uma terapia motivacional.
SILVA e BERBEL (2015) estudaram um grupo de 19 idosos de ambos os sexos, entre 60 a 85 anos, participantes de um programa de dança sênior. A dança foi aplicada duas vezes por semana durante três meses. Os participantes responderam à Escala de Equilíbrio de Berg e a escala de Lawton para AVDs, no início do programa e ao término. A dança sênior demonstrou ser benéfica em relação ao equilíbrio e às atividades de vida diários no idoso, com isso melhorando a qualidade de vida referente ao dia a dia.
SILVA e BURITI (2012) estudou a influência da dança no aspecto biopsicossocial do idoso. Participaram da pesquisa, 22 idosos (11 homens e 11 mulheres), com 60 anos ou mais. Os participantes realizaram 54 aulas de dança durante quatro meses. As aulas tinham 45 minutos de duração e com estilos da dança variados. Foi aplicado o instrumento WHOQOL OLD para fazer a avaliação no início do programa e no final. Verificou-se que a dança traz benefícios físicos, psicológicos e sociais para os idosos. A dança desenvolve habilidades, amplia a rede de relacionamentos dos idosos e de um modo geral, melhora sua qualidade de vida. 
CONCLUSÃO
Diante do exposto, pode-se perceber que a maioria dos estudos considerados foi realizada em mulheres e idosos, entretanto, as demais faixas etárias e homens não foram desconsiderados.
De acordo com as pesquisas de produção científica, a dança tem como objetivo promover a qualidade de vida e proporcionar bem-estar para seus adeptos. Oferecendo um bom condicionamento físico, benefícios psicológicos, integração social e além de ser uma atividade prazerosa e lúdica que agrega todas as classes e indivíduos sem distinção. 
 Sendo assim, conclui-se que o estudo sobre a dança surge com o intuito de aumentar qualitativa e quantitativamente a bibliografia sobre esse extenso tema. Sugere-se que mais pesquisas, relacionadas ao tema, sejam desenvolvidas envolvendo a faixa etária ainda não tão explorada. Aumentando assim o leque de possibilidades que a dança pode oferecer na promoção da saúde, já que se espera que cada vez mais o ser humano busque o bem-estar físico, psíquico e emocional. 
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