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Prof. José Carlos Morilla 1 Tensões de Cisalhamento na Flexão Fluxo de Cisalhamento Uma aplicação importante da determinação das tensões de cisalhamento que atuam na flexão simples é a determinação do Centro de Torção. Tome-se, por exemplo, uma barra com seção em forma de C, como mostra a figura 10. V figura 10 – Barra em forma de C submetida a uma flexão simples. A seção transversal sofre uma rotação no sentido horário, como mostra a figura 11. Para que ocorra esta rotação é necessário que esteja atuando na seção da barra um momento de torção T. figura 11 – Rotação da seção em forma de C Para compensar este momento de torção, a força P deve ser deslocada para a esquerda de maneira que o momento de torção por ela produzido na seção equilibre este que produz a rotação. O ponto de aplicação desta força é chamado de Centro de Torção e indicado por CT. CT V CG figura 12 – Posição do Centro de Torção. O que foi apresentado aqui é muito comum nas seções de barras que são perfis de parede fina. Para que seja possível determinar a posição do centro de torção é necessário determinar as tensões de cisalhamento que provocam o momento de torção T. Fluxo de Cisalhamento Tomando-se as observações 7 e 10, é possível observar que para os pontos de uma seção de barra que é um perfil de parede fina, a tensão de cisalhamento máxima (para cada ponto) ocorre quando o corte efetuado (que contenha o ponto) tiver direção perpendicular à parede do perfil, com se mostra na figura 13. a b c Direção do Corte V Prof. José Carlos Morilla 2 Tensões de Cisalhamento na Flexão `figura 13 – Pontos a; b e c e suas respectivas direções de corte Note-se que com estes cortes, a direção da tensão de cisalhamento em cada ponto é paralela à parede. Lembrando das observações 12 e 2, os sentidos das tensões de cisalhamento para os pontos a; b e c, são os mostrados na figura 14. a b c V figura 14 – Tensões de cisalhamento nos pontos a; b e c. Quando se determina a tensão para outros pontos desta seção se encontra o mostrado na figura 15. V figura 15 – Fluxo de Tensão A este conjunto de tensões máximas que ocorrem nos pontos da seção dá-se o nome de Fluxo de Tensões. As figuras 16, 17 e 18 representam, o fluxo de tensão para algumas formas de seção transversal: V figura 16 – Fluxo de cisalhamento para uma seção em forma de I. V figura 17 – Fluxo de cisalhamento para uma seção em forma de T. V figura 18 – Fluxo de cisalhamento para uma seção em forma de H. Centro de Torção Observando-se as figuras apresentadas para exemplificar o fluxo de cisalhamento, nota-se que as tensões de cisalhamento do fluxo podem provocar um momento de torção em relação ao centro de gravidade da seção. Prof. José Carlos Morilla 3 Tensões de Cisalhamento na Flexão Se este momento for nulo, então a posição do centro de torção coincide com a posição do centro de gravidade. Caso ele seja diferente de zero, então a posição do centro de torção não é coincidente com o centro de gravidade e sua posição é tal que o momento de torção provocado pela força é igual e de sinal contrário ao provocado pelo fluxo de cisalhamento. Assim é possível escrever: A dAdgdV (8) onde d= Distância entre o centro de torção e o centro de gravidade da seção dg= Distância entre a linha de ação da tensão de cisalhamento e o centro de gravidade da seção V CT CG d figura 19 – Posição da força cortante no centro de torção para seção em forma de I. Quando as paredes da seção são retas, todas as tensões de cisalhamento desta parede tem a mesma direção e é possível determinar sua resultante; como o mostrado na figura 20. V CT CG d d 1 d 2 d3 F1 F2 F3 figura 19 – Forças resultantes nas paredes, para seção em forma de I. Com a força resultante, é possível determinar a posição do centro de torção por: n 1i ii dFdV (9) onde di= Distância entre a linha de ação da força e o centro de gravidade da seção Fi= Força resultante das tensões de cisalhamento que atuam na parede Lembrando que Ai ii dAF a expressão 9 fica: n 1i i Ai i ddAdV (10) Substituindo-se a expressão 7 na expressão 10, se encontra: n 1i i Ai i y sy ddA b V dV M como V e Iy são constantes, se obtém: Prof. José Carlos Morilla 4 Tensões de Cisalhamento na Flexão n 1i i Ai i sy y ddA b V dV M i y n 1i Ai i sy d dA b d M (11) Caso a parede tenha espessura constante, é possível escrever: i y n 1i i isy d d d M (12) onde i = Comprimento da parede Note-se que a posição do centro de torção não depende da força cortante atuante na seção. O centro de torção é uma propriedade da seção e sua posição é a mesma para qualquer que seja a carga aplicada. OBSERVAÇÕES 1. Para paredes cujo comprimento é paralelo ao eixo em torno do qual a seção “gira”, a variação do momento estático é linear. 2. Para paredes cujo comprimento é perpendicular ao eixo em torno do qual a seção “gira”, a variação é parabólica passando por ponto de máximo (quando houver) nos pontos pertencentes à linha neutra.
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