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Aula 02 – Os Behaviorismos Profa.: Carolina Alves Lima Multivix Vila Velha Da Filosofia a Ciência Todas as ciências – astronomia, física, química, biologia – tiveram sua origem na filosofia, e eventualmente se separaram dela. Astronomia e astrologia já foram a mesma coisa. Da Filosofia a Ciência A Teoria Darwiniana recebeu críticas até mesmo dos de geólogos e biólogos que se alarmaram com a teoria da evolução das espécies. Da Filosofia a Ciência A verdade filosófica é absoluta (referem-se a abstrações além do universo natural); A verdade científica é sempre relativa e provisória (referem-se apenas ao universo natural e sua possível forma de organização). Suposição Conclusão Coleta de dados Conclusão Filosofia Ciência 6 Laboratório de Psicologia na Alemanha 1879 – Wundt inaugura o 1º Laboratório de Psicologia na Alemanha; Introspecção; “Acreditava que o único objetivo da psicologia experimental era atingir a consciência “. Observação do comportamento. Essas tentativas traziam em comum a expectativa de que, ao seguir métodos objetivos, a psicologia poderia transformar-se em uma verdadeira ciência. A vez da psicologia Duas correntes e pensamento se somaram para corroer essa visão: Psicologia Comparativa Psicologia Objetiva Psicologia Objetiva Psicólogos se sentiam pouco a vontade com a introspecção; Outras ciências usavam métodos objetivos e que produziam medidas verificáveis e replicáveis; Introspecção x Método Científico= Discordâncias, como resolver? Psicologia Comparativa A teoria da evolução estava tendo um efeito profundo sobre a psicologia. Os seres humanos não eram mais vistos como entes à parte, separados das outras coisas vivas. Noção de continuidade da espécie: a ideia de que, mesmo sendo claramente diferentes entre si, as espécies também se assemelham umas às outras, na medida em que compartilham a mesma história evolutiva. A ideia de fazer comparações entre as espécies a fim de conhecer melhor a nossa própria, deu origem a Psicologia Comparativa. Behaviorismo: Definição e História Então... Surgem duas formas de se estudar a Psicologia: Uma adota o comportamento como objeto de estudo Psicologias Comportamentais Behaviorismo Outra parte estuda o comportamento como maneira de inferir o funcionamento da mente. Teorias internalistas ou mentalistas 12 Behaviorismo: Definição e História Estudar o comportamento era apenas uma alternativa para inferir sobre o objeto de estudo da Psicologia (a mente). INTROSPECÇÃO = Observação do comportamento Inferências sobre a mente Explicações sobre o comportamento 13 Behaviorismo: Definição e História Psicologia etimologicamente = “estudo da psique ou da mente” A psicologia passou a se interessar cada vez mais pelo comportamento, porque o “processamento mental”, o funcionamento da “mente” só poderia ser inferido, e não observado. 14 Behaviorismo: Definição e História 1913: Watson inaugura o behaviorismo com a obra “A psicologia como o behaviorismo a vê”; “É preciso abandonar de vez a auto-observação”. Toma o comportamento humano como objeto de estudo. Comportamento: mudanças observáveis; todos reflexos. 15 Watson e a Concepção Mecanicista Ao utilizar o modelo explicativo S-R, no qual eventos antecedentes é a causa do comportamento, Watson assume uma concepção mecanicista. Outra denominação dada ao Behaviorismo de Watson foi “Behaviorismo Metodológico”. Essa denominação tem a ver com a ênfase no método científico para o estudo do comportamento humano. Watson e a Concepção dualista de homem Tanto para as psicologias tradicionais quanto para o Behaviorismo de Watson, existem processos internos que diferem dos externos quanto à forma que devem ser estudados: - os internos não podem ser acessados e não devem ser estudados diretamente; - os externos são observáveis e devem ser estudados; Watson – estudo dos hábitos Para Watson, os comportamentos são produtos de uma tentativa do organismo de se adaptar a um ambiente extremamente dinâmico; Estes reflexos inatos vão passando por condicionamentos (Pavlovianos) ao longo da vida. O conjunto de comportamentos condicionados com um objetivo só forma um hábito. Ex.: jogar futebol. Os hábitos são um conjunto de comportamentos, sendo que suas menores unidades são constituídos de respostas inatas; Sintetizando as características do behaviorismo de Watson Tomar como objeto de estudos o comportamento publicamente observável: Utilizar procedimentos objetivos para estudar o comportamento; Explicar todos os paradigmas a partir do modelo S->R. Neobehaviorismos mediacionais: Tolman e Hull Mediacionais: o organismo mediando a relação entre estímulo e resposta Neobehaviorismos em relação ao Behaviorismo de Watson Teorias S – O – R Dois principais teoricos: Tolman e Hull Início da década de 30 Neobehaviorismos mediacionais Influenciados pela Lei do Efeito de Thorndike (1898) 21 Neobehaviorismos mediacionais: Hull Hull faz uso de variáveis mediacionais para explicar o comportamento – apesar de ser monista! Em contrapartida, apesar de Hull também ser mediacionista e internalista, seu modelo não é cognitivista, pois recorre à neurofisiologia do organismo. Neobehaviorismos mediacionais: Hull Pressuposto darwianiano: o organismo se comporta para manter sua homeostase, o que em última instancia favorece a sobrevivência. Isso é mediado pelo conceito de hábito. O hábito seria uma condição invisível do sistema nervoso central que media a ocorrência da ação habitual. O hábito de nadar existe tanto quanto a pessoa está numa pista de dança quanto quando está na água. 23 Neobehaviorismos mediacionais: Hull Comportamentos que reestabelecem a homeostase do organismo, tendem a voltar a acontecer. Aos poucos, esses comportamentos se tornam um hábito, o que fica registrado no sistema nervoso central. Quando o comportamento não proporciona a homeostase, o impulso sofre inibição condicionada. Neobehaviorismos mediacionais: Hull Pensava o ser humano influenciado por leis matemáticas precisas – propunha equações para a organização de leis comportamentais. Ex.: Potencial de Reação = (Força do hábito x Impulso x Motivação) - Inibição Um caminho neural já estabelecido para a ocorrência de um certo comportamento Necessidade de reestabelecer a homeostase O quanto esta recompensa em específico é efetiva para este organismo Produto de fracassos de hábitos anteriores Neobehaviorismos mediacionais: Hull Metáfora de uma arma sendo disparada: O gatilho é apertado, uma explosão interna ocorre e a bala é disparada. S Estímulo externo O Reações fisiológicas no sistema nervoso central R Resposta Resumo Hull Mediação do organismo é feita por processos fisiológicos (logo, é monista) As respostas têm o objetivo de reestabelecer a homeostase e, quando a conseguem, vão se tornando um hábito Tentativa de organizar o comportamento humano em equações Neobehaviorismos mediacionais: Tolman Interessado em criar um Behaviorismo que superasse a fisiologia e explicasse o humano de forma mais geral Abordagem molar do comportamento Ao deixar de se focar na fisiologia, Tolman propôs que o foco deveria estar na intenção do comportamento de todo o organismo (no sentido de sua finalidade/objetivo) por isso, foi chamado de Behaviorismo Intencional Ao invés de pensar como “flexão do joelho”, pensar como “chutar" Neobehaviorismos mediacionais: Tolman Resumo Tolman Visão molar sobre o comportamento Behaviorismo intencional – o comportamento deveria ser entendido de acordo com seu objetivo Dualista por propor variáveis cognitivas como intervenientes Conceito de aprendizagem latente – coloca o reforço como não sendo fundamental para a aprendizagem Precursor das teorias cognitivistas - enfatiza o papel das variáveis cognitivas nas explicação do comportamento dos organismos. Behaviorismo Radical 1945: Skinner propõe o Behaviorismo Radical. “Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez,são modificados pelas consequências de sua ação” (Skinner, 1957/1978, p.15). Aprendizagem Operante: S-RC 31 Behaviorismo Radical Para Skinner, diferente do que afirmava Watson, grande parte do repertório comportamental humano é operante e não reflexo (controlado principalmente por suas consequencias!). Foco na RELAÇÃO 32 Behaviorismo Radical Modelo selecionista - Ao mudar a unidade de análise, Skinner modificou também a noção de causa – as consequências produzidas pelo comportamento que atuam selecionando-o O Behaviorismo Radical é MONISTA por propor que todos os comportamentos devem ser estudados como seguindo a mesma lei ( S : R C), retirando a ênfase metodológica sobre os comportamentos serem privados ou públicos. Behaviorismo Radical Skinner propôs que o comportamento é selecionado por suas consequências de forma análoga nos três níveis: Filogênese (espécie) Ontogênese (organismo) Cultura O MODELO DE SELEÇÃO PELAS CONSEQUÊNCIAS Por força dessa contínua seleção, todo ser vivo evolui e transforma seu repertório comportamental continuamente. Tais transformações são direcionadas pelas consequências que essas interações produzem. Interações são BIDIRECIONAIS: o comportamento muda o ambiente em que ocorreu e é, por sua vez, modificado por esse novo ambiente que ajudou a modificar. Behaviorismo Radical Para o Behaviorismo Radical, a Psicologia é uma ciência natural, ramo da Biologia, que estuda o comportamento dos organismos dentro de coordenadas espaço-temporais, e na sua interação com o ambiente. Nesse sentido, seu objeto de estudo é a interação comportamento-ambiente, posto que sua UNIDADE MÍNIMA DE ANÁLISE é a RELAÇÃO Resposta-Consequência (e não a resposta isolada). Behaviorismo Radical Não se trata, portanto, de uma Psicologia voltada exclusivamente para o ambiente, nem voltada exclusivamente para o indivíduo, mas sim voltada para o estudo das CONTINGÊNCIAS que contatam os dois, e para os efeitos desse contato sobre o modo de agir e proceder de todos nós. Resumo Skinner/Behaviorismo Radical Monista – comportamentos privados e públicos são fenômenos naturais Interacionista – a definição do comportamento gira em torno de ser uma interação entre organismo e ambiente Seleção por consequências – conceito de aprendizagem operante Behaviorismo Radical "Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente." (Skinner, 1969) Obrigada!
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