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Psicologia e Neurociências Prof. Lucas có barros duarte Introdução à história e aos conceitos básicos das neurociências Antiguidade 4.000 a.C – Trepanação: forma mais antiga de cirurgia no cérebro. Consiste na perfuração de um buraco de 2,5cm a 3,5cm de diâmetro no crânio de um homem vivo. A trepanação foi realizada ao longo de praticamente todas as eras. Antiguidade Egito Antigo Escritos indicam ciência de vários sintomas de danos no cérebro. O coração, e não o cérebro, era considerado a sede da alma e repositório das memórias. Enquanto todo o resto do corpo era preservado, o cérebro do defunto era simplesmente removido, através das narinas, e descartado. Antiguidade Grécia Hipócrates (pai da medicina): “O homem deve saber que, de nenhum outro lugar, se não do cérebro vem a alegria, o prazer, o riso e a recreação, e a tristeza, melancolia, pessimismo e as lamentações. E então, de uma maneira especial, adquirimos sabedoria e conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é sem sabor... E pelo mesmo órgão tornamos-nos loucos e delirantes, e sentimos medo e o terror nos assola... Todas essas coisas provêm do cérebro quando este não está sadio... Dessa maneira sou da opinião de que o cérebro exerce um grande poder sobre o homem.” (Da Doença Sacra, IV a.C.) Antiguidade Grécia Aristóteles: coração como centro da inteligência. Acreditava que o cérebro funcionava como um radiador para resfriar o sangue aquecido pelo coração. O temperamento racional era explicado pela capacidade de resfriamento do cérebro. Antiguidade Império Romano Galeno: abraçou a visão de Hipócrates de funcionamento do cérebro; Era médico de gladiadores e fazia dissecações de animais; Sugeriu que o cérebro fosse responsável pelas sensações e o cerebelo comandava os músculos. No entanto, baseou-se em uma evidência equivocada para tal. Antiguidade Império Romano Galeno: Abriu o cérebro e descobriu as cavidades, chamadas de ventrículos. O corpo funcionava de acordo com um balanço dos nossos fluidos vitais, ou humores. Os nervos seriam tubos, como as veias sanguíneas, que conduziam esses humores. Idade Moderna René Descartes: (Séc. XVII) Visão funcional do cérebro baseado nos fluidos; Apenas o comportamento humano que se assemelharia ao animal seria controlada pelo cérebro. As capacidades mentais humanas existiriam na mente/alma, uma entidade espiritual, que receberia as sensações e comandos de movimentação através da glândula pineal. Idade Moderna Século XVIII Aprendeu-se mais sobre o cérebro do que já se havia aprendido ao longo de toda a história. Benjamin Franklin: nova compreensão do fenômeno elétrico (Experiments and Observations on Electricity). Luigi Galvani e Emil du Bois-Reymond: mostraram que os músculos se contraem quando os nervos são estimulados eletricamente, e que o cérebro em si é capaz de gerar eletricidade. Superação da ideia de que os nervos comunicavam-se com o cérebro através dos fluidos. Idade Contemporânea Século XIX Charles Bell e François Magendie: comunicação bidirecional dos nervos. Descoberta das funções das raízes ventral e dorsal. Raíz dorsal: entra por trás da espinha – leva as informações sensoriais para o sistema nervoso central. Raíz ventral: entra pela frente da espinha – leva os estímulos para os músculos. Idade Contemporânea Século XIX Técnica de endurecimento de células com formaldeído; Descrição detalhada das células neurais - Citoarquitetura. Franz Nissl – técnica de coloração de Nissl e corpúsculos de Nissl (aglomerados em torno do núcleo do neurônio). Camillo Golgi – método de coloração por prata; Visualização de pelo menos duas partes distintas do neurônio: uma região central (corpo celular) e numerosos tubos finos (neuritos). Coloração de Nissl. Corpúsculo de Nissl Núcleo Nucléolo Corpo Celular Coloração de Golgi Idade Contemporânea Século XIX Demonstração de que a atividade elétrica em uma célula neural afeta a atividade das células adjacentes de forma previsível; Substâncias químicas interagem com receptores específicos nas células. Estudos de Charles Darwin sobre a evolução embasaram a observação sistemática da ação e do comportamento. Esse novo enfoque originou a psicologia experimental. Golgi X Cajal Golgi – Teoria reticularista: entendia que os neuritos das diferentes células eram fusionados uns aos outros para formar um retículo contínuo, ou rede, de forma similar às artérias e veias do sistema circulatório. Santiago Ramón y Cajal – Doutrina neuronal: afirma que os neuritos dos diferentes neurônios não possuem continuidade entre eles e se comunicam por contatos. Curiosidade: Os dois ganharam de forma compartilhada o Prêmio Nobel de 1906, mas seguiram rivais. Século XX Donald Hebb – sistematização experimental da influência da experiência na estrutura e no funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC) Psicologia mentalista X Psiquiatria biológica Crescimento da psicologia experimental Comportamentalismo (Thorndike e Skinner) Psicanálise (Freud) Neuropsicologia Russa (Luria) Neuroplasticidade (1960) Neurociências Década de 1960 Articulação entre os conhecimentos acerca do sistema nervoso produzidos de forma independente por diferentes disciplinas. Integração entre a neurobiologia, e seus desdobramentos na neuroanatomia, neurofisiologia e neurofarmacologia, e a psicologia experimental com suas ramificações na psicofisiologia, psicofarmacologia e psicologia cognitiva. Crescente interação entre neurociência e psicologia clínica. FIM Muito obrigado! email: lucascobarrosduarte@gmail.com
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