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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
PSICOLOGIA APLICADA À 
SAÚDE 
Sou Flávia Andressa Farnocchi Marucci, psicóloga formada pela 
Universidade Federal de São Carlos. Possuo Mestrado em Psicologia 
pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São 
Paulo (USP) e Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Conselho 
Federal de Psicologia. Atualmente, atuo como psicóloga assistente 
do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento 
do Hospital das Clínicas (HCFMRP-USP), preceptora do Programa 
de Aprimoramento Profissional em Psicologia Clínica e Hospitalar e 
supervisora do Programa de Residência Multiprofissional (HCFMRP-
USP). Possuo experiência em Psicologia da Saúde e Análise do 
comportamento.
E-mail: flaviamarucci@gmail.com 
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Flávia Andressa Farnocchi Marucci 
Batatais
Claretiano
2015
PSICOLOGIA APLICADA À 
SAÚDE 
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori 
Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia 
Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli • Simone 
Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus 
Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni 
• Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgareli • Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina 
Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami de Souza 
Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote 
Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Psicologia Aplicada à Saúde 
Versão: dez./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 122 páginas
 
616.0019 M353p 
 
 Marucci, Flávia Andressa Farnocchi 
 Psicologia aplicada à saúde / Flávia Andressa Farnocchi Marucci – Batatais, 
 SP : Claretiano, 2015. 
 122 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-418-1 
 1. Psicologia da saúde. 2. Processo saúde-doença. 3. Modelo biopsicossocial. 
 4. Enfrentamento. 5. Interdisciplinariedade. I. Psicologia aplicada à saúde. 
 
 
 
 
 
 CDD 616.0019 
SUMÁRIO
CONTEúDO INTRODUTóRIO
1. GLOSSáRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 11
2. EsquEma dos ConCEitos-ChavE ............................................................... 16
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 17
4. E-REFERÊnCia .................................................................................................. 18
unidadE 1 – FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAúDE 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 21
2.1. A CIÊNCIA PSICOLóGICA ........................................................................ 21
2.2. AS PRINCIPAIS TEORIAS PSICOLóGICAS ............................................... 24
2.3. A PSICOLOGIA DA SAúDE ....................................................................... 33
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES ......................................................... 44
3.1. PSICOLOGIA DA SAúDE ........................................................................... 44
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 45
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 47
6. E-REFERÊnCias ................................................................................................ 47
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 48
unidadE 2 – VARIáVEIS PSICOLóGICAS NA DETERMINAÇÃO DA 
SAúDE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 51
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 52
2.1. SAúDE E COMPORTAMENTO ................................................................. 52
2.2. PREVENÇÃO DE DOENÇAS ..................................................................... 56
2.3. ADESÃO AO TRATAMENTO ..................................................................... 60
2.4. TEORIAS DE COMPORTAMENTO E SAúDE ........................................... 63
2.5. PERSONALIDADE E SAúDE ..................................................................... 67
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES ......................................................... 69
3.1. SAúDE E COMPORTAMENTO ................................................................. 69
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 70
5. E-REFERÊnCias ................................................................................................ 73
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 73
unidadE 3 – ESTRESSE E DOENÇA 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 77
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 77
2.1. ESTRESSE ................................................................................................. 77
2.2. MODELOS DE ESTRESSE E DOENÇA ...................................................... 85
2.3. ENFRENTAMENTO .................................................................................. 87
2.4. ESTRESSE RELACIONADO COM O TRABALHO ...................................... 92
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES ......................................................... 96
3.1. ESTRESSE E ENFRENTAMENTO ............................................................... 96
3.2. ESTRESSE NO PROFISSIONAL DE SAúDE ............................................... 97
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 97
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 99
6. E-REFERÊnCia .................................................................................................. 100
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 100
unidadE 4 – RElação EquipE intERdisCiplinaR-paCiEntE
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................103
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 104
2.1. O TRABALHO EM EQUIPES DE SAúDE ................................................... 104
2.2. RELAÇÃO PROFISSIONAL DE SAúDE E PACIENTE ................................. 109
2.3. VARIáVEIS QUE ATUAM NA PROMOÇÃO DE SAúDE ............................ 113
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES ......................................................... 118
3.1. RELAÇÃO EQUIPE DE SAúDE E PACIENTE ............................................. 118
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 119
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 121
6. E-REFERÊnCias ................................................................................................ 122
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 122
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo 
Fundamentos da Psicologia da Saúde. Fatores evolutivos 
e saúde. História de vida na determinação da saúde/doença. 
Variáveis psicossociais do tratamento. Estresse e doença: me-
canismos fisiológicos e enfrentamento. Adoecimento no traba-
lho. Psicossomática. Relação equipe interdisciplinar-paciente.
Bibliografia Básica
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo 
de Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
DAVIDOFF, L. Introdução à psicologia. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
FRIEDMAN, H.; SCHUSTACK, M. W. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 1996.
Bibliografia Complementar
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto 
Alegre: Artmed, 2000.
DALLY, P.; HARRINGTON, H. Psicologia e psiquiatria na enfermagem. São Paulo: EPU, 
1996.
FIGLIE, N. B.; BORDIN S.; LARENJEIRA, R. Aconselhamento em dependência química. 
São Paulo: Roca, 2010.
HOLMES, D. Psicologia dos transtornos mentais. 2. ed. Tradução de Sandra Costa. 
Porto Alegre: 1997.
MELLO FILHO, J. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
ORLANDO, I. J. O relacionamento dinâmico enfermeiro-paciente. São Paulo: EPU, 1997. 
8 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber: ––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que 
deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes 
necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os 
principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os 
procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua 
origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente 
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou 
disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos 
Digitais Integradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do 
Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência 
de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), 
como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos 
temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito 
de avaliação. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
 1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao estudo de Psicologia Aplicada à Saúde 
na modalidade a distância. Neste conteúdo, apresentaremos uma 
introdução ao estudo da Psicologia da Saúde, dando ênfase à sua 
aplicabilidade aos profissionais de saúde que lidam diariamente 
com pacientes, e que exercem, portanto, um papel importante 
no estabelecimento de relações interpessoais que sejam capazes 
de promover saúde e qualidade de vida. 
Talvez você possa estar se perguntando: Por que estudar 
psicologia? Porque a prática dos profissionais que lidam com a 
saúde está intimamente relacionada ao cuidado e relacionamento 
com o paciente, e, logo, compreendê-lo pode facilitar seu 
trabalho, como também melhorar a sua qualidade de vida. Além 
disso, a compreensão do que é saúde hoje destaca que, além 
de fatores biológicos e sociais, ela é determinada, também, por 
fatores psicológicos, que estudaremos também nesta obra. 
Apesar de as áreas que lidam com a saúde já terem 
desenvolvido seu próprio corpo de conhecimento, o diálogo 
com outras ciências pode promover a compreensão de outros 
fenômenos e abrir novas possibilidades. No último século, a 
Psicologia vem dialogando com as ciências da saúde, a fim de 
ampliar a visão do ser humano, considerando-o para além de seu 
corpo biológico. 
A Psicologia pode auxiliar na reflexão sobre o processo 
saúde-doença, na compreensão do homem como ser integral, 
na discussão sobre os limites da atuação profissional e na 
problematização de discursos científico-hegemônicos, buscando 
a construção de uma relação de vínculo profissional-paciente 
que gere novos discursos e, com isso, construa novas práticas 
profissionais e de saúde. 
10 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
A Psicologia Aplicada à Saúde tem como objetivo 
apresentar como a psicologia compreende o ser humano e 
sua relação com os processos de saúde e doença; possibilitar 
a compreensão das variáveis que interferem na formação de 
sintomas e nos comportamentos de saúde; e abrir espaço para a 
discussão da relação entre o profissional de saúde e o paciente. 
Para isso, dividimos o conteúdo em quatro unidades de estudo.
Na Unidade 1, você será apresentado à ciência da psicologia 
e conhecerá algumas das abordagens teóricas mais importantes, 
o behaviorismo, a gestalt e a psicanálise. Esta breve introdução 
servirá de base para a compreensão da psicologia da saúde, 
que será discutida com maior detalhamento. Ainda nesta 
unidade, será discutido o conceito de saúde, segundo alguns 
modelos históricos e de acordo com o modelo biopsicossocial. 
Também serão apresentados os fatores que contribuíram para 
o surgimento de uma psicologia da saúde e as perspectivas de 
trabalho e pesquisa neste campo. 
Na Unidade 2, vamos nos dedicar ao estudo das variáveis 
psicológicas e comportamentais que podem influenciar e 
determinar a saúde do indivíduo. Discutiremos como padrões 
de comportamento podem trazer benefícios e prejuízos à saúde 
e a diferença entre prevenção primária, secundária e terciária. 
Também será apresentado o conceito de adesão ao tratamento 
e os fatores que interferem neste comportamento. Estudaremos 
sobre o modelo trasteórico, que descreve 5 estágios de prontidão 
para mudança e a associação entre alguns tipos de personalidade 
e o surgimento de doenças.
O próximo tema a ser estudado será o mecanismo 
fisiológico do estresse e as estratégias de enfrentamento. Este 
assunto será abordado na Unidade 3, que pretende apresentar 
11© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
os modelos de interação entre estresse e saúde, os efeitos do 
estresse no organismo, e os estilos de enfrentamento (focado 
na emoção ou nos problemas). Também será discutido sobre 
o estresse relacionado ao trabalho e Síndrome de Burnout em 
profissionais de saúde.
Em nossa última unidade, o assunto principal será a 
relação do profissional de saúde com o paciente. Para isso, serão 
apresentados os conceitos de equipes inter, multi e transdiciplinar 
em saúde. Abordaremos variáveis facilitadoras da construção de 
uma relação de ajuda com o paciente e sobre a importância da 
empatia, da autonomia, da informação, do suporte social e da 
espiritualidade na promoção de saúde. 
Então, preparados? Vamos começar! 
1. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida 
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimentodos temas tratados.
1) Adesão ao tratamento: disposição do paciente a seguir 
o regime de tratamento receitado e conseguir fazê-lo. 
2) Autonomia: independência, liberdade ou autossufi-
ciência. Capacidade de gerenciar a própria vida.
3) Behaviorismo: teoria psicológica que considera o 
comportamento como objeto de estudo da psicologia. 
Nesta abordagem, o comportamento é compreendido 
na interação entre o organismo e o ambiente. 
12 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
4) Biofeedback: sistema que proporciona informações 
auditivas ou visíveis com relação a estados fisiológicos 
involuntários. 
5) Modelo Biopsicossocial: forma de compreender a 
saúde como sendo determinada por compomentes 
biológicos, psicológicos e sociais.
6) Comunicação médico e paciente: interação social 
entre equipe de saúde e paciente na qual há trocas de 
informação. 
7) Comportamento: interação do indivíduo com o seu 
ambiente.
8) Contexto biológico: são os aspectos do nosso corpo que 
influenciam a saúde e a doença: nossa conformação 
genética e nosso sistema nervoso, imunológico e 
endócrino.
9) Contexto psicológico: fatores psicológicos como o 
pensamento, a percepção, a motivação, a emoção, 
a aprendizagem, a atenção, a memória, os quais 
acarretam implicações para a saúde.
10) Contexto social: a forma como nos relacionamos com 
os outros e com o nosso ambiente também influencia 
em nossa saúde.
11) Desamparo aprendido: resignação passiva e desani-
mada de uma pessoa diante do estresse persistente e 
incontrolável.
12) Despersonalização: refere-se à perda de idealismo no 
local de trabalho, desencadeando atitudes negativas 
para com aqueles que recebem o serviço ou a atenção 
do empregado.
13© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
13) Doenças crônicas: é uma doença que persiste por 
períodos superiores a seis meses e não se resolve em 
um curto espaço de tempo.
14) Empatia: é a capacidade de compreender a emoção do outro. 
É uma resposta afetiva apropriada à situação de outra 
pessoa, e não à sua própria situação. Capacidade de 
compreender a perspectiva psicológica das outras 
pessoas e experimentar reações emocionais por meio 
da observação da experiência alheia.
15) Enfrentamento: conjunto de estratégias, cognitivas 
e comportamentais, utilizadas pelos indivíduos para 
lidar com uma ameaça iminente. Este se processa 
mediante a mobilização de recursos naturais, com fins 
de administração de situações estressoras, consistindo 
de interação entre o organismo e o ambiente.
16) Enfrentamento focalizado na emoção: estratégia de 
enfrentamento em que a pessoa tenta controlar a 
resposta emocional ao estressor.
17) Enfrentamento focalizado no problema: estratégia 
de enfrentamento para lidar diretamente com o 
estressor, na qual são reduzidas as demandas do 
estressor ou aumentados os recursos para atender a 
essas demandas.
18) Equipe interdisciplinar: consiste no estabelecimento 
de associação intencional de duas ou mais áreas do 
saber, para alcançar um conhecimento mais amplo e 
diversificado.
19) Equipe multidisciplinar: são equipes formadas por 
vários profissionais de diferentes áreas, que buscam 
abranger os diferentes aspectos de uma mesma 
14 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
situação, sem haver uma relação entre si, cada um 
dentro de seu saber.
20) Equipe transdiciplinar: é a justaposição de diversas 
disciplinas para descrever uma nova forma de 
compreender os fenômenos.
21) Estresse: processo pelo qual percebemos e responde-
mos a eventos, chamados de estressores, que são per-
cebidos como danosos, ameaçadores ou desafiadores.
22) Esgotamento: estado de exaustão física e psicológica 
relacionada com o trabalho.
23) Exaustão: refere-se a sentimentos de ter seus recursos 
emocionais esgotados, com a correspondente perda 
de energia e sentimentos de fadiga.
24) Modelo biomédico: visão dominate no século 20, que 
sustenta que a doença sempre tem uma causa física. 
25) Modelo transteórico: teoria de estágios muito utilizada, 
sustenta que as pessoas passam por cinco estágios 
quando tentam mudar comportamentos relacionados 
com a saúde – pré-contemplação, contemplação, 
preparação, ação e manutenção. 
26) Mortalidade: morte; como medida de saúde, número 
de mortes devido a uma causa específica em determi-
nado grupo em certo momento. 
27) Personalidade: é o conjunto de características psicoló-
gicas que determinam os padrões de comportamento, 
de pensar e de sentir. 
28) Prevenção primária: esforços em favor da saúde para 
prevenir que doenças ou ferimentos ocorram.
15© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
29) Prevenção secundária: ações adotadas para identificar 
e tratar a doença no estágio inicial.
30) Prevenção terciária: ações adotadas para conter os 
danos, uma vez que a doença progrediu além de seus 
estágios iniciais.
31) Prontidão para mudança: presença de motivação para 
realizar a modificação de um hábito ou comportamento.
32) Psicanálise: teoria psicológica desenvolvida por Freud 
que tem como objeto de estudo o inconsciente.
33) Psiconeuroimunologia: campo de pesquisa que 
enfatiza a interação entre processos psicológicos, 
neurais e imunológicos no estresse e na doença.
34) Psicossomática: ramo da medicina concentrado no 
diagnóstico e tratamento de doenças físicas causadas 
por processos psicológicos deficientes. 
35) Resiliência: qualidade de certas pessoas de se 
recuperarem de estressores ambientais. 
36) Síndrome de burnout: ou síndrome do esgotamento 
profissional, um distúrbio psíquico que tem como 
características o estado de tensão emocional e de 
estresse crônicos, provocados por condições de trabalho 
físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
37) Subjetividade: é composta de ideias, significados e 
emoções construídos pelo sujeito por meio de suas 
relações sociais, de suas vivências e de sua constituição 
biológica. É fonte de suas manifestações afetivas e 
comportamentais.
38) Suporte social: apoio de outras pessoas que transmite 
preocupação emocinal e auxílio material.
16 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2. EsquEma dos ConCEitos-ChavE
Como você pode observar, o Esquema a seguir possibilita 
uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. 
Ao segui-lo, você poderá transitar entre um e outro conceito 
e descobrir o caminho para construir o seu conhecimento. 
Por exemplo, a psicologia aplicada à saúde tem como objetivo 
a compreensão dos determinates de saúde e doença. Nesse 
sentido, existem fatores que estão amplamente associados 
à promoção e à melhora da saúde, como o estabelecimento 
de uma relação de ajuda com o profissional de saúde, ter 
autonomia, empatia e informação, a presença de suporte social 
adequado e a espiritualidade. Em contrapartida, há inúmeras 
variáveis psicológicas que estão associadas ao aparecimento de 
doenças. Podemos categorizá-las como o efeito do estresse em 
nosso organismo e o efeito de padrões de comportamento não 
saudáveis. 
Entretanto, com o uso de estratégias de enfrentamento 
diante do estresse, podemos minimizar os seus efeitos 
prejudiciais. Da mesma forma, intervenções comportamentais 
podem modificar estilos de vida não saudáveis. Assim, podemos 
perceber que a determinação da saúde e da doença é passível de 
mudança e não se trata de uma condição estática. 
17© PSICOLOGIA APLICADA À SAúDE 
CONTEúDO INTRODUTóRIO
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Psicologia Aplicada à Saúde.
3. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, A M. B.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo 
de Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
MIYAZAKI, M. C.; DOMINGOS, N. A. M.; CABALLO, V. E. ; VALERIO, N. I. Psicologia 
da Saúde – intervenções em hospitais públicos. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapias 
cognitivo-comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005. 
18 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
CONTEÚDOINTRODUTÓRIO
4. E-REFERÊnCia
DICIONáRIO DE SIGNIFICADOS. Homepage. Disponível em: <http://www.significados.
com.br/>. Acesso em: 24 jul. 2015. 
19
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA 
SAÚDE 
Objetivos
•	 Compreender a psicologia como ciência.
•	 Analisar as principais abordagens teóricas da psicologia.
•	 Interpretar saúde em uma perspectiva biopsicossocial. 
•	 Analisar os fundamentos da psicologia da saúde e 
sua contribuição para a compreensão do processo 
saúde-doença. 
Conteúdos
•	 Fundamentos da Psicologia da Saúde.
•	 Psicossomática.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações 
a seguir:
1) Esta unidade compreende o estudo da psicologia 
da saúde. Os conceitos descritos a seguir serão 
fundamentais para a compreensão dos demais 
conteúdos abordados no restante da obra. 
20 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
2) Nesta unidade serão apresentadas apenas algumas das 
abordagens teóricas da Psicologia; existem outras além 
das que serão citadas aqui, mas que não abordaremos 
por não ser este o objetivo de nosso estudo. Portanto, 
é importante que você pesquise e busque sempre por 
novos conhecimentos. 
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares 
descritos nos Conteúdos Digitais Integradores. 
21© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
1. INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade, iniciaremos o estudo da Psicologia 
da Saúde, que é o ramo da Psicologia que se destina a pesquisar 
e explicar os processos de saúde e doença. No entanto, antes 
de nos aprofundarmos nesta área específica da Psicologia, 
precisamos conhecer um pouco melhor essa ciência. 
Para isso, iniciaremos nosso estudo com uma introdução à 
Psicologia como ciência e seu objeto de estudo, além de algumas 
das principais abordagens teóricas. 
Você vai observar que o conceito de saúde se modificou 
consideravelmente nos últimos anos, e isso está estreitamente 
relacionado com o surgimento da Psicologia da Saúde. Nosso 
principal objetivo aqui é demonstrar que os aspectos psicológicos, 
assim como os biológicos e sociais, têm grande influência na 
determinação da saúde e da qualidade de vida. 
2. CONTEúDO BÁSICO DE REFERêNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma 
sucinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo dos 
Conteúdos Digitais Integradores.
2.1. A CiênCiA PsiCológiCA 
O termo psicologia é utilizado em nosso cotidiano 
com sentidos diversos. Por exemplo, quando dizemos que 
determinada pessoa tem poder de persuasão ou convencimento, 
muitas vezes, falamos que ela utilizou "psicologia" para 
22 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
conseguir convencer. Ou quando encontramos alguém que 
nos faça sentir compreendidos ou que nos dê bons conselhos, 
muitas vezes, dizemos que tem “psicologia”. Essa psicologia, 
usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de 
psicologia do senso comum. Trata-se do conhecimento que as 
pessoas tem, normalmente de forma superficial, da psicologia 
enquanto ciência, o que lhes permite explicar ou compreender 
seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico. 
No entanto, vamos nos concentrar na Psicologia Científica.
Para denominarmos de “científico” um conjunto de 
conhecimento, é necessário que este tenha um objeto de 
estudo específico, uma linguagem rigorosa, métodos e 
técnicas específicos, processo cumulativo do conhecimento e 
objetividade (BOCK et al., 1999). É isso que faz da ciência uma 
forma de conhecimento que supera em muito o conhecimento 
espontâneo do senso comum. A Psicologia enquanto ciência é 
relativamente jovem, seu início é datado no final do século 19, 
embora já existisse há muito tempo na Filosofia, como uma 
preocupação e necessidade de compreensão do ser humano. 
Por ser uma ciência muito nova, a Psicologia não teve 
tempo ainda de apresentar teorias definitivas, o que faz com que 
ela seja caracterizada por uma diversidade de objetos de estudo. 
Contudo, essa diversidade de objetos se justifica pelo fato de 
os fenômenos psicológicos serem tão diversos e complexos, 
que não podem ser acessíveis ao mesmo nível de observação 
e, portanto, não podem ser sujeitos aos mesmos padrões de 
descrição, medida, controle e interpretação (BOCK et al., 1999; 
FIGUEIREDO; SANTI, 2004). 
A Psicologia é um ramo das Ciências Humanas, e, portanto, 
tudo que diz respeito ao homem poderia ser seu objeto de 
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unidadE 1 – FundamEntos da psiColoGia da saÚdE 
estudo, tal como o seu comportamento, a sua consciência ou 
a sua cognição. Isso nos permite dizer que talvez não exista 
apenas uma ciência psicológica, mas várias psicologias em 
desenvolvimento (BOCK et al., 1999). Tal assunto ficará mais claro 
no próximo tópico desta unidade, no qual estudaremos algumas 
das teorias psicológicas mais importantes, e, provavelmente, você 
perceberá que a compreensão do ser humano é estabelecida de 
forma distinta dentro de cada teoria. 
De forma geral, podemos dizer que a matéria-prima da 
psicologia é o homem, o humano em todas as suas expressões, 
as visíveis (comportamento) e as invisíveis (sentimentos), as 
singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque 
somos todos assim) (FIGUEIREDO; SANTI, 2004). E tudo isso pode 
ser compreendido no termo subjetividade:
A subjetividade é formada de ideias, significados e 
emoções construídos pelo sujeito segundo as relações sociais, 
de suas vivências e de sua constituição biológica, é fonte de suas 
manifestações afetivas e comportamentais (BOCK et al., 1999).
Em resumo, a subjetividade é a maneira de sentir, pensar 
e fazer de cada um; é o que constitui o nosso modo de ser. 
Entretanto, a síntese que a subjetividade representa não é inata 
ao indivíduo; ela é construída a partir do contato com o mundo 
social e cultural, ou seja, das relações que o sujeito estabelece 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
com o seu ambiente. Assim, com o estudo da subjetividade, a 
Psicologia contribui para a compreensão da totalidade da vida 
humana (FIGUEIREDO; SANTI, 2004).
2.2. As PrinCiPAis teoriAs PsiCológiCAs 
Como já foi mencionado, a Psicologia é composta 
por diferentes teorias que buscaram, ao longo de seu 
desenvolvimento, compreender e explicar a conduta humana. 
Essas abordagens psicológicas foram influenciadas por escolas 
filosóficas e movimentos científicos que direcionaram a forma 
de pensar o mundo na época de sua criação. 
As teorias da Psicologia mais importantes são: o 
Behaviorismo; a Gestalt; e a Psicanálise. Para facilitar sua 
compreensão, serão apresentadas as principais características 
de cada uma delas.
Behaviorismo 
O termo “behaviorismo” foi inaugurado pelo americano 
John B.Watson em 1913. No entanto, foi baseado nos estudos 
de Skinner (1945) que o behaviorismo ganhou grande destaque 
e se tornou uma das abordagens psicológicas mais utilizadas em 
vários países. Skinner cunhou o termo “behaviorismo radical” 
para designar a filosofia da ciência do comportamento. O termo 
inglês “behavior” significa “comportamento” e, por isso, o 
behaviorismo também é chamado de Teoria Comportamental, 
Análise Experimental do Comportamento ou Análise do 
Comportamento (FIGUEIREDO; SANTI, 2004).
Para o behaviorismo, o objeto de estudo da Psicologia é o 
comportamento. Contudo, o comportamento não é entendido 
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unidadE 1 – FundamEntos da psiColoGia da saÚdE 
como uma ação isolada, mas sim como uma interação entre 
o organismo e o seu ambiente. Ou seja, comportamento é a 
interação entre as ações do indivíduo (respostas) e o ambiente 
que o cerca (estímulos) (MOREIRA; MEDEIROS, 2007).
A Análise do Comportamento descreve dois tipos: o 
comportamento respondente e o operante. O primeiro é 
caracterizado porrespostas do organismo que são eliciadas 
(produzidas) por estímulos do ambiente. São interações do 
tipo estímulo-resposta, nas quais certos eventos ambientais 
confiavelmente eliciam certas respostas do organismo que 
independem de aprendizagem (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). 
Por exemplo, quando alguma luz forte incide em nossos olhos, 
nossas pupilas são contraídas imediatamente, ou quando 
entramos em um ambiente muito quente, começamos a 
transpirar excessivamente.
Nosso organismo já nasce com alguns comportamentos 
respondentes, por isso, dizemos que as respostas reflexas são 
instintivos. Esses comportamentos têm um importante valor 
de sobrevivência, pois são a preparação mínima do indivíduo 
para reagir aos estímulos ambientais, tais como o reflexo de 
sucção na amamentação, o reflexo de retirar a mão diante de um 
estímulo doloroso, entre outros (BOCK et al., 1999). No entanto, 
aprendemos novas relações de estímulo resposta ao longo de 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
nossa vida. São os chamados comportamentos respondentes 
condicionados (aprendidos), que são adquiridos a partir do 
pareamento de estímulos eliciadores de respostas com outros 
estímulos novos (neutros). Isso leva o organismo a responder 
a estímulos que antes não respondia. O comportamento 
respondente é muito importante para a compreensão das 
emoções humanas, pois todas as reações do organismo 
relacionadas à manifestação de emoção são comportamentos 
reflexos, é por meio da aprendizagem de novos respondentes 
que aprendemos a ter medo de algumas coisas, ou a chorar 
quando ouvimos uma determinada música. 
O segundo tipo, ou seja, o comportamento operante, é o tipo 
de comportamento que abarca a maioria dos comportamentos 
dos organismos, ou seja, a maior parte de nossas interações 
com o ambiente. Nesse tipo de comportamento, uma resposta 
emitida pelo organismo produz uma alteração no ambiente, 
consequências no ambiente, e o comportamento é afetado 
(controlado) por essas consequências. Por exemplo, se você vai 
até uma torneira e utiliza suas mãos para girá-la até sair água, 
você produziu uma mudança em seu ambiente, antes não tinha 
água e agora tem. A consequência de seu comportamento (a 
presença de água) influencia a ocorrência futura da mesma 
resposta, pois sempre que precisar de água, girará a torneira da 
mesma forma, já que aprendeu que, assim, consegue obter a 
água que precisa. O comportamento operante é assim chamado 
porque ele "opera" sobre o ambiente para modificá-lo (MOREIRA; 
MEDEIROS, 2007). 
É importante entendê-lo para compreendermos como 
aprendemos nossas habilidades e conhecimento e até mesmo 
como aprendemos a ser quem somos (o que chamamos de 
personalidade ou padrão de comportamento). A maior parte de 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
nossos comportamentos produz consequências no ambiente, as 
quais influenciam a ocorrência futura do mesmo comportamento. 
As consequências produzidas pelo comportamento ocorrem tão 
naturalmente no nosso dia a dia que nem nos damos conta de 
que elas estão presentes. 
Os comportamentos são mantidos ou deixam de ocorrer 
em função de suas consequências. Por exemplo, se uma criança 
apresenta um comportamento de birra porque deseja receber 
um doce, a consequência oferecida ao seu comportamento 
influenciará a probabilidade de, no futuro, essa criança voltar a 
fazer birra. Se os pais cederem ao seu comportamento dando-
lhe o doce, há um aumento na chance de ela se comportar da 
mesma forma na próxima situação em que desejar algo. Em 
contrapartida, se a consequência apresentada for ignorar ou punir 
o comportamento da criança, esta provavelmente não utilizará a 
mesma estratégia na próxima vez que quiser ganhar um doce. 
Se a consequência aumentar a probabilidade de ocorrência do 
comportamento, então dizemos que a resposta foi reforçada (a 
consequência é então chamada de Reforço). No entanto, se a 
probabilidade do comportamento for diminuída, dizemos que 
resposta foi punida (punição) (MOREIRA; MEDEIROS, 2007).
A análise do comportamento é bastante abrangente no 
estudo da psicologia da saúde e é muito aplicada na modificação 
de comportamentos não saudáveis, na aprendizagem de 
comportamentos de saúde e na adesão ao tratamento. 
Gestalt
Gestalt é um termo alemão sem tradução para o português. 
O significado mais próximo seria “forma” ou “configuração”, por 
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isso a Gestalt é conhecida como “psicologia da forma” (BOCK et 
al., 1999). 
Essa teoria psicológica foi iniciada com base nos estudos 
de Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) 
e Kurt Koffka (1886-1941), que fundamentados na Psicofísica, 
investigaram a percepção e a sensação do movimento. Eles 
estavam preocupados em compreender quais os processos 
psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo 
físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que 
ele tem na realidade (FIGUEIREDO; SANTI, 2004). 
Para a Gestalt, o objeto de estudo da psicologia também 
é o comportamento, assim como para os behavioristas. No 
entanto, essas abordagens se diferem na forma como estudam 
o comportamento. A Gestalt considera que o estudo do 
comportamento de maneira isolada de um contexto mais amplo 
pode dificultar sua compreensão ao psicólogo. Na visão dos 
gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus 
aspectos mais globais, levando em consideração as condições 
que alteram a percepção do estímulo (BOCK et al., 1999).
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas 
centrais dessa teoria. Para os gestaltistas, entre o estímulo 
que o ambiente fornece e a resposta do indivíduo, encontra-
se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe e 
como percebe são dados importantes para a compreensão do 
comportamento humano. Nesse sentido, a Gestalt insere o 
conceito de figura/fundo, no qual temos a tendência de organizar 
nossas percepções no objeto observado (a figura) e o segundo o 
plano contra o qual ela se destaca (o fundo). Quanto mais clara 
estiver a forma, mais clara será a separação entre figura e fundo. 
Como exemplo, observe as imagens apresentadas na Figura 1. O 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
que consegue ver? Qual figura emerge e qual fundo permanece? 
Consegue perceber o dinamismo entre figura que ora emerge e 
ora vai para o fundo? 
Figura 1 Exemplos de figura/fundo.
Na primeira imagem, é possível observar a figura de um 
cálice ou a face duas pessoas; na segunda, podemos observar a 
figura de uma dama com chapéu ou a face de uma senhora. 
A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as 
condições para a compreensão do comportamento humano. 
A maneira como percebemos um determinado estímulo 
desencadeará nosso comportamento. Muitas vezes, os nossos 
comportamentos guardam relação estreita com os estímulos 
físicos, e outras, eles são completamente diferentes do esperado 
porque "entendemos" o ambiente de uma maneira diferente da 
sua realidade (BOCK et al., 1999).
A Gestalt apresenta o conceito de “boa forma”, que 
implica na apresentação em aspectos básicos do elemento 
que objetivamos compreender, de forma que permitam 
a sua decodificação, ou seja, sua percepção total. Se nos 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
elementos percebidos não há equilíbrio, simetria, estabilidade 
e simplicidade, não alcançaremos a boa forma (FIGUEIREDO; 
SANTI, 2004). 
O comportamento é determinado pela percepção do 
estímulo e, portanto, estará submetido à lei da boa forma. O 
conjunto de estímulos determinantes do comportamento é 
denominado meio ambiental. São conhecidos dois tipos de 
meio, o meio geográfico, que é o meio enquanto tal, o meio 
físico em termos objetivos, e o meio comportamental, que é o 
meio resultante da interação do indivíduocom o meio físico e 
implica a interpretação desse meio por intermédio das forças 
que regem a percepção (BOCK et al., 1999).
Psicanálise
A última teoria psicológica que estudaremos é a Psicanálise, 
abordagem bastante conhecida que foi desenvolvida por 
Sigmund Freud (1856-1939), um médico vienense que mudou 
totalmente o modo de pensar a vida psíquica. 
O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria 
e a um método de investigação, além da prática profissional; 
enquanto teoria se caracteriza por um conjunto de conhecimentos 
sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como 
método de investigação, a psicanálise caracteriza-se pelo 
método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo 
que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas realizações 
imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os 
atos falhos (FIGUEIREDO; SANTI, 2004). 
Freud, em seu livro A interpretação dos sonhos, apresentou 
a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da 
personalidade. Essa teoria se refere à existência de três sistemas 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
psíquicos: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente (BOCK 
et al., 1999):
•	 O inconsciente é o conjunto dos conteúdos não 
presentes no campo da consciência. É formado por 
conteúdos reprimidos pela ação de censuras internas. 
•	 O pré-consciente é o sistema onde permanecem 
aqueles conteúdos acessíveis à consciência, que podem 
ser acessados a qualquer momento.
•	 O consciente é o sistema do aparelho psíquico que 
recebe ao mesmo tempo as informações do mundo 
exterior e as do mundo interior. Destaca-se a percepção, 
a atenção e o raciocínio.
Um ponto de destaque nas obras de Freud é a atenção 
dada ao estudo da sexualidade humana. Ele descrevia que 
a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos por seus 
pacientes referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados 
nos primeiros anos de vida, ou seja, que na vida infantil 
estavam as experiências de caráter traumático, reprimidas, que 
se configuravam como origem dos sintomas das neuroses. 
Posteriormente, Freud remodela a teoria do aparelho 
psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego para 
referir-se aos três sistemas da personalidade. O id constitui 
o reservatório da energia psíquica, onde estariam as pulsões 
de vida e de morte. É regido pelo princípio do prazer. O ego 
é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências 
do id, da realidade e do superego. É regido pelo princípio da 
realidade e suas funções básicas são a percepção, a memória, 
os sentimentos e o pensamento. O superego origina-se a partir 
da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. 
Seu conteúdo refere-se a exigências sociais e culturais (BOCK 
et al., 1999).
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
Outro ponto importante da teoria freudiana são os 
mecanismos de defesa. Freud observou que diante da 
percepção de um acontecimento doloroso ou desorganizador, as 
pessoas podem suprimir a realidade para evitar o sofrimento. 
Esses mecanismos são processos realizados pelo ego e são 
inconscientes, ou seja, ocorrem de forma independente da 
vontade do indivíduo. Veja na Tabela 1 alguns exemplos de 
mecanismos de defesa:
Tabela 1: Mecanismos de defesa do Ego. 
Mecanismos de Defesa
Recalque O indivíduo "não vê" o que ocorre. Existe a 
supressão de uma parte da realidade. Por 
suprimir a percepção do que está acontecendo, 
é considerado o mais radical dos mecanismos 
de defesa. Os demais referem-se a apenas 
deformações da realidade.
Formação reativa O ego procura afastar o desejo que vai em 
determinada direção, e, para isto, o indivíduo 
adota uma atitude oposta a este desejo.
Regressão O indivíduo retorna a etapas anteriores de seu 
desenvolvimento, é uma passagem para modos 
de expressão mais primitivos.
Projeção O indivíduo localiza (projeta) algo de si no mundo 
externo e não percebe aquilo que foi projetado 
como algo seu que considera indesejável. É um 
mecanismo de uso frequente e observável na 
vida cotidiana.
Racionalização O indivíduo constrói uma argumentação 
intelectualmente convincente e aceitável, que 
justifica os estados "deformados" da consciência.
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unidadE 1 – FundamEntos da psiColoGia da saÚdE 
2.3. A PsiCologiA dA sAúde
A Psicologia da Saúde é uma área da psicologia que aplica 
princípios e pesquisas psicológicas para melhoria, tratamento 
e prevenção de doenças. Inclui como variáveis de interesse 
as condições sociais (como disponibilidade de serviços de 
saúde), os fatores biológicos (como longevidade da família e as 
vulnerabilidades hereditárias a certas doenças) e até mesmo os 
traços de personalidade ou padrões de comportamentos (como 
extroversão e sociabilidade) (STRAUB, 2005).
Psicologia da saúde foi definida, pela Associação Americana 
de Psicologia, como: 
Ela abrange o ensino e a prática de qualquer tipo de 
fenômeno de saúde e de interações entre pessoas, como as 
relações profissionais-pacientes, as relações humanas dentro 
de uma instituição de saúde, a questão das doenças agudas e 
crônicas, o papel das reações adaptativas ao adoecer, a perda, a 
morte e os recursos terapêuticos (MIYAZAKI et al, 2011).
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O que é Saúde
Para compreender melhor como trabalha a psicologia da 
saúde, é necessário entender o que é saúde. Por muito tempo 
prevaleceu o modelo biomédico de saúde no qual, saúde era 
definida como ausência de doenças. tal definição se concentrava 
apenas na ausência de um estado negativo, no entanto, a maioria 
de nós concordaria que a saúde envolve muito mais e não se 
limita ao nosso bem-estar físico. 
A interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais 
é atualmente considerada fundamental na compreensão do 
contínuo saúde-doença (miYaZaKi et al, 2011). 
Pensando nisso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) 
(2015) propôs a definição de saúde como "um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência 
de doenças ou enfermidades", como era a definição anterior de 
saúde. Essa definição afirma que a saúde é um estado positivo e 
multidimensional que envolve três domínios: saúde física, saúde 
psicológica e saúde social. 
•	 Saúde física: implica em ter um corpo saudável e livre 
de doenças, com um bom desempenho dos sistemas 
do nosso corpo e a capacidade de resistir a ferimentos 
físicos. Ela também envolve hábitos relacionados com o 
estilo de vida que aumentem a saúde física. 
•	 saúde psicológica: significa ser capaz de pensar de 
forma clara, ter uma boa autoestima e um senso geral 
de bem-estar. Inclui a criatividade, as habilidades de 
resolução de problemas e a estabilidade emocional.
•	 saúde social: envolve ter habilidades interpessoais, 
relacionamentos significativos com amigos e família 
e apoio social em épocas de crise. Está relacionada 
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UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
também com fatores socioculturais em saúde, como 
o status socioeconômico, a educação, a cultura e o 
gênero. 
Cada campo da saúde é influenciado pelos outros dois 
domínios. Por exemplo, uma pessoa emocionalmente segura 
de si, que tem boas habilidades de resolução de problemas 
(saúde psicológica), provavelmente terá mais facilidade para 
manter relacionamentos sociais sadios (saúde social) do que 
uma pessoa depressiva que tem dificuldade para se concentrar 
no problema em questão. da mesma forma, a saúde física fraca 
apresenta desafios especiais, tanto para a autoestima quanto 
para relacionamentos com a sua família e seus amigos. 
No entanto, a saúde nem sempre foi compreendida dessa 
forma. Até a primeira parte do século 20, a medicina apoiava-se 
na fisiologia e na anatomia na busca por uma compreensão mais 
profunda da saúde e da doença. Esse erao modelo biomédico 
de saúde, que sustentava que a doença sempre tinha causas 
biológicas. Esse modelo tornou-se aceito de forma ampla durante 
o século 19 e representou a visão dominante na medicina até 
recentemente (MIYAZAKI et al, 2011). 
Segundo (STRAUB, 2005, p. 8):
O modelo biomédico pressupõe que a doença é o resultado de 
um patógeno (vírus, bactéria ou algum outro microrganismo 
que invade o corpo), e não faz menção às variáveis psicológicas, 
sociais ou comportamentais na doença. Neste sentido, 
este modelo é reducionista, considerando que fenômenos 
complexos, como a saúde ou a doença, são derivados de um 
único fator primário. De acordo com este padrão, a saúde nada 
mais é do que a ausência de doenças. Dessa forma, aqueles 
que trabalham apoiados nesta perspectiva concentram-se em 
investigar as causas das doenças físicas em vez daqueles fatores 
que promovem a vitalidade física, psicológica e social.
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O modelo biomédico avançou o tratamento de saúde 
de maneira significativa, entretanto, foi incapaz de explicar 
transtornos que não apresentavam causa física observável. 
O pensamento de que determinadas doenças poderiam ser 
provocadas por conflitos psicológicos foi desenvolvida durante a 
década de 1940 pelo trabalho do psicanalista Franz Alexander. 
Ele trabalhava com pacientes com artrite reumática, e, quando 
a equipe médica não encontrava agentes infecciosos ou outras 
causas diretas para a doença, alexander ficava desconfiado 
pela possibilidade de que fatores psicológicos pudessem estar 
envolvidos. Ele desenvolveu então o modelo do conflito nuclear, 
no qual defendia que a presença de determinados conflitos 
inconscientes poderia levar à presença de reclamações físicas. 
segundo esse modelo, “cada doença física é o resultado de 
um conflito psicológico fundamental ou nuclear”. alexander 
acreditava que indivíduos com "personalidade reumática", 
que tendem a reprimir a raiva e são incapazes de expressar as 
emoções, seriam mais propensos a desenvolver artrite (STRAUB, 
2005, p. 9).
a partir desses estudos, um grande número de transtornos 
físicos foram descritos como presumivelmente causados por 
conflitos psicológicos, surgindo, assim, a medicina psicossomática 
(psico = mente; soma = corpo), um movimento reformista dentro 
da medicina que buscava estudar o diagnóstico e o tratamento 
de doenças físicas supostamente causadas por processos 
deficientes na mente (stRauB, 2005). 
a medicina psicossomática apresentou um importante 
avanço para a compreensão da saúde, quando comparada 
ao modelo biomédico, no entanto, foi questionada pela 
categorização aparentemente arbitrária de algumas doenças 
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como sendo de natureza completamente física e outra 
completamente psicológica. Sua metodologia de pesquisa 
era fundamentada principalmente em estudos de caso de 
pacientes individuais, o que fez surgirem críticas em relação à 
sua confiabilidade, além disso, a medicina psicossomática, assim 
como o modelo biomédico, apoiava-se no reducionismo, de que 
um único problema psicológico seria suficiente para desencadear 
a doença (MELLO,1995; STRAUB, 2005). 
Atualmente, a compreensão dos processos de saúde- 
-doença evoluiu, de forma a serem compreendidos como 
o resultado da interação de múltiplos fatores, incluindo as 
condições biológicas, o ambiente e os aspectos psicológicos. 
Essa tendência contemporânea de ver a doença e a saúde como 
algo multifatorial é resultado da aproximação entre a medicina e 
a psicologia (MIYAZAKI et al, 2011).
Um outro exemplo dessa aproximação é a medicina 
comportamental, que foi concebida com base nos princípios 
do behaviorismo. Esse campo começou a explorar o papel 
do condicionamento respondente e operante na saúde e na 
doença. Um de seus principais resultados foi a pesquisa de Neal 
miller, que utilizou técnicas de condicionamento operante para 
ensinar animais e humanos a adquirirem controle sobre certas 
funções corporais. Ele demonstrou que as pessoas podem 
adquirir algum nível de controle sobre a sua pressão sanguínea 
e relaxar a frequência cardíaca quando estiveram cientes desses 
estados. Essa técnica recebeu o nome de biofeedback, e é 
muito utilizada até hoje na recuperação de diversas patologias 
(STRAUB, 2005). 
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O surgimento da Psicologia da Saúde
A Psicologia da Saúde foi criada com o objetivo de estudar, 
de forma científica, as causas e origens de determinadas doenças, 
principalmente as origens psicológicas, comportamentais e sociais 
da doença. Ela busca investigar por que as pessoas se envolvem 
em comportamentos que comprometem a saúde, como fumar 
e sexo inseguro, e como facilitar a prática de comportamentos 
que pode preservar, restabelecer ou promover a saúde, como ter 
uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos. Também 
se preocupa com a prevenção e o tratamento de doenças, por 
meio de programas que auxiliem no processo de adaptação à 
enfermidade e estratégias para facilitar a adesão ao tratamento.
Alguns fatores contribuíram para o surgimento de um 
campo da Psicologia que se ocupasse exclusivamente de 
investigar e promover saúde. Segundo Straub (2005), são quatro 
tendências que desafiaram a medicina e a saúde pública e 
impulsionaram a criação da psicologia da saúde: 
•	 Aumento da expectativa de vida: com a melhoria 
dos serviços de saúde e os avanços da medicina, a 
expectativa de vida aumentou na maioria dos países. 
Com as pessoas vivendo mais, existe maior consciência 
publica das questões relacionadas com a saúde, 
incluindo a preocupação com as questões psicológicas. 
•	 Surgimento de transtornos relacionados ao estilo 
de vida: até o século 19, as pessoas morriam 
principalmente de doenças que eram causadas por falta 
de água potável, por alimentos contaminados, ou por 
infecções contraídas no contato com pessoas doentes. 
Não era incomum que centenas ou mesmo milhares de 
pessoas morressem em uma única epidemia de varíola, 
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febre amarela, difteria, gripe ou sarampo. Melhorias 
em higiene pessoal, nutrição e saúde pública (como 
tratamentos de esgotos) levaram a um declínio no 
número de mortes por doenças infecciosas. Porém, 
apenas após a descoberta da penicilina por Alexander 
Fleming, em 1928, a saúde pública deu um passo 
verdadeiramente decisivo. Isso levou a uma mudança 
no padrão das principais causas de morte, que, antes do 
século 20, eram transtornos agudos, como tuberculose, 
gripe e pneumonia, e atualmente está relacionado a 
doenças crônicas, nas quais a pessoa precisa tratar por 
muitos anos para prevenir mortes prematuras e manter 
a qualidade de vida (STRAUB, 2005). 
•	 Modificação no modelo biomédico: os questionamentos 
em relação ao reducionismo do modelo biomédico 
levaram à necessidade de pensar em saúde e doença 
de forma mais abrangente, como já foi discutido 
anteriormente. A medicina tradicional encontrou 
dificuldade para explicar por que o mesmo conjunto de 
fatores de risco algumas vezes desencadeia doenças e 
outras não. Isso induziu os pesquisadores a descobrir 
que fatores psicológicos, como a maneira como cada 
pessoa reage ao estresse, se combinam com fatores de 
risco físicos para determinar o risco à saúde do indivíduo 
(MIYAZAKI et al., 2011). 
•	 Aumento dos custos do atendimento em saúde: o 
crescente aumento nos custos dos serviços de saúde 
ajudou a focar a atenção na eficácia do custo de 
promover e manter a saúde. A ênfase da psicologia 
da saúde em modificar os comportamentos de risco 
das pessoas, antes que eles causem doenças, tem o 
40 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
potencial de reduzir os custos com a saúde de forma 
expressiva (STRAUB, 2005). 
Perspectivasda Psicologia da Saúde
A Psicologia da Saúde desenvolveu alguns modelos 
ou perspectivas para orientar seu trabalho, objetivando 
compreender de forma mais ampla os processos de saúde e 
doença. Cada um desses modelos investiga de forma diferente a 
mesma coisa e se complementam para a compreensão total da 
saúde. 
O primeiro modelo é a perspectiva do curso de vida, que 
se concentra em investigar os aspectos da saúde e da doença 
relacionados com a idade e com os ciclos de vida. Essa perspectiva 
também examina as principais causas de morte que acometem 
certos grupos etários. Por exemplo, o uso de substâncias 
psicoativas é mais frequente em adolescentes, enquanto que 
as doenças crônicas afetam de forma mais significativa pessoas 
idosas. 
Outra perspectiva é a sociocultural, que se dedica a conhecer 
a forma como os como fatores sociais e culturais contribuem 
para a saúde e para a doença. O termo cultura é compreendido 
como comportamentos, valores e costumes persistentes que um 
grupo de pessoas desenvolveu ao longo dos anos e transmitiu à 
próxima geração. Em culturas ou etnias diferentes existe muita 
diversidade em relação à expectativa de vida e ao nível de 
saúde, e algumas dessas diferenças refletem uma variação no 
status socioeconômico. Por exemplo, se compararmos a saúde 
da população residente no interior do Estado de São Paulo com 
a saúde da população que vive em pequenas comunidades 
no interior da Amazônia, encontraremos grandes diferenças 
41© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
relacionadas a estruturas de saneamento básico e estilos de 
vida. Outro exemplo refere-se às religiões que pregam um estilo 
de vida mais saudável, sem uso de álcool ou alimentos à base de 
carne animal, hábitos normalmente associados à melhor saúde. 
Há também a perspectiva de gênero, que se concentra 
no estudo de problemas de saúde específicos de cada gênero. 
Homens e mulheres diferem no risco que apresentam para 
uma variedade de transtornos, como o índice de doenças 
cardiovasculares que, historicamente, tem sido maior em 
pacientes do sexo masculino, embora essa realidade esteja 
se modificando. Outro exemplo é a depressão, que acomete 
mulheres em uma frequência muito maior que homens. 
todas essas perspectivas se sobrepõem e todas veem a 
saúde e a doença como produtos da interação de fatores. Elas 
diferem apenas nos fatores que enfatizam e se complementam 
(stRauB, 2005). Essas perspectivas se agrupam na perspectiva 
biopsicossocial, que engloba todas as questões tratadas 
anteriormente.
a perspectiva biopsicossocial defende que variáveis 
biológicas, psicológicas e sociais agem em conjunto para 
determinar a saúde e a vulnerabilidade do indivíduo à doença. 
Dessa forma, a saúde e a doença devem ser explicadas em 
relação aos contextos biológico, psicológico e social. 
•	 O contexto biológico: são os aspectos do nosso corpo 
que influenciam a saúde e a doença: nossa conformação 
genética e nosso sistema nervoso, imunológico e 
endócrino. A biologia e o comportamento interagem 
de forma constante. Por exemplo: alguns indivíduos são 
mais vulneráveis a doenças relacionadas ao estresse 
porque reagem com agressividade aos problemas 
enfrentados. Uma das tarefas da psicologia da saúde 
42 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
é explicar como essa influência mútua entre biologia e 
comportamento ocorre.
•	 O contexto psicológico: a psicologia da saúde preconiza 
que a saúde e a doença estão sujeitas às influências 
psicológicas. Por exemplo, um fator fundamental para 
determinar o quanto uma pessoa consegue lidar com 
uma experiência de vida estressante é a forma como 
o evento é avaliado e interpretado. Eventos avaliados 
como avassaladores, invasivos e fora do nosso controle 
nos custam mais do ponto de vista físico e psicológico 
do que os que são avaliados como desafios menores, 
temporários e superáveis. De fato, algumas evidências 
sugerem que, independentemente de um evento ser 
realmente experimentado ou simplesmente imaginado, 
a resposta do corpo ao estresse é, de modo aproximado, 
a mesma. Os psicólogos da saúde pensam que algumas 
pessoas podem ser cronicamente depressivas e mais 
vulneráveis a certos problemas de saúde porque 
revivem eventos difíceis muitas vezes em suas mentes, 
o que pode ser funcionalmente equivalente a passar 
repetidas vezes pelo evento real (STRAUB, 2005).
•	 O pensamento, a percepção, a motivação, a emoção, a 
aprendizagem, a atenção e a memória têm implicações 
para a saúde. Os fatores psicológicos também 
desempenham um importante papel no tratamento de 
condições crônicas. As intervenções psicológicas ajudam 
os pacientes a administrar sua tensão, diminuindo, 
assim, as reações negativas ao tratamento. Aqueles 
pacientes mais tranquilos em geral são mais capazes 
e mais motivados para seguir as instruções de seus 
médicos. Também auxiliam os pacientes a administrar 
o estresse da vida cotidiana, que parece exercer um 
43© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
efeito cumulativo sobre o sistema imunológico. Eventos 
negativos na vida, como a perda de um ente querido, 
o divórcio, a perda de emprego ou uma mudança, 
podem estar ligados à diminuição do funcionamento 
imunológico e à maior suscetibilidade a doenças 
(STRAUB, 2005). 
•	 O contexto social: a forma como cada pessoa se relaciona 
com a outra e com o ambiente também influencia em 
sua saúde. O gênero de cada um, por exemplo, implica 
determinado papel social que lhe dá um senso de ser 
mulher ou homem. Além disso, você é membro de 
determinada família, comunidade e nação, dessa forma, 
também tem certa identidade racial, cultural e étnica e 
vive dentro de uma classe socioeconômica específica. 
Cada um desses elementos do seu contexto social único 
influencia suas crenças e comportamentos – incluindo 
aqueles relacionados com a saúde (STRAUB, 2005).
Em resumo, a perspectiva biopsicossocial enfatiza as 
influências mútuas entre os contextos biológicos, psicológicos 
e sociais, que atuam em conjunto na determinação da saúde, 
como exemplificamos na Tabela 2:
Tabela 2 O modelo biopsicossocial de saúde e doença.
Biológico Psicológico Social
Vírus
Bactéria
Lesões
Genética
Comportamento 
Crenças 
Enfrentamento 
Estresse
Gênero 
Estado Civil 
Emprego 
Classe Social 
Etnia
44 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
É com esta concepção de saúde e de psicologia da saúde 
que daremos seguimento aos nossos estudos. A compreensão 
desses termos é imprescindível para avançarmos em direção 
ao nosso próximo tópico, no qual discutiremos as variáveis 
psicológicas e comportamentais que atuam na determinação da 
saúde. Este é o assunto da nossa próxima unidade. 
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES
Os Conteúdos Digitais Integradores são a condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. PsiCologiA dA sAúde
A psicologia da saúde foi desenvolvida a partir do conceito 
ampliado de saúde, com múltiplos determinantes. A evolução na 
forma de pensar saúde foi fundamental para o surgimento deste 
campo da psicologia. Contudo, foram os achados da psicologia 
um dos fatores que estimularam esta evolução no conceito de 
saúde. Dessa forma, devemos ter sempre em mente o conceito 
de ser biopsicossocial na determinação dos processos de saúde 
e doença. 
Os textos a seguir ajudarão você a ampliar o conhecimento 
sobre este tema. É muito importante que você acesse os links 
apresentados e consulte os materiais indicados. 
•	 GRILO, A.M.; PEDRO, H. Contributos da psicologia para 
as profissões da saúde. Disponível em: <http://www.
scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/psd/v6n1/v6n1a05.pdf> 
Acesso em: 20 dez. 2013.
45© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
•	 DE MARCO, M. A. Do modelo biomédico ao modelo 
biopsicossocial: um projetode educação permanente. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/
v30n1/v30n1a10.pdf> Acesso em: 20 dez. 2013.
•	 TEIXEIRA, J. A. C. Psicologia da saúde. Disponível 
em:<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/aps/
v22n3/v22n3a02.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2013.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Sobre a subjetividade, assinale a alternativa incorreta:
a) Ela é construída a partir do contato com mundo social e cultural. 
b) É composta de ideias, significados e emoções construídos pelo sujeito 
a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição 
biológica. 
c) Ela é inata ao indivíduo, ou seja, acompanha-o desde seu nascimento. 
d) É o que constitui o nosso modo de ser.
2) Sobre o behaviorismo, está correto o que se afirma em:
a) O comportamento não é entendido como uma ação isolada, mas sim 
como uma interação entre o organismo e o seu ambiente.
b) O comportamento respondente é uma resposta emitida pelo 
organismo que produz uma consequência no ambiente, e é afetado 
(controlado) por essas consequências. 
c) O comportamento operante é caracterizado por respostas do 
organismo que são eliciadas (produzidas) por estímulos do ambiente. 
d) Essa teoria se refere à existência de três sistemas psíquicos: o incons-
ciente, o pré-consciente e o consciente.
46 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
3) São fatores que contribuíram para o surgimento da psicologia da saúde, 
exceto:
a) Surgimento de transtornos relacionados ao estilo de vida.
b) Modificação no modelo biomédico.
c) A escolha da psicanálise como abordagem teórica prevalente na área 
da Saúde. 
d) Aumento da expectativa de vida.
4) Em relação à definição de saúde, assinale a alternativa incorreta:
a) Saúde social envolve ter habilidades interpessoais, relacionamentos 
significativos com amigos e família e apoio social em épocas de crise.
b) Saúde física implica ter um corpo saudável e livre de doenças.
c) Considera a interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais.
d) Concentra sua definição na ausência de doenças ou condições 
negativas. 
5) Sobre as perspectivas em saúde da família, assinale a alternativa correta:
a) a perspectiva de gênero que se concentra em investigar os aspectos da 
saúde e da doença relacionados com a idade e ciclos de vida.
a) Homens e mulheres não devem ser diferentes no risco que apresen-
tam para transtornos e doenças.
b) A perspectiva sociocultural defende que variáveis biológicas, psicológi-
cas e sociais agem em conjunto para determinar a saúde e a vulnerabi-
lidade do indivíduo à doença.
c) Todas as perspectivas se sobrepõem e todas veem a saúde e a doença 
como produtos da interação de fatores.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
1) C
2) A
47© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
3) C
4) D
5) D
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você 
teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre a ciência 
da psicologia e algumas abordagens teóricas. Além disso, 
apresentamos a definição de saúde como determinada por 
variáveis biopsicossociais. Essa concepção de saúde é a base da 
Psicologia Aplicada à Saúde, que busca compreender os aspectos 
comportamentais envolvidos na preservação e promoção da 
saúde. 
Na próxima unidade, descreveremos, de forma mais 
detalhada, as variáveis psicológicas e comportamentais que 
interferem na saúde. 
Até lá!
6. E-REFERÊnCias
AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION – APA. Public description of clinical health 
psychology. Disponível em: <www.apa.org/ed/graduate/specialize/health.aspx>. 
Acesso em: 12 jan. 2014. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAúDE – OMS. Constituição da Organização Mundial 
da Saúde. Diponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-
Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-
mundial-da-saude-omswho.html>. Acesso em: 27 jul. 2015.
48 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 1 – FUNDAmENtos DA PsIcologIA DA sAúDE 
7. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, A M. B.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo 
de Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
FIGUEIREDO, L. C.; SANTI, P. L. R. Psicologia: uma (nova) introdução. São Paulo: EDUC, 
2004.
MELLO FILHO, J. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
MIYAZAKI, M. C.; DOMINGOS, N. A. M.; CABALLO, V. E. Et al. Psicologia da Saúde. 
Intervenções em hospitais públicos. In: Bernard Rangé. (Org.). Psicoterapias Cognitivo-
Comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. 
Porto Alegre: Artmed, 2007.
STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.
49
VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS NA 
DETERMINAçãO DA SAÚDE
Objetivos
• Compreender como variáveis psicológicas e comporta-
mentais podem influenciar a saúde.
• Interpretar os tipos de prevenção e os comportamentos 
que promovem saúde.
• Analisar o processo de adesão ao tratamento.
• Identificar características de personalidade ou padrões 
de comportamento que estão associados ao desenvol-
vimento de algumas doenças. 
Conteúdos
•	 Fatores evolutivos e saúde.
•	 História de vida na determinação da saúde/doença.
•	 Variáveis psicossociais do tratamento.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações 
a seguir:
1) O estresse é uma variável psicológica que tem grande 
associação com os processos de saúde e doença. No 
UNIDADE 2
50 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
entanto, pela complexidade do tema, ele não será 
analisado nesta unidade, mas sim em uma unidade 
específica para o assunto, a Unidade 3.
2) Durante o estudo desta unidade, procure pensar no seu 
próprio comportamento em relação à sua saúde. Tente 
identificar em que padrões de comportamento você se 
encaixa. Isso facilitará a memorização do conteúdo.
3) Não se esqueça de explorar o material disponível nos 
Conteúdos Digitais Integradores e procure realizar 
outras pesquisas sobre este tema. Existem outros 
aspectos que não puderam ser contemplados aqui. 
51© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
1. INTRODUÇÃO
A Psicologia da Saúde busca compreender porque algumas 
pessoas são mais saudáveis que outras e por que algumas que 
recebem o mesmo diagnóstico, às vezes, evoluem de formas 
muito diferentes. 
Para responder a estas questões, devemos, antes de 
tudo, considerar os mecanismos genéticos envolvidos. Algumas 
pessoas são mais predispostas a desenvolver determinadas 
doenças que outras, simplesmente porque sua composição 
biológica a faz mais vulnerável a isso. No entanto, pesquisadores 
perceberam que outras variáveis poderiam estar presentes na 
determinação da saúde. Foi verificado que alguns fatores como 
hábitos de vida mais saudáveis, realização de exames médicos 
periódicos e mesmos alguns padrões de comportamento 
(características da personalidade) agiam como proteção à saúde. 
Todos esses fatores envolvem comportamentos, e como tais, a 
Psicologia acredita que podem ser modificáveis. 
Desse modo, se a saúde da pessoa depende de seus 
comportamentos e estes são passíveis de modificação, então 
se torna imprescindível que o profissional de saúde conheça o 
modo como estes padrões de comportamentos afetam a saúde, 
para facilitar e promover adesão ao tratamento e hábitos de vida 
mais saudáveis.
Nesta unidade, exploraremos como variáveis psicológicas 
e comportamentais podem determinar os processos de saúde 
e doença. A compreensão desses aspectos fará de você um 
profissional de saúde mais habilitado e capaz depromover 
modificações saudáveis nos seus pacientes. 
52 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
2. CONTEúDO BÁSICO DE REFERêNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma 
sucinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário aprofundamento pelo estudo dos 
Conteúdos Digitais Integradores.
2.1. sAúde e ComPortAmento
A Psicologia no campo da Saúde vem se constituindo como 
uma das formas de se compreender o adoecimento e as maneiras 
pelas quais a pessoa pode manter-se saudável. De forma geral, 
a Psicologia da Saúde é um campo que estuda as influencias 
psicológicas na saúde, os fatores responsáveis pelo adoecimento 
e as mudanças de comportamento das pessoas no adoecer. 
Ela pode ser compreendida como um domínio da Psicologia 
que utiliza vários conhecimentos resultantes de estudos e de 
pesquisas psicológicas, com o intuito de promover e proteger a 
saúde. É também seu objetivo prevenir e tratar enfermidades, 
bem como identificar etiologias e disfunções associadas às 
doenças (CAPITÃO; SCORTEGAGNA; BAPTISTA, 2005). 
A saúde, como estudamos na Unidade 1, pode ser 
considerada um estado de completo bem-estar físico, 
psicológico e social. Assim, a Psicologia da Saúde volta-se 
para os aspectos psicológicos da saúde no decorrer da vida de 
uma pessoa, não como variáveis isoladas, mas como esferas 
da vida interdependentes que se influenciam mutuamente. 
Nesta Unidade, exploraremos como os fatores psicossociais e 
comportamentais exercem influência sobre a saúde e a doença.
53© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
A saúde pode ser influenciada por variadas condições, tais 
como:
1) diferenças individuais (experiência e história de vida);
2) traços de personalidade; 
3) sistema de crenças;
4) padrão de comportamento;
5) redes de suporte social; 
6) meio ambiente. 
Capitão, Scortegagna e Baptista (2015) “sugerem que 
os processos psicológicos e os estados emocionais estão 
diretamente relacionados com a etiologia e a disseminação de 
doenças”. 
Até o início do século 20, as principais causas de morte 
eram as doenças infecciosas, como pneumonia e tuberculose, 
entre outras. No entanto, com os avanços da medicina, a 
reforma sanitária e o desenvolvimento de vacinas cada vez mais 
eficientes, as epidemias dessas doenças foram controladas. Aos 
poucos, as doenças crônicas foram substituindo as infecciosas 
como a principal causa de mortalidade (MIYAZAKI et al., 2011). 
A principal causa de morte no mundo atualmente são as 
doenças cardiovasculares, seguida pelo câncer. Essas doenças são 
significativamente influenciadas por fatores comportamentais e 
ambientais, como o hábito de fumar, a falta de exercício físico, 
comer excessivamente e temperamentos hostis. Por essa razão, 
houve uma mudança no foco da doença como estritamente 
fisiológica, para causas fisiológicas e psicológicas. 
É difícil imaginar uma atividade ou comportamento que 
não influencie a saúde de alguma forma, direta ou indiretamente, 
para melhor ou para pior. O consumo excessivo de álcool é um 
54 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
exemplo de comportamento que tem impacto negativo direto 
sobre a saúde física. Algumas características pessoais como a 
hostilidade ou a passividade também podem afetar a saúde. 
Alguns comportamentos afetam a saúde imediatamente, como 
envolver-se em um acidente de carro sem estar usando o cinto 
de segurança. No entanto, outros comportamentos afetam a 
saúde a longo prazo, como é o exemplo do consumo excessivo 
de gorduras e sódio. Já alguns comportamentos produzem tanto 
efeitos imediatos quanto a longo prazo, como o uso abusivo de 
álcool e a prática de exercícios físicos. 
Podemos dividir os efeitos dos comportamentos sobre 
a saúde em dois tipos: efeitos positivos e efeitos negativos 
(STRAUB, 2005). Veja o Quadro 1:
55© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
Quadro 1 Efeitos dos comportamentos sobre a saúde.
Efeitos Positivos Efeitos Negativos
Comportamentos ou hábitos 
que apresentam efeito prote-
tor sobre a saúde trazem be-
nefícios ao indivíduo. 
Por exemplo: a prática regular 
de exercícios físicos, o uso 
de filtro solar, uma dieta 
equilibrada, sexo seguro, 
o uso de equipamentos de 
segurança etc. Todos esses 
comportamentos ajudam a 
"imunizar" a pessoa contra 
doenças e ferimentos. 
Outros comportamentos 
como ter atividades prazero-
sas, tirar férias regularmente, 
rir, ter amigos, entre outros, 
também podem produzir 
efeitos positivos à saúde.
Essas atividades ajudam 
muitas pessoas a manejar 
o estresse e a manter uma 
perspectiva de vida otimista.
São comportamentos ou 
hábitos relacionados ao estilo 
de vida que prejudicam a 
saúde. 
Entre os mais comuns estão fu-
mar, comer de forma excessiva, 
consumir substâncias tóxicas, 
práticas inseguras no trânsito 
e comportamentos sexuais de 
risco. 
Além desses, a raiva, o estres-
se, a tristeza, a hostilidade, 
entre outros, também podem 
prejudicar a saúde.
Fonte: Acervo do autor.
56 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
Os comportamentos relacionados com a saúde interagem 
e frequentemente são inter-relacionados. Além disso, o efeito 
combinado desses comportamentos prejudiciais à saúde é 
mais forte do que se a pessoa realizasse apenas um desses 
comportamentos. Por exemplo, é muito comum que pessoas 
que fazem uso abusivo de álcool utilizem também outros tipos 
de substancias tóxicas ou apresentem comportamentos sexuais 
de risco (CAPITÃO; SCORTEGAGNA ; BAPTISTA, 2005). 
2.2. Prevenção de doençAs 
A partir da evidência da relação entre o estilo de vida e a 
saúde, muitas pesquisas tem se dedicado ao estudo da prevenção 
de doenças (STRAUB, 2005). Os pesquisadores diferenciaram três 
tipos de prevenção, que são adotados antes, durante e depois 
que uma doença ataca. Observe o Quadro 2:
Quadro 2 Tipos de Prevenção em Saúde.
Prevenção 
Primária
Refere-se a ações para promover a saúde que 
são adotadas para prevenir a ocorrência de 
doenças ou ferimentos.
Exemplo: o uso do cinto de segurança, o uso 
de camisinha, uma alimentação equilibrada, 
praticar exercícios físicos, evitar fumar e fazer 
exames de saúde com regularidades. 
57© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
Prevenção 
Secundária
Envolve ações adotadas para identificar e 
tratar a doença ainda no seu início.
Exemplo: realizar exames regulares para 
monitorar sintomas, usar medicações e 
modificar hábitos não saudáveis.
Prevenção 
Terciária
Implica ações adotadas para conter ou 
retardar danos, uma vez que a doença já tiver 
progredido além de seus estágios iniciais.
Envolvem tratamentos mais avançados, como 
quimioterapia e radioterapia, medicamentos 
mais fortes, procedimentos cirúrgicos, entre 
outros. 
A prevenção terciária tenta a máxima 
reabilitação possível
Fonte: Acervo do autor.
Embora a prevenção terciária seja mais cara e menos 
benéfica do que a prevenção primária e secundária, é a forma mais 
comum de tratamento de saúde. O tratamento terciário é muito 
mais fácil de ser realizado, pois o grupo alvo de intervenção, ou 
seja, aqueles que já estão doentes são facilmente identificados. 
Além disso, os pacientes em tratamento terciário normalmente 
têm mais motivação para aderir ao tratamento e tomar parte 
em outros comportamentos que melhoram a saúde (ALMEIDA, 
2005). 
Os profissionais da saúde podem contribuir com a 
prevenção de doenças por meio do acolhimento personalizado 
58 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
de cada paciente e de suas demandas. Além disso, os serviços 
de saúde necessitam pensar em estratégicas para que as formas 
iniciais de prevenção possam acontecer. As intervenções depromoção de saúde, realizadas nos núcleos de saúde da família, 
e as campanhas para detecção precoce de doenças são bons 
exemplos de prevenção primária e secundária, respectivamente. 
Apesar das evidências positivas relacionadas à prevenção 
em saúde, esta ainda encontra diferentes barreiras. Considerando 
a saúde e outros comportamentos como determinados pela 
interação entre mecanismos biológicos, processos psicológicos e 
influências sociais, devemos considerar que os comportamentos 
relacionados à saúde dependem de variáveis relacionadas não só 
ao indivíduo, mas também à sua comunidade e aos profissionais 
de saúde (ALMEIDA, 2005). 
Barreiras individuais
Muitas vezes, os comportamentos prejudiciais à saúde 
não apresentam consequência imediata. Por exemplo, quando 
vamos a uma churrascaria, não nos sentimos mal naquele 
momento, pelo contrário, normalmente, nos sentimos bem ao 
comer uma comida que gostamos, principalmente, se estivermos 
na companhia de amigos agradáveis. No entanto, o efeito a 
longo prazo de uma alimentação rica em gordura animal pode 
trazer sérios riscos à nossa saúde. Da mesma forma, ao ir a uma 
festa com os amigos e beber bastante, sentimo-nos animados e 
normalmente felizes. Não há uma consequência imediata para o 
uso abusivo do álcool; há, no máximo, uma dorzinha de cabeça 
no dia seguinte. Mas o efeito do uso prolongado de álcool está 
associado ao aparecimento de diversas doenças. 
59© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
O problema está nesse atraso da consequência. Na 
psicologia comportamental (behaviorista), chamamos isso 
de "gradiente de reforço" (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). Esse 
princípio diz que as recompensas ou punições imediatas são 
mais eficazes do que as atrasadas. Muitos comportamentos 
que favorecem a saúde, como praticar exercícios físicos e seguir 
uma dieta balanceada são menos prazerosos ou mais cansativos 
do que suas alternativas menos saudáveis. Se realizar certo 
comportamento, causa alívio ou gratificação imediata, ou, se não 
realizar tal comportamento, proporciona desconforto imediato; 
o comportamento é difícil de ser eliminado. 
Barreiras impostas pela família
Os hábitos de saúde normalmente são adquiridos 
com os pais e outras pessoas que atuam como modelos de 
comportamentos prejudiciais à saúde. Pais que fumam, por 
exemplo, tem mais probabilidade de terem filhos fumantes. De 
maneira semelhante, é comum observar famílias em que todos 
os membros são obesos, e filhos de alcoólatras têm maior chance 
de consumirem álcool em excesso (STRAUB, 2005). 
Além de uma base genética, muitos desses comportamentos 
podem ser aprendidos por meio da observação dos comportamentos 
de risco dos familiares. Diversas outras variáveis familiares foram 
ligadas a comportamentos de risco, como inconsistência parental, 
conflitos conjugais, relacionamento coercitivo entre pais e filhos e 
consumo exagerado de álcool e drogas. 
Barreiras impostas pelo sistema de saúde
A medicina e os sistemas de saúde estão, de forma 
geral, concentrados em condições de tratamento que já estão 
60 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
desenvolvidas. Dessa forma, sinais precoces de doenças e 
fatores de risco acabam sendo negligenciados (ALMEIDA, 2005). 
Pessoas que não estejam experimentando sintomas de doenças 
não são estimuladas a buscar orientações com relação a fatores 
de risco potenciais, e os profissionais de saúde são focados, 
principalmente, na recuperação de agravos de saúde já presentes, 
e não na prevenção de doenças futuras. Podemos dizer que já 
houve alguns avanços nesse sentido, pois há uma crescente 
preocupação que os estudantes de áreas relacionadas à saúde 
passem a explorar a promoção de saúde. A criação da Estratégia 
Saúde da Família é um importante avanço nesse sentido. 
2.3. Adesão Ao trAtAmento
A adesão depende da capacidade do paciente em seguir 
seu tratamento conforme as recomendações da equipe de 
saúde, estando esclarecido de que essas recomendações e suas 
ações em favor do tratamento o auxiliarão em sua recuperação. 
A não adesão consiste na dificuldade ou fracasso, por parte 
do paciente, em cumprir o programa ou orientação propostos 
pelos profissionais da saúde. As dificuldades de adesão é um 
problema comum em várias áreas da saúde, tanto em prevenção, 
tratamento, como em reabilitação e há necessidade de entendê-
la melhor, já que compromete todo o tratamento (SANGUIN; 
VIZZOTTO, 2007).
Ainda no que se refere à não adesão, inúmeras variáveis 
estão envolvidas. Fatores de aderência e não aderência estão 
aqueles relacionados à própria doença, às relações médico-
paciente, à personalidade do paciente, ao meio social, ao próprio 
tratamento e às condições do serviço de saúde. Podemos dividir 
61© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
esses fatores em variáveis do paciente, comunicação e variáveis 
do tratamento (SANGUIN; VIZZOTTO, 2007). 
Vamos descrever melhor cada uma delas:
1) Variáveis do paciente: os fatores do paciente que 
mais estão relacionados com a adesão são o bom 
suporte social e a percepção de responsabilidade 
sobre sua saúde. Assim, pacientes que contam com 
uma boa rede de apoio, na qual são incentivados a 
realizar corretamente o tratamento, têm auxílio de 
outras pessoas para organizar a rotina de consultas 
e medicamentos e recebem suporte emocional e 
material para cuidar de sua saúde, tendem a aderir 
melhor ao tratamento. É importante observar que 
esse apoio social pode ser fornecido tanto pela família 
como por amigos ou pela comunidade na qual o 
paciente está inserido. Do mesmo modo, pacientes 
que idendificam que sua saúde é resultado do seu 
próprio comportamento e se coloca como responsável 
pela sua recuperação, atuando de forma mais ativa no 
tratamento, também apresentam melhor adesão às 
orientações da equipe de saúde. 
2) Comunicação: fatores como o estilo de comunicação 
do profissional de saúde e a satisfação do paciente 
com a equipe são variáveis que podem interferir na 
adesão ao tratamento. É comum que os pacientes 
saiam de consultas com informações insuficientes 
ou mesmo com a compreensão errônea de seus 
problemas. Especialmente, em consultas difíceis, em 
que os pacientes se encontram em considerável estado 
de estresse é difícil aceitar tudo que o médico fala. 
Profissionais de saúde que são bons comunicadores e 
62 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
que cumprem com as expectativas de seus pacientes 
no que diz respeito às informações que recebem, 
tendem a ter pacientes com maior probabilidade de 
aderirem às recomendações do tratamento. 
3) Variáveis do tratamento: os pacientes têm mais 
probabilidade de seguir recomendações em que 
acreditam e que sejam capazes de cumprir. Mesmo 
quando um tratamento é considerado importante, o 
fato de o paciente ser capaz de realmente cumprir com 
as orientações propostas depende de quão difícil ele é e 
do apoio disponível ao paciente. Quanto mais complexo 
for o tratamento, menor será a probabilidade de haver 
adesão completa. Algumas modificações poderiam 
facilitar a adesão ao tratamento dos pacientes, tais 
como as descritas no quadro abaixo (STRAUB, 2005):
No Quadro 3, veja as alterações no tratamento que podem 
facilitar a adesão do paciente. 
Quadro 3 Facilitando a Adesão ao Tratamento
Facilitando a Adesão ao Tratamento
Manter o regime de tratamento o mais simples e curto possível.
Moldar o tratamento com o estilo de vida do paciente.
Simplificar as instruções com linguagem clara para garantir 
que se compreenda a quantidade, os horários e a duração do 
tratamento.
Assegurar-se de que o indivíduo entende o suficiente da lógica 
do tratamento para que ele tenha confiança nos prazos a serem 
cumpridos.
Envolver familiares e amigos no tratamento.
Sempre dar um retorno sobre o progresso do tratamentoao 
paciente.
Fonte: Acervo do autor.
63© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
2.4. teoriAs de ComPortAmento e sAúde 
A Psicologia da Saúde desenvolveu diversas teorias 
na tentativa de explicar porque as pessoas praticam ou não 
determinados comportamentos que promovem ou prejudicam 
a saúde. Algumas dessas teorias se concentram em prever a 
maneira como as pessoas tomam decisões sobre determinado 
comportamento, com base na ideia de que as pessoas são 
racionais e entram em um processo de pesar os prós e os contras 
de praticarem determinado comportamento que poderia afetar 
sua saúde. No entanto, as teses mais amplamente aceitas na 
Psicologia da Saúde são as teorias com estágios, que pressupõem 
que a decisão de adotar determinado comportamento saudável 
seja um processo dinâmico, envolvendo mais de uma decisão e 
que normalmente requer diversas etapas ou estágios (STRAUB, 
2005). 
Dentre as teorias com estágios, o Modelo Transteórico, 
também conhecido como estágios de prontidão para a 
mudança, formulado por Prochaska e DiClemente (1984), é o 
mais amplamente utilizado na compreensão da modificação 
de comportamentos não saudáveis. Essa teoria foi inicialmente 
desenvolvida para explicar o comportamento envolvido no uso 
abusivo de substancias psicoativas (drogas), mas posteriormente 
foi ampliado para todos os comportamentos aditivos e 
comportamentos relacionados à saúde. 
O modelo transteórico sustenta que as pessoas progridem 
por meio de cinco estágios ao alterar comportamentos 
relacionados com a saúde. Os estágios são definidos em termos 
de comportamentos passados e intenções de ações futuras. 
Esse modelo está focado na mudança intencional, referindo-se 
à tomada de decisão do indivíduo, e não nas influências sociais 
64 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
ou biológicas sobre o comportamento. Dessa forma, a mudança 
de comportamento tende a se mover ao longo de uma série 
de estágios, independentemente de a pessoa estar ou não 
inserida em um plano de tratamento. Os estágios de motivação 
para a mudança representam a dimensão temporal do modelo 
transteórico e indicam quando mudanças particulares nas 
atitudes, intenções e comportamentos tendem a acontecer, 
possibilitando que o acesso ao estágio de prontidão para 
mudança no qual o cliente se encontra permita uma adequação 
das intervenções terapêuticas direcionadas a esse paciente. 
São definidos cinco estágios, descritos na Figura 1 a seguir: 
65© PSICOLOGIA APLICADA À SAúDE 
unidadE 2 – vaRiÁvEis psiColÓGiCas na dEtERminação da saÚdE
Fonte: Acervo do autor.
Figura 1 Os cinco estágios.
66 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
Para compreender melhor esses estágios de prontidão 
para a mudança, vamos imaginar um paciente com obesidade 
mórbida, que foi diagnósticado com hipertensão e diabetes. Além 
do tratamento medicamentoso, este paciente foi orientado pela 
equipe de saúde que precisa mudar radicalmente seus hábitos 
alimentares e praticar algum exercício físico. Trata-se, portanto, 
de uma importante mudança no estilo de vida desse paciente. 
No primeiro estágio do modelo transteórico, a pré-
contemplação, esse paciente provamelmente diria: "- Imagina, 
este médico está exagerando. Não tem nada a ver uma coisa com 
a outra! Comer me dá prazer, e se eu for ficar preocupado com 
isso, ai sim vou ficar doente!". Nota-se que há uma ausência de 
intenção de mudança e o paciente não avalia seu comportamento 
como problemático. 
Na segunda fase, a contemplação, este paciente passa a 
reconhecer a necessidade de alteração de comportamento, mas 
ainda não realiza nenhuma mudança de fato: "- Eu preciso parar 
de comer estas coisas gordurosas, mas não consigo. Eu adoro 
tudo isso, churrasco, fritura, sorvete. Parar de comer como? Não 
tem jeito". 
Na etapa seguinte, o estágio de preparação, o paciente se 
organiza no sentido de buscar a ajuda necessária para conseguir 
mudar seu comportamento. Nosso paciente, por exemplo, 
agenda consulta com nutricionistas, pesquisa possíveis atividades 
físicas que poderia realizar e solicita apoio da sua esposa para 
conseguir mudar seus hábitos alimentares.
Já na fase de ação, nosso paciente coloca em prática as 
orientações fornecidas pela equipe de saúde, seguindo a dieta 
proposta para perder peso, diminuindo o consumo de gordura 
e praticando exercícios físicos diariamente. Este é o estágio no 
67© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
qual a mudança de fato ocorre. Em seguida, o paciente busca 
manter esses ganhos obtidos e evita recaídas, o que configura a 
etapa de manutenção. 
O modelo transteórico reconhece que as pessoas avançam 
e retrocedem nesses estágios de forma não linear. É comum 
que pessoas tenham recaídas em relação a comportamentos de 
risco, como fumar por exemplo. Esse modelo também reconhece 
que diferentes processos comportamentais, cognitivos e sociais 
podem assumir preponderância à medida que as pessoas lutam 
para atingir seu objetivo. Tais processos incluem conscientização 
(buscar mais informações sobre saúde), substituição do 
comportamento prejudicial por outro alternativo e receber 
recompensas de si mesmo ou de outras pessoas pela conquista 
(STRAUB, 2005). 
2.5. PERSONALIDADE E SAúDE 
Há algumas décadas, pesquisadores vêm tentando 
descobrir padrões de comportamentos que se correlacionem 
com as doenças. Há o interesse de verificar se há um perfil 
psicológico comum a algumas doenças, pois se esse perfil fosse 
precocemente identificado nos indivíduos, seria possível realizar 
intervenções de forma a minimizar os danos causados por esses 
padrões de comportamento. 
Pesquisas sobre desenvolvimento e evolução das 
enfermidades físicas, emocionais e psicossomáticas têm descrito 
tipos de personalidades que predispõe o indivíduo a contrair 
certas enfermidades como, por exemplo, cardiopatias e câncer 
(DENOLLET, 1998).
68 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
O primeiro padrão de comportamento descrito foi 
a personalidade tipo A, que foi fortemente associada ao 
aparecimento de doenças cardiovasculares. Os comportamentos 
característicos dessa personalidade seriam a impaciência, a 
competitividade, a urgência de tempo e a hostilidade. Assim, 
pessoas que apresentam esse padrão de comportamento são 
mais vulneráveis a doenças cardíacas. 
Contrapondo-se ao tipo A, também foi descrita a 
personalidade tipo B, que seria a presença de comportamentos 
opostos ao do tipo A. Pessoas com este padrão de comportamento 
são mais tranquilas e capazes de se recuperar mais rapidamente 
de situações estressantes do que os indivíduos tipo A. Dessa 
forma, seriam indivíduos com menor chance de desenvolverem 
doenças cardiovasculares. 
Acompanhando a sequência do alfabeto latino, temos 
também a personalidade tipo C, que se refere ao padrão de 
enfrentamento, inicialmente identificado em pacientes com 
câncer. Esse enfrentamento inadequado é associado à baixa 
frequência de expressão emocional e comunicação empobrecida 
dessas emoções e necessidades, e uma preocupação com as 
necessidades e emoções das outras pessoas. As pesquisas 
mostraram que pessoas com estas características estavam mais 
vulneráveis a apresentarem tumores malignos. 
Atualmente, novos estudos foram realizados e foi 
verificado que outro padrão de comportamento parece estar 
mais associado ao aparecimento de doenças cardiovasculares do 
que o tipo A. Esse padrão foi chamado de personalidade tipo D, 
devido à palavra distressed, que pode ser traduzida como aflito 
ou angustiado. Pessoas com personalidade tipo D apresentam 
afetividade negativa associada à presença de inibição social. São 
69© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
indivíduos que estão maissuscetíveis a vivenciar dificuldades 
emocionais e interpessoais, ficando vulneráveis a outros fatores 
de risco psicossociais, como estresse, exaustão vital, depressão, 
ansiedade e isolamento social. Além disso, são indivíduos que 
tendem a se engajar menos no tratamento, emitem menor 
frequência de comportamentos de busca de ajuda e até seu 
comportamento em consultas e interações com profissionais 
de saúde em geral é obstáculo para a manutenção de um 
autocuidado minimamente satisfatório (DENOLLET, 1998). 
A definição desses padrões de comportamentos não 
significa, necessariamente, que todas as pessoas que se 
enquadrarem nesses tipos de personalidade desenvolverão as 
respectivas doenças. Apenas sinaliza quais grupos de pessoas 
são mais vulneráveis a contraí-las.
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES
Os Conteúdos Digitais Integradores são a condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. SAúDE E COMPORTAMENTO
Nesta unidade, vimos que a saúde pode ser influenciada 
por diversos fatores e que a forma como nos comportamos 
tem efeitos diretos sobre a nosso bem-estar. Diversos tipos de 
doenças poderiam ser evitados ou amenizados com a mudança 
do estilo de vida e com a adesão correta ao tratamento. 
70 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
Os links apresentados a seguir são parte efetiva dos 
estudos desta unidade. É muito importante que você consulte os 
materiais indicados:
•	 BARLETTA, J. B. Comportamentos e crenças em 
saúde: contribuições da Psicologia para a medicina 
comportamental. Disponível em: <http://www.
seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/
view/42/41>. Acesso em: 8 jan. 2014.
•	 REINERS, A. A. O. et al. Produção bibliográfica sobre 
adesão/não-adesão de pessoas ao tratamento de 
saúde. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/
csc/v13s2/v13s2a34.pdf>. Acesso em: 3 jan. 2014.
•	 ALMEIDA-FILHO, N. Modelos de determinação social 
das doenças crônicas não-transmissíveis. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v9n4/a09v9n4.pd>. 
Acesso em: 5 jan. 2014.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Em relação às influencias sobre o processo de saúde e doença, assinale a 
alternativa INCORRETA:
a) A saúde pode ser influenciada por variadas condições, tais como, dife-
renças individuais, traços de personalidade, sistema de crenças, com-
portamentos, redes de suporte social e meio ambiente.
b) Os processos psicológicos e os estados emocionais estão diretamente 
relacionados com a etiologia e a disseminação de doenças.
71© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
c) Nosso comportamento pode ter efeito positivo ou negativo sobre nos-
sa saúde.
d) Diante das evidências da influencia de fatores psicológicos e compor-
tamentais na saúde, podemos dizer que as variáveis biológicas são 
irrelevantes.
2) Sobre prevenção em saúde, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Prevenção terciária implica ações adotadas para conter ou retardar da-
nos, uma vez que a doença já tiver progredido além de seus estágios 
iniciais.
b) A prevenção secundária é a forma mais comum de tratamento de 
saúde. 
c) O atraso da consequência de um comportamento e os modelos fami-
liares inadequados são exemplos de barreiras à prevenção. 
d) Prevenção primária refere-se a ações para promover a saúde que são 
adotadas para prevenir a ocorrência de doenças ou ferimentos.
3) Em relação a adesão ao tratamento, podemos afirmar:
a) A dificuldade de adesão não é um problema comum em saúde.
b) A adesão consiste na capacidade do paciente em seguir seu tratamen-
to conforme as recomendações da equipe de saúde.
c) Características do paciente são determinantes na adesão, independen-
te da sua relação com a equipe de saúde. 
d) Variáveis do tratamento pouco influenciam na adesão. 
4) Descreva os cinco estágios de prontidão para mudança de acordo com o 
Modelo transteórico.
5) Sobre personalidade e saúde, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Doenças cardiovasculares foram inicialmente associadas à personali-
dade Tipo A. No entanto, novas evidências científicas mostram uma 
relação maior entre cardiopatas e personalidade Tipo D. 
b) A personalidade Tipo C refere-se ao padrão de enfrentamento identifi-
cado em pacientes com câncer.
c) A impaciência, a competitividade, a urgência de tempo e a hostilidade 
são comportamentos característicos da personalidade Tipo B. 
d) Pessoas com personalidade Tipo D apresentam afetividade negativa 
associada à presença de inibição social.
72 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
1) D
2) B
3) B
4) Pré-contemplação; contemplação; preparação; ação; e manutenção. 
5) C
5. CONSIDERAÇÕES
Como vimos, há evidências de que as variáveis de 
comportamento afetam a saúde e a doença e que fatores 
cognitivos e comportamentais são fundamentais para predição 
de comportamento de saúde. Essas informações têm chamado 
a atenção de profissionais e pacientes para a importância de 
hábitos de saúde e para o estilo de vida. 
A modificação de alguns comportamentos, tais como 
deixar de fumar, cuidar da alimentação, controlar o estresse, 
praticar atividades físicas regularmente, dormir um número de 
horas adequado podem reduzir o aparecimento de doenças 
crônicas e reduzir a mortalidade. Dessa maneira, prevenir o 
desenvolvimento de maus hábitos de saúde é prioridade na 
Psicologia Aplicada à Saúde. 
73© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 2 – VArIáVEIs PsIcológIcAs NA DEtErmINAção DA sAúDE
5. E-REFERÊnCias
CAPITÃO, C. G.; SCORTEGAGNA, S. A.; BAPTISTA, M. N. . A importância da 
avaliação psicológica na saúde. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
php?pid=S1677-04712005000100009&script=sci_arttext>. Acesso em: 27 jul. 2015.
SCIELO. Scientific Electronic Library Online. Disponível em: <http://www.scielo.org/
php/index.php>. Acesso em 12 jan.2014. 
6. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, L. M. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. Revista Portuguesa 
de Saúde Pública, 23 (1), p. 91-96, 2005.
CAPITÃO, C. G.; SCORTEGAGNA, S. A.; BAPTISTA, M. N. A importância da avaliação 
psicológica na saúde. Avaliação Psicológica, 4 (1), p. 75-74, 2005.
DENOLLET, J. (1998). Personality and coronary heart disease: the type-D scale-16 
(DS16). Annals of Behavioral Medicine, 20(3), 209-215.
MIYAZAKI, M. C.; DOMINGOS, N. A. M.; CABALLO, V. E.; VALERIO, N. I. Psicologia da 
Saúde: intervenções em hospitais públicos. In: Bernard Rangé. (Org.). Psicoterapias 
cognitivo-comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. 
Porto Alegre: Artmed, 2007.
SANGUIN, F. P. S.; VIZZOTTO, M. M. Variáveis psicológicas relacionadas ao processo de 
adesão ao tratamento fisioterapêutico. Mudanças – Psicologia da Saúde, 15 (1) 13-22, 
jan./jun., 2007. 
STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005. 
© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
75
UNIDADE 3
ESTRESSE E DOENçA 
Objetivos
• Compreender o que é estresse e analisar o seu efeito no 
nosso organismo. 
• Interpretar os modelos de estresse e doença.
• Descrever as estratégias de enfrentamento diante do 
estresse.
• Analisar o estresse relacionado com o trabalho e a 
síndrome de burnout.
Conteúdos
• Estresse e doença: mecanismos fisiológicos e 
enfrentamento.
• Adoecimento no trabalho.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações 
a seguir:
1) O estudo do estresse e do enfrentamento é um exemplo 
perfeito sobre a compreensão da saúdesegundo o 
modelo biopsicossocial. Esse modelo foi estudado na 
76 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
nossa primeira unidade. Relembre o seu conteúdo e 
pense sobre isso durante o seu estudo. 
2) Lembre-se sempre de tirar suas dúvidas com seus 
tutores, pois eles estão preparados para auxiliá-los no 
processo de aprendizagem. 
3) Aprimore seu estudo com pesquisas e leitura das 
referências bibliográficas da unidade e Conteúdos 
Digitais Integradores.
77© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estudaremos o efeito do estresse sobre a 
nossa saúde. Vamos discutir sobre formas como o estresse se 
manifesta em nosso corpo e como interage com nosso organismo, 
facilitando o aparecimento de doenças. 
De fato, o estresse é hoje um sério problema de saúde. 
Ele está relacionado às seis principais causas de morte – doença 
cardíaca, câncer, complicações pulmonares, acidentes, cirrose 
do fígado e suicídio. Isso mostra o impacto do estresse em nossa 
sociedade e a necessidade de ampliar a compreensão sobre ele.
Estudaremos, também, as estratégias mais utilizadas para 
o enfrentamento do estresse e como este pode estar associado 
ao nosso trabalho.
2.  CONTEúDO BÁSICO DE REFERêNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma 
sucinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo dos 
Conteúdos Digitais Integradores.
2.1. estresse 
Vamos compreender o que é o estresse. Esse termo, que 
se popularizou muito nos últimos tempos, tem sido muito usado 
para descrever inúmeras condições do nosso organismo, tais 
como cansaço, preocupação ou mesmo nervosismo. No entanto, 
o estresse vai além dessas situações. Trata-se de um mecanismo 
fisiológico do organismo, com componentes psicológicos, físicos, 
78 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
mentais e hormonais, que ocorre quando surge a necessidade 
de uma adaptação a um evento ou situação de importância 
(MIYAZAKI et al., 2011).
Assim, o estresse
[...] caracteriza uma reação fisiológica do organismo sem o qual 
nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso 
antepassado das cavernas não reagisse imediatamente, ao se 
deparar com uma fera faminta, não teria deixado descendentes 
Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, 
liberavam uma série de mediadores químicos (o mais popular 
é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, 
diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem (FAMILIA.
COM.BR, 2015).
Em outras palavras, o estresse é o responsável pelas nossas 
reações de luta e fuga (MELLO, 1995). 
A palavra “estresse” é, algumas vezes, usada para descrever 
uma situação ou um estímulo ameaçador e, em outras, para 
descrever a resposta a uma situação. Por exemplo, quando uma 
pessoa está sofrendo pressão no trabalho, dizemos que ela está 
sob estresse (estímulo), mas se esta mesma pessoa apresenta 
dificuldades para se concentrar ou fadiga, dizemos que ela se 
encontra estressada (resposta). 
a psicologia da saúde distingue as propriedades de 
estímulo do estresse de suas propriedades de resposta. os 
estressores são estímulos ou eventos que desencadeiam 
adaptações de enfrentamento. A tensão refere-se às respostas 
físicas e emocionais que acompanham a percepção que a pessoa 
tem dos estressores. o estresse é assim definido de forma 
mais completa como um processo pelo qual alguém percebe 
e responde a eventos que são julgados como desafiadores ou 
ameaçadores (STRAUB, 2005). 
79© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
Modelo Transacional do Estresse
Richard Lazarus e colaboradores (1993) propuseram o 
modelo transacional (ou relacional) do estresse, que descreve o 
estresse como um processo. A ideia fundamental desse modelo 
é de que não podemos compreender completamente o estresse 
examinando eventos ambientais (estímulos) e pessoas (respostas) 
como entidades separadas; em vez disso, devemos considerá-los 
em conjunto, como uma transação, na qual cada indivíduo deve 
ajustar-se de forma contínua aos desafios encontrados (STRAUB, 
2005).
Segundo o modelo transacional, o processo do estresse é 
desencadeado sempre que os estressores excedem os recursos 
pessoais e sociais que o indivíduo é capaz de mobilizar para 
enfrentar o estresse. Por exemplo, uma pessoa que perde seu 
emprego, mas conta com apoio familiar ou com outra fonte de 
renda, vivenciará o estresse de forma muito diferente do que 
uma pessoa que fica desempregada sendo o único provedor de 
sua família. Quando os recursos disponíveis para enfrentar ou 
se adaptar às situações estressantes não estão disponíveis, o 
estresse é vivenciado de forma mais intensa. 
Por um lado, se os recursos de enfrentamento são 
suficientemente fortes, não há estresse, mesmo que para outra 
pessoa a situação pareça insuportável. Por outro lado, se os 
recursos de enfrentamento são fracos e ineficazes, o estresse 
ocorre, mesmo que para outra pessoa a demanda da situação 
possa ser cumprida com facilidade. Uma gestação pode ser 
uma ótima notícia ou uma situação complicada, por exemplo. 
Do mesmo modo, algumas pessoas vivenciam tratamentos 
invasivos, como a realização de uma cirurgia, de forma tranquila e 
positiva, enquanto outras pessoas sofrem bastante e até mesmo 
80 © PSICOLOGIA APLICADA À SAúDE 
unidadE 3 – EstREssE E doEnça 
deprimem por causa do procedimento. O nível de estresse 
dependerá dos recursos de enfrentamento. 
É muito comum observar isso no ambiente hospitalar, no 
qual algumas pessoas recebem diagnósticos graves, como um 
tumor avançado ou uma doença neurodegenerativa, e ainda 
assim reagem de forma positiva e esperançosa. Por outro lado, 
alguns pacientes que recebem diagnósticos menos graves e com 
chances de resolução, muitas vezes reagem de forma desesperada 
e com muita ansiedade. Não é apenas o evento que determina 
o estresse, mas também os recursos de enfrentamento que a 
pessoa dispõe. 
Quando as demandas de um evento ou situação criam 
estresse, a resposta não é estática, ao contrário, envolve 
interações e ajustes contínuos, chamados de transações, entre o 
ambiente e as tentativas de enfrentar o estresse. Cada indivíduo 
é agente ativo que pode alterar o impacto de um estressor 
em potencial por meio da utilização dos recursos disponíveis 
(STRAUB, 2005).
81© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
Os autores desse modelo acreditam que as transações 
entre o indivíduo e seu ambiente são motivadas pela avaliação 
cognitiva que o mesmo faz de um possível problema. Esta 
avaliação inclui analisar inicialmente se a situação ameaça o 
bem-estar do indivíduo, em seguida, se existem recursos pessoais 
suficientes disponíveis para lidar com a demanda e, por último, 
se a estratégia da pessoa para lidar com a situação ou evento 
está funcionando. 
Quando uma pessoa enfrenta um evento potencialmente 
estressante, realiza uma avaliação primária para determinar 
o significado do evento: será que essa situação me causará 
problemas?
O resultado dessa avaliação é a interpretação do evento de 
três maneiras: 
• irrelevante;
• benigno positivo;
• desafiador ou ameaçador. 
Uma vez que um evento tiver sido avaliado como desafio 
ou ameaça, a avaliação secundária responde à questão: o que 
posso fazer para lidar com essa situação? Nesse sentido, a pessoa 
avalia suas capacidades de enfrentamento para determinar se 
elas serão adequadas para enfrentar o desafio. Se os recursos 
são considerados adequados, pouco ou nenhum estresse ocorre. 
Quando uma ameaça ou desafio é grande e os recursos de 
enfrentamento são baixos, é provável que haja estresse. Com 
a reavaliação cognitiva, a pessoa atualiza constantemente sua 
percepção de sucesso ou falha ante um desafio ou uma ameaça 
(STRAUB, 2005). Para melhor compreensão, observe o exemplo 
na Figura 1:
82 © PSICOLOGIA APLICADA À SAúDE 
unidadE 3 – EstREssEE doEnça 
Fonte: Acervo do autor.
Figura 1 Modelo transacional do estresse.
A avaliação cognitiva nem sempre resulta em menos 
estresse; às vezes, ela aumenta o estresse. Um evento que 
originalmente era avaliado como benigno ou irrelevante pode 
rapidamente assumir um caráter ameaçador se a resposta de 
enfrentamento fracassa ou se o indivíduo começa a ver o evento 
de maneira diferente (STRAUB, 2005).
83© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
O modelo transacional de Lazarus e colaboradores (1993) tem 
três implicações importantes: em primeiro lugar, as situações ou 
eventos não são inerentemente estressantes ou não-estressantes, 
qualquer situação ou evento pode ser avaliado (e experimentado) 
como estressante por uma pessoa, mas não por outra. Em segundo, 
as avaliações cognitivas são extremamente suscetíveis a alterações 
em humor, saúde e estado motivacional. Pode-se interpretar o 
mesmo evento ou situação de maneiras muito diferentes em 
ocasiões separadas. Em terceiro lugar, algumas evidências sugerem 
que a resposta de estresse do corpo é aproximadamente a 
mesma, mesmo que a situação seja realmente experimentada ou 
apenas imaginada. Isso significa que até avaliações lembradas ou 
imaginadas de uma situação podem produzir resposta de estresse 
(STRAUB, 2005). 
É de extrema importância compreender esse caráter 
relacional do estresse. Como profissional de saúde você 
encontrará pacientes em situações de enfermidades já 
instaladas, em exames diagnósticos, em preparação para 
procedimentos invasivos e, muitas vezes, pacientes em estados 
terminais. Você logo perceberá que a forma como cada um 
reage a essas situações será muito diferente de caso para caso. 
Isso ocorre porque os recursos de enfrentamento disponíveis 
naquele momento podem ou não ser suficientes para amenizar 
o estresse. Cabe à equipe de saúde compreender as diferenças 
individuais presentes no processo de enfrentamento e facilitar a 
expressão e a comunicação dos sentimentos vivenciados.
Os efeitos do estresse
A reação geral do corpo ao estresse é regulada pelo sistema 
nervoso central (MELLO, 1995). São muitos os efeitos do estresse 
84 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
sobre o nosso organismo, entre eles, os mais comumente 
relatados são:
1) Queda na produtividade – o sujeito percebe maior 
dificuldade para efetuar tarefas que antes realizava 
com facilidade.
2) Confusão mental – o raciocínio pode ficar mais lento e 
com maior dificuldade de concentração.
3) Apatia – a pessoa pode ficar indiferente a coisas ou 
atividades em que antes sentia prazer, sente-se sem 
motivação e desanimado.
4) Sensação de Desgaste – o cansaço é maior do que 
normalmente e há a sensação de falta de energia; 
5) Prejuízo na memória – há maior dificuldade para se 
lembrar de fatos atuais e antigos;
6) Irritabilidade – o sujeito fica nervoso mais facilmente e 
perde a paciência com coisas do cotidiano. 
As pessoas tendem a desenvolver uma forma de "visão de 
túnel", na qual limitam seu foco e se tornam menos conscientes 
do ponto de vista social quando estão estressadas – tendência 
que pode ser especialmente problemática para o desempenho de 
grupos ou equipes, principalmente em equipes de saúde, pois a 
"visão de túnel" pode deixar a pessoa indiferente às necessidades 
do outro, inclusive do paciente. Por exemplo, um profissional de 
saúde que se encontra muito cansado e estressado, pode ficar 
indiferente às queixas de dor de um paciente, agindo sem empatia. 
À medida que aumentam as demandas (estresse) externo, os 
comportamentos de grupo, como ajudar os outros, podem ser 
negligenciados, pois a atenção dos membros individuais do 
grupo é dirigida para questões envolvidas no cumprimento de 
suas próprias tarefas imediatas (STRAUB, 2005). 
85© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
No entanto, nem todo o estresse é ruim e causa impacto 
negativo sobre o bem-estar. Alguns tipos ou quantidades de 
estresse podem, na verdade, melhorar o desempenho em 
algumas tarefas. Por exemplo, o estresse de uma avaliação, pode 
incentivar o aluno a estudar com mais atenção a matéria da aula. 
O aspecto mais importante de um estressor é seu impacto sobre 
o corpo. Para cumprir com demandas estressantes, sejam elas 
boas ou más, o corpo fica excitado e gasta energia. Essa excitação 
e o gasto de energia constituem o estresse (MELLO, 1995).
2.2. modelos de estresse e doençA 
Como já vimos, o estresse está presente na vida de todas 
as pessoas e desempenha um importante papel na preparação 
do organismo para reagir a situações de desafio ou ameaça. 
No entanto, quando o estresse sobrecarrega os recursos de 
enfrentamento, pode prejudicar a saúde. Nenhum outro tema 
em Psicologia da Saúde tem gerado tantas pesquisas quanto a 
maneira como o estresse pode, às vezes, promover doenças. 
Conexões entre o estresse e doenças foram estabelecidas 
para muitos transtornos, incluindo câncer, doenças cardíacas 
e hipertensão. Será apresentado, agora, alguns modelos que 
buscam explicar como o estresse afeta a nossa saúde. 
O modelo da diátese ao estresse
Segundo Straub (2005, p. 90):
O modelo da diátese ao estresse propõe que dois fatores que 
interagem continuamente determinam a suscetibilidade de 
um indivíduo ao estresse e à doença: fatores de predisposição, 
que estabelecem a vulnerabilidade à doença, e fatores de 
precipitação do ambiente.
86 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
Alguns indivíduos são mais vulneráveis a doença porque 
reagem mais a determinados fatores ambientais. Acredita-se que 
essa predisposição reativa (diátese) tenha origem genética, mas 
alguns teóricos sugeriram que o comportamento adquirido ou 
traços de personalidade (como ser agressivo ou propenso a ficar 
zangado) também podem tornar as pessoas mais suscetíveis a 
doenças relacionadas com o estresse.
Considere um exemplo que talvez seja familiar. Todos 
os estudantes experimentam diferentes graus de ansiedade 
em testes. A maioria de nós, contudo, aprende a enfrentar o 
estresse de fazer exames estudando e mantendo as coisas em 
perspectiva. Em alguns exemplos, todavia, a ansiedade do teste 
pode sair de controle, fazendo com que um estudante reaja a 
exames com grande aumento na frequência cardíaca e na pressão 
sanguínea. após anos de exames estressantes, essa reatividade 
cardiovascular anormal e intensa (diátese) pode deixar o 
estudante mais vulnerável a transtornos cardiovasculares do que 
o estudante com melhores recursos de enfrentamento.
Modelo da Psiconeuroimunologia
Por muito tempo, acreditou-se que a mente e o corpo 
eram sistemas independentes, que não tinham influência um 
sobre o outro. No entanto, após algumas pesquisas sobre o 
condicionamento do sistema imunológico, um novo modelo 
de estresse e doença, conhecido como psiconeuroimunologia, 
passou a ser estudado. O nome desse campo fala muito sobre 
seu foco: psico para processos psicológicos, neuro para o sistema 
neuroendócrino (os sistemas nervoso e hormonal) e imunologia 
para o sistema imunológico (STRAUB, 2005).
Foram encontradas evidências de interações coordenadas 
entre o cérebro, o sistema neuroendócrino e o sistema imunológico, 
87© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
e a maior parte dessas pesquisas se concentraram nas relações entre 
o estresse, a atividade do sistema imunológico e a doença. mudanças 
adversas no funcionamento imunológico (imunossupressão) foram 
demonstradas após um divórcio, a perda de um ente querido, a perda 
do emprego e práticas de exercícios estressantes, durante períodos 
de exames e em situações de estresse ocupacional (STRAUB, 2005).
Também é destacada a importância dos relacionamentos 
sociais para o funcionamento saudável do sistema imunológico. 
A solidão, por exemplo, parece afetar de forma adversa o 
funcionamento imunológico, assim como o estresse causado 
por um relacionamento. A imunossupressão foi relacionadacom 
conflitos interpessoais entre casais, mulheres recentemente 
separadas dos maridos e homens cujas esposas morreram há 
pouco. Estudos mais recentes demonstraram que a associação 
entre o enfraquecimento da imunidade e a perda de um ente 
querido ocorre principalmente entre aquelas pessoas que ficam 
deprimidas em resposta a essa perda (STRAUB, 2005).
É importante lembrar que, embora o estresse seja inevitável, 
ele também oferece vantagens. alguns tipos de estresse nos 
excitam e motivam e frequentemente expõem nossas melhores 
qualidades e estimulam o crescimento pessoal. no entanto, 
estresse demais pode sobrecarregar nossa capacidade de 
enfrentamento e nos deixar vulneráveis a problemas de saúde 
relacionados a ele. 
2.3. enfrentAmento 
De acordo com STRAUB (2005, p. 246): 
O enfrentamento refere-se às formas cognitivas, 
comportamentais e emocionais como as pessoas administram 
situações estressantes. Deste modo, o enfrentamento envolve 
88 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
qualquer tentativa de preservar a saúde mental e física, mesmo 
que tenha valor limitado. O enfrentamento é um processo 
dinâmico e não uma reação única, ou seja, é uma série de 
respostas que envolvem a interação do indivíduo com seu 
ambiente. 
Estratégias de enfrentamento
As maneiras como as pessoas lidam com situações 
estressantes são chamadas de estratégias de enfrentamento. 
Estas visam moderar ou minimizar os efeitos de estressores 
sobre o bem-estar físico e emocional. Todavia, nem todas as 
estratégias de enfrentamento são igualmente eficazes. Algumas 
proporcionam alívio temporário a curto prazo, mas tendem a ser 
mal adaptativas a longo prazo. Por exemplo: embora as defesas 
psicológicas, como escolher não pensar sobre um problema, 
permitam que as pessoas se distanciem da situação estressante 
ao negar sua existência, elas não eliminam a fonte de estresse. 
De maneira semelhante, o álcool ou outras drogas escondem o 
estresse, mas não resolvem o problema que o gerou (STRAUB, 
2005).
Em alguns casos, o estressor não pode ser eliminado e 
a repetição do fato não pode ser impedida. Nesses casos, as 
estratégias podem simplesmente ajudar a pessoa a tolerar ou 
a aceitar a situação, como, por exemplo, no caso de doenças 
crônicas ou perda de um ente querido. 
Para classificar as estratégias de enfrentamento, 
apresentamos a abordagem desenvolvida por Richard Lazarus 
(1984). As estratégias de enfrentamento são classificadas como 
focalizadas na emoção ou no problema.
89© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
Enfrentamento focalizado na emoção
No enfrentamento focalizado na emoção, são usadas 
estratégias comportamentais e cognitivas para administrar as 
reações emocionais ao estresse. As estratégias comportamentais 
incluem buscar pessoas que ofereçam apoio social, usar álcool 
ou outras drogas psicoativas ou manter-se ocupado para desviar 
a atenção do problema. As cognitivas envolvem mudar a maneira 
como o estressor é avaliado ou negar informações desagradáveis.
As pessoas tendem a utilizar a forma de enfrentamento 
focalizado na emoção quando acreditam que pouco ou nada 
possa ser feito para alterar a situação estressante ou quando 
acreditam que seus recursos ou capacidades de enfrentamento 
são insuficientes para atender às demandas da situação 
estressante (STRAUB, 2005).
Existem três tipos de enfrentamento focalizado na emoção:
1) Fuga-evitação, na qual o indivíduo se distância física 
ou psicologicamente do estressor.
2) Distanciamento, que envolve afastar-se psicologica-
mente do estressor.
3) Reavaliação positiva, que solicita a reinterpretação da 
situação para modificar algo negativo em positivo.
Enfrentamento focalizado no problema
No enfrentamento focalizado no problema,
[...] as pessoas lidam diretamente com a situação estressante, 
seja reduzindo as demandas ou aumentando a capacidade de 
lidar com o estressor. Elas tendem a contar com estratégias de 
enfrentamento focalizado no problema quando acreditam que 
seus recursos e situações são inconstantes (STRAUB, 2005, 153).
90 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
Existem dois tipos de enfrentamento focalizado no 
problema: o enfrentamento pró-ativo e o enfrentamento 
combativo. são eles: 
1) Enfrentamento pró-ativo, também chamado 
enfrentamento preventivo, “as pessoas buscam 
prever ou detectar estressores potenciais e agir 
antecipadamente para preveni-los ou minimizar 
seu impacto” (STRAUB, 2005, p. 154). Usando 
suas capacidades de resolução de problemas, 
desenvolvendo uma rede mais forte de apoio social, 
melhorando seus recursos financeiros ou fortalecendo 
sua autoestima.
2) Enfrentamento combativo, o indivíduo reage ou tenta 
escapar de um estressor que não pode ser evitado. 
Como o estressor é inevitável, pode ser necessária 
a ajuda externa para enfrentar a situação (STRAUB, 
2005).
Uma importante distinção entre o enfrentamento pró-
ativo e o combativo está na quantidade de tempo e esforço 
que as duas técnicas exigem. As habilidades de enfrentamento 
pró-ativo frequentemente envolvem um esforço a longo prazo, 
pois a pessoa pode ter que modificar atitudes, estilos cognitivos 
e comportamentos antigos. Contudo, muitas habilidades de 
enfrentamento combativo, como as técnicas de relaxamento 
e o biofeedback podem ser aprendidas rapidamente (STRAUB, 
2005).
Para determinar se o indivíduo utiliza estratégias de 
enfrentamento focalizado na emoção ou no problema, é 
importante observar a natureza do evento ou a circunstância 
estressante. Qualquer situação em que seja possível a ação 
91© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
construtiva favorece estratégias de enfrentamento focalizado 
no problema. Ao contrário disso, alguns problemas de saúde, a 
perda de entes queridos e outras situações que simplesmente 
devem ser aceitas têm mais probabilidade de desencadear o 
enfrentamento focalizado na emoção (STRAUB, 2005).
Fatores que afetam a capacidade de enfrentar o estresse
Alguns fatores psicossociais podem afetar o quanto as 
pessoas conseguem enfrentar estressores potenciais. Entre eles, 
destacam-se a resiliência, o controle pessoal e o desamparo 
aprendido. 
Resiliência
Resiliência é um termo "emprestado" da física, que significa 
a capacidade do indivíduo voltar ao seu estado normal, saudável, 
mesmo após fortes estressores. É a capacidade de desenvolver 
estratégias de enfrentamento apesar de condições adversas, de 
se recuperar quando coisas ruins ocorrem e de prosperar frente 
ao estresse. Por exemplo, pacientes que enfrentam de forma 
positiva uma doença terminal, ou que superam uma perda 
importante, podem ser consideradas resilientes. 
Controle pessoal: é a crença de que tomamos nossas 
próprias decisões e determinamos o que fazemos ou o que os 
outros fazem conosco. As pessoas que possuem forte sensação de 
controle têm mais probabilidade de utilizar formas adaptativas e 
focalizadas nos problemas para lidar com o estresse e de controle 
psicológico sobre comportamentos relacionados com a saúde. 
Desamparo aprendido: quando se enfrenta estresse 
de forma incontrolável e repetidamente, o indivíduo aprende 
que, independentemente do que ele faça, não pode controlar 
92 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
o que lhe causou estresse. As pessoas que não conseguem 
repetidamente alcançar um objetivo muitas vezes acabam 
desistindo de tentar. É importante notar ainda que elas também 
não costumam responder em outros ambientes nos quais o 
sucesso seja mais provável. Quando alguém passa a acreditar 
que os resultados de seu comportamento não dependem do 
comportamento em si, ocorrem significativas consequências 
motivacionais, emocionais e comportamentais. as pessoas que 
se sentem incapazes não têm comportamentos saudáveis ou 
abandonam esses comportamentos antes que eles consigam 
exercer um efeito positivo sobre sua saúde (stRauB, 2005). um 
paciente que tentoudiversas vezes perder peso, mas não obteve 
suscesso, pode acabar desistindo de tentar emagrecer, pela 
crença de que é incapaz.
2.4. estresse relACionAdo Com o trAbAlho 
Nos últimos anos, uma grande quantidade de pesquisas 
examinou as causas e as consequências do estresse relacionado 
com o trabalho. De fato, todas as pessoas já experimentaram 
algum tipo de estresse relacionado ao trabalho em algum 
momento de sua vida. No entanto, esse tipo de estresse poderia 
ser evitado, e existem inúmeras intervenções para isso. 
Para a maioria das pessoas, o estresse no trabalho é breve e 
não representa ameaça séria para a saúde. Entretanto, ele pode 
se tornar crônico, se as dificuldades enfrentadas persistirem ao 
longo dos anos.
Uma fonte de estresse ocupacional é a sobrecarga de 
trabalho. As pessoas que trabalham muito e em várias tarefas 
ao mesmo tempo sentem-se mais estressadas. Estas também 
93© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
apresentam piores hábitos, experimentam mais acidentes 
e sofrem de mais problemas de saúde do que os outros 
trabalhadores (STRAUB, 2005).
É importante observar, contudo, que o número total de 
horas que uma pessoa trabalha não pode ser o único indicador 
de estresse. A sobrecarga de trabalho apresenta um componente 
subjetivo além do componente objetivo. Uma pessoa pode 
sentir-se muito cansada e estressada com seu horário e outra é 
capaz de lidar facilmente com isso. Como já dissemos, o estresse 
vivenciado depende dos recursos de enfrentamento disponíveis. 
O estresse no trabalho às vezes ocorre quando as pessoas 
tentam equilibrar vários trabalhos diferentes ao mesmo tempo e 
experimentam a sobrecarga de papéis. Os problemas associados 
a lidar com múltiplos papéis simultâneos são particularmente 
importantes para as mulheres. A sobrecarga de papéis, associada 
ao fato de lidar com uma carga pesada de responsabilidades no 
trabalho e no lar, reduz o aproveitamento de todas as tarefas e 
piora o humor (STRAUB, 2005). Algumas pesquisas demonstraram 
que o trabalho pode ser avaliado como desafiador e estimulante 
tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, devido a 
carga maior de responsabilidade da mulher, com as atividades 
relacionadas ao lar e à família, elas experimentam níveis mais 
elevados de estresse. 
No entanto, as mulheres que mantém um emprego são 
geralmente mais saudáveis do que as desempregadas, uma 
vez que o trabalho é uma importante fonte de autoestima e de 
satisfação com a vida.
O mais importante não é o número de papéis que uma 
mulher ocupa, mas a qualidade da sua experiência nesses papéis. 
Ter controle sobre o próprio trabalho e receber ajuda dos outros 
94 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
membros da família ajudam a reduzir a probabilidade de que as 
demandas de papéis múltiplos sejam estressantes.
De fato, a diferença de gênero em estresse no trabalho 
já tem diminuído consideravelmente, uma vez que os valores 
culturais estão se modificando. no entanto, ainda há um longo 
caminho a percorrer, pois a mulher, muitas vezes, ainda é vista 
como a única responsável pelos cuidados da casa e dos filhos. 
Síndrome de burnout
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento 
profissional, foi definida como o estado de exaustão física 
e psicológica relacionada com o trabalho. Sua principal 
característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos 
provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e 
psicológicas desgastantes. 
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de 
esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes 
negativas, como ausências no trabalho, agressividade, 
isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, 
dificuldade de concentração, falhas de memória, ansiedade, 
depressão, pessimismo, baixa autoestima. Dor de cabeça, 
enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores 
musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais 
são manifestações físicas que podem estar associadas 
à síndrome (VARELLA, 2015). 
De maneira mais específica, o esgotamento é uma síndrome 
multidimensional caracterizada por exaustão emocional, 
despersonalização e redução em realizações pessoais. A exaustão 
emocional refere-se a sentimentos de ter seus recursos emocionais 
esgotados, com a correspondente perda de energia e sentimentos 
de fadiga. A despersonalização refere-se à perda de idealismo no 
local de trabalho, desencadeando atitudes negativas para com 
95© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
aqueles que recebem o serviço ou a atenção do empregado. A 
redução em realizações pessoais refere-se à perda de sentimentos 
de competência e realização no trabalho (STRAUB, 2005). 
Segundo Varella (2015) “a síndrome se manifesta 
especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento 
interpessoal direto e intenso”. Os empregos que envolvem 
responsabilidade com outras pessoas, em vez de responsabilidade 
com produtos, parecem causar níveis elevados de esgotamento. 
Os trabalhadores da área da saúde parecem ser especialmente 
suscetíveis a esse tipo de estresse no trabalho. Pesquisas 
mostraram profissionais de saúde que relatam sintomas 
relacionados com o estresse suficientemente sérios, a ponto 
de serem considerados sinais de maior risco de problemas 
psiquiátricos (STRAUB, 2005).
A síndrome de burnout normalmente se desenvolve 
durante o período de alguns anos, no entanto, alguns sinais 
de aviso podem aparecer mais cedo. Entre eles, inclui-se: 
sentimentos de exaustão física e mental; perda de significado no 
próprio trabalho e na vida em geral; dificuldade em se concentrar; 
aumento de doenças relacionadas com o estresse, como dores 
de cabeça, dores nas costas e depressão; e temperamento 
explosivo (STRAUB, 2005). 
É importante observar que essa síndrome não é a 
consequência inevitável de estar empregado em determinadas 
áreas profissionais. Como nos lembra o modelo biopsicossocial, 
a suscetibilidade à maioria das condições de saúde – favoráveis 
ou desfavoráveis – é o produto de fatores sobrepostos em todos 
os domínios da saúde. Por exemplo, os profissionais da área de 
saúde que se deparam com pacientes crônicos que mantêm 
uma visão esperançosa e otimista da vida apresentam menos 
96 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
probabilidade de experimentar esgotamento profissional do que 
os mais pessimistas, ressaltando, assim, a função protetora de 
certos padrões de comportamentos.
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES
Os Conteúdos Digitais Integradores são a condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. estresse e enfrentAmento
Como já foi discutido, o estresse tem grande influência na 
determinação da saúde e tem sido associado a diversos tipos de 
doenças. O efeito do estresse no nosso organismo depende dos 
mecanismos de enfrentamento que utilizamos. 
O conteúdo complementar apresentado a seguir pretende 
ampliar e aprofundar o estudo sobre o estresse e as estratégias 
de enfrentamento. É muito importante que você acesse os links 
apresentados e consulte os materiais indicados. 
•	 ALMEIDA-FILHO, N. Modelos de determinação social 
das doenças crônicas não-transmissíveis. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v9n4/a09v9n4. 
pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015.
•	 CHAVES, E. C. et al. Coping: significados, interferência 
no processo saúde-doença e relevância para a 
enfermagem. Disponível em: <http://www.ee.usp.
br/REEUSP/upload/html/546/body/v34n4a08.htm>. 
Acesso em: 4 ago. 2015. 
97© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
•	 YOUTUBE. Jornal Hoje. Muito estresse deixa organismo 
vulnerável a doenças graves. Disponível em: <http://
www.youtube.com/watch?v=Mzrakeau0M>. Acesso 
em: 4 ago. 2015.
3.2. estresse no ProfissionAl de sAúde
A síndrome de burnout é característica do estresse 
relacionado ao trabalho. Algumas profissõesse destacam pela 
alta incidência de estresse, entre estes, os profissionais de 
saúde. O material a seguir foi selecionado para que você conheça 
mais sobre burnout e pesquise sobre os efeitos do estresse em 
enfermeiros. 
•	 ARAúJO, T. M.; et al. Aspectos psicossociais do 
trabalho e distúrbios psíquicos entre trabalhadoras de 
enfermagem. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/rsp/v37n4/16776.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015.
•	 SANTOS, A. F. O.; CARDOSO, C. L. Profissionais de Saúde 
Mental: Estresse, Enfrentamento e Qualidade de Vida. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/
a17v26n3.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015.
•	 TVUFPR. Olho clínico: síndrome de burnout. Disponível 
em: <http://www.youtube.com/watch ?v=lRlvT3eGpjQ>. 
Acesso em: 4 ago. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
98 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
1) Em relação às Estratégias de Enfrentamento, assinale a alternativa 
INCORRETA:
a) Conjunto de estratégias, cognitivas e comportamentais, utilizadas pe-
los indivíduos para lidar com uma ameaça iminente.
b) Faz parte das características da personalidade de cada indivíduo, e, 
portanto, não podem ser aprendidas.
c) Processa-se mediante a mobilização de recursos naturais, com fins de 
administração de situações estressoras, consistindo de interação entre 
o organismo e o ambiente.
d) A resolução de problemas pode ser considerada uma estratégia ade-
quada de enfrentamento. 
2) Segundo diversos estudos sobre a relação do estresse e o processo saúde-
-doença, constata-se que o estresse pode ser sadio ou nocivo. Ele se torna 
nocivo à saúde quando:
a) surge a necessidade de uma adaptação a um evento ou situação.
b) alguém percebe e responde a eventos que são julgados como 
desafiadores. 
c) os estressores excedem os recursos pessoais e sociais que o indivíduo 
é capaz de mobilizar para enfrentar o estresse.
d) os recursos de enfrentamento são suficientemente fortes. 
3) Descreva os principais efeitos do estresse no nosso organismo.
4) Sobre a síndrome de Burnout, assinale a alternativa INCORRETA.
a) É definida como o estado de exaustão física e psicológica relacionada 
com o trabalho.
b) O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento 
físico e emocional que se reflete em atitudes negativas. 
c) A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exi-
ge envolvimento interpessoal direto e intenso. 
d) A síndrome é uma consequência inevitável de estar empregado em 
determinadas áreas profissionais, como na área de Saúde. 
5) Explique a relação entre estresse e estratégias de enfretamento.
99© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
1) b
2) c
3) Queda de produtividade, confusão mental, apatia, sensação de desgaste, 
prejuízo na memória e irritabilidade, entre outro. 
4) d
5) As estratégias de enfrentamento são os recursos utilizados pela pessoa 
para lidar com o estresse. Quanto mais recursos de enfrentamento estive-
rem presentes, menos efeitos do estresse sobre o organismo. 
5. CONSIDERAÇÕES
O estudo dos efeitos do estresse sobre a saúde mostra, 
de forma clara, a relação entre os aspectos psicológicos e 
biológicos na determinação dos processos de saúde e doença. 
O esgotamento emocional que ocorre pelo estresse prejudica 
o funcionamento do organismo e diminui as defesas naturais 
do sistema imunológico. Entretanto, as estratégias 
de enfrentamento podem atuar como fatores de proteção 
ao estresse, mas apenas quando são utilizadas estratégias 
adaptativas. Trata-se de um bom exemplo sobre a concepção 
biopsicossocial de saúde. 
Vamos agora nos preparar para iniciar o estudo da 
última unidade, que apresentará a temática da relação entre o 
profissional de saúde e o paciente. Antes disso, não se esqueça 
de explorar os Conteúdos Digitais Integradores desta unidade. 
100 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 
6. E-REFERÊnCia
FAMILIA.COM.BR. Estresse: O que é, o que causa e como controlar. Disponível em: 
<http://familia.com.br/estresse-o-que-e-o-que-causa-e-como-controlar>. Acesso em: 
31 jul. 2015.
IPCS. Instituto de psicologia e controle do stress. Disponível em: <http://www.estresse.
com.br/profissionais/dra-marilda-emmanuel-novaes-lipp/>. Acesso em: 4 ago. 2015. 
VARELLA, D. Síndrome de burnout. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/
letras/b/sindrome-de-burnout/>. Acesso em: 3 ago. 2015
7. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MELLO FILHO, J. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
MIYAZAKI, M. C.; DOMINGOS, N. A. M.; CABALLO, V. E. et al. Psicologia da Saúde. 
Intervenções em hospitais públicos. In: Bernard Rangé. (Org.). Psicoterapias 
cognitivo-comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.
 
101
RELAçãO EqUIPE INTERDISCIPLINAR-
PACIENTE
Objetivos
•	 Interpretar o conceito de equipe interdisciplinar no 
contexto da saúde. 
•	 Analisar a importância da relação entre o profissional 
de saúde e o paciente.
•	 Compreender variáveis da relação com o paciente para 
promover saúde. 
Conteúdos
•	 Relação equipe interdisciplinar-paciente. 
•	 Variáveis psicossociais do tratamento.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações 
a seguir:
1) Esta será a última unidade. No entanto, o tema abordado 
talvez seja um dos mais importantes para sua atuação 
profissional. De todos os aspectos psicológicos que 
foram discutidos até aqui, a relação entre você e seu 
UNIDADE 4
102 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
paciente pode ser, muitas vezes, o único instrumento 
disponível para modificar comportamento e promover 
saúde. 
2) Os Conteúdos Digitais Integradores são fundamentais 
para a compreensão integral dos assuntos abordados. 
Não deixe de acessá-los. 
3) Entre os Conteúdos Digitais Integradores há um 
pequeno vídeo sobre empatia. Assista-o pensando no 
ambiente em que você futuramente trabalhará. 
103© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
1. INTRODUÇÃO
Conforme foi visto na Unidade 1, o modo com entendemos 
saúde passou por importantes mudanças ao longo do tempo. 
Essas transformações influenciaram, também, o modo como 
entendemos o cuidado e como compreendemos a formação dos 
profissionais que cuidam da saúde.
Segundo Corradi-Webster e Carvalho (2015):
Pensar em saúde de modo positivo representa uma mudança 
grande de paradigma, já que o foco não é mais o déficit, a 
ausência da saúde ou ausência de enfermidade, e sim o bem 
estar biopsicossocial. Com base nesta visão, serviços de saúde 
vêm sendo criados e reestruturados, aproximando-se das 
comunidades, oferecendo cuidados que vão além da cura, 
incluindo a promoção, a prevenção e a reabilitação. Vem sendo 
ampliada a participação de profissionais não-médicos no 
cuidado, já que o médico deixou de ser a única figura central 
da assistência. 
O cuidado também começa a ser compreendido como integral, 
ou seja, considera-se que as pessoas devam ter acesso a todos 
os serviços de saúde necessários e que sejam considerados 
os aspectos emocionais, físicos e sociais dos usuários. Nesta 
perspectiva, o usuário passa a ser considerado não como uma 
unidade individual, mas como alguém que está inserido em 
uma família, em uma comunidade, em um contexto histórico 
e social definido. 
A fim de garantir a plenitude da assistência, os profissionais 
da área da Saúde não podem trabalhar sozinhos. O trabalho em 
equipe se faz fundamental, no qual profissionais com formações 
e experiências diversas discutem situações, ampliamo olhar e as 
possibilidades de intervenção (CORRADI-WEBSTER; CARVALHO, 
2011).
104 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
2. CONTEúDO BÁSICO DE REFERêNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma 
sucinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo dos 
Conteúdos Digitais Integradores.
2.1. o trAbAlho em equiPes de sAúde
O trabalho em equipe surgiu como uma estratégia para 
redesenhar o trabalho e promover a qualidade dos serviços. 
Entre esses processos, pode ser citado o planejamento de 
serviços, a formação de prioridades, a redução da duplicação 
dos serviços, a geração de intervenções mais criativas, a redução 
de intervenções desnecessárias pela falta de diálogo entre os 
profissionais, a redução da rotatividade, resultando na redução 
de custos, com a oportunidade de aplicação e investimentos em 
outros processos (STAUDT, 2008).
A forma como os profissionais se agrupam e trabalham 
pode variar consideravelmente. O trabalho em equipes pode 
ocorrer dentro de um contínuo, que vai da atuação paralela 
à interdisciplinar. Na medida em que avança em direção à 
interdisciplinaridade, várias mudanças vão ocorrendo: 
•	 a comunicação entre os profissionais e entre estes e os 
pacientes aumenta e há uma tendência cada vez maior 
para que as decisões sejam tomadas por meio de um 
consenso;
•	 a equipe torna-se mais complexa e há redução na 
hierarquia;
105© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
•	 existe uma preocupação crescente com a compreensão 
e os manejos dos problemas de saúde dentro de uma 
perspectiva biopsicossocial;
•	 os resultados são cada vez mais complexos e incluem 
extensão de serviços, ensino, pesquisa e gestão 
(MIYAZAKI et al., 2011).
Nem todas as equipes de saúde são interdisciplinares, 
mas isso não significa que as demais formas de trabalho não 
sejam eficientes. As equipes são dinâmicas e diversos aspectos 
podem afetar o seu funcionamento, como fatores pessoais e 
profissionais, intragrupo e organizacionais (MIYAZAKI et al, 2011). 
O conceito de interdisciplinaridade relaciona-se com outros 
termos, tais como multidisciplinaridade e transdisciplinaridade. 
Em um serviço de saúde, o trabalho em equipe pode estar 
organizado segundo uma dessas formas, que vamos detalhar a 
seguir. 
Equipes multidisciplinares
A multidisciplinaridade é a forma de organização de 
equipe tradicional. Equipes multidisciplinares são formadas por 
vários profissionais de diferentes áreas, que buscam abranger 
os diferentes aspectos de uma mesma situação, sem haver 
uma relação entre si, cada um dentro do seu saber. Neste tipo 
de organização de trabalho, cada profissional atua de maneira 
isolada em sua área específica, solicitando a intervenção de 
outro profissional quando julga necessário, mas sem que haja 
discussão ou cooperação nas decisões tomadas. 
Por exemplo, em uma unidade de saúde na qual a equipe 
médica tem a possibilidade de encaminhar o paciente para o 
106 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
atendimento de outro profissional, tal como o enfermeiro, o 
psicólogo ou fisioterapeuta. Esse outro profissional atua como 
um consultor – cada especialidade atua de forma separada. Logo, 
não há um trabalho coordenado por parte dessa equipe e uma 
identidade grupal, ou seja, o médico, em geral, é o responsável 
pela decisão do tratamento, e os outros profissionais vão se 
adequar à demanda do paciente e às decisões do médico.
A equipe multidisciplinar deve construir uma relação entre 
profissionais, considerando um atendimento humanizado. Dessa 
forma, foca-se nas demandas do paciente, e a equipe tem como 
finalidade atender a essas necessidades visando seu bem-estar; 
no entanto, de forma desmembrada, cada profissional em sua 
área de atuação (STAUDT, 2008). 
Equipes interdisciplinares
A interdisciplinaridade consiste no estabelecimento de 
associação intencional de duas ou mais áreas do saber, para 
alcançar um conhecimento mais amplo e diversificado. Nesta 
forma de organização, profissionais de diversas especialidades 
se reúnem para a resolução de um objetivo em comum. 
Pensando em equipe de saúde, profissionais de diferentes 
áreas discutem e tomam decisões em conjunto sobre os 
procedimentos e tratamentos indicados para cada paciente. Este 
tipo de organização, facilita a visão mais ampla do sujeito, de 
forma a integrar em cada decisão seu componente biológico, 
psicológico e social. 
Podemos pensar no exemplo de uma unidade de saúde 
na qual todos os profissionais envolvidos com o paciente se 
reúnem sistematicamente para a tomada de decisão sobre 
seu tratamento. Nesse caso, o médico informaria aos outros 
107© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
profissionais sobre as questões clínicas do caso, enquanto o 
enfermeiro poderia esclarecer sobre a adesão ao tratamento, e a 
assistente social, acerca das condições familiares de dar suporte 
àquele paciente. 
Em equipe interdisciplinar, há um nível maior de relação 
entre as disciplinas. As decisões são normalmente tomadas 
por meio de trocas de informações de cada especialidade em 
reuniões de equipe que ocorrem sistematicamente. 
A perspectiva interdisciplinar pode possibilitar o exercício de 
um trabalho mais integrador e articulado, tanto no que diz 
respeito à compreensão dos trabalhadores sobre o seu próprio 
trabalho, como no que diz respeito à qualidade do resultado 
do trabalho. Na análise das relações de trabalho nas equipes 
interdisciplinares, considera-se o modo como se desenvolve 
o processo de trabalho e a compreensão acerca dos seus 
componentes (objetivo e métodos) com vistas à obtenção de 
um resultado, e a finalidade do processo de trabalho em saúde 
é, por meio de alguma ação terapêutica, promover saúde 
(STAUDT, 2008, n.p.).
No entanto, embora a interdisciplinaridade seja a forma de 
organização de trabalho mais produtiva em saúde, sua aplicação 
ainda encontra desafios. A prática dos serviços de saúde ainda é 
extremamente hierarquizada e fragmentada. Além disso, a visão 
quantitativa ainda supera a qualitativa nas gestões em saúde. 
Transdisciplinaridade 
A transdisciplinaridade implica uma aplicação em várias 
disciplinas. Não pressupõe, necessariamente, trabalho em 
equipe ou coordenação, mas vai mais além: não se resume às 
interações e às reciprocidades entre as disciplinas, uma vez que 
propõe a ausência de fronteiras entre elas. 
108 © PSICOLOGIA APLICADA À SAúDE 
unidadE 4 – RElação EquipE intERdisCiplinaR-paCiEntE
Não se trata de especialidade diferentes atuando de 
forma compartilhada, mas sim descrevendo uma nova forma de 
compreender os fenômenos.
Assim, de acordo com Staudt (2008, n.p.):
A necessidade da transdisciplinaridade decorre do 
desenvolvimento dos conhecimentos, da cultura e da 
complexidade humana. Ela se preocupa com uma interação 
entre as disciplinas, promove um diálogo entre diferentes áreas 
do conhecimento e seus dispositivos, visa cooperação entre as 
diferentes áreas e contato entre essas disciplinas.
Podemos considerar que a saúde, pela complexidade de 
seu objeto, se enquadra neste campo. A definição de saúde, 
que passou por transformações importantes, é um exemplo de 
transdisciplinaridade. Ela partiu de uma concepção biomédica, 
baseada exclusivamente no aspecto físico, e avançou para uma 
definição que engloba as disciplinas biológicas, psicológicas e 
sociais, de modo a descrever uma nova forma de observar o 
fenômeno saúde. Observe a Figura 1:
Figura 1 Diferença entre equipes multi, inter e transdisciplinares.
109© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
2.2. RELAÇÃO PROFISSIONAL DE SAúDE E PACIENTE
O nosso próximo assunto é de extrema importância para 
a formação na área de Saúde. Enquanto profissional, uma parte 
importante desuas atribuições será gerenciar e efetuar o cuidado 
com os pacientes. Esse cuidado por ser realizado de diversas 
formas, que vão desde um cuidado automático e impessoal até 
o estabelecimento de uma relação de ajuda. Existem diversas 
evidências científicas que mostram que a relação estabelecida 
entre o paciente e o profissional de saúde pode se tornar um 
adjuvante no processo de cura desse enfermo. 
Paciente
Imagine uma pessoa que acaba de receber um diagnóstico 
de uma doença grave. Apesar de ainda estar chocada com a 
notícia, ela tem que tomar decisões rapidamente, pois como 
precisa ser operada com urgência, terá que ficar internada no 
hospital, e não terá tempo nem de voltar para casa para avisar 
sua família. Você consegue imaginar como ela se sente? Será 
que, se ela puder contar com algum profissional de saúde para 
ajudá-la a se organizar, faria diferença neste momento? 
Para o ser humano, a doença é a quebra da harmonia orgânica, 
interferindo, com todos os setores da sua vida, especialmente, 
na convivência com os familiares mais próximos. Quando a 
hospitalização se faz necessária, o indivíduo é retirado de 
seu ambiente familiar e no hospital encontra um mundo 
completamente estranho, onde rotinas e normas rígidas 
controlam e determinam suas ações. Ao ser hospitalizado, o 
paciente deixa sua família e seu ambiente para ser inserido 
em um mundo diferente, sendo obrigado, inclusive, a ter seus 
hábitos modificados para se ajustar às rotinas do hospital 
(PAULA; FUREGATO, SCATENA, 2000, p. 45).
110 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
Quando uma pessoa precisa de um serviço de saúde, ela se 
vê num ambiente totalmente diferente do que está acostumada, 
onde tem que seguir regras e consequentemente adotar novas 
atitudes. Nessas situações, a comunicação entre o profissional 
de saúde e o paciente pode favorecer a adaptação e promover 
mais bem-estar a este, principalmente se o contato estabelecido 
favorecer a criação de uma relação de ajuda. 
Relação de ajuda e o papel da comunicação
Numa abordagem compreensiva sobre a questão de ajuda, 
Rogers (2015) afirma:
A relação de ajuda é uma relação na qual pelo menos uma 
das partes procura promover na outra o crescimento, o 
desenvolvimento, a maturidade, o melhor funcionamento e 
maior capacidade de enfrentar a vida.
Desse modo, quando alguém necessita de amparo e outra 
pessoa é capaz de prestar auxílio, temos uma relação de ajuda. 
Nesse tipo de relação, o próprio indivíduo é o instrumento 
terapêutico, por meio da relação interpessoal. 
Em contextos de saúde, profissionais podem estabelecer 
relações de ajuda pelo uso de seus conhecimentos técnicos, 
de forma a oferecer alívio físico, mas também pelo uso de 
suas habilidades interpessoais, para oferecer apoio afetivo e 
informações. Para que o relacionamento estabelecido seja de 
ajuda, é necessário que o profissional de saúde se coloque em 
uma posição de igualdade em relação ao paciente, abandonando 
a postura de especialista, e divida seu conhecimento com o 
paciente. A compreensão das estratégias de enfrentamento 
que o paciente utiliza e o não julgamento moral também são 
fundamentais para facilitar a aproximação com o paciente. Além 
111© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
disso, é necessário cooperação, confiança, participação mútua e 
uma comunicação eficaz. 
A comunicação tem sido um dos pontos mais destacados 
quando falamos de relação profissional de saúde e paciente. Ela 
pode ter diversos efeitos sobre o seu bem-estar, entre outros, 
dos quais destacamos:
•	 Uma comunicação eficiente pode facilitar que 
o paciente compreenda seu quadro clínico e as 
alternativas de tratamento. Muitas vezes, no momento 
em que o diagnóstico é dado, o paciente está absorto 
de grande emoção, pelo choque da notícia. Neste 
momento, dificilmente ele conseguirá compreender 
todos os detalhes dos procedimentos propostos. 
Cabe ao profissional de saúde ter a percepção sobre 
a compreensão do paciente e reorientá-lo em um 
momento mais oportuno. Além disso, muitos pacientes 
não conseguem compreender informações transmitidas 
em termos técnicos da medicina, principalmente 
quando estamos em um serviço de saúde pública. É 
necessário adequar as informações em uma linguagem 
acessível ao paciente e sempre verificar se ele de fato 
compreendeu as orientações. 
•	 O estabelecimento de uma comunicação eficaz, inserida 
em uma relação de ajuda, pode facilitar a expressão 
de sentimentos, desejos e dúvidas do paciente. 
Consequentemente, isso pode facilitar a escolha de 
estratégias de enfrentamento mais adaptativas. Além 
disso, pode aumentar a autonomia do paciente, dando-
lhe mais controle sobre o cuidado de sua saúde, e gerar 
a sensação de ser compreendido e respeitado. 
112 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
A comunicação é definida como sendo a principal 
característica para o relacionamento humano. E para que traga 
benefícios, o profissional de saúde deve estar consciente do 
seu papel nesse processo que exige, além de procedimentos 
técnicos, escuta e atenção adequada (TIGULINI; MELO, 2002).
A comunicação na área da Saúde é uma estratégia de uso 
constante no cotidiano do profissional. Quando a comunicação 
faz parte do trabalho, o paciente passa a vê-lo como uma 
pessoa capaz de ajudá-lo e passa a estabelecer vínculo com 
esse profissional. Por exemplo, informar ao paciente que 
procedimentos estão sendo realizados, de forma empática e com 
uma linguagem acessível a ele, facilita a confiança e o vínculo 
com a equipe de saúde. 
No entanto, devido à sobrecarga e ao estresse que os 
profissionais de saúde enfrentam no trabalho, muitas vezes, não 
apresentam uma comunicação satisfatória com os pacientes 
submetidos aos seus cuidados. O profissional deve tomar 
cuidado para que o estresse ocupacional não prejudique seu 
relacionamento com os pacientes. Desse modo, ele deve buscar 
conhecê-los, de forma que ocorra o diálogo entre ambos. Deve 
cultivar a confiança do paciente por meio do respeito e da 
empatia empreendidos na assistência. Deve proporcionar um 
relacionamento que favoreça a diminuição da ansiedade da 
pessoa enferma, fazendo-a perceber que a comunicação pode 
contribuir no seu processo de restabelecimento.
De acordo com Martins (2015), “a qualidade de um serviço 
assistencial está diretamente associada à qualidade da relação 
interpessoal que ocorre entre os pacientes e os profissionais 
encarregados da assistência”. Por meio de uma comunicação 
terapêutica e da formação de vínculo entre profissional de saúde 
113© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
e paciente, é possível estimular sua autonomia e a autoestima, 
promovendo sua participação no cuidado e na proteção de sua 
saúde. 
2.3. vAriáveis que AtuAm nA Promoção de sAúde
Tudo o que apresentamos até agora pode ser considerado 
como variáveis que qualificam o cuidado ao paciente e 
promovem saúde. Não há dúvidas que o atendimento em equipe 
interdisciplinar é capaz de oferecer ao paciente um cuidado mais 
integral e humanizado. Além disso, a relação entre o profissional 
de saúde e seu paciente interfere de forma significativa na 
recuperação deste. Descreveremos agora outras variáveis 
que têm sido sistematicamente relacionadas com a promoção 
da melhor saúde. Entre elas estão a empatia, a informação, a 
autonomia, o suporte social e a espiritualidade. 
Empatia
Segundo Hoffman (1981, n.p.) a empatia
[...] é a resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa. 
Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia 
seria uma espécie de “inteligência emocional” e pode ser 
dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade 
de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; 
e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações 
emocionais por meio da observaçãoda experiência alheia.
Assim, a empatia pode ser definida como a habilidade de se 
colocar no lugar da outra pessoa, de sentir como se estivesse na 
mesma situação que ela. Podemos dizer que é olhar o momento 
com "o olhar do outro". 
114 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
Por exemplo, diante de um paciente acamado, que se 
queixa de dor e que não responde aos questionamentos do 
enfermeiro que precisa orientá-lo, o profissional de saúde deve 
compreender que, diante daquela situação, talvez o paciente 
não tenha de fato condições físicas e psicológicas de responder 
e compreender naquele momento, e tentar outras estratégias, 
como voltar em outro horário ou orientar um familiar. 
A empatia é uma habilidade social de extrema importância, 
capaz de desenvolver a autoconsciência emocional. As pessoas 
empáticas estão mais sintonizadas com os sutis sinais sociais que 
indicam que o outro precisa de algo. Por meio da empatia, somos 
capazes não apenas de manter relações interpessoais mais 
próximas e equilibradas, como também temos a oportunidade 
de nos sensibilizarmos para além da nossa própria perspectiva. 
A empatia envolve, primeiramente, a percepção da 
condição de sofrimento do outro e, posteriormente, a expressão 
de apoio e tentativa de conforto.
Estudos da Psicologia da Saúde apontam que se sentir 
compreendido e apoiado em situações de crise, como no 
tratamento de uma doença grave, facilita o processo de aceitação 
e enfrentamento do paciente, contribuindo, assim, para a 
melhora da saúde emocional. Além disso, pode aumentar a 
confiança na equipe e promover adesão ao tratamento (TAKAKI; 
SANTANA, 2004). 
Embora pareça um conceito simples, a empatia não é uma 
habilidade fácil de se colocar em prática. Se, neste momento, 
fosse descrito em detalhes o caso de um paciente com doença 
crônica e suas dificuldades para lidar com o tratamento, talvez 
você se sentisse sensibilizado e apresentaria empatia apenas ao 
ler uma descrição. No entanto, no ambiente hospitalar, o volume 
115© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
de pacientes que necessitam de cuidado é grande, e, na maioria 
das vezes, apenas descobrimos as dificuldades enfrentadas pelos 
pacientes se lhes perguntamos diretamente. 
Na rotina corrida do cuidado em saúde, há pouco 
espaço para a percepção do outro. Ocorre que acabamos 
nos acostumando com esse cenário e perdemos um pouco 
nossa sensibilidade. É preciso tomar muito cuidado com essa 
habituação. Embora possa haver centenas de pacientes presentes 
na unidade de saúde na qual você se encontra, cada um é único e 
vivencia seu problema de saúde de forma intensa. O profissional 
de saúde que consegue manter o foco na relação interpessoal 
e estabelece vínculo empático com seu paciente, destaca-se e 
promove a saúde de forma humanizada.
Informação
O oferecimento de informações metodológicas a respeito 
do quadro clínico do paciente e das possibilidades de tratamento 
produz benefícios amplos (STRAUB, 2005). Entre estes, observa-
se menos emoção negativa e diminuição do risco de não adesão 
ao tratamento. 
O paciente deve ser orientado, com riqueza de informações, 
sobre para que serve cada exame e procedimento médico, quais 
são as alternativas de tratamento e as possibilidades terapêuticas. 
Ao mesmo tempo, é necessário que as informações sejam 
transmitidas em linguagem clara e acessível ao paciente. Devem-
se levar em conta as condições sociais e o nível de instrução 
do paciente para que as informações sejam compreendidas 
na totalidade. O uso de termos extremamente técnicos e 
complicados apenas dificultam o seu entendimento e atrapalha 
sua adesão ao tratamento.
116 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
Além de informá-lo sobre sua condição de saúde, é 
necessário incluí-lo no processo de tomada de decisão dos 
procedimentos que serão realizados. 
Autonomia 
Outro aspecto importante quando falamos em saúde é 
a manutenção da autonomia do paciente. Algumas vezes, por 
conta de uma condição clínica delicada, os familiares e a equipe 
de saúde, na tentativa de poupar o paciente, acabam tomando 
decisões sem consultá-lo, ou mesmo tentam esconder deste a 
notícia de uma piora no quadro. Essas atitudes, na maior parte 
das vezes, acabam gerando sentimentos de desconfiança e 
incapacidade. 
O paciente tem direito à informação e deve participar das 
decisões que envolvem sua saúde e sua vida. Esse maior controle 
permite o fortalecimento das relações entre o paciente e os 
profissionais que cuidam de sua saúde, a criação de sentimento 
de responsabilidade no processo de recuperação, além de 
aumentar a confiança do paciente na equipe e em seus familiares. 
Suporte social 
O estudo do suporte social também tem recebido bastante 
destaque na área de Psicologia da Saúde e tem demonstrado 
atuar como fator de proteção ao estresse psicológico causado 
pelo diagnóstico de doenças graves. 
Suporte social pode ser definido como o grau com que 
relações interpessoais atendem a determinadas necessidades. 
Refere-se aos recursos postos à disposição por outras pessoas 
em situações de necessidade e pode ser medido pela percepção 
117© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
individual do grau com que relações interpessoais correspondem 
a determinadas funções (por exemplo, apoio emocional, material 
e afetivo) (GRIEP et al., 2005).
O suporte social tem sido relatado como fator que exerce 
papel na prevenção contra doenças e na manutenção da saúde, 
e algumas pesquisas mostram que a forma como o grupo social 
percebe o surgimento de uma doença e a evolução de seu 
tratamento influencia a escolha dos recursos de enfrentamento 
que o paciente utilizará. Tem sido associado também ao bem-
estar psicológico, ao maior grau de satisfação com a vida e à 
melhora na autoestima, bem como à menor ocorrência de 
ansiedade (GRIEP et al., 2005). 
Espiritualidade
Nos últimos anos, a religiosidade e a espiritualidade têm 
sido relacionadas a diversos efeitos benéficos à saúde e ao 
bem-estar. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) 
iniciou um aprofundamento das investigações sobre este 
aspecto, e, atualmente, o bem-estar espiritual vem sendo 
considerado como mais uma dimensão do estado de saúde, 
juntamente com as dimensões física, psicológica e social.
Desde modo, a espiritualidade tem sido relatada com um 
importante fator no enfrentamento de enfermidades físicas e 
psicológicas.
Lazarus e Folkman (1986) destacam que a fé parece ser 
uma importante aliada no processo de adaptação a situações 
de ameaça à existência, podendo auxiliar o indivíduo a obter ou 
conservar a esperança, além de ajudá-lo a encontrar um sentido 
para a vida e facilitar a emergência de recursos psicológicos 
importantes para combater a doença. 
118 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
A prática religiosa está relacionada a um maior nível de 
satisfação com a vida e relatos de felicidade e a menores níveis 
de queixas psicológicas. Em uma revisão de literatura realizada 
por Panzini e Bandeira (2007), as autoras concluem que a maioria 
das pesquisas sobre o assunto indica que crenças e práticas 
religiosas estão associadas à melhor saúde física e mental, 
incluindo efeitos benéficos em relação à dor, debilidade física, 
doenças do coração, pressão sanguínea, funções imunológicas, 
doenças infecciosas, câncer e mortalidade, além de maiores 
níveis de satisfação com a vida, bem-estar, senso de propósito 
e significado de vida, esperança, otimismo, estabilidade nos 
casamentos e menores índices de ansiedade, depressão e abuso 
de substâncias. 
3. CONTEúDOS DIGITAIS INTEGRADORES
Os Conteúdos Digitais Integradores são a condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. relAção equiPe de sAúdee PACiente
Nesta unidade, estudamos a importância do estabeleci-
mento de uma relação de ajuda com o paciente e algumas variá-
veis que promovem saúde, como empatia e informação. 
O estudo dos materiais complementares é fundamental 
para aprofundar os conhecimentos e descobrir novos tópicos 
neste tema. Assim, acesse os Conteúdos Digitais Integradores 
indicados e complemente seus estudos.
119© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE 
UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
• AME EDITORINHA. Empatia. Disponível em: <http://
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• HOGA, L. A. K. A dimensão subjetiva do profissional 
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gia informacional. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
-311X2004000200018>. Acesso em: 17 ago. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Diante de um paciente que apresenta resistência ao tratamento, qual a 
forma mais adequada de um profissional da saúde atuar?
a) Respeitar a vontade do paciente e não insistir no atendimento; somen-
te prescrever o tratamento se o paciente demonstrar maior aceitação.
b) Insistir no atendimento e na prescrição do tratamento, já que o mais 
importante é recuperar a saúde do paciente. 
c) Desenvolver uma boa relação profissional-paciente para conseguir 
identificar quais aspectos, internos e externos ao paciente, podem es-
tar gerando esta resistência e intervir para modificar estes fatores.
d) Solicitar a intervenção de um psiquiatra, tendo em vista que este é o 
único profissional responsável pela atenção aos aspectos emocionais 
dos pacientes.
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2) Qual a importância do trabalho interdisciplinar?
a) A possibilidade de dividir tarefas, o que alivia a sobrecarga de alguns 
profissionais e aumenta a qualidade do serviço prestado.
b) A chance de discutir os casos com profissionais de outras áreas e saber 
suas opiniões a respeito dos pacientes.
c) A garantia de ter a quem fazer o encaminhamento quando o paciente 
apresentar alguma demanda que extrapole as atribuições do médico. 
d) A união de saberes de diferentes áreas, pois isto possibilita a atenção 
integral à saúde do sujeito, um ser biopsicossocial.
3) A falta de compreensão adequada sobre o quadro clínico e seu tratamen-
to, pode ser aspecto determinante para a não adesão de pacientes com 
doenças crônicas. Desde modo, de que forma devem ser transmitidas as 
informações aos pacientes?
4) Que características são importantes para se estabelecer um bom relacio-
namento com seu paciente?
5) Sobre equipe interdisciplinar, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Neste tipo de organização de trabalho, cada profissional atua de ma-
neira isolada em sua área específica, solicitando a intervenção de ou-
tro profissional quando julga necessário, mas sem que haja discussão 
ou cooperação nas decisões tomadas.
b) Em equipes interdisciplinares há um nível maior de relação entre as 
disciplinas. As decisões são normalmente tomadas por meio de tro-
cas de informações de cada especialidade em reuniões de equipe que 
ocorrem sistematicamente. 
c) Embora a interdisciplinaridade seja a forma de organização de traba-
lho mais produtiva em saúde, sua aplicação ainda encontra desafios
d) A interdisciplinaridade consiste no estabelecimento de associação in-
tencional de duas ou mais áreas do saber, para alcançar um conheci-
mento mais amplo e diversificado.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
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UNIDADE 4 – RElAção EqUIpE INtERDIscIplINAR-pAcIENtE
1) c.
2) d.
3) Fornecer de informações detalhadas ao paciente sobre seu diagnóstico e 
seu tratamento; usar linguagem apropriada, compreensível ao paciente.
4) Uso de linguagem apropriada, estabelecimento de relacionamento cola-
borativo, empatia, fornecimento de informações e disponibilidade para 
ouvir o paciente.
5) a.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
“O importante e bonito do mundo é isso: que as 
pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram 
terminadas, mas que elas vão sempre mudando. 
Afinam e desafinam” (Guimarães Rosa).
Chegamos ao final da nossa obra. Esperamos que as 
discussões e temas aqui levantados tenham servido de ocasião 
para a reflexão sobre a complexidade da figura central de toda a 
ciência sobre saúde: o paciente. 
Com esta proposta, a área de Saúde trabalha com o 
objetivo de promover a saúde, prevenir a doença, restaurar a 
saúde e facilitar o enfrentamento da incapacitação e da doença. 
Enquanto profissional, você não deve se esquecer que todo 
paciente tem dimensões físicas, emocionais, sociais e espirituais. 
E, portanto, para se conseguir uma atenção integral em saúde, 
todos esses aspectos devem ser considerados.
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6.  E-REFERÊnCias
CARL, R. R. As características de uma relação de ajuda. Disponível em: <https://
psicologadrumond.files.wordpress.com/2013/08/tornar-se-pessoa-carl-rogers.pdf>. 
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em tempos de transição paradigmática. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
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7. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Martinez Roca, 1986.
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Bernard Rangé. (Org.). Psicoterapias cognitivo-comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2011. 
PANZINI, R. BANDEIRA, D. Coping (enfrentamento) religioso/espiritual. Revista de 
Psiquiatria Clinica, v. 34, supl. 1; p. 126-135, 2007.
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STAUDT, D. T. A interdisciplinaridade em atenção básica à saúde. Boletim da Saúde. 
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STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.

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