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Aula 1 - A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA OBTENÇÃO DA VANTAGEM COMPETITIVA

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AULA 1 
SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
GERENCIAIS
Prof.ª Edicreia Andrade dos Santos 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Um dos maiores patrimônios da organização é a informação. O seu 
gerenciamento é de extrema importância para atender às necessidades dos 
gestores e da própria empresa. A área responsável pela informação, que abrange 
o universo da tecnologia de sistemas, embora extremamente técnico, é a de 
sistemas de informações. 
Um sistema de informação é formado por um conjunto de elementos, que 
podem ser pessoas, dados, recursos, atividades, dentre outros, que se relacionam 
e permitem a entrega da informação de forma apropriada, atendendo aos 
objetivos estabelecidos pela organização. 
No entanto, qual é o motivo de estudar sistemas da informação ou 
tecnologias da informação? De acordo com o O’Brien (2010), fazer esse 
questionamento é o mesmo que perguntar o porquê de estudar outras áreas, 
como a contabilidade e administração. Essa é uma área vital para que a empresa 
consiga alcançar o sucesso organizacional, e, dessa forma, conhecer os sistemas 
de informações é tão importante como estudar qualquer outra área de relevância 
da entidade. 
Tendo como base a influência dos sistemas de informações no controle das 
atividades empresariais e na condução do negócio, o objetivo desta aula é abordar 
os aspectos introdutórios dessa área, os tipos de sistemas, conceitos, além da 
relevância dos sistemas de informações na obtenção da vantagem competitiva. 
 
 
 
 
 
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Saiba mais 
Assista ao vídeo “Introdução aos Sistemas de Informação”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=qOzfta5LsxU>. Acesso em: 15 fev. 2018. 
CONTEXTUALIZANDO 
Nenhum ser humano vive sozinho, sempre buscamos nos unir a outras 
pessoas que possuam um objetivo em comum. No mundo corporativo não é 
diferente, as empresas surgiram visando atribuir atividades e responsabilidade 
aos seus membros, de modo a atingir as metas pré-fixadas. 
Com o passar dos anos, a organização vem evoluindo, novas tecnologias 
vêm sendo criadas, novos processos, técnicas e equipamentos também vem 
surgindo, tudo para melhor atingir seus objetivos. Tais objetivos são voltados para 
o melhor atendimento dos clientes e das demandas do mercado, com vistas à 
obtenção do lucro. 
Cabe ao gerente a definição das estratégias, como o planejamento, a 
organização dos recursos necessários, e fazer com que tudo ocorra dentro do 
tempo e da forma prevista. Um fator fundamental para que tudo dê certo é a 
estipulação de um conjunto de componentes estruturados, um sistema. 
Um sistema compreende a reunião de um conjunto de informações que 
estão constantemente em contato, formando um todo. Eles envolvem dados, 
redes, pessoas, hardwares, entre outros. Normalmente, sua estruturação possui 
três componentes básicos: entrada, processamento e saída. 
Os sistemas de informações desempenham papel fundamental na 
continuidade da entidade, e são o suporte para a constituição de processos e 
operações, além de contribuírem para a tomada de decisão e a obtenção da 
vantagem competitiva. Então, vamos iniciar o estudo deste tema? 
Saiba mais 
Assista ao vídeo “Aplicação dos sistemas de informação gerenciais na prática”. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=S8d4n8t7t2M>. Acesso em: 
15 fev. 2018. 
 
 
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TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA OBTENÇÃO DA 
VANTAGEM COMPETITIVA 
Bem-vindo ao primeiro tema sobre os sistemas de informações gerenciais! 
Esse sistema é a representação de uma importante área funcional da entidade, 
que possui tanta relevância na organização como qualquer outro setor que a 
compõe. O seu uso pode contribuir para a eficiência e eficácia operacional, já que 
permite melhorias na produtividade devido à economia de tempo no lançamento 
de dados e ao aumento da credibilidade pelo uso de um banco de dados único, 
além da satisfação e do atendimento ao consumidor. 
Entretanto, o que compõe esses sistemas? A informação. As atividades de 
gestão de qualquer tipo de organização são regidas pelas informações. Tais 
informações são obtidas interna ou externamente, tratadas, e posteriormente 
utilizadas para diversas tarefas, como alertar sobre a situação financeira da 
entidade, estimular mudanças, reduzir o nível de incertezas, apresentar 
alternativas e fornecer subsídio para tomadas de decisão. 
A informação é determinante na formação das estratégias da organização. 
A sua qualidade influencia diretamente o sucesso das ações da entidade, 
ajudando a lidar com mudanças relacionadas a fatores sociais, econômicos e 
tecnológicos, entre outros, os quais afetam a continuidade e a sobrevivência 
empresarial. 
As informações são coletadas de diferentes formas e possuem diversos 
formatos, dependendo do nível funcional e das decisões a serem tomadas 
(Laudon; Laudon, 2010; Rezende; Abreu, 2013). No nível operacional, são 
utilizadas em atividades normais da empresa, como na decisão do gerente de 
produção de adquirir mais matéria-prima. No nível tático, são aplicadas as metas 
do plano estratégico em determinado departamento, como o aumento do valor de 
vendas por meio da redução de custos fixos. No nível estratégico, estão as 
decisões relacionadas a ações de longo prazo, como a definição de valores, 
visões e a missão da empresa. 
Além de oferecer suporte à tomada de decisão, as informações podem ser 
um fator motivacional dos colaboradores. A transmissão das informações para os 
colaboradores pode contribuir para que eles se sintam à vontade para 
participarem mais, proporcionando um ambiente de trabalho melhor. Ademais, 
pessoas bem informadas compreendem melhor os aspectos relevantes do 
negócio, identificando os problemas e desafios enfrentados. 
 
 
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Uma informação correta no momento certo são apenas alguns dos fatores 
que afetam o desempenho da entidade. Saber proteger os dados obtidos também 
é importante, visto que a segurança é um fator essencial na preservação dos 
conhecimentos organizacionais adquiridos. A informação é ainda uma fonte de 
vantagem competitiva. 
A partir do momento em que a empresa possui informações corretas em 
tempo hábil, ela antecipa possíveis problemas internos e externos que possam vir 
a afetá-la. A vantagem competitiva obtida por meio da informação possibilita ainda 
que a organização esteja à frente de seus concorrentes em medidas relacionadas 
a custos, qualidade e velocidade. 
No próximo tópico, vamos conhecer conceitos e características das 
informações. 
Saiba mais 
Como vimos, uma informação correta no momento certo é importante, mas 
não é só isso: após a obtenção dessa informação, ela precisa estar segura. Saiba 
mais sobre isso na leitura do artigo “Segurança em banco de dados: conceitos e 
aplicações”. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ 
ETIC/article/viewFile/4412/4172>. Acesso em: 15 fev. 2018. 
Assista ao vídeo “Para entender a vantagem competitiva” para conhecer um 
pouco mais sobre esse tema. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=7FwKogLzJAc>. Acesso em: 15 fev. 2018. 
TEMA 2 – CONCEITOS DE INFORMAÇÃO: PROCESSO DE TOMADA DE 
DECISÃO E A UTILIDADE DA INFORMAÇÃO 
Para iniciarmos este tema, vamos entender quais são os principais 
conceitos relacionados aos níveis hierárquicos da informação: 
• Dados: são fatos brutos, em sua forma primária. Ex.: produtos em estoque. 
• Informação: é o conhecimento direcionado a uma finalidade, que em 
muitos casos busca diminuir a incerteza sobre determinado fato. O seu uso 
e os seus objetivos serão determinados partindo de um contexto 
estabelecido por seus usuários. Ex.: a informação da quantidade de 
produtos em estoque, visandoa realizar novas compras. 
• Conhecimento: é a informação valiosa da mente humana e, pode incluir a 
reflexão, síntese e contexto. 
 
 
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• Inteligência: Essa informação envolve o fator oportunidade, ou seja, o 
conhecimento que permite a empresa adquirir algum tipo de vantagem no 
ambiente em que atua. 
Graficamente, esses níveis ficam dispostos conforme Figura 1 a seguir. 
Figura 1 – Níveis hierárquicos da informação 
 
Fonte: Moresi, 2000, p. 18. 
A informação refere-se a um dado que possui significado, tornando-se algo 
compreensível e útil. Para isso, os dados devem conter algum tipo de estrutura ou 
contexto associado. À medida que um dado coletado é assimilado e analisado, 
ele se transforma em informação. Desse modo, dados são a representação de 
objetos ou de fatos. A figura a seguir representa a formação da informação. 
 
 
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Figura 2 – Formação da informação 
 
Fonte: Cassarro, 2001, p. 35. 
Conforme a imagem, vemos que a informação, para ser assim considerada, 
precisa reunir fatos e/ou números, os quais, devidamente trabalhados, 
possibilitam elaborar uma informação. No entanto, caso essa informação não seja 
comunicada a quem precisa fazer uso dela, todo o trabalho despendido terá sido 
em vão. 
As informações em âmbito organizacional podem ser classificadas em 
vários tipos: financeiras, contábeis, operacionais, de marketing etc. No entanto, 
para o propósito desta disciplina, que trata principalmente da importância dos 
sistemas de informação na tomada de decisão, podemos dividi-las em dois tipos: 
operacionais e gerenciais. 
As informações operacionais correspondem às informações necessárias 
para a realização de uma função, de uma operação. Por exemplo: atualização dos 
estoques, a requisição de um pedido de matéria-prima etc. Já a informação 
gerencial é o resumo das informações sobre as operações aos gerentes da 
entidade, permitindo, assim, que ele possa tomar uma decisão (Cassarro, 2001). 
Todas as informações produzidas pela organização apresentam diversas 
características que se referem ao custo de produção, em relação ao benefício que 
elas são capazes de trazer, à oportunidade, à correção, à relevância ou 
significado, à comparação e à tendência (Cassarro, 2001). Tais itens serão 
detalhados a seguir. 
2.1 Custos X benefícios 
A obtenção de uma informação incorre em um custo. Caso o custo de uma 
informação seja superior ao ganho que ela trará, não vale a pena adquirir essa 
 
 
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informação. Por exemplo, vamos supor que um gerente costume tomar 
determinada decisão com base em uma informação que custe R$ 3.000,00, sendo 
que tal decisão trará um benefício de apenas R$ 2.000,00. Vemos que o ganho 
da informação não vale o custo de obtê-la. 
Dessa forma, não buscar essa informação será mais lucrativo. Embora nem 
sempre seja fácil mensurar de forma quantitativa o ganho que a informação possa 
trazer, é sempre necessário pelo menos uma boa análise qualitativa. 
2.2 Oportunidade 
Toda tomada de decisão possui um fator chamado “oportunidade”. Ou seja, 
uma informação possui um valor máximo para a tomada de decisão em 
determinado momento. A partir daí, seu valor será conservado por determinado 
período e posteriormente o seu valor deixará de existir, sobrando apenas o custo. 
Vamos a uma situação para exemplificar melhor esse conceito. Digamos 
que o gerente precise tomar uma decisão no dia 18, e que essa decisão não possa 
ser adiada. Qual seria o valor de uma informação referente a essa decisão no dia 
19? Nenhum. E se essa informação fosse entregue no dia 2? Também nenhum. 
A informação não pode ser entregue atrasada, mas também não pode ser 
entregue com muita antecedência, ela precisa ser atual. 
2.3 Correção 
Uma informação, para ser útil, precisa ser correta. Isso não significa que 
ela precisa ser exata, basta estar certa e disponível no momento certo. O motivo? 
Uma informação exata demora muito tempo para ser obtida, além de ser muito 
fácil de ser ultrapassada, enquanto uma informação correta representa uma 
amostragem, medições e tendências, que ajudam a empresa a saber qual o 
caminho certo a seguir. 
2.4 Relevância ou significado 
As informações apresentam níveis de relevância diferentes, ou seja, umas 
são mais importantes do que outras. Dessa forma, tomando como base que os 
gerentes nunca terão 100% das informações, ele deve priorizar aquelas que serão 
mais relevantes para a organização. 
 
 
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2.5 Comparação e tendência 
As informações gerenciais devem ser comparáveis, ou seja, elas devem 
apresentar o desempenho real e o desempenho que havia sido planejado, além 
da variação entre os dois resultados. No entanto, basta apenas olhar de um mês 
a outro, de forma isolada? Não, e é nesse ponto que entra a tendência. É 
necessário analisar de forma mais ampla, levando em conta a sazonalidade e 
outros fatores que possam contribuir para os resultados auferidos. 
Por exemplo, no caso de uma empresa que vende sorvetes, não adianta 
comparar seus resultados de março com os resultados de abril, afinal, o verão já 
terminou, sendo inevitável uma queda no número de vendas. É preciso que seja 
comparado o resultado do mês de março em relação ao mesmo mês do ano 
anterior, a fim de identificar se houve um aumento ou uma queda de vendas, ou 
seja, a tendência. 
2.6 Importância das informações no processo de tomada de decisão 
O gerente é responsável pela tomada de decisão. Normalmente, as 
atividades passam pelo ciclo a seguir. 
Figura 3 – Ciclo atividades empresariais 
 
Fonte: Cassarro, 2001, p. 41. 
De acordo com a figura, podemos ver que as atividades envolvem um ciclo 
que é composto pelas atividades de execução, controle e decisão. Todas essas 
atividades precisam estar coordenadas, e o ponto central das atividades deve ser 
a decisão, já que a execução e o controle envolvem alternativas que, pela sua 
natureza, relacionam-se diretamente com o ato de decidir. A decisão pode ser 
 
 
10 
conceituada como uma escolha entre alternativas, levando em consideração os 
critérios pré-estabelecidos (Cassarro, 2001). 
Assim como as atividades empresariais, a tomada de decisão também 
envolve um ciclo, no qual são necessárias informações apropriadas para cada 
etapa desse ciclo, conforme a figura a seguir. 
Figura 4 – Ciclo de tomada de decisão 
 
Fonte: Cassarro (2001, p. 41). 
Conforme a figura, é possível notar que a tomada de decisão não é um 
processo único. Ela envolve um ciclo constante baseado em informações, é 
formado por uma escolha, seguida da implantação, avaliação de riscos e 
recomendações, voltando para a tomada de decisão e repetindo esse ciclo 
quantas vezes for necessário. Também é importante destacar que, no decorrer de 
todo esse processo, é preciso que os gestores efetuem um controle, visando 
averiguar se as ações estão correndo conforme o previsto. 
Após a definição dos aspectos do processo decisório, é preciso 
compreender como a decisão em si é tomada. Assim como a maioria dos 
elementos apresentados, ela se divide em estágios. Segundo Chiavenato (1997), 
esse é um processo complexo, em que as características dos gestores 
influenciam o processo. Na figura a seguir, são apresentadas as etapas da tomada 
de decisão. 
 
 
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Figura 5 – Etapas da tomada de decisão 
 
Conforme a imagem apresentada, é possível visualizar que o processo de 
tomada de decisão envolve quatro fases. Determinada situação apresenta um 
problema, e a partir disso é preciso fazer seu diagnóstico, partindo para a busca 
de alternativas. A partir desse ponto, as opções levantadas são analisadas, e com 
essas informações em mãos, o gestor toma sua decisão. 
A partirdas informações apresentadas sobre o processo de tomada de 
decisão, no próximo tema daremos início ao estudo das características e das 
atividades do sistema. 
 
 
 
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Saiba mais 
Porque a informação é importante? Saiba mais no artigo “Por que a gestão 
da informação é fundamental para as empresas”. Disponível em: 
<http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/economia/negocios/noticia/2015/03/por-que-a-
gestao-da-informacao-e-fundamental-para-as-empresas-4728939.html>. 
Saiba mais sobre tomada de decisão no vídeo “Tomada de decisão e seu 
processo”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mh7EETqZEqQ>. 
Acesso em: 15 fev. 2018. 
TEMA 3 – CARACTERÍSTICAS E ATIVIDADES DOS SISTEMAS 
Para falar sobre as características e atividades dos sistemas, primeiro é 
preciso conceituar o termo sistema. Afinal, o que é exatamente um sistema? 
Segundo o O’Brien (2010, p. 7), “[...] a palavra ‘sistema’ pode ser definida 
simplesmente como um grupo de elementos inter-relacionados ou em interação 
que forma um todo. Ele se aplica a todos os campos do conhecimento, como os 
sistemas físicos, biológicos, sociais, econômicos, entre tantos outros.” 
Por exemplo, um quebra-cabeça é formado por diversas peças, que, 
separadas, são apenas peças. Unidas, elas formam uma imagem, um conjunto. 
Assim, o sistema é um grupo de elementos que, unidos, formam um todo, e que 
nesse caso, é único. 
Ao visualizar algo do ponto de vista de um sistema, adquirimos uma visão 
sistêmica desse elemento, resultando na ampliação de um conhecimento, que 
refletirá na compreensão geral do assunto. O conceito de sistema pressupõe, 
dessa forma, uma interação mútua entre seus elementos, em que esses itens não 
apenas se relacionam, mas influenciam uns aos outros. Além disso, nessa 
interação, os sistemas ganham duas importantes qualidades: unidade e 
integridade (Dietz, 2006). 
Um sistema dinâmico envolve três componentes básicos em interação: 
entrada, processamento e saída. A entrada envolve a captação e a reunião de 
elementos que serão processados. São exemplos a captação de matéria-prima, 
insumos e informações a partir do ambiente em que estão inseridos. 
O processamento envolve a transformação do insumo (entrada) nos 
produtos. Nessa etapa, as entradas são transformadas por meio de uma série de 
processos que podem acontecer dentro dos limites do sistema. Por fim, a saída 
representa a transferência dos produtos resultantes do processamento para seu 
 
 
13 
destino. De acordo com O’Brien (2010, p. 8), “além dos componentes básicos dos 
sistemas ele pode ter ainda elementos adicionais: feedback e controle. Tais 
características normalmente compõem um sistema cibernético, onde os sistemas 
são autorregulados e auto monitorados”. 
O feedback envolve as informações sobre o desempenho do sistema. 
Nessa etapa, também é realizado o controle, que envolve o monitoramento e a 
avaliação do feedback, visando determinar se as metas pretendidas estão sendo 
alcançadas. Posteriormente, se for necessário, são realizados ajustes nos 
componentes de entrada e no processamento. Na Figura 6 é apresentada a 
representação de um sistema. 
Figura 6 – Estrutura sistema 
 
Utilizando a figura como exemplo, podemos afirmar que o sistema de 
informações de uma empresa é formado por um processo contínuo no qual é 
possível visualizar os recursos econômicos, passando por processos 
organizacionais que resultarão em bens e serviços. No decorrer desse processo, 
são realizadas avaliações do desempenho do sistema (feedback), com os 
controles sendo estabelecidos pela administração. 
Também é importante destacar que o conceito de sistema não pertence a 
uma única área, ele pode envolver a análise de situações de diversas áreas de 
conhecimento. Cada sistema pode ser analisado de forma individual ou em 
conjunto com outros sistemas, como se cada método funcionasse como uma 
espécie de “caixa preta” em que as entradas e saídas estão conectadas. A visão 
sistêmica sobre determinado assunto será importante para o estudo dos Sistemas 
de Informação no próximo tema e dos sistemas de informações gerenciais, que 
veremos nos demais conteúdo desta disciplina. 
 
 
14 
TEMA 4 – COMPONENTES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
Como vimos no tema anterior, um Sistema de Informação consiste na 
união de elementos que interagem e formam um todo. Entretanto, como um 
sistema de informação faz isso? Como é formado um modelo de sistema de 
informação? Quais são os seus componentes? O intuito desse tópico é responder 
a todas essas questões. 
Um sistema de informações consiste em um modelo composto por 
elementos e atividades. Ele depende de recursos humanos, hardware, software, 
dados e redes com a finalidade de executar atividades de entrada, 
processamento, produção, armazenamento e controle. Tais elementos 
converterão os dados em informações (O’Brien, 2010, p. 9). Na figura a seguir, 
são apresentados os elementos do sistema de informação. 
Figura 7 – Elementos do sistema de informação 
 
Fonte: O’ Brien (2010). 
Conforme a figura apresentada, vemos que o modelo básico de sistema de 
informação apresenta a relação entre os cinco elementos apresentados: 
 
 
15 
• Os recursos humanos referem-se aos clientes e aos demais usuários 
necessários aos sistemas de informações. 
• Os recursos de hardware referem-se às máquinas, como computadores 
e impressoras, e mídias, como arquivos, formulários de papel, arquivos na 
nuvem etc. 
• Os recursos de software são os programas e procedimentos. Os 
programas referem-se aos sistemas operacionais, aos programas de 
processamento, aos módulos etc. Já os procedimentos referem-se ao 
modo como como ocorre a entrada de dados, a correção de erros, a saída 
da informação etc. 
• Os recursos de dados referem-se aos bancos de dados e bases de 
conhecimento, em que os dados são transformadas por atividades de 
processamento em informações. Podemos citar como exemplo os 
cadastros de clientes e de produtos. 
• Os recursos de rede são os meios de comunicação e suporte de rede, os 
quais podem ser exemplificados pelos processadores de comunicações e 
softwares de controle. 
Agora, vamos detalhar cada um dos elementos do sistema, discutindo de 
forma sucinta as principais características desses componentes. 
Quadro 1 – Elementos dos sistemas 
Característica Descrição 
Recursos 
Humanos 
Os recursos humanos envolvem todos os usuários necessários para a 
geração da informação. Eles se dividem normalmente em: usuários finais, 
também chamados de clientes, que são as pessoas que utilizam o sistema 
de informação ou as informações produzidas por esses sistemas; e 
especialistas em sistemas de informação, que correspondem às pessoas que 
desenvolvem e operam tais sistemas. 
Recursos de 
hardware 
Esses recursos dizem respeito a todos os equipamentos e dispositivos que 
são utilizados no processamento da informação. Nesse item, estão inclusos 
não apenas máquinas, como também mídias de dados, ou seja, objetos 
materiais em que os dados podem ser registrados, por exemplo, folhas de 
papel. 
Recursos de 
software 
Esses recursos correspondem a todos os conjuntos de instruções do 
processamento de informação, e normalmente envolvem programas e 
procedimentos. São exemplos: software de sistema, que correspondem a um 
programa operacional, software aplicativo, que correspondem a programas 
de processamento para uso particular, e os procedimentos que são nada 
menos do que as instruções de como os usuários usarão os sistemas de 
informação. 
Recursos de 
dados 
Os dados são o recurso mais valioso da organização, e sua administração da 
forma correta pode ser benéfica para todos os seus usuários. Eles podem 
envolver dados alfanuméricostradicionais, formados por números, caracteres 
alfabéticos e outras formas que descrevam transações de negócios e outras 
ações da entidade. Tais dados são divididos em bancos de dados e bancos 
de conhecimento. 
 
 
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(Quadro 1 – conclusão) 
Característica Descrição 
Recursos de 
redes 
Os recursos de rede fazem referência a circuitos como internet, intranets e 
extranets, que possibilitam o uso dos sistemas de comunicação 
computadorizados. Eles compreendem a mídia de comunicação, que 
envolvem o fio de par trançado, o cabo coaxial, o cabo de fibra ótica etc. O 
suporte de rede, que inclui todos os recursos humanos, de hardware, de 
software e de dados, apoiam de forma direta a operação e o uso de uma rede 
de comunicação. 
Fonte: Adaptado de O’Brien, 2010. 
Conforme o Quadro 1, é possível visualizar que a formação de um sistema 
envolve mais do que aspectos técnicos e tecnológicos. Os recursos humanos que 
são formados pelos usuários também precisam estar alinhados com o sistema 
para que a sua implantação obtenha êxito. 
No próximo tema, conheceremos os tipos de sistemas de informações. 
TEMA 5 – TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
Há diversas maneiras de classificar os Sistemas de Informação, que 
mudam conforme o critério selecionado. As duas formas mais utilizadas de 
classificação referem-se aos níveis de decisão e a abrangência. A classificação 
de acordo com os níveis de decisão será trabalhada na aula 4. A segunda 
classificação referente à abrangência é apresentada na figura a seguir. 
Figura 8 – Classificação dos sistemas conforme a abrangência 
 
Conforme a figura, é possível ver que a classificação por abrangência de 
um sistema de informação trata da capacidade de ele atender a diferentes áreas 
da entidade: quanto mais áreas consegue atender, maior é a sua abrangência. 
Baseando-se nesse critério, existem três categorias: sistemas departamentais, 
sistemas integrados e sistemas interorganizacionais. 
Os sistemas departamentais referem-se ao atendimento de uma 
demanda de um departamento específico, por exemplo, o desenvolvimento de um 
programa exclusivo para o departamento de vendas. Nesse método, 
 
 
17 
normalmente, existe um banco de dados exclusivo, o que dificulta o 
compartilhamento de dados com outras áreas da organização. 
Os sistemas integrados podem ser conceituados como um conjunto que 
une informações e dados de todas as áreas da entidade. Os sistemas integrados 
são chamados de ERPs (Enterprise Resource Planning), os quais são formados 
por um banco de dados único que se divide em diferentes módulos de software, 
exclusivos para cada área da organização, que são executados de forma 
interligada (mas que também funcional de forma separada). 
Os sistemas interorganizacionais são uma categoria formada pelo sistema 
IOS (Inter-Organizational Systems), que possui como finalidade a integração de 
informações de diversas organizações. Essa metodologia é de suma importância 
para empresas que possuem filiais, ou que possuem uma relação muito próxima 
com seus fornecedores. Um exemplo desse sistema é o Amadeus, que consiste 
em um provedor de tecnologia para a indústria global de viagens, e que integra 
dados de diversas companhias aéreas, permitindo assim que os agentes de 
viagem visualizem as rotas e os preços dos voos em um único sistema. Na 
imagem a seguir estão apresentados os tipos de sistema de informação. 
Figura 9 – Tipos de sistemas de informação 
 
Conforme a Figura 9, é possível notar que existem quatro tipos de sistema, 
divididos conforme o nível organizacional alcançado. Além dos sistemas 
apresentados, existem ainda os pacotes de aplicação, utilizados para integrar as 
 
 
18 
informações. São exemplos: ERP (Sistema integrado de gestão empresarial), 
CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente) etc. Entretanto, a tecnologia não 
parou por aí. Novas metodologias continuam a ser desenvolvidas e um exemplo 
disso é o BI (Inteligência Empresarial), que une dados conhecimentos da 
tecnologia, dos sistemas de informações gerenciais e de integração em um único 
banco. 
Saiba mais 
Você já conhece o Sistema Amadeus? Saiba mais no site oficial desse 
sistema. Disponível em: <http://www.amadeus.com/web/amadeus/en_1A-
corporate/Amadeus-Home/1319560218660-Page-AMAD_HomePpal>. Acesso 
em: 15 fev. 2018. 
 
Assista ao vídeo “Tipos de Sistemas nas Organizações”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=tJgTYgirggM>. Acesso em: 15 fev. 2018. 
FINALIZANDO 
Os sistemas de informações possuem papel fundamental no tratamento e 
na fidedignidade dos dados da organização, contribuindo para que os objetivos 
propostos pela mesma sejam alcançados. Ele é muito mais amplo do que se 
imagina, envolvendo mais do que números e documentos, como também 
processos e pessoas. 
Essa apostila foi apenas o contato inicial com essa área, em que foram 
apresentados os principais conceitos e fundamentos dos elementos que 
compõem os sistemas de informação, além da relevância do tema para a tomada 
de decisão e para a obtenção da vantagem competitiva. 
Espera-se que essa aula tenha despertado o seu interesse sobre os 
sistemas de informações gerenciais e que você esteja muito animado para os 
próximos temas. Aliás, enfatiza-se que este assunto é muito atual, necessitando 
de maior aprofundamento, exigindo treino e constante atualização. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CASSARRO, A. C. Sistemas de informações para a tomada de decisões. 3. 
ed. São Paulo: Pioneira, 2001. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. 
São Paulo: Ed. Makron Books, 1997. 
DIETZ, Jan L. G. Enterprise Ontology: Theory and Methodology. Berlin: 
Springer-Verlag, 2006. 
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. 9. ed. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 
______. Sistemas de informação gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2014. 
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação: e as decisões gerenciais na era da 
INTERNET. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
REZENDE, D. A.; ABREU, A. F. Tecnologia da Informação: aplicada a sistemas 
de informação empresariais. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

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