Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS Prof.ª Edicreia Andrade dos Santos 2 CONVERSA INICIAL Um dos maiores patrimônios da organização é a informação. O seu gerenciamento é de extrema importância para atender às necessidades dos gestores e da própria empresa. A área responsável pela informação, que abrange o universo da tecnologia de sistemas, embora extremamente técnico, é a de sistemas de informações. Um sistema de informação é formado por um conjunto de elementos, que podem ser pessoas, dados, recursos, atividades, dentre outros, que se relacionam e permitem a entrega da informação de forma apropriada, atendendo aos objetivos estabelecidos pela organização. No entanto, qual é o motivo de estudar sistemas da informação ou tecnologias da informação? De acordo com o O’Brien (2010), fazer esse questionamento é o mesmo que perguntar o porquê de estudar outras áreas, como a contabilidade e administração. Essa é uma área vital para que a empresa consiga alcançar o sucesso organizacional, e, dessa forma, conhecer os sistemas de informações é tão importante como estudar qualquer outra área de relevância da entidade. Tendo como base a influência dos sistemas de informações no controle das atividades empresariais e na condução do negócio, o objetivo desta aula é abordar os aspectos introdutórios dessa área, os tipos de sistemas, conceitos, além da relevância dos sistemas de informações na obtenção da vantagem competitiva. 3 Saiba mais Assista ao vídeo “Introdução aos Sistemas de Informação”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qOzfta5LsxU>. Acesso em: 15 fev. 2018. CONTEXTUALIZANDO Nenhum ser humano vive sozinho, sempre buscamos nos unir a outras pessoas que possuam um objetivo em comum. No mundo corporativo não é diferente, as empresas surgiram visando atribuir atividades e responsabilidade aos seus membros, de modo a atingir as metas pré-fixadas. Com o passar dos anos, a organização vem evoluindo, novas tecnologias vêm sendo criadas, novos processos, técnicas e equipamentos também vem surgindo, tudo para melhor atingir seus objetivos. Tais objetivos são voltados para o melhor atendimento dos clientes e das demandas do mercado, com vistas à obtenção do lucro. Cabe ao gerente a definição das estratégias, como o planejamento, a organização dos recursos necessários, e fazer com que tudo ocorra dentro do tempo e da forma prevista. Um fator fundamental para que tudo dê certo é a estipulação de um conjunto de componentes estruturados, um sistema. Um sistema compreende a reunião de um conjunto de informações que estão constantemente em contato, formando um todo. Eles envolvem dados, redes, pessoas, hardwares, entre outros. Normalmente, sua estruturação possui três componentes básicos: entrada, processamento e saída. Os sistemas de informações desempenham papel fundamental na continuidade da entidade, e são o suporte para a constituição de processos e operações, além de contribuírem para a tomada de decisão e a obtenção da vantagem competitiva. Então, vamos iniciar o estudo deste tema? Saiba mais Assista ao vídeo “Aplicação dos sistemas de informação gerenciais na prática”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=S8d4n8t7t2M>. Acesso em: 15 fev. 2018. 4 TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA OBTENÇÃO DA VANTAGEM COMPETITIVA Bem-vindo ao primeiro tema sobre os sistemas de informações gerenciais! Esse sistema é a representação de uma importante área funcional da entidade, que possui tanta relevância na organização como qualquer outro setor que a compõe. O seu uso pode contribuir para a eficiência e eficácia operacional, já que permite melhorias na produtividade devido à economia de tempo no lançamento de dados e ao aumento da credibilidade pelo uso de um banco de dados único, além da satisfação e do atendimento ao consumidor. Entretanto, o que compõe esses sistemas? A informação. As atividades de gestão de qualquer tipo de organização são regidas pelas informações. Tais informações são obtidas interna ou externamente, tratadas, e posteriormente utilizadas para diversas tarefas, como alertar sobre a situação financeira da entidade, estimular mudanças, reduzir o nível de incertezas, apresentar alternativas e fornecer subsídio para tomadas de decisão. A informação é determinante na formação das estratégias da organização. A sua qualidade influencia diretamente o sucesso das ações da entidade, ajudando a lidar com mudanças relacionadas a fatores sociais, econômicos e tecnológicos, entre outros, os quais afetam a continuidade e a sobrevivência empresarial. As informações são coletadas de diferentes formas e possuem diversos formatos, dependendo do nível funcional e das decisões a serem tomadas (Laudon; Laudon, 2010; Rezende; Abreu, 2013). No nível operacional, são utilizadas em atividades normais da empresa, como na decisão do gerente de produção de adquirir mais matéria-prima. No nível tático, são aplicadas as metas do plano estratégico em determinado departamento, como o aumento do valor de vendas por meio da redução de custos fixos. No nível estratégico, estão as decisões relacionadas a ações de longo prazo, como a definição de valores, visões e a missão da empresa. Além de oferecer suporte à tomada de decisão, as informações podem ser um fator motivacional dos colaboradores. A transmissão das informações para os colaboradores pode contribuir para que eles se sintam à vontade para participarem mais, proporcionando um ambiente de trabalho melhor. Ademais, pessoas bem informadas compreendem melhor os aspectos relevantes do negócio, identificando os problemas e desafios enfrentados. 5 Uma informação correta no momento certo são apenas alguns dos fatores que afetam o desempenho da entidade. Saber proteger os dados obtidos também é importante, visto que a segurança é um fator essencial na preservação dos conhecimentos organizacionais adquiridos. A informação é ainda uma fonte de vantagem competitiva. A partir do momento em que a empresa possui informações corretas em tempo hábil, ela antecipa possíveis problemas internos e externos que possam vir a afetá-la. A vantagem competitiva obtida por meio da informação possibilita ainda que a organização esteja à frente de seus concorrentes em medidas relacionadas a custos, qualidade e velocidade. No próximo tópico, vamos conhecer conceitos e características das informações. Saiba mais Como vimos, uma informação correta no momento certo é importante, mas não é só isso: após a obtenção dessa informação, ela precisa estar segura. Saiba mais sobre isso na leitura do artigo “Segurança em banco de dados: conceitos e aplicações”. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ ETIC/article/viewFile/4412/4172>. Acesso em: 15 fev. 2018. Assista ao vídeo “Para entender a vantagem competitiva” para conhecer um pouco mais sobre esse tema. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7FwKogLzJAc>. Acesso em: 15 fev. 2018. TEMA 2 – CONCEITOS DE INFORMAÇÃO: PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO E A UTILIDADE DA INFORMAÇÃO Para iniciarmos este tema, vamos entender quais são os principais conceitos relacionados aos níveis hierárquicos da informação: • Dados: são fatos brutos, em sua forma primária. Ex.: produtos em estoque. • Informação: é o conhecimento direcionado a uma finalidade, que em muitos casos busca diminuir a incerteza sobre determinado fato. O seu uso e os seus objetivos serão determinados partindo de um contexto estabelecido por seus usuários. Ex.: a informação da quantidade de produtos em estoque, visandoa realizar novas compras. • Conhecimento: é a informação valiosa da mente humana e, pode incluir a reflexão, síntese e contexto. 6 • Inteligência: Essa informação envolve o fator oportunidade, ou seja, o conhecimento que permite a empresa adquirir algum tipo de vantagem no ambiente em que atua. Graficamente, esses níveis ficam dispostos conforme Figura 1 a seguir. Figura 1 – Níveis hierárquicos da informação Fonte: Moresi, 2000, p. 18. A informação refere-se a um dado que possui significado, tornando-se algo compreensível e útil. Para isso, os dados devem conter algum tipo de estrutura ou contexto associado. À medida que um dado coletado é assimilado e analisado, ele se transforma em informação. Desse modo, dados são a representação de objetos ou de fatos. A figura a seguir representa a formação da informação. 7 Figura 2 – Formação da informação Fonte: Cassarro, 2001, p. 35. Conforme a imagem, vemos que a informação, para ser assim considerada, precisa reunir fatos e/ou números, os quais, devidamente trabalhados, possibilitam elaborar uma informação. No entanto, caso essa informação não seja comunicada a quem precisa fazer uso dela, todo o trabalho despendido terá sido em vão. As informações em âmbito organizacional podem ser classificadas em vários tipos: financeiras, contábeis, operacionais, de marketing etc. No entanto, para o propósito desta disciplina, que trata principalmente da importância dos sistemas de informação na tomada de decisão, podemos dividi-las em dois tipos: operacionais e gerenciais. As informações operacionais correspondem às informações necessárias para a realização de uma função, de uma operação. Por exemplo: atualização dos estoques, a requisição de um pedido de matéria-prima etc. Já a informação gerencial é o resumo das informações sobre as operações aos gerentes da entidade, permitindo, assim, que ele possa tomar uma decisão (Cassarro, 2001). Todas as informações produzidas pela organização apresentam diversas características que se referem ao custo de produção, em relação ao benefício que elas são capazes de trazer, à oportunidade, à correção, à relevância ou significado, à comparação e à tendência (Cassarro, 2001). Tais itens serão detalhados a seguir. 2.1 Custos X benefícios A obtenção de uma informação incorre em um custo. Caso o custo de uma informação seja superior ao ganho que ela trará, não vale a pena adquirir essa 8 informação. Por exemplo, vamos supor que um gerente costume tomar determinada decisão com base em uma informação que custe R$ 3.000,00, sendo que tal decisão trará um benefício de apenas R$ 2.000,00. Vemos que o ganho da informação não vale o custo de obtê-la. Dessa forma, não buscar essa informação será mais lucrativo. Embora nem sempre seja fácil mensurar de forma quantitativa o ganho que a informação possa trazer, é sempre necessário pelo menos uma boa análise qualitativa. 2.2 Oportunidade Toda tomada de decisão possui um fator chamado “oportunidade”. Ou seja, uma informação possui um valor máximo para a tomada de decisão em determinado momento. A partir daí, seu valor será conservado por determinado período e posteriormente o seu valor deixará de existir, sobrando apenas o custo. Vamos a uma situação para exemplificar melhor esse conceito. Digamos que o gerente precise tomar uma decisão no dia 18, e que essa decisão não possa ser adiada. Qual seria o valor de uma informação referente a essa decisão no dia 19? Nenhum. E se essa informação fosse entregue no dia 2? Também nenhum. A informação não pode ser entregue atrasada, mas também não pode ser entregue com muita antecedência, ela precisa ser atual. 2.3 Correção Uma informação, para ser útil, precisa ser correta. Isso não significa que ela precisa ser exata, basta estar certa e disponível no momento certo. O motivo? Uma informação exata demora muito tempo para ser obtida, além de ser muito fácil de ser ultrapassada, enquanto uma informação correta representa uma amostragem, medições e tendências, que ajudam a empresa a saber qual o caminho certo a seguir. 2.4 Relevância ou significado As informações apresentam níveis de relevância diferentes, ou seja, umas são mais importantes do que outras. Dessa forma, tomando como base que os gerentes nunca terão 100% das informações, ele deve priorizar aquelas que serão mais relevantes para a organização. 9 2.5 Comparação e tendência As informações gerenciais devem ser comparáveis, ou seja, elas devem apresentar o desempenho real e o desempenho que havia sido planejado, além da variação entre os dois resultados. No entanto, basta apenas olhar de um mês a outro, de forma isolada? Não, e é nesse ponto que entra a tendência. É necessário analisar de forma mais ampla, levando em conta a sazonalidade e outros fatores que possam contribuir para os resultados auferidos. Por exemplo, no caso de uma empresa que vende sorvetes, não adianta comparar seus resultados de março com os resultados de abril, afinal, o verão já terminou, sendo inevitável uma queda no número de vendas. É preciso que seja comparado o resultado do mês de março em relação ao mesmo mês do ano anterior, a fim de identificar se houve um aumento ou uma queda de vendas, ou seja, a tendência. 2.6 Importância das informações no processo de tomada de decisão O gerente é responsável pela tomada de decisão. Normalmente, as atividades passam pelo ciclo a seguir. Figura 3 – Ciclo atividades empresariais Fonte: Cassarro, 2001, p. 41. De acordo com a figura, podemos ver que as atividades envolvem um ciclo que é composto pelas atividades de execução, controle e decisão. Todas essas atividades precisam estar coordenadas, e o ponto central das atividades deve ser a decisão, já que a execução e o controle envolvem alternativas que, pela sua natureza, relacionam-se diretamente com o ato de decidir. A decisão pode ser 10 conceituada como uma escolha entre alternativas, levando em consideração os critérios pré-estabelecidos (Cassarro, 2001). Assim como as atividades empresariais, a tomada de decisão também envolve um ciclo, no qual são necessárias informações apropriadas para cada etapa desse ciclo, conforme a figura a seguir. Figura 4 – Ciclo de tomada de decisão Fonte: Cassarro (2001, p. 41). Conforme a figura, é possível notar que a tomada de decisão não é um processo único. Ela envolve um ciclo constante baseado em informações, é formado por uma escolha, seguida da implantação, avaliação de riscos e recomendações, voltando para a tomada de decisão e repetindo esse ciclo quantas vezes for necessário. Também é importante destacar que, no decorrer de todo esse processo, é preciso que os gestores efetuem um controle, visando averiguar se as ações estão correndo conforme o previsto. Após a definição dos aspectos do processo decisório, é preciso compreender como a decisão em si é tomada. Assim como a maioria dos elementos apresentados, ela se divide em estágios. Segundo Chiavenato (1997), esse é um processo complexo, em que as características dos gestores influenciam o processo. Na figura a seguir, são apresentadas as etapas da tomada de decisão. 11 Figura 5 – Etapas da tomada de decisão Conforme a imagem apresentada, é possível visualizar que o processo de tomada de decisão envolve quatro fases. Determinada situação apresenta um problema, e a partir disso é preciso fazer seu diagnóstico, partindo para a busca de alternativas. A partir desse ponto, as opções levantadas são analisadas, e com essas informações em mãos, o gestor toma sua decisão. A partirdas informações apresentadas sobre o processo de tomada de decisão, no próximo tema daremos início ao estudo das características e das atividades do sistema. 12 Saiba mais Porque a informação é importante? Saiba mais no artigo “Por que a gestão da informação é fundamental para as empresas”. Disponível em: <http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/economia/negocios/noticia/2015/03/por-que-a- gestao-da-informacao-e-fundamental-para-as-empresas-4728939.html>. Saiba mais sobre tomada de decisão no vídeo “Tomada de decisão e seu processo”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mh7EETqZEqQ>. Acesso em: 15 fev. 2018. TEMA 3 – CARACTERÍSTICAS E ATIVIDADES DOS SISTEMAS Para falar sobre as características e atividades dos sistemas, primeiro é preciso conceituar o termo sistema. Afinal, o que é exatamente um sistema? Segundo o O’Brien (2010, p. 7), “[...] a palavra ‘sistema’ pode ser definida simplesmente como um grupo de elementos inter-relacionados ou em interação que forma um todo. Ele se aplica a todos os campos do conhecimento, como os sistemas físicos, biológicos, sociais, econômicos, entre tantos outros.” Por exemplo, um quebra-cabeça é formado por diversas peças, que, separadas, são apenas peças. Unidas, elas formam uma imagem, um conjunto. Assim, o sistema é um grupo de elementos que, unidos, formam um todo, e que nesse caso, é único. Ao visualizar algo do ponto de vista de um sistema, adquirimos uma visão sistêmica desse elemento, resultando na ampliação de um conhecimento, que refletirá na compreensão geral do assunto. O conceito de sistema pressupõe, dessa forma, uma interação mútua entre seus elementos, em que esses itens não apenas se relacionam, mas influenciam uns aos outros. Além disso, nessa interação, os sistemas ganham duas importantes qualidades: unidade e integridade (Dietz, 2006). Um sistema dinâmico envolve três componentes básicos em interação: entrada, processamento e saída. A entrada envolve a captação e a reunião de elementos que serão processados. São exemplos a captação de matéria-prima, insumos e informações a partir do ambiente em que estão inseridos. O processamento envolve a transformação do insumo (entrada) nos produtos. Nessa etapa, as entradas são transformadas por meio de uma série de processos que podem acontecer dentro dos limites do sistema. Por fim, a saída representa a transferência dos produtos resultantes do processamento para seu 13 destino. De acordo com O’Brien (2010, p. 8), “além dos componentes básicos dos sistemas ele pode ter ainda elementos adicionais: feedback e controle. Tais características normalmente compõem um sistema cibernético, onde os sistemas são autorregulados e auto monitorados”. O feedback envolve as informações sobre o desempenho do sistema. Nessa etapa, também é realizado o controle, que envolve o monitoramento e a avaliação do feedback, visando determinar se as metas pretendidas estão sendo alcançadas. Posteriormente, se for necessário, são realizados ajustes nos componentes de entrada e no processamento. Na Figura 6 é apresentada a representação de um sistema. Figura 6 – Estrutura sistema Utilizando a figura como exemplo, podemos afirmar que o sistema de informações de uma empresa é formado por um processo contínuo no qual é possível visualizar os recursos econômicos, passando por processos organizacionais que resultarão em bens e serviços. No decorrer desse processo, são realizadas avaliações do desempenho do sistema (feedback), com os controles sendo estabelecidos pela administração. Também é importante destacar que o conceito de sistema não pertence a uma única área, ele pode envolver a análise de situações de diversas áreas de conhecimento. Cada sistema pode ser analisado de forma individual ou em conjunto com outros sistemas, como se cada método funcionasse como uma espécie de “caixa preta” em que as entradas e saídas estão conectadas. A visão sistêmica sobre determinado assunto será importante para o estudo dos Sistemas de Informação no próximo tema e dos sistemas de informações gerenciais, que veremos nos demais conteúdo desta disciplina. 14 TEMA 4 – COMPONENTES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Como vimos no tema anterior, um Sistema de Informação consiste na união de elementos que interagem e formam um todo. Entretanto, como um sistema de informação faz isso? Como é formado um modelo de sistema de informação? Quais são os seus componentes? O intuito desse tópico é responder a todas essas questões. Um sistema de informações consiste em um modelo composto por elementos e atividades. Ele depende de recursos humanos, hardware, software, dados e redes com a finalidade de executar atividades de entrada, processamento, produção, armazenamento e controle. Tais elementos converterão os dados em informações (O’Brien, 2010, p. 9). Na figura a seguir, são apresentados os elementos do sistema de informação. Figura 7 – Elementos do sistema de informação Fonte: O’ Brien (2010). Conforme a figura apresentada, vemos que o modelo básico de sistema de informação apresenta a relação entre os cinco elementos apresentados: 15 • Os recursos humanos referem-se aos clientes e aos demais usuários necessários aos sistemas de informações. • Os recursos de hardware referem-se às máquinas, como computadores e impressoras, e mídias, como arquivos, formulários de papel, arquivos na nuvem etc. • Os recursos de software são os programas e procedimentos. Os programas referem-se aos sistemas operacionais, aos programas de processamento, aos módulos etc. Já os procedimentos referem-se ao modo como como ocorre a entrada de dados, a correção de erros, a saída da informação etc. • Os recursos de dados referem-se aos bancos de dados e bases de conhecimento, em que os dados são transformadas por atividades de processamento em informações. Podemos citar como exemplo os cadastros de clientes e de produtos. • Os recursos de rede são os meios de comunicação e suporte de rede, os quais podem ser exemplificados pelos processadores de comunicações e softwares de controle. Agora, vamos detalhar cada um dos elementos do sistema, discutindo de forma sucinta as principais características desses componentes. Quadro 1 – Elementos dos sistemas Característica Descrição Recursos Humanos Os recursos humanos envolvem todos os usuários necessários para a geração da informação. Eles se dividem normalmente em: usuários finais, também chamados de clientes, que são as pessoas que utilizam o sistema de informação ou as informações produzidas por esses sistemas; e especialistas em sistemas de informação, que correspondem às pessoas que desenvolvem e operam tais sistemas. Recursos de hardware Esses recursos dizem respeito a todos os equipamentos e dispositivos que são utilizados no processamento da informação. Nesse item, estão inclusos não apenas máquinas, como também mídias de dados, ou seja, objetos materiais em que os dados podem ser registrados, por exemplo, folhas de papel. Recursos de software Esses recursos correspondem a todos os conjuntos de instruções do processamento de informação, e normalmente envolvem programas e procedimentos. São exemplos: software de sistema, que correspondem a um programa operacional, software aplicativo, que correspondem a programas de processamento para uso particular, e os procedimentos que são nada menos do que as instruções de como os usuários usarão os sistemas de informação. Recursos de dados Os dados são o recurso mais valioso da organização, e sua administração da forma correta pode ser benéfica para todos os seus usuários. Eles podem envolver dados alfanuméricostradicionais, formados por números, caracteres alfabéticos e outras formas que descrevam transações de negócios e outras ações da entidade. Tais dados são divididos em bancos de dados e bancos de conhecimento. 16 (Quadro 1 – conclusão) Característica Descrição Recursos de redes Os recursos de rede fazem referência a circuitos como internet, intranets e extranets, que possibilitam o uso dos sistemas de comunicação computadorizados. Eles compreendem a mídia de comunicação, que envolvem o fio de par trançado, o cabo coaxial, o cabo de fibra ótica etc. O suporte de rede, que inclui todos os recursos humanos, de hardware, de software e de dados, apoiam de forma direta a operação e o uso de uma rede de comunicação. Fonte: Adaptado de O’Brien, 2010. Conforme o Quadro 1, é possível visualizar que a formação de um sistema envolve mais do que aspectos técnicos e tecnológicos. Os recursos humanos que são formados pelos usuários também precisam estar alinhados com o sistema para que a sua implantação obtenha êxito. No próximo tema, conheceremos os tipos de sistemas de informações. TEMA 5 – TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Há diversas maneiras de classificar os Sistemas de Informação, que mudam conforme o critério selecionado. As duas formas mais utilizadas de classificação referem-se aos níveis de decisão e a abrangência. A classificação de acordo com os níveis de decisão será trabalhada na aula 4. A segunda classificação referente à abrangência é apresentada na figura a seguir. Figura 8 – Classificação dos sistemas conforme a abrangência Conforme a figura, é possível ver que a classificação por abrangência de um sistema de informação trata da capacidade de ele atender a diferentes áreas da entidade: quanto mais áreas consegue atender, maior é a sua abrangência. Baseando-se nesse critério, existem três categorias: sistemas departamentais, sistemas integrados e sistemas interorganizacionais. Os sistemas departamentais referem-se ao atendimento de uma demanda de um departamento específico, por exemplo, o desenvolvimento de um programa exclusivo para o departamento de vendas. Nesse método, 17 normalmente, existe um banco de dados exclusivo, o que dificulta o compartilhamento de dados com outras áreas da organização. Os sistemas integrados podem ser conceituados como um conjunto que une informações e dados de todas as áreas da entidade. Os sistemas integrados são chamados de ERPs (Enterprise Resource Planning), os quais são formados por um banco de dados único que se divide em diferentes módulos de software, exclusivos para cada área da organização, que são executados de forma interligada (mas que também funcional de forma separada). Os sistemas interorganizacionais são uma categoria formada pelo sistema IOS (Inter-Organizational Systems), que possui como finalidade a integração de informações de diversas organizações. Essa metodologia é de suma importância para empresas que possuem filiais, ou que possuem uma relação muito próxima com seus fornecedores. Um exemplo desse sistema é o Amadeus, que consiste em um provedor de tecnologia para a indústria global de viagens, e que integra dados de diversas companhias aéreas, permitindo assim que os agentes de viagem visualizem as rotas e os preços dos voos em um único sistema. Na imagem a seguir estão apresentados os tipos de sistema de informação. Figura 9 – Tipos de sistemas de informação Conforme a Figura 9, é possível notar que existem quatro tipos de sistema, divididos conforme o nível organizacional alcançado. Além dos sistemas apresentados, existem ainda os pacotes de aplicação, utilizados para integrar as 18 informações. São exemplos: ERP (Sistema integrado de gestão empresarial), CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente) etc. Entretanto, a tecnologia não parou por aí. Novas metodologias continuam a ser desenvolvidas e um exemplo disso é o BI (Inteligência Empresarial), que une dados conhecimentos da tecnologia, dos sistemas de informações gerenciais e de integração em um único banco. Saiba mais Você já conhece o Sistema Amadeus? Saiba mais no site oficial desse sistema. Disponível em: <http://www.amadeus.com/web/amadeus/en_1A- corporate/Amadeus-Home/1319560218660-Page-AMAD_HomePpal>. Acesso em: 15 fev. 2018. Assista ao vídeo “Tipos de Sistemas nas Organizações”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tJgTYgirggM>. Acesso em: 15 fev. 2018. FINALIZANDO Os sistemas de informações possuem papel fundamental no tratamento e na fidedignidade dos dados da organização, contribuindo para que os objetivos propostos pela mesma sejam alcançados. Ele é muito mais amplo do que se imagina, envolvendo mais do que números e documentos, como também processos e pessoas. Essa apostila foi apenas o contato inicial com essa área, em que foram apresentados os principais conceitos e fundamentos dos elementos que compõem os sistemas de informação, além da relevância do tema para a tomada de decisão e para a obtenção da vantagem competitiva. Espera-se que essa aula tenha despertado o seu interesse sobre os sistemas de informações gerenciais e que você esteja muito animado para os próximos temas. Aliás, enfatiza-se que este assunto é muito atual, necessitando de maior aprofundamento, exigindo treino e constante atualização. 19 REFERÊNCIAS CASSARRO, A. C. Sistemas de informações para a tomada de decisões. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 2001. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: Ed. Makron Books, 1997. DIETZ, Jan L. G. Enterprise Ontology: Theory and Methodology. Berlin: Springer-Verlag, 2006. LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. ______. Sistemas de informação gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014. O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação: e as decisões gerenciais na era da INTERNET. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. REZENDE, D. A.; ABREU, A. F. Tecnologia da Informação: aplicada a sistemas de informação empresariais. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
Compartilhar