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Processo civil

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Processo civil - processo de conhecimento 
1. Quais são as possíveis posturas do juiz em face do ajuizamento da ação? 
O juiz pode adotar as posturas a seguir: 
Declaração de impedimento ou de suspeição: O juiz deve declarar seu próprio impedimento ou suspeição no caso de ocorrência de alguma das situações previstas nos arts. 144 e 145. Se declarar ou mesmo reconhecer de circunstância alegada pela parte, o juiz declinará da jurisdição para aquele caso concreto, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Emenda da Petição Inicial: Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 319 e 320, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar a resolução de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de quinze dias (art. 321, caput). Tratando­se de petição defeituosa, o indeferimento só será possível depois de decorrido o prazo para emenda, sem que o autor tenha adotado a providência determinada pelo juiz (art. 321, parágrafo único). Em caso de inércia ou se a providência adotada não for suficiente, o juiz proferirá sentença de extinção do processo, sem resolução do mérito (art. 485, I).
2. Deferimento da petição inicial: Estando em termos a petição inicial, de início ou após a emenda, e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido – hipótese que será estudada adiante –, o juiz designará audiência de conciliação, quando possível, ou, desde logo, ordenará a citação do réu para responder (art. 335). A citação é o ato que completará a relação processual, produzindo os efeitos do art. 240. Do mandado de citação constará que, não sendo contestada a ação, presumir­se­ão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
3. Indeferimento da petição inicial: a) Não preenchimento dos requisitos dos arts. 106, 319 e 320 A petição inicial poderá ser indeferida se não estiverem preenchidos os requisitos dos arts. 319 e 320. O mesmo ocorrerá quando o advogado que postular em causa própria não indicar na petição inicial o endereço, eletrônico ou não, no qual receberá as intimações, bem como o seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 106). Em ambos os casos e, ainda, quando constatadas outras omissões, defeitos e irregularidades sanáveis na petição, o juiz deve assinar o prazo de quinze dias para a emenda. Esgotado o prazo e não suprida a omissão, a petição será indeferida e o processo extinto sem resolução do mérito.
4. b) Inépcia da inicial (art. 330, I) Considera-­se inepta ou não apta para provocar a jurisdição quando a petição inicial não contiver o pedido ou a causa de pedir; o pedido ou a causa de pedir for obscuro; o pedido for indeterminado (salvo quando a lei permite que se formule pedido genérico); quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; quando contiver pedidos incompatíveis entre si (art. 330, § 1º, IV); ou quando o autor não discriminar as obrigações contratuais que pretende controverter (art. 330, § 2º). A causa de pedir e o pedido formam um silogismo.
c) Legitimidade da parte e falta de interesse processual (art. 330, II e III) Além de possibilitar o indeferimento de plano da petição inicial, a falta de legitimidade ou de interesse processual permite a extinção do processo sem resolução do mérito em qualquer fase processual.
2. É possível o juiz julgar improcedente o pedido inicial em caráter liminar? Justifique. Contra esta decisão é cabível recurso? Explique. 
3. Do que se trata a audiência conciliatória? Explane como ocorre. 
4. Quais são as possíveis respostas do réu? Explique cada uma delas. 
5. Como se dá a contagem do prazo da contestação? 
6. O que é revelia e como se dá? 
7. Quais assuntos não sofrem os efeitos da revelia. 
8. Do que se trata a fase saneadora do processo e o julgamento conforme o estado? Explique como ocorre cada possibilidade. 
9. O que é o saneamento e a organização do processo ? 
10. Como se dá a audiência instrutoria? Explique desde a sua composição até seu prosseguimento. 
11. Quais são os meios de provas já previstos em nosso ordenamento jurídico? 
12. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz? 
13. Cabe ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito? 
14. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório? 
15. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provarlhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar? 
16. A legislação processual civil, como regra, distribui estaticamente o ônus da prova entre as partes. 
17. A legislação processual civil adotou a possibilidade de aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova? 
18. O juiz não pode aplicar as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece? 
19. As partes podem convencionar a distribuição diversa do ônus da prova, desde que não envolva direito indisponível e não torne excessivamente difícil o exercício do direito por uma delas? 
20. O juiz pode aplicar as regras de experiência técnica, ressalvado o exame pericial? Processo civil - processo de conhecimento
1. Quais são as possíveis posturas do juiz em face do ajuizamento da ação?
 O juiz pode adotar as posturas a seguir: 
Declaração de impedimento ou de suspeição: O juiz deve declarar seu próprio impedimento ou suspeição no caso de ocorrência de alguma das situações previstas nos arts. 144 e 145. Se declarar ou mesmo reconhecer de circunstância alegada pela parte, o juiz declinará da jurisdição para aquele caso concreto, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Emenda da Petição Inicial: Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 319 e 320, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar a resolução de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de quinze dias (art. 321, caput). Tratando­se de petição defeituosa, o indeferimento só será possível depois de decorrido o prazo para emenda, sem que o autor tenha adotado a providência determinada pelo juiz (art. 321, parágrafo único). Em caso de inércia ou se a providência adotada não for suficiente, o juiz proferirá sentença de extinção do processo, sem resolução do mérito (art. 485, I).
 Deferimento da petição inicial: Estando em termos a petição inicial, de início ou após a emenda, e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido – hipótese que será estudada adiante –, o juiz designará audiência de conciliação, quando possível, ou, desde logo, ordenará a citação do réu para responder (art. 335). A citação é o ato que completará a relação processual, produzindo os efeitos do art. 240. Do mandado de citação constará que, não sendo contestada a ação, presumir­se­ão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
 Indeferimento da petição inicial: a) Não preenchimento dos requisitos dos arts. 106, 319 e 320 A petição inicial poderá ser indeferida se não estiverem preenchidos os requisitos dos arts. 319 e 320. O mesmo ocorrerá quando o advogado que postular em causa própria não indicar na petição inicial o endereço, eletrônico ou não, no qual receberá as intimações, bem como o seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 106). Em ambos os casos e, ainda, quando constatadas outras omissões, defeitos e irregularidades sanáveis na petição, o juiz deve assinar o prazo de quinze dias para a emenda. Esgotado o prazo e não suprida a omissão, a petição será indeferida e o processo extinto sem resolução do mérito.
b) Inépcia da inicial (art. 330, I) Considera-­se inepta ou não apta para provocar a jurisdição quando a petição inicial não contiver o pedido ou a causa de pedir; o pedido ou a causa de pedirfor obscuro; o pedido for indeterminado (salvo quando a lei permite que se formule pedido genérico); quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; quando contiver pedidos incompatíveis entre si (art. 330, § 1º, IV); ou quando o autor não discriminar as obrigações contratuais que pretende controverter (art. 330, § 2º). A causa de pedir e o pedido formam um silogismo.
c) Legitimidade da parte e falta de interesse processual (art. 330, II e III) Além de possibilitar o indeferimento de plano da petição inicial, a falta de legitimidade ou de interesse processual permite a extinção do processo sem resolução do mérito em qualquer fase processual.
2. É possível o juiz julgar improcedente o pedido inicial em caráter liminar? Justifique. Contra esta decisão é cabível recurso? Explique.
Sim, o Juiz pode antecipar o julgamento da demanda, julgando liminarmente improcedente o pedido do autor, desde que ele estivesse diante de uma situação em que não houvesse necessidade de produção de prova, que fosse uma questão meramente de direito e que o Juiz daquela vara em que foi proposta essa ação já tivesse julgado um caso idêntico. É fundamental também saber que por ser uma sentença de mérito, nesse caso do artigo 332, o recurso cabível é o de apelação, recurso que cabe sobre sentenças, então o autor que desejar recorrer, vai poder fazê-lo mediante apelação.
Do que se trata a audiência conciliatória? Explane como ocorre.
A audiência de conciliação é o meio mais eficiente para a mediação de conflitos e garantir a celeridade processual, se tornando um dos momentos mais decisivos da demanda. Tem como objetivo incitar a autocomposição na fase do processo em que o ânimo das partes ainda não estão muito alterados, aumentando as chances da obtenção de êxito logo no início. É realizada por intermédio de um conciliador, em um ambiente menos formal e mais favorável ao acordo.
Na audiência, as partes envolvidas (autor e réu), vão dialogar e tentar chegar a um consenso, sob a orientação do conciliador. Caso consigam fazer um acordo, a demanda é solucionada de forma mais célere e amigável. Se não tiver acordo, uma nova audiência será marcada, chamada de instrução. Nela será possível ouvir as testemunhas, se necessário, e após, não existindo concordância, o processo será concluso para a decisão do juiz (sentença).
Existindo o não comparecimento do autor na audiência de conciliação, será dado um prazo pelo juiz para justificação da ausência. Se o motivo for realmente expressivo, será marcada outra audiência. Caso contrário, o processo será arquivado sem julgamento do mérito e o autor poderá ajuizar nova ação.
2. Quais são as possíveis respostas do réu? Explique cada uma delas.
As possíveis respostas são:
Reconvenção: Em que se apresenta uma demanda contraposta do réu da ação principal contra o autor;
Contestação: Concentra os principais argumentos de defesa, incluindo alegações de prescrição e decadência, incompetência absoluta, carência da ação e o mérito da defesa. Se a causa não tratar de interesses indisponíveis, não houver documento público que a lei considere indispensável com a petição inicial ou se não houver qualquer contestação de corréu a contestação é obrigatória, sob pena de revelia (consideração dos fatos alegados pelo autor como verdadeiros);
Exceção: Por meio do qual se alega a incompetência relativa, o impedimento e a suspeição;
Impugnação ao valor da causa: pode ser feita pelo réu, no período de contestação. Para isso, é necessário que seja acrescentado ao processo uma peça jurídica a parte. Depois da apresentação do documento, o autor do processo tem o prazo de cinco dias para expor seus argumentos a impugnação. Depois, a decisão sobre a questão pertence ao Juiz, que deve apresentar seu parecer no prazo de 10 dias.
Impugnação à assistência judiciária gratuita: deve ser entendida a gratuidade de todas as custas e despesas, judiciais ou não, relativas a atos necessários ao desenvolvimento do processo e à defesa dos direitos do beneficiário em juízo. Abrange, assim, não somente as custas relativas aos atos processuais a serem praticados como também todas as despesas decorrentes da efetiva participação na relação processual.
3. Como se dá a contagem do prazo da contestação?
o recurso de apelação interposto contra o indeferimento liminar da petição inicial, caso o tribunal o proveja, baixados os autos para o juízo de origem, o início do prazo, de 15 dias, para oferta de contestação é computado a partir da intimação do retorno do processo, devendo, no entanto, ser considerada a regra do artigo 335 (e não a do artigo 334), visto que poderá ser designada audiência de conciliação ou de mediação.
4. O que é revelia e como se dá?
Revelia é o estado de fato gerado pela ausência jurídica de contestação (como a sua apresentação intempestiva). Seu principal efeito é a presunção de veracidade dos fatos (não do direito) alegados pelo autor (artigo 344 do CPC). 
Declarada a revelia, torna-se desnecessária a intimação do réu não representado por patrono e, aplicada a presunção da veracidade dos fatos, pode-se julgar antecipadamente o mérito processual (artigo 355, inciso II, do CPC).
5. Quais assuntos não sofrem os efeitos da revelia.
O art. 345 do NCPC dispõe sobre as hipóteses em que não ocorre a revelia e os seus efeitos. (Correlato do art. 320 do CPC de 1973)
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
6. Do que se trata a fase saneadora do processo e o julgamento conforme o estado? Explique
Com o encerramento da fase petitória ou postulatória, muitos aspectos da relação processual encontram-se definitivamente delineados. Atingindo a relação processual esse estágio, o juiz tem de tomar providências no sentido de regularizar o procedimento, completando o contraditório e mandando sanar eventuais irregularidades. Tais providências constituem a primeira etapa da fase de saneamento.
A propósito, cabe salientar que a atividade saneadora do juiz é permanente e tem por objetivo ordenar o processo para um julgamento válido, quando possível, seja com ou sem realização de audiência de instrução, ou extingui-lo quando verificar que não reúne os requisitos necessários para a composição definitiva da lide. O que ocorre na fase denominada saneadora é o julgamento conforme o estado do processo (art. 354, CPC/2015), que pode consistir na extinção do processo, com ou sem resolução do mérito; no julgamento antecipado do mérito; no julgamento antecipado parcial do mérito; ou no saneamento.
7. O que é o saneamento e a organização do processo?
O saneamento do processo – compreendido como a correção de seus eventuais defeitos e organização de seus rumos – deve ocorrer ao longo de toda a relação processual. Há o dever permanente do juiz de zelar pela regularidade e eficiência do processo – e com ele devem colaborar as partes (art. 6º). Porém, o Código dedica especialmente dois momentos processuais para tais atividades: o primeiro, por ocasião das providências preliminares (art. 347 e seguintes); o segundo, no bojo do julgamento conforme o estado do processo (art. 357). Vejamos como o novo CPC disciplinou a matéria: Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
8. Como sedá a audiência instrutoria? Explique desde a sua composição até seu prosseguimento.
A audiência de instrução e julgamento é a sessão pública, que ocorre de portas abertas, presidida por órgão jurisdicional, com a presença e participação das partes, advogados, testemunhas e auxiliares da justiça. Tem por objetivo tentar conciliar as partes, produzir prova oral, debater e decidir a causa. Diz-se de "instrução e julgamento", porquanto sejam esses seus objetos centrais: instruir (produzir provas) e julgar (decidir) oralmente - não obstante também contenha uma tentativa de conciliação e um momento de debate (alegações finais). Contudo, não se trata de ato essencial dentro do processo, podendo ser dispensada quando cabível julgamento antecipado do mérito (artigo 355, CPC). As principais atividades desenvolvidas na audiência de instrução e julgamento, portanto, são: a tentativa de conciliação; a arguição do perito; a produção de prova oral; a apresentação de alegações finais; a prolação de sentença.
9. Quais são os meios de provas já previstos em nosso ordenamento jurídico?
De acordo com o Código de Processo Civil, os meios de provas são: depoimento pessoal; confissão; exibição de documento ou coisa; prova documental; prova testemunhal; prova pericial e inspeção judicial.
10. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz?
Sim e pode significar tanto a atividade que os sujeitos do processo realizam para demonstrar a existência dos fatos formadores de seus direitos, que haverão de basear a convicção do julgador, quanto o instrumento por meio do qual essa verificação se faz
11. Cabe ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito?
Sendo o juiz o destinatário da prova, cabe-lhe também exigir determinadas dilações probatórias que possam ser de interesse para o julgamento do mérito. Todavia, poderá também indeferir pedido de provas que entenda meramente protelatórias, desde que por decisão fundamentada. Este dever de fundamentação, ainda que já presente na ordem constitucional (art. 93, IX), consiste em conveniente inclusão, uma vez que a prática quase sempre nos mostra decisões de indeferimento sem motivação, que dificultam a sua revisão. Isso quando não vemos decisões de indeferimento seguidas de sentenças de improcedência fundadas na falta de provas.
12. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório?
Sim, trata-se da possibilidade de o magistrado validar a utilização da prova emprestada, sendo certo que esta orientação está em consonância com a posição que predomina na doutrina e na jurisprudência pátria.
A prova emprestada deve ser entendida como aquela que foi produzida em outro processo e cujos efeitos a parte pretende que sejam apreciados e considerados válidos por magistrado que preside um processo diverso.
13. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provarlhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar?
Sim, as regras de Direito Internacional Privado vigentes em nosso país, tais como as contidas na Lei de Introdução ao Código Civil, são normas cogentes. O juiz tem que as aplicar, exceto se atentatórias à ordem pública, à soberania nacional e aos bons costumes (art. 17 da Lei de Introdução ao Código Civil).
14. A legislação processual civil, como regra, distribui estaticamente o ônus da prova entre as partes.
Regra: A distribuição do ônus da prova é estática (CPC, 373, I e II). Exceção: A inversão do ônus da prova pode ser: Convencional: Podem as partes, por convenção, alterar as regras naturais de distribuição do ônus da prova, antes ou durante o processo. Se o processo versa sobre interesse disponível, no qual as partes podem renunciar aos seus direitos, reconhecer juridicamente o pedido do adversário ou transigir, não há óbice a que convencionem a modificação do ônus.
15. A legislação processual civil adotou a possibilidade de aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova?
Como regra geral, insculpida nos incisos I e II do art. 373, do novo Código de Processo Civil (CPC), o ônus probatório incumbe ao autor quanto aos fatos constitutivos de seu direito, e ao réu, quanto aos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (também denominada de teoria estática); funda-se, sobretudo no interesse das partes, ao impor o ônus àquele que se beneficiará com sua prova (MIESSA, 2016). O diploma processual inovou ao positivar a teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, cuja aplicação já vinha sendo admitida pelo STJ em ações civis por danos ambientais e também na tutela do idoso (NEVES, 2016).
18. O juiz não pode aplicar as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece? As máximas de experiência não se referem exclusivamente às vivências pessoais do juiz. Ao contrário, as noções que expressam devem pertencer ao patrimônio comum. Significa dizer que as máximas de experiência devem tratar de fenômenos que possam ser observados por todos, mesmo que não concretamente conhecidos por todos. Deve-se, ainda, frisar que não se trata de uma simples concatenação de acontecimentos, mas da verificação do caráter genérico e abstrato de uma sequência de fatos, capaz de conduzir ao entendimento de que a máxima seria válida para casos posteriores.
A partir da sistematização, podem ser fixados os pontos fundamentais para a caracterização das máximas de experiência, em seu conteúdo jurídico: a) as máximas de experiência caracterizam-se pela generalidade, podendo ser encontradas sob a forma de teses hipotéticas ou de definições que decompõem uma palavra ou um conceito em suas partes constitutivas; b) para a criação de uma máxima de experiência, sob a forma de tese hipotética, é indiferente a quantidade de casos observados, porém, os fatos devem ter algo relevante e comum que os ligue, permitindo concluir tratar-se do que ordinariamente acontece; c) as máximas de experiência devem estar submetidas a um constante processo de reformulação, a partir da observação tanto dos casos que deram origem à sua formação como dos posteriores; d) as máximas de experiência se extraem por indução e se aplicam por dedução; e) as máximas de experiência são sempre relativas, variáveis no tempo e no espaço, estabelecendo, entretanto, um juízo a priori; f) em todos os casos, as máximas de experiência admitem prova em contrário pela parte eventualmente prejudicada.
As funções das máximas de experiência no campo probatório no direito processual do trabalho, o que se procede em dois itens específicos. O primeiro, relativo às funções tradicionais das máximas de experiência no campo da prova, consistentes em mecanismos para entender as alegações e depoimentos das partes, meios de apreciação do material produzido nos autos e auxílio na conexão entre indícios e fatos. O item seguinte, por seu turno, cuida das inovadoras funções das máximas de experiência, referentes a sua utilização como mecanismo para inversão do ônus da prova ou para verificação da evidência ou impossibilidade de um fato.
19. As partes podem convencionar a distribuição diversa do ônus da prova, desde que não envolva direito indisponível e não torne excessivamente difícil o exercício do direito por uma delas?
Sim, As partes podem convencionar a distribuição diversa do ônus da prova, desde que não envolva direito indisponível e não torne excessivamente difícil o exercício do direito por uma delas. Art. 373 § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte
20. O juiz pode aplicar as regras de experiência técnica, ressalvado o exame pericial?
Sim, juiz aplicará as regras de experiência comum subministradaspela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.
21. O ônus da prova pode ser atribuído de modo diverso pelo juízo, desde que o faça por decisão fundamentada, e que as peculiaridades da causa reflitam em impossibilidade ou excessiva dificuldade em cumprir o encargo a que se incumbiu a parte, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído?
Sim pois segundo o Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
22. Não é permitido ao juízo proceder à inquirição de especialista sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico, sob pena de violação aos direitos do consumidor?
Não, pois segundo o Art. 464. § 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.
23. O perito pode ser substituído apenas se lhe faltar conhecimento técnico ou científico?
Não, pois o Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
24. Mesmo em razão de enfermidade, a testemunha que estiver impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, será inquirida na sede do juízo?
Segundo o Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo.Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.

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