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Didática Geral
Didática Geral
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Disciplina:
Didática Geral - Profª. Ms. Pricila Bertanha
Meu nome é Pricila Bertanha. Tenho como formação inicial o Magistério (docência 
do 1º ao 5º ano e Pré-escola). Formei-me em Pedagogia em 1996, com habilitação 
em Orientação Educacional, na Unesp/Rio Claro. Entre os anos de 1997 e 1999, fiz o 
Mestrado em Educação Especial, na Universidade Federal de São Carlos. Atualmente 
coordeno o Curso de Pedagogia do Centro Universitário Claretiano e atuo também como 
professora de Didática nos Cursos de Pedagogia e Matemática. Participo como docente 
dos Cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia no Processo Ensino Aprendizagem, 
Educação Infantil e Alfabetização do Claretiano, unidade de Batatais (SP).
e-mail: pedagogia@claretiano.edu.br
Prof a. Ms. Pricila Bertanha
Guia de Disciplina
Caderno de Referência de Conteúdo
Didática Geral
 
© Ação Educacional Claretiana, 2005 – Batatais (SP)
Trabalho realizado pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP)
Curso: Graduação
Disciplina: Didática Geral
Versão: fev./2010.
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. Ronaldo Mazula
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. Ronaldo Mazula
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EAD: Prof. Artieres Estevão Romeiro
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação
Aletéia Patrícia de Figueiredo
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Elaine Cristina de Sousa Goulart
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luiz Fernando Trentin
Patrícia Alves Veronez Montera
Rosemeire Cristina Astolphi Buzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão
Felipe Aleixo
Isadora de Castro Penholato
Maiara Andréa Alves
Rodrigo Ferreira Daverni
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Renato de Oliveira Violin
Tamires Botta Murakami
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial 
por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, 
gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco 
de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.
Centro Universitário Claretiano 
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo
Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretiano.edu.br
SUMÁRIO
GUIA DE DISCIPLINA
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ VII
2 DADOS GERAIS DA DISCIPLINA .......................................................................... VII
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................. VII
4 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ...................................................................................... IX
5 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR .......................................................................... X
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 1
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA
AULA PRESENCIAL ............................................................................................... 3
UNIDADE 1 – DIDÁTICA: VISÃO HISTÓRICA, CONCEITUAÇÃO E OBJETO DE ESTUDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6
2 ORIGEM DA DIDÁTICA ....................................................................................... 6
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 11
4 E-REFERÊNCIAS ............................................................................................... 12
UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO ESCOLAR: CONCEITUAÇÃO, IMPORTÂNCIA E 
 ELABORAÇÃO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
2 PLANEJAMENTO: CONCEITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA ................................................ 14
3 CONVERSANDO A RESPEITO DO PLANEJAMENTO ................................................. 18
4 PLANO DE ENSINO ............................................................................................ 21
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 23
UNIDADE 3 – OBJETIVOS DE ENSINO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 26
2 OBJETIVOS DE ENSINO ..................................................................................... 26
UNIDADE 4 – CONTEÚDOS DE ENSINO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 30
2 CONCEITUAÇÃO ............................................................................................... 30
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 35
UNIDADE 5 – AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 38
2 CARACTERIZANDO O PROCESSO DE AVALIAÇÃO ................................................... 38
3 CONCEITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO .................................................. 39
4 TIPOS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................ 42
5 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................... 47
6 SINTETIZANDO ................................................................................................ 50
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 50
8 E-REFERÊNCIAS ............................................................................................... 51
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51
1 Apresentação 
Seja bem-vindo! Você iniciará o estudo da Didática Geral, uma das disciplinas 
que compõem os cursos de Licenciaturas, na modalidade EAD. Teremos muito prazer em 
desenvolver essa disciplina com você. Vamos juntos descobrir e aprofundar reflexões de 
uma didática comprometida com a formação do professor/educador. 
A Educação a Distância exigirá uma nova forma de estudar, pois você será o 
protagonista de sua aprendizagem. Entretanto, isso não significa que você estará sozinho. 
Ao contrário, fará parte de um grupo colaborativo/cooperativo que tem como objetivo a 
construção do conhecimento.
Nosso lugar de encontro permanente será um ambiente virtual de aprendizagem, 
e nosso principal espaço será a Sala de Aula Virtual, criada especialmente para que você 
marque sua presença e participe ativamente dos debates. 
É um desafio que juntos poderemos assumir e levar adiante. Ele dependerá de 
sua dedicação para que o crescimento pessoal e profissional aconteça efetivamente.
Ao iniciar esta disciplina, você precisará acompanhar os eventos de aprendizagem 
e interagir constantemente com seus tutores e colegas de curso. Assim, ficará sempre 
atualizado não só com o conteúdo da disciplina, mas também com as discussões no 
Fórum.
Portanto, se ficar atento, participar e interagir, ficará mais fácil acompanhar o 
desenvolvimento do conteúdo e, com isso, beneficiar-se do alargamento de idéias que 
trazem as discussões e os debates. E você se sentirá estimulado a continuar e desenvolver 
mais este projeto em sua vida. 
Aceite, pois, o desafio, participe com seu grupo e abra novas oportunidades. 
Conhecimentoé cidadania!
2 Dados gerais da disciplina 
Ementa 
Didática: visão histórica, conceituação e objeto de estudo. Planejamento Escolar: 
conceituação, importância e elaboração. Objetivos de Ensino. Conteúdos de Ensino. 
Avaliação do Rendimento Escolar. 
Objetivo geral
Os alunos de Didática Geral dos cursos de graduação, na modalidade EAD 
do Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, terão 
condições de focalizar o campo da Didática nas experiências históricas da educação e 
da escolarização. Eles também irão identificar os temas de interesse da Didática, seus 
fundamentos e poderão interpretar as características do processo de ensino como objeto 
de estudo da Didática. 
Com esse intuito, os alunos contarão com recursos técnico-pedagógicos 
facilitadores de aprendizagem, como material didático mediacional, bibliotecas físicas e 
virtuais, ambiente virtual e acompanhamento do tutor complementado por debates no 
Fórum e na Lista. 
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GUIA DE DISCIPLINA
CRC • • • © Didática GeralVIII
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
Ao final desta disciplina, de acordo com a proposta orientada pelo tutor, os 
alunos estarão aptos para realizar análises, elaborar textos abordando os temas mais 
importantes discutidos nos Fóruns e responder questões sobre os conteúdos estudados, 
publicando-os no Portfólio. Para esse fim, levarão em consideração as ideias debatidas na 
Sala de Aula Virtual, por meio de suas ferramentas, bem como o que produziram durante 
o estudo. 
Competências, habilidades e atitudes
Ao final deste estudo, os alunos dos cursos de graduação contarão com uma 
sólida base teórica para fundamentar criticamente sua prática educacional/profissional. 
Além disso, adquirirão não somente as habilidades para cumprir seu papel de docente/
profissional nesta área do saber, mas também para agir com ética e com responsabilidade 
social, contribuindo, assim, para a formação integral do ser humano, especialmente dos 
alunos.
Modalidade
( ) Presencial ( X ) A distância
Duração e carga horária
A carga horária da disciplina Didática Geral é de 60 horas. O conteúdo 
programático para o estudo das cinco unidades que a compõe está desenvolvido no 
Caderno de referência de conteúdo, anexo a este Guia de disciplina, e os exercícios 
propostos constam do Caderno de atividades e interatividades (CAI). 
ATENÇÃO! 
É importante que você releia no Guia Acadêmico do seu curso as 
informações referentes à Metodologia e à Forma de Avaliação 
da disciplina Didática Geral, descritas pelo tutor na ferramenta 
“cronograma” na Sala de Aula Virtual – SAV.
Considerações gerais3
A Didática Geral ajudará você, futuro educador, a lançar um olhar reflexivo 
para a educação, a escola, o professor, o educando, enfim para os processos de ensino 
e de aprendizagem. Procuramos apresentar uma Didática diversificada e reflexiva, 
desvencilhada da idéia tecnicista.
A partir deste momento, surge a oportunidade para você refletir e trocar idéias 
sobre a prática pedagógica no contexto dos ensinos fundamental e médio, os quais serão 
seus campos de atuação. 
É importante que você tenha lido atentamente as informações contidas nesse 
Guia de disciplina. 
Participar é importante. Entre em nossas salas de aula virtuais utilizando seu 
login e sua senha e utilize as várias ferramentas colocadas à sua disposição. Ou, se você 
ainda não tem acesso à Internet, participe também por fax, correio ou telefone.
GUIA DE DISCIPLINA
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC IXBatatais – Claretiano
Lembre-se de que você não ficará sozinho! Estaremos à sua disposição para 
maiores esclarecimentos nas trocas de e-mails, nas interações no Fórum, na Lista ou no 
Portfólio e, também, pelo correio, telefone e fax.
Ah! É importante ressaltar que você poderá estudar junto com seus amigos, ou 
encontrá-los para uma discussão mais ampla no Fórum ou na Lista.
Que estas palavras tenham sido esclarecedoras para você. 
Bom estudo!
BiBliografia BásiCa 4
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução. 
Brasília: MEC/SEF, 1997.
LOPES, A. O. Repensando a didática. 20. ed. Campinas: Papirus, 2003.
REVISTA IDÉIAS. Didática e a escola do 1o. grau. São Paulo: FDE, 1991.
BiBliografia Complementar5
CASTRO, A. D. de. Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média. São 
Paulo: Pioneira, 2001.
COMENIO, J. A. Didactica magna. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.
HERNADNÉZ, F., Ventura, M. Organização do currículo por projetos de trabalho. Porto 
Alegre: Artmed, 1998.
MIZUKAMI, M. das G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
PIMENTA, Selma Garrido. De professores, pesquisa e didática. Campinas: Papirus, 2002.
SCHON, D. A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a 
aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
VEIGA, I. P. A. Prática pedagógica do professor de didática. 2. ed. Campinas: Papirus, 
1992.
______. Técnicas de Ensino: por que não? Campinas: Papirus, 2000. 
WEISZ, T. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. 2. ed. São Paulo: Ática, 2000.
 introdução1
Anotações
Anotações
“Escola é...o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda, 
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente, 
o aluno é gente, cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um se comporte
como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os 
lados’.
Nada de conviver com as pessoas 
e depois descobrir que não tem amizade a 
ninguém.
Nada de ser como o tijolo que forma a 
parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar,
 não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se ‘amarrar nela’!
Ora , é lógico...numa escola
 assim vai ser fácil estudar, 
trabalhar, crescer, fazer amigos, 
educar-se, ser feliz” (Paulo Freire).
Fonte: Disponível em: 
<http://www.paulofreire.org/>.
 (Acesso em: 31 mar. 2004).
Seja bem-vindo! Como você viu no Guia de disciplina, Didática Geral, é mais 
uma das disciplinas que compõem os Cursos de Licenciaturas, na modalidade EAD.
Nesta parte, chamada Caderno de referência de conteúdo, você encontrará o 
conteúdo das cinco unidades em que se divide a apresente disciplina.
Na disciplina de Didática Geral, você terá a oportunidade de:
• discutir, analisar e compreender o contexto histórico da didática e sua 
conceituação;
• encaminhar o ato de planejar, bem como sua formalização em plano de ensino 
e aula;
• compreender a importância da elaboração e concretização dos objetivos de 
ensino;
• discutir e aprender a selecionar e a organizar os conteúdos de ensino para que 
possam ser traduzidos claramente aos educandos;
• compreender a importância do ato avaliativo no processo ensino- 
aprendizagem. 
A didática configura-se como a área que tem como objetivo a compreensão da 
prática pedagógica e a construção de maneiras de nela intervir, que favoreçam a formação 
de educadores reflexivos, críticos e comprometidos com a educação para todos.
Não tenha receio!
Aceite o desafio!
Venha fazer parte desse 
novo processo da construção 
coletiva do saber!
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APRESENTAÇÃO
Anotações
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AULA PRESENCIAL
Objetivos 
•	 Interpretar o papel da disciplina Didática Geral no 
contexto da formação de futuros educadores.
•	 Entender como será desenvolvida a disciplina Didática 
Geral em EAD e nos momentos presenciais.
•	 Interagir com os alunos do curso e o professor/tutor. 
Conteúdo 
• Na primeira aulapresencial, vamos nos conhecer, 
apresentar a disciplina, seus objetivos, sua metodologia 
e o processo de avaliação. Vamos construir nossa 
ambientação e preparar os assuntos de nossas próximas 
aulas.
Anotações
U
N
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A
D
E
 1
Anotações
introdução1
DIDÁTICA: VISÃO 
HISTÓRICA, 
CONCEITUAÇÃO 
E OBJETO DE ESTUDO 
Objetivos
•	 Focalizar o campo da Didática nas experiências históricas 
da educação e da escolarização.
•	 Identificar os temas de interesse da Didática e seus 
fundamentos.
•	 Interpretar as características do processo de ensino como 
objeto de estudo da Didática.
Conteúdo
• A primeira temática a ser estudada refere-se ao histórico da 
Didática, sua conceituação, objeto de estudo e discussões 
a respeito de educação, escola, sala de aula, professor e 
aluno.
CRC • • • © Didática Geral6
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
introdução1
Na Unidade I, você vai saber como a Didática tem influenciado as experiências 
históricas da educação e da escolarização. Você vai conhecer também os temas de 
interesse da Didática e seus fundamentos e, também, porque a Didática se preocupa com 
o processo de ensino. 
Para iniciar nossa conversa, vamos fazer uma breve análise da história da 
Didática. O estudo dessa trajetória vai ajudar você a entender as raízes e as novas 
possibilidades dessa disciplina na formação do professor, como subsídios para sua prática 
pedagógica. 
Nossa viagem é um pouco longa...
origem da didátiCa2
Para entender o que é didática, precisamos retornar à Grécia Antiga... 
Quem foram os gregos?
Figura 1 - Registro da cultura grega. A cultura helênica 
(grega) desenvolveu-se no período histórico que vai de 2000 a.C. 
até 146 a.C. A influência dos gregos afetou e continua a afetar 
toda a civilização ocidental. Deles herdamos a volorização do 
pensamento, da arte, da cidadania, da liberdade e da harmonia 
do corpo e da mente. 
Desde pequena, as crianças gregas recebiam instrução: 
aprendiam a ler e a escrever, brincavam e faziam exercícios 
físicos, eram estimuladas a participar da vida cívica e cultural.
Figura 2 - “A Escola de Atenas”– detalhe do afresco de 
Rafael, mostrando ao centro Platão e Aristóteles, cuja influência 
foi marcante no Ocidente.
Veja o que Castro1 (1991, p. 16) afirma a respeito da Didática:
A inauguração de um campo de estudos com esse nome tem uma característica 
que vai ser reencontrada na vida histórica da Didática: surge de uma crise e 
constitui um marco revolucionário e doutrinário no campo da educação. Da 
nova disciplina espera-se reformas da humanidade, já que deveria orientar 
educadores e destes, por sua vez, dependeria a formação das novas gerações. 
Justificava-se, assim, as muitas esperanças nela depositadas, acompanhadas, 
infelizmente, de outras tantas frustrações.
ATENÇÃO!
Você já deve ter ouvido estas 
frases: 
A professora de Matemática 
tem didática ao explicar uma 
expressão numérica!
Aquele professor tem 
didática!
INFORMAÇÃO:
A palavra Didática vem 
do grego DIDAKTIKÉ e 
significava a arte 
de ensinar/instruir.
1 Amélia Domingues de Castro é doutora em Educação pela 
Universidade de São Paulo.
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 7Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
 
Como surgiu a Didática? 
As primeiras idéias a respeito da Didática surgiram em países da Europa Central. 
Dois nomes se destacam como os mais importantes educadores dessa época: Ratíquio2 
e Comênio3.
Segundo Comênio, o método de ensino deve seguir alguns passos 
importantes: 
• ensinar tudo o que se deve saber; 
• mostrar a aplicação prática de tudo o que é ensinado;
• explicar de maneira direta e clara; 
• ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas; 
• explicar primeiro os princípios gerais; 
• ensinar as coisas em seu devido tempo; 
• persistir em um assunto até sua perfeita compreensão; 
• dar a devida importância às diferenças que existem entre as coisas.
Comênio escreveu uma obra importantíssima e marcante para a história da 
Didática: a Didática Magna4 que possuía um caráter revolucionário e pautava-se por 
ideais ético-religiosos. 
Neste documento, foi desenvolvido um método único para ensinar tudo a 
todos. Comênio preocupava-se especialmente com o ato de ler e de escrever, começando 
pela língua materna, em uma época em que predominava o latim. Esse ensino deveria 
ser destinado a todos, sem a intervenção da Igreja Católica, que, a esta altura, já tinha 
instalado seu projeto educacional para a educação de jovens e adultos, por intermédio 
da Companhia de Jesus, com a obra Ratio atque Institutioni Studiorum (Método 
Pedagógico dos Jesuítas). 
Mas, qual a idéia de Didática para Comênio?
Um processo seguro e excelente de instituir, em todas as comunidades de 
qualquer reino cristão, cidades, aldeias, escolas tais que toda a juventude 
de um e de outro sexo, sem excetuar ninguém em parte alguma, possa ser 
formada nos estudos, educada nos bons costumes, impregnada de piedade, e, 
desta maneira, possa ser, nos anos da puberdade, instruída em tudo o que diz 
respeito à vida presente e à futura, com economia de tempo e de fadiga, com 
agrado e com solidez (COMÊNIO apud PIMENTA, 2002, p. 43). 
Didática comeniana
Veja o princípio da Didática comeniana:
O fundamento dá-se na própria natureza. Perfeita, como criação divina, ela 
fornece em seu processo evolutivo as bases para o ensino, no qual é preciso: 
• partir do simples para o complexo; 
• desenvolver cada etapa a seu tempo;
• partir da crença de que todo fruto amadurece, mas precisa de condições 
adequadas. 
INFORMAÇÃO:
Você sabia que a definição 
da Didática constituiu a 
primeira tentativa que se 
conhece de agrupar os 
conhecimentos pedagógicos?
2 Ratíquio ou Wolfgang Ratke nasceu no Holstein 
(1571-1635).
3 João Amós Comênio (1582-1670) nasceu na 
Moravia. Monge luterano, filósofo 
e teólogo, é considerado um 
dos primeiros pedagogos da 
história. Em 1632, escreveu 
Didática Magna, que serviu de 
base às reformas educacionais 
em diversos países da Europa. 
Para saber mais sobre a vida 
e obra deste autor visite o site 
disponível em:
<http://www.
centrorefeducacional.com.
br/comenius.htm>. Acesso em: 
abr. 2004.
4 Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos. Comênio. 
Didática Magna. Fundação 
Gulbenkian. Coimbra, 1966.
CRC • • • © Didática Geral8
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
Sua verdade é demonstrada com exemplos paralelos das artes mecânicas: 
criações do homem com base no funcionamento da natureza. O curso dos estudos é 
distribuído por anos, meses, dias e horas; e, por fim, é indicado um caminho fácil e seguro 
para pôr em prática essas coisas com bom resultado (COMÊNIO apud PIMENTA5, 2002, 
p. 43). 
Segundo Castro (1991, p. 16), “tem-se notícias de experiências educacionais 
realizadas conforme os princípios expostos, embora nem todas tivessem tido sucesso”. 
Um pouco mais tarde, no século XVIII, aparece Rousseau6, o autor da segunda 
revolução da didática. Ele não colocou a didática em prática, nem organizou métodos. No 
entanto, sua obra chamada Emílio tornou-se manifesto do novo pensamento pedagógico 
e assim permanece até nossos dias. Nessa obra, Rousseau pretendeu provar que é bom 
tudo o que sai das mãos do criador da Natureza e que tudo degenera nas mãos do homem. 
Pregou que à criança deveria ser dada a possibilidade de um desenvolvimento livre e 
espontâneo. O primeiro livro de leitura deveria ser Robinson Crusoé, considerado um 
tratado de educação natural. A educação deveria ser a própria vida da criança. A obra de 
Rousseau deu origem a um novo conceito de infância – ressaltando-a e transformando o 
método de ensinar em um procedimento natural, que deveria ser exercido sem pressa.
A valorização da infância aguardou mais de um século para concretizar-se. 
Podemos dizer que Comênio, ao seguir as pegadas da natureza, pensava em domar 
as paixões das crianças, enquanto Rousseau partiu da idéia da bondade dohomem, 
corrompido pela sociedade (CASTRO, 1991).
No século seguinte, Herbart7, desejando ser o criador da Pedagogia Científica, 
defendeu a educação pela instrução, criando os passos formais da aprendizagem: 
• clareza (na exposição); 
• associação (dos conhecimentos novos com os anteriores); 
• sistema; 
• método. 
Mais tarde, esses passos receberam nova divisão: 
• preparação (da aula e da classe: motivação); 
• apresentação; 
• sistematização;
• aplicação (dos conhecimentos adquiridos). 
Com essa didática, Herbart enfatizou o papel do professor no processo de 
ensino.
Como você pôde constatar, Rousseau ressaltava a criança, o aluno, como o 
sujeito que aprende; já Herbart, dava importância ao método, que pode ser interpretado 
como uma retomada ao desejo de um método único elaborado por Comênio em sua 
Didática Magna.
Com Rousseau, temos lançadas as bases da Escola Nova, que questiona o 
método único e a valorização dos aspectos externos ao sujeito-aprendiz decorrentes de 
Herbart. Pode-se traduzi-la como:
5 Selma Garrido Pimenta. Professora titular de Didática 
na Faculdade de Educação da 
Universidade de São Paulo. 
Possui vários livros publicados: 
O pedagogo na escola pública 
(Loyola); O estágio na formação 
de professores: unidade teoria e 
prática? (Cortez).
6 Jean-Jacques Rousseau(1712-1778), filósofo e escritor. 
Nasceu em Genebra, na Suíça, 
e morreu na França. Nasceu 
protestante, tornou-se católico e 
depois retornou a sua religião de 
origem. 
7 Johann Friedrich Herbart (1776-1841), filósofo, teórico da 
educação e psicólogo alemão. 
introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
 
© Didática Geral • • • CRC 9Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
introdução1
Movimento que propôs alteração significativa nos métodos de ensinar baseados na 
atividade do aprendiz. Formulado com base nas contribuições de Pestalozzi (1749-
1827), do alemão Kerschensteiner (1854-1932) e do francês Decroly (1871-1932), 
autores europeus cujas idéias conviviam com a época em que a criança passava a 
ser valorizada no bojo do desenvolvimento industrial e da expansão da escolaridade 
pública, considerada esta como direito e, ao mesmo tempo, requisito para a formação 
de mão de obra do nascente capitalismo. Esse movimento expande-se com as idéias 
da médica italiana Maria Montessori (1870-1952) e do filósofo americano John 
Dewey (1870-1952), que teve por discípulo Anísio Teixeira (1900-1972), principal 
responsável pela formulação e expansão desse movimento no Brasil (PIMENTA, 2002, 
p. 44, grifo nosso).
O movimento escolanovista muda o aspecto da Didática, enfatizando o aluno 
como agente ativo da aprendizagem e valorizando os métodos que respeitassem 
a natureza da criança, que a motivassem e a estimulassem a crescer.
No entanto, Saviani8 (1992) faz uma crítica à Escola Nova, ressaltando que 
quanto mais se falou em democracia no interior da escola, menos ela esteve articulada 
com a construção de uma ordem democrática. Segundo o autor, ao formular sistemas 
de ensino, a burguesia colocou a escolarização como uma das condições para a 
consolidação da ordem democrática.
Como era vista a Didática?
Infelizmente, a Didática era considerada como uma forma de exclusão social. 
Por quê? Se os alunos aprendem ou não – embora sejam considerados os sujeitos do 
processo - a responsabilidade não é dos professores, de sua didática, de seus métodos, 
do que ensinam, das formas de avaliar e de como se relacionam com os alunos, nem das 
escolas, da forma como estão organizadas e selecionam seus alunos. Ambos, escolas e 
professores cumpriam seus papéis. Se os alunos não tinham capacidade para aprender, a 
responsabilidade escapa à escola e aos professores. 
Nesse contexto, no sentido de teoria do ensino, a Didática reduziu-se a métodos 
e a procedimentos compreendidos como aplicação dos conhecimentos científicos e 
traduzidos em técnicas de ensinar. 
Já nos anos 60, com a informática, acentua-se o surgimento das técnicas e das 
tecnologias, como o novo paradigma didático. Ou seja, o campo do didático se resumiria ao 
desenvolvimento de novas técnicas de ensinar, e o ensino, à aplicação delas nas diversas 
situações. 
Uma nova conceituação de Didática aparece nesse cenário: a ela caberia fornecer 
aos futuros professores os meios e os instrumentos eficientes para o desenvolvimento 
e o controle do processo de ensinar, tento em vista a maior eficácia nos resultados 
do ensino. 
Nesse panorama de processo-produto, não cabe à Didática questionar os fins 
do ensino, uma vez que já estão previamente definidos pela expectativa que a sociedade 
(dominante) tem da escola: preparar para o mercado de trabalho – critério para a avaliação 
do sistema escolar.
Essa didática instrumental infiltra fortemente os cursos de licenciatura e 
passa a ser desejada pelos licenciados, ansiosos por encontrar uma saída 
única – um método, uma técnica – capaz de ensinar a toda e qualquer 
turma de estudantes, independente de suas condições sociais e pessoais 
(PIMENTA, 2002, p. 47).
8 Demerval Saviani é professor titular do Departamento de 
Filosofia e História da Educação 
da Unicamp.
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Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
Didática: objeto de estudo
A partir dos anos 80 e 90, o estudo da Didática tornou-se mais intenso; e 
essa discussão nos permitirá compreender qual é seu objeto no contexto educacional: o 
processo de ensino.
Em certos momentos da História, o ensino foi entendido como modelagem 
ou armazenamento; em outros, como desenvolvimento ou desabrochamento. Assim, 
novos modelos de interpretar o ensino desencadeiam novos nomes para denominá-lo, 
como, por exemplo, direção da aprendizagem; conseqüentemente, vão surgindo novos 
adjetivos para a disciplina que dele se ocupa: a Didática.
O objeto da Didática é o ensino, visto tanto como intenção de produzir 
aprendizagem e sem delimitação da natureza do resultado possível, quanto desenvolvimento 
da capacidade de aprender e compreender. Fica fácil entender que, para a Didática 
ganhar qualidade, deve estender suas fronteiras rumo à Psicologia, Sociologia, Política e 
Filosofia. 
Vamos fazer algumas considerações a respeito da trajetória, conceituação e 
objeto de estudo da Didática? Para isso, Castro (1991) pode auxiliar-nos com algumas 
idéias. 
O itinerário feito do século XVII até nossos dias indicou dois marcos no 
desenvolvimento histórico da Didática: 
• 1o marco: O primeiro objeto de estudo foi o Método, que correspondia ao modo 
de agir sobre o educando, mas que recuou quando o aprendiz apareceu 
como sujeito do processo.
• 2o marco: No século XIX, o método foi enfatizado, ressaltando as características 
de ordem e seqüência no processo didático antes que a Escola Nova 
recorresse à Psicologia da criança.
No entanto, a Didática está ainda impregnada da agitação da época e continua 
sendo objeto de estudo de pesquisas e exploração.
Libâneo9 (1990) critica o conceito de ensino quando visto apenas como 
a transmissão da matéria aos alunos, realização de exercícios repetitivos, 
memorização de definições e fórmulas. Segundo o autor, devemos entender o 
processo de ensino como: 
 
O conjunto de atividades organizadas do professor e dos alunos, visando alcançar 
determinados resultados (domínio de conhecimentos e desenvolvimento 
da capacidades cognitivas), tendo como ponto de partida o nível atual de 
conhecimentos, experiências e de desenvolvimento mental dos alunos 
(LIBÂNEO, 1990, p. 79). 
A especificidade do trabalho do professor é combinar a atividade didática entre 
ensino e aprendizagem, mediante o processo de ensino. 
Para assegurar que o aluno aprenda, ou melhor, apreenda, o professor 
precisa:
• ter claro os objetivos de ensino;
• saber explicar a matéria (tornar acessível ao aluno);
PARA VOCÊ REFLETIR:
Atualmente o foco da Didática 
é o processo de ensino, 
que revela uma intenção: a 
de produzir aprendizagem; 
ou seja, o ensino que implica 
desenvolvimento, melhoria,que não apenas se limita ao 
avanço cognitivo intelectual, 
mas também que envolva 
igualmente a afetividade, 
a ética, a sociabilidade, os 
aspectos físicos e estéticos, 
para o desenvolvimento 
integral do ser humano. 
Você concorda com esta 
afirmação? Porque?
ATENÇÃO!
Registre suas reflexões no 
Bloco de Anotações ou no 
seu caderno de anotações, 
pois elas serão úteis pra 
elaboração do seu Trabalho 
de Conclusão de Curso 
(TCC).
Fonte: Foto gentilmente cedida por 
Lúcia de Fátima Libâneo.
9 José Carlos Libâneo. Doutor em Filosofia e História 
da Educação pela PUC/São 
Paulo. Atualmente é docente 
na Universidade Católica de 
Goiás. Seus livros: Didática 
(Cortez); Adeus professor, adeus 
professora? Novas exigências 
educacionais e profissão docente 
(Cortez). Pesquisa e publica 
artigos a respeito de Teoria da 
Educação, Didática e organização 
escolar.
Disciplina de Núcleo Comum
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UNIDADE 1
• buscar conhecer o que os alunos já sabem sobre o assunto estudado;
• motivar o aluno para estudar a matéria nova, ou seja, é necessário que a 
matéria tenha significado e utilidade para a vida diária dos educandos.
Como o professor pode garantir o desenvolvimento global dos alunos? Ao 
organizar o processo de ensino, é preciso articular com clareza os seguintes elementos: 
• objetivos;
• conteúdos;
• métodos e avaliação. 
Estejamos atentos ao grande desafio do momento: “a superação de uma Didática 
exclusivamente instrumental e a construção de uma Didática fundamental” (CANDAU10, 
1984, p. 21). 
 
referênCias BiBliográfiCas3
 
CANDAU, V. M. Rumo a uma nova Didática. Petrópolis: Vozes, 1991.
CASTRO, A .D. de. A Trajetória histórica da Didática. In: Idéias. São Paulo: FDE, 1991.p. 
15-25.
________. Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: 
Pioneira, 2001.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
________. A didática e as tendências pedagógicas. In: Idéias. São Paulo: FDE, 1991. p. 
26-36.
PIMENTA, S. G. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002.
VALE, M. I. P. As questões fundamentais da Didática. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 
1995.
SITES SUGERIDOS
Grandes Mestres da Educação.
Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.com.br/mestres.
html>. Acesso em: 31 mar. 2004.
Disponível em: <http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/166_out03/html/aquele>. 
Acesso em: 31 mar. 04.
SUGESTÕES DE FILMES
• O Preço do Desafio
• Ao mestre com carinho
• Matilda
• Mentes Perigosas
• Nenhum a menos
• Sociedade dos poetas mortos
 
(10) Vera Maria Ferrão Candau. 
Licenciada em Pedagogia. 
Universidade Católica do Rio de 
Janeiro. Doutora em Educação 
pela Universidade Complutense. 
Madrid . Espanha. Professora 
da Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro (PUC). 
Disponível em <http://www.piie.
cl/seminario/candau.htm>. Acesso 
em: 31 mar. 2004.
ATENÇÃO!
Você é sujeito de sua 
aprendizagem! Participe 
e interaja com seus 
colegas de curso e 
tutores. Alargue seus 
conhecimentos mediante a 
construção colaborativa do 
conhecimento em ambiente 
virtual. 
ATENÇÃO!
Sugerimos a leitura dos 
livros citados na bibliografia.
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Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
e-referênCias4
6 Jean-Jacques Rousseau. Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.com.br/rousseau.html>. Acesso em: 31 mar. 2004.
7 Johann Friedrich Herbart. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per13.htm>. Acesso em: 31 mar. 2004.
8 Demerval Saviani. Disponível em <http://www.literario.com.br/saviani.jpg>. Acesso em: 1 abr. 2005.
introdução1
U
N
ID
A
D
E
 2
PLANEJAMENTO 
ESCOLAR: 
CONCEITUAÇÃO, 
IMPORTÂNCIA E 
ELABORAÇÃO
Objetivos 
• Reconhecer o planejamento como uma ação pedagógica 
essencial ao processo de ensino, superando sua concepção 
mecânica e burocrática no contexto do trabalho docente.
Conteúdo
• A temática refere-se ao estudo do planejamento como 
processo primordial para a organização das situações do 
ensino e da aprendizagem.
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Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 2
introdução1
Na Unidade I, você estudou o histórico e a conceituação de Didática. Trocou 
idéias a respeito do processo de ensino, viu como a Didática tem influenciado as 
experiências históricas da educação e da escolarização. Você conheceu também vários 
educadores que contribuíram para que a Didática ocupasse seu lugar no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Nesta unidade, você entenderá o planejamento como uma ação pedagógica 
essencial ao processo de ensino, superando sua concepção mecânica e burocrática no 
contexto do trabalho docente.
A partir desse momento, vamos trocar idéias sobre como planejar o ensino. Você 
terá um texto para leitura, no qual aparecerão diversas atividades de reflexão pessoal que 
você poderá socializar na Lista, fax, correio ou telefone. 
planejamento: ConCeituação e importânCia2
Definindo planejamento 
Vejamos duas definições: 
Ato ou efeito de planejar. Trabalho de preparação para qualquer 
empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados. Processo que 
leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações, visando à 
consecução de determinados objetivos (Dicionário Aurélio).
O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão 
das atividades didáticas em termos de sua organização e coordenação em 
face dos objetivos propostos, quanto sua revisão e adequação no decorrer 
do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar 
as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão 
intimamente ligado à avaliação (LIBÂNEO, 1994, p. 221). 
Antes de iniciarmos a discussão a respeito de planejamento, vamos ler um texto 
de Romão e Padilha, da Série de Estudos do Ministério da Educação: Construindo a Escola 
Cidadã: Projeto Político Pedagógico1 (BRASIL, 1998, p. 53-55): 
Início do ano letivo. Dia de reencontros explosivos, de abraços meteóricos. 
Uma atmosfera cor-de-rosa entre docentes e equipe diretiva, antigos 
companheiros de trabalho. 
Professoras e professores, recém-ingressantes, também participam da 
confraternização. Por outro lado, olhares curiosos, cautelosos, alguma 
aproximação, alguma retração, mas, de qualquer maneira, um clima de 
alegria. Vai começar a primeira reunião de um novo trabalho educativo. 
Educar é uma luta constante, é um novo recomeçar, todos concordam.
A diretora da escola exercita sua pontualidade. O coordenador pedagógico 
convida os presentes, com sua voz grave, a se encaminharem para uma 
sala de aula onde a reunião se realizará. Uma professora chega atrasada 
na ponta dos pés, observada carinhosamente por seus colegas.
PARA VOCÊ REFLETIR:
O que é planejar? O que é 
realizar um planejamento?
ATENÇÃO!
Convidamos você a dedicar 
um pouco de seu tempo 
na leitura desse texto. 
Trata-se de um relato 
significativo, transcrito que 
se fosse resumido ou em 
parte não traduziria o “clima 
pedagógico” oculto nas 
entrelinhas que os autores 
quiseram transmitir. 
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 15Batatais – Claretiano
UNIDADE 2
Todos ocupam seus lugares e as boas vindas são oferecidas pela diretora, 
que logo em seguida declara abertos os trabalhos. O tema da reunião 
administrativa e pedagógica é... planejamento e organização do 
trabalho da escola.
O coordenador pedagógico passa a falar, calmamente, sobre as próximas 
tarefas. Informa que os planos de ensino deverão ser providenciados pela 
equipe docente e entregues ao final de três dias de reuniões, após o que, 
imediatamente, as aulas terão início. 
Lembra que os mesmos deverão ser elaborados em fina consonância 
com o Plano Diretor da Escola e com os Planos de Curso já definido nos 
anos anteriores. Acrescenta que estes, por sua vez, foram elaborados por 
especialistas da escola dentro dos padrões científicos e técnicos exigidos 
pela Secretaria da Educação e estão perfeitamentede acordo com os 
Planos Nacional e Estadual de Educação, como deveria ser.
Em seguida, passa a palavra à senhora diretora, que fala um pouco sobre 
a organização da escola, dedicando-se mais à “parte administrativa”. 
Ela distribui uma pauta mimeografada, com os itens que estarão sendo 
discutidos: entrega de documentos; pontualidade dos professores na 
entrada e saída; novo código disciplinar para os alunos, definido pela 
equipe diretiva durante as férias dos professores; elaboração de horário 
de aulas; novas regras para utilização da cantina; novos horários de 
intervalos; lista de alunos das novas turmas; crachás para as primeiras 
séries, entre outros.
Agora, o coordenador pedagógico dá início a uma dinâmica de grupo. 
Solicita a formação de equipes, de acordo com suas disciplinas. Distribui 
uma papeleta para cada uma delas, por meio da qual orienta cada grupo 
para que se reúna por meia hora e em seguida apresente aos demais 
grupos alguns objetivos específicos de suas disciplinas para o ano letivo.
O tempo acaba não sendo suficiente. Após quase uma hora, o coordenador 
pedagógico anuncia o início das exposições. Nota-se no recinto um 
amargo sentimento, como se o encantamento inicial tivesse se evaporado 
subitamente e dado lugar a um ar de constrangimento, tal o silêncio que 
toma conta do ambiente. 
Professoras e professores que se mostravam confusos e aparentemente 
desanimados diante das palavras planos, planejamentos, normas e prazos, 
agora ilhados em suas definições. Sem escolha, cada representante de 
grupo lê os objetivos específicos aos quais chegara sua equipe, o que não 
consegue provocar reações nos companheiros.
Terminada a dinâmica e estourado o tempo da reunião na parte da manhã, 
transfere-se para o período da tarde o início da elaboração do planejamento. 
Para tanto, como informa a diretora, os professores disporão de novos 
livros didáticos enviados pelas editoras, a partir dos quais poderão adaptar 
seus planos de ensino dos anos anteriores. 
Assim começava a tarefa de planejar naquela escola e naquele ano, que 
a todos lembrava experiências burocráticas de anos anteriores nada 
compensadoras. 
A situação descrita acontece em muitas de nossas escolas, configurando-se 
como a semana de elaboração dos planejamentos.
Segundo Romão e Padilha (1998, 53-55), ao pensar o desenvolvimento de um 
planejamento na escola, precisamos estar atentos à questão da cidadania1. 
 
1 Cidadania refere-se segundo Romão e Padilha (1998, p. 57), 
ao exercício pleno e democrático, 
por parte da sociedade, de seus 
direitos e deveres.
CRC • • • © Didática Geral16
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 2
Quando pensamos em planejar a educação, é necessário que esse exercício 
venha acompanhado de reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho escolar. 
Isso significa:
• incorporar de frente os problemas da escola em que trabalhamos e do contexto 
do sistema educacional; 
• assumir também a escola como instância social, com o compromisso de gerar 
aprendizagens e formar cidadãos.
Quando nos propomos a realizar e pensar o planejamento, formalizando-o em: 
plano da escola/plano gestor, plano de ensino (ver sugestão de modelo na página 17 do 
caderno de conteúdo) e plano de aula, significa que precisamos exercer uma atividade 
engajada, intencional, científica, de caráter político e ideológico e isento de neutralidade.
Estas palavras nos reportam a uma grande discussão de Paolo Nosella a respeito 
do compromisso político do professor e de Guiomar Namo de Mello, quando fala da 
competência técnica ao compromisso político (1983/1982 respectivamente). 
[...] a competência profissional diz respeito ao domínio adequado do 
saber escolar a ser transmitido, juntamente com a habilidade de organizar 
e transmitir esse saber de modo a garantir que ele seja efetivamente 
apropriado pelo aluno. 
Em segundo lugar, uma visão relativamente integrada e articulada dos 
aspectos relevantes mais imediatos de sua própria prática, ou seja, um 
entendimento das múltiplas relações entre os vários aspectos da escola, 
desde a organização dos períodos de aula, passando por critérios de 
matrícula e agrupamentos da classe, até o currículo e os métodos de 
ensino. 
Em terceiro lugar, uma compreensão das relações entre o preparo técnico 
que recebeu, a organização da escola e os resultados de sua ação. 
Em quarto lugar, uma compreensão mais ampla das relações entre a 
escola e a sociedade, que passaria necessariamente pela questão de suas 
condições de trabalho e remuneração (MELLO, 1982, p. 43). 
Quanto ao compromisso político, Mello (1982, p. 45) afirma que:
[...] quando adquire competência o professor ganha também condições 
de perceber, dentro da escola, os obstáculos que se opõem à sua atuação 
competente. É assim que a competência técnica inicia o processo de sua 
transformação em vontade política. 
Por esse caminho o professor vai desenvolvendo sua consciência real em direção 
à consciência possível e ganha condição de passar do sentido político em si para 
o sentido político para si de sua ação pedagógica. 
A vontade política permite que aquele sentido político da prática docente se 
explicite ao professor e passe a ser, para ele também, uma forma de agir 
politicamente: diminuição do fracasso escolar e da exclusão, por meio de 
estratégias adequadas para garantir o acesso ao maior número de crianças na 
escola e sua permanência nela, pelo maior tempo possível.
[...] “o saber-fazer constitui uma das necessidades imediatas para a 
imagem profissional do professor, para uma percepção mais crítica e menos 
assistencialista do valor de seu trabalho” (NOSELLA, 1983, p. 146).
ATENÇÃO!
Importante: a competência 
técnica inicia o processo 
de sua transformação em 
vontade política. Pense 
nisso...
introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 17Batatais – Claretiano
UNIDADE 2
Importância do planejamento 
Em nossa prática pedagógica atual, o processo de planejamento tem sido objeto 
de inúmeros questionamentos quanto à sua validade como instrumento de melhoria 
qualitativa do trabalho do professor. 
O planejamento tem sido geralmente concebido como uma técnica especializada, 
cujo objetivo seria o de levar a bom termo o desenvolvimento de uma instituição ou de um 
município, estado, região ou país. 
Apesar desse fato pertencente ao ato de planejar, a prática do planejamento 
em nosso país, especialmente na educação, tem sido conduzida como se fosse uma 
atividade neutra, sem comprometimento. Às vezes, o planejamento é apresentado e 
desenvolvido como se fosse um modo de definir a aplicação técnica para obter resultados, 
não importando a que preço ou para quem.
“Planejar ou burocratizar”?
O ato de planejar não é só técnica. Além dessa dimensão ele é 
fundamentalmente:
• a instância de decisões políticas (pensar), capazes de consolidar e dinamizar 
ações que venham ao encontro dos interesses de uma coletividade;
• o resultado de decisões políticas de indivíduos e/ou o conjunto destes, as 
quais serão implementadas por meio de ações pedagógicas (o nosso fazer) no 
âmbito educacional. 
O planejamento não é uma tarefa neutra, mas ideologicamente comprometida 
com os fins pretendidos por aquele grupo ou instituição. 
Isso significa dizer que o planejamento:
• é um processo constituído de vários atores que compõem esse planejar;
• é uma atividade que subsidia o ser humano no encaminhamento de suas ações 
e na obtenção de resultados desejados.
Ao tratarmos de planejamento em uma escola, os seguintes aspectos devem 
ser considerados:
• o coletivo de indivíduos que desempenham inúmeras atividades, as quais por 
natureza própria requerem um processo de planejamento que possibilite a 
participação efetiva desse conjunto de pessoas, que a princípio deve tomar 
decisões pertinentes aos fins a que se propõe uma instituição educacional;
• o planejamento como uma ferramenta viabilizadora de um processo que 
contribua para o desenvolvimentode todos aqueles que estejam direta ou 
indiretamente vinculados à educação;
• os inúmeros desafios a enfrentar quando falamos de processo de planejamento 
como um procedimento viabilizador de um direito público que é a educação.
No contexto educacional, tem havido certa confusão entre o processo de 
planejamento e os documentos (plano, programa ou projeto) decorrentes desse processo. 
Tal situação tem levado os profissionais da educação a encararem o planejamento como 
algo que mais atrapalha do que ajuda na inovação do ensino e da aprendizagem. 
 
CRC • • • © Didática Geral18
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 2
Essa prática intencional de separar os que pensam dos que fazem resultou 
lamentavelmente, no burocratizamento em todas as instâncias de planejamento, em 
especial, nas escolas. Tal prática tem reforçado a parte meramente técnica do planejamento, 
o que leva os profissionais da educação a um ativismo alucinante, cegando-os daquilo de 
criativo da arte de planejar. 
 
O planejamento deve tornar-se uma articulação dinâmica e coletiva entre o 
fazer, o refletir e o sentir, tornado-se um forte aliado contra o ativismo que freqüentemente 
toma conta do cotidiano escolar e que em alguns casos pode transformar os profissionais 
da educação em máquinas, nos momentos em que ministram aulas ou executam tarefas 
administrativas, às vezes sem consciência do significado dessas ações. 
A concepção de planejamento como processo ajuda-nos a recuperar sua 
importância, revestindo-o de uma função pedagógica no momento do processo de discussão, 
sistematização, apropriação de instrumentos e procedimentos teórico-metodológicos, que, 
formalizados em documentos, garantam a continuidade do processo no âmbito escolar, 
visando a avanços necessários à sociedade que pretendemos ajudar a construir. 
É necessário que comecemos a introjetar a real importância do processo de 
planejamento conduzido por aqueles que efetivamente constituem o coletivo de indivíduos 
que pensam e fazem acontecer o ensino e a aprendizagem na escola. 
Agindo dessa forma, com certeza estaremos dando a nossa contribuição para 
a consolidação de novas formas de organização do trabalho na escola. Assim, todos 
(professores, alunos, diretor, coordenador, enfim toda comunidade escolar) terão mais 
interesse pela concretização das propostas.
Propostas oriundas de um processo com características participativas têm 
maiores condições de avançar de forma planejada, articulada e sistemática, porque 
provavelmente teremos mais indivíduos motivados a contribuir com a consecução dos 
objetivos. 
 
Conversando a respeito do planejamento3
A vivência do cotidiano escolar tem evidenciado situações bastante questionáveis 
nesse sentido:
a) Os objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam-se 
confusos e desvinculados da realidade social e cultural de nossos alunos.
b) Os conteúdos a serem trabalhados, por sua vez, são definidos de forma 
autoritária, pois os professores, acabam por não participar dessa tarefa 
(LOPES, 1995).
c) Os recursos que dispomos para o desenvolvimento de nossa prática 
pedagógica, muitas vezes são considerados meros instrumentos de ilustração 
das aulas, reduzindo-se a equipamentos, muitas vezes incoerentes com os 
objetivos e conteúdos estudados.
d) A metodologia usada pelo educador é caracterizada pela prevalência 
de atividades transmissoras de conhecimentos, com pouco espaço para 
discussões e análise dos conteúdos. Assim, o aluno continua passivo, pois seu 
pensamento criativo é mais bloqueado que estimulado.
PARA VOCÊ REFLETIR:
O que a escola vem 
praticando: o “planejamento” 
ou o “burocratizamento”?
ATENÇÃO!
Registre suas reflexões no 
Bloco de Anotações ou no 
caderno, elas serão úteis 
para a elaboração de seu 
Trabalho de Conclusão de 
Curso (TCC).
INFORMAÇÃO:
“Um dos aspectos mais 
preocupantes quando 
refletimos sobre a escola 
é a constatação de que, 
hoje, ela está sem objetivos” 
(ALVES, R., 2000, p. 22).
introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 19Batatais – Claretiano
UNIDADE 2
e) A avaliação do rendimento escolar, resume-se no ritual de provas periódicas 
nas quais são verificadas as quantidades de conteúdos assimilados. 
Nesse contexto, o planejamento do ensino acontece, mas desvinculado da 
realidade social, caracterizado como uma ação mecânica e burocrática do professor, pouco 
contribuindo para a qualidade da práxis pedagógica.
[...] no meio escolar, quando se faz referência a planejamento do ensino, 
a idéia que passa é aquela que identifica o processo através do qual são 
definidos os objetivos, os conteúdos programáticos, os procedimentos de 
ensino, os recursos didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem, 
bem como a bibliografia básica a ser consultada no decorrer do curso, 
série ou disciplina de estudo. Com efeito, este é o padrão de planejamento 
adotado pela grande maioria dos professores e que, em nome da eficiência 
do ensino disseminada pela concepção tecnicista de educação, passou a 
ser valorizado apenas em sua dimensão técnica (LOPES, 1995, p. 42).
Isso não significa que devemos deixar de utilizar este tipo de esquema ou outros 
determinados pelas escolas ou secretaria da educação. 
O importante nesse processo é a articulação dos componentes do plano de 
ensino com o todo social, ao contrário deste tipo de ação, a concepção de planejamento 
acaba por tornar incapaz a dinâmica e, além disso, dificultar a prática didática. 
No momento cabe-nos extrapolar a simples tarefa de elaborar um documento 
contendo apenas os elementos tecnicamente estabelecidos. 
Considerando o encaminhamento de um planejamento que supere a dimensão 
técnica, as atividades educativas deveriam ser planejadas tendo como ponto de referência 
a problemática sociocultural, econômica e política do contexto escolar em que a escola 
está inserida. Assim, trabalhamos visando à transformação da sociedade de classes, no 
sentido de torná-la mais justa e igualitária.
Lopes (1995) sugere-nos os princípios do planejamento participativo, forma de 
trabalho comunitário, que se caracteriza pela integração de todos os setores da atividade 
humana, em uma ação globalizante, visando à solução de problemas comuns. 
No contexto escolar, o planejamento participativo caracteriza-se:
• Pela busca da integração efetiva entre a escola e a realidade social, ressaltando 
a relação teoria e prática.
• Pela participação da comunidade escolar: professores, alunos, especialistas e 
demais pessoas envolvidas neste processo, que seria o ponto essencial para 
a produção do conhecimento.
Observe as fases do Planejamento (LOPES, 1995, p. 45-52):
Fase 1 – Estudo real da escola em suas relações com o contexto social em que 
se insere. O estudo deverá ser feito de forma global, analisando as circunstâncias 
socioculturais, econômicas e políticas dos diferentes níveis presentes nas 
relações escola e sociedade (universo sociocultural dos alunos, seus interesses 
e suas necessidades, identificar o que já conhecem, o que aspiram e como 
vivem). O resultado desse primeiro momento do planejamento participativo 
seria um diagnóstico sincero da realidade concreta do aluno, elaborado de 
forma consciente e comprometida com seus interesses e necessidades. 
 
INFORMAÇÃO:
Um planejamento dirigido 
para uma ação pedagógica 
transformadora possibilitará 
ao professor: 
• maior segurança para lidar 
com a relação educativa 
que ocorre na sala de aula e 
em toda a escola; 
• efetivar um trabalho 
integrado ao concreto de 
nossos educandos.
CRC • • • © Didática Geral20
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 2
Fase 2 – Após a primeira fase, devemos proceder à organização do trabalho 
didático. A definição dos objetivos a serem perseguidos, a sistematização do 
conteúdo programático e a seleção dos procedimentos de ensino a serem 
utilizados, estas são as ações básicas dessa segunda fase. 
• Na definição dosobjetivos, portanto, será essencial a especificação dos 
diferentes níveis de aprendizagem a serem atingidos: a aquisição, a 
reelaboração dos conhecimentos aprendidos e a produção de novos. Assim, 
os objetivos deverão expressar ações, tais como reflexão crítica, a curiosidade 
científica, a investigação e a criatividade (Unidade III).
• Em relação aos conteúdos a serem estudados (Unidade IV), como são parte 
integrante do currículo escolar previamente estruturado (por exemplo, 
PCNs, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, ou Diretrizes 
do Ensino Médio), deverão passar por uma análise crítica com vistas à 
identificação do que representa o essencial e do que representa o secundário 
a ser aprendido. 
• Para efetivarmos essa distinção (essencial e secundário), devemos olhar a 
realidade concreta dos alunos, a partir da qual o saber sistemático poderá 
ser selecionado com o objetivo de funcionar como meio de compreensão 
crítica dessa realidade. A organização do chamado conteúdo programático 
far-se-á considerando-se primeiramente os objetivos propostos em termos de 
aquisição, reelaboração e produção de conhecimentos, ou seja, expressos em 
capacidades a serem desenvolvidas.
Sintetizando: os objetivos precisam ser estabelecidos anteriormente aos 
conteúdos, assim, tornamos o processo de ensino e o processo de aprendizagem 
direcionados às necessidades de nossos alunos e não na simples transmissão 
de conteúdos com fim em si mesmos.
Fase 3 – A terceira etapa seria a articulação dos procedimentos que deverão 
ser concretizados. Tais procedimentos devem ser relacionados de forma a 
atenderem aos diferentes níveis de aprendizagem desejados, bem como, à 
natureza da matéria de ensino proposta. 
• A tarefa do professor nesse momento será articular uma metodologia de ensino 
que se concretize pela variedade de atividades estimuladoras da criatividade 
dos alunos. Nessa etapa a participação dos alunos é muito enriquecedora. 
Descobrir suas expectativas, saber por que estão na escola, qual seu projeto 
de vida, estas são questões que levarão ao entendimento do aluno, ajudando-
o na compreensão da linguagem, de suas dificuldades, do que aspiram.
Fase 4 – O passo seguinte é a sistematização do processo de avaliação da 
aprendizagem. A avaliação nessa concepção de planejamento não poderá ter o 
sentido de processo classificatório dos resultados de ensino. 
• Num processo educativo em que a metodologia de ensino privilegia a 
criatividade dos alunos, a avaliação terá o caráter de acompanhamento, em 
um julgamento conjunto de professores e alunos. 
Sintetizando: precisamos ter a idéia de que a caracterização de momentos 
e etapas no planejamento no ensino não deverá ser entendida como o 
desenvolvimento de partes distintas e estanques, pois não podemos enquadrar 
uma ação de natureza contínua, dinâmica e global. Para que isso aconteça, 
é necessário que em nossas escolas convivam pessoas comprometidas 
com a postura política a fim de que um processo transformador possa ser 
desenvolvido. 
INFORMAÇÃO:
É importante não perder 
de vista que um processo 
transformador não poderá 
deixar se conduzir por 
objetivos que explicitem 
somente a aquisição de 
conhecimentos.
ATENÇÃO!
Devemos nos preocupar 
mais com a qualidade da 
reelaboração e produção de 
conhecimentos apreendidos 
por cada aluno, tendo como 
ponto de partida a matéria 
estudada, do que com a 
verificação da quantidade de 
conteúdos aprendidos.
introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 21Batatais – Claretiano
UNIDADE 2
No contexto de planejamento participativo2, é impossível a convivência de 
um discurso de participação com uma prática de divisão e da competição.
A relação cooperativa deve ser preservada para que:
• o planejamento seja levado em consideração à participação de todos os 
elementos envolvidos no processo de ensino;
• a unidade entre a teoria e a prática seja alcançada;
• a realidade concreta (escola, aluno, sociedade) seja o ponto de partida do 
planejamento;
• os fins mais amplos da educação sejam atingidos. 
plano de ensino4
O plano de ensino representa o trabalho de previsão de todas as atividades 
de uma determinada disciplina, desenvolvidas durante um curso. Essa 
previsão pode ser anual, mensal ou semanal, conforme a duração do curso. 
Deve ser elaborado em conjunto com todo o pessoal envolvido no processo 
ensino-aprendizagem, após o conhecimento do aluno e do contexto social 
e escolar, (VALE, 1995, p. 112). 
Plano de ensino é, pois, um documento elaborado pelo(s) docente(s), 
contendo a(s) sua(s) proposta(s) de trabalho, numa área e/ou disciplina 
específica. O plano de ensino deve ser percebido como um instrumento 
orientador do trabalho docente, tendo-se a certeza e a clareza de que 
a competência pedagógico-política do educador escolar deve ser mais 
abrangente do que aquilo que está registrado no seu plano (cf. FUSARI, 
1991, p. 44-53).
Os itens do plano de ensino variam conforme a escola, mas, por exemplo, poderá 
conter os seguintes elementos: 
• nome da escola; 
• ano letivo; 
• série; 
• disciplina ou área de conhecimento; 
• objetivos gerais da etapa de ensino (Ensino Fundamental de 1a a 4a; ou 5a 
a 8a, ou Ensino Médio); 
• objetivos específicos da série; 
• conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais); 
• estratégias; 
• recursos (materiais);
• avaliação.
Veja no quadro, a seguir, uma sugestão de formalização de um plano de 
ensino.
 
2 Planejamento participativo é parte integrante da 
metodologia da pesquisa 
participante, forma de trabalho 
característica dos movimentos de 
educação popular. 
Um maior aprofundamento 
desse tema poderá ser obtido na 
vasta bibliografia existente sobre 
pesquisa participante. 
Quanto ao planejamento 
participativo aplicado à educação, 
a descrição de uma experiência 
nesse caso poderá ser analisada 
em VIANNA, I. Planejamento 
participativo na escola. São Paulo: 
EPU, 1986.
PARA VOCÊ REFLETIR:
Não podemos encarar 
a educação como uma 
atividade neutra. O 
planejamento participativo 
permite a realização de um 
trabalho problematizador 
e participante, no sentido 
de encaminhar o aluno 
para a reelaboração dos 
conteúdos escolares do 
saber sistematizado, com 
vistas na produção de novos 
conhecimentos.
ATENÇÃO!
Registre suas reflexões pois 
elas serão úteis para o seu 
TCC.
CRC • • • © Didática Geral22
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 2
Escola: 
Ano do Ciclo (Público Alvo - Para quem?)
Área
Língua
Portuguesa;
Matemática;
Ciências 
Naturais;
História;
Geografia;
Arte;
Educação;
Língua 
Estrangeira
(Ensino 1º a 
3º série)
Áreas:
Linguagem,
Códigos e 
suas
Tecnologias;
Ciências da 
Natureza,
Matemática e 
suas
Tecnologias 
Humanas 
e suas Tec-
nologias
Objetivos 
(Para quê?)
Conteúdo (O 
quê?)
Recursos 
(Seleção de 
Recursos 
Materiais)
Duração 
(Cronograma 
de Trabalho)
Tipo e In-
strumento 
de Avaliação 
(Como definir 
os avanços?)
O fundamental não é decidir se o plano será redigido no formulário x ou y, mas 
assumir que a ação pedagógica necessita de um mínimo de preparo, mesmo 
tendo o livro didático como um dos instrumentos comunicacionais no trabalho 
escolar em sala de aula (FUSARI, Revista Idéias, n. 8, p. 46). 
Plano de aula: Plano de aula caracteriza-se pela previsão mais detalhada das 
realizações diárias, buscando a ação e dinamização da proposta global do plano 
de ensino. 
Segundo Vale (1995), cada professor poderá organizar seu plano de aula, pois 
não há um esquema rígido a ser seguido.
Observe os itens que compõem um modelo de plano de aula:
introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 23Batatais – Claretiano
UNIDADE 2
- título da aula; 
- série; 
- tempo necessário;
- introdução;
- objetivos;
- recursos didáticos;
- organização da sala;
- procedimentos didáticos ou desenvolvimento da aula;
- avaliação;
- bibliografia;
- sugestões para trabalho interdisciplinar (interaçãoentre as disciplinas ou áreas 
do conhecimento).
referênCias BiBliográfiCas 5
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmentros 
Curriculares Nacionais. Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação a Distância. Construindo a Escola Cidadã. Brasília: MEC-
SEAD, 1998.
FUSARI, J. C. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas 
de respostas. Revista Idéias, n. 8, São Paulo: FDE, 1998, p. 44 - 53.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, dez./2000.
SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Cortez, 1983.
______. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez, 1992.
VIANNA, I. O. de A. Planejamento participativo na escola: um desafio ao educador. São 
Paulo: EPU, 1986.
UDESC. Planejamento e Avaliação Educacional. Caderno EAD. Florianópolis, 2001.
 
ATENÇÃO!
No decorrer de seu curso 
e em sua caminhada 
profissional o hábito da 
pesquisa lhe ajudará a 
encontrar respostas para 
os problemas que possam 
vir a surgir, ampliando 
seus horizontes. Pesquise 
sempre!
Anotações
Anotações
introdução1
U
N
ID
A
D
E
 3
OBJETIVOS DE ENSINO
Objetivos 
•	 Interpretar o significado e a importância do estabelecimento 
de objetivos no contexto educacional.
•	Ser capaz de organizar a prática pedagógica, tendo em 
vista diferentes objetivos. 
Conteúdo 
• Os objetivos de ensino com base em trecho extraído do 
documento introdutório dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais.
• Você verá como objetivos de ensino são mais significativos 
quando expressos em capacidades a serem desenvolvidas 
nos alunos.
CRC • • • © Didática Geral26
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 3
introdução1
Na Unidade II, trocamos idéias a respeito da conceituação, importância do 
planejamento e elaboração do plano de ensino. 
Nesta unidade, vamos estudar os objetivos de ensino tendo por base o trecho 
a seguir, retirado do documento introdutório dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(BRASIL, 1997, p. 67-71). 
oBjetivos de ensino 2
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (1a 
a 4a séries), (PCNs), são documentos oficiais, elaborados pelo Ministério da Educação, 
publicados no ano de 1997. Essa coleção contém 10 volumes, distribuídos em uma 
Introdução e mais nove áreas do conhecimento: Língua Portuguesa; Matemática; Ciências 
Naturais; História e Geografia; Arte; Educação Física; Apresentação dos Temas Transversais 
e Ética; Meio Ambiente e Saúde; Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. O objetivo do 
Ministério da Educação (MEC) com este material é auxiliar o professor na execução de seu 
trabalho, fazendo com que o aluno domine conhecimentos de que necessita para crescer 
como cidadão plenamente reconhecido e consciente de seu papel na sociedade.
Os objetivos propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
concretizam as intenções educativas em termos de capacidades que devem 
ser desenvolvidas pelos alunos ao longo da escolaridade. A decisão de 
definir os objetivos educacionais em termos de capacidades é crucial nesta 
proposta, pois as capacidades, uma vez desenvolvidas, podem expressar-
se numa variedade de comportamentos. O professor, consciente de que 
condutas diversas podem estar vinculadas ao desenvolvimento de uma 
mesma capacidade, tem diante de si maiores possibilidades de atender à 
diversidade de seus alunos. Assim, os objetivos se definem em termos de 
capacidades de ordem: cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal, 
inserção social, ética e estética, tendo em vista uma formação ampla.
A capacidade cognitiva tem grande influência na postura do indivíduo 
em relação às metas que quer atingir nas mais diversas situações da 
vida, vinculando-se diretamente ao uso de formas de representação 
e de comunicação, envolvendo a resolução de problemas, de maneira 
consciente ou não. A aquisição progressiva de códigos de representação e 
a possibilidade de operar com eles interfere diretamente na aprendizagem 
da língua, da matemática, da representação espacial, temporal e gráfica e 
na leitura de imagens. 
A capacidade física engloba o autoconhecimento e o uso do corpo na 
expressão de emoções, na superação de estereotipias de movimentos, 
nos jogos, no deslocamento com segurança. 
A afetiva refere-se às motivações, à auto-estima, à sensibilidade e à adequação 
de atitudes no convívio social, estando vinculada à valorização do resultado dos 
trabalhos produzidos e das atividades realizadas. Esses fatores levam o aluno a 
compreender a si mesmo e aos outros. 
A capacidade de relação interpessoal, que envolve compreender, conviver e 
produzir com os outros, percebendo distinções entre as pessoas, contrastes de 
temperamento, de intenções e de estados de ânimo, está estreitamente ligada 
à capacidade afetiva. O desenvolvimento da inter-relação permite ao aluno se 
ATENÇÃO!
Ao longo desta unidade, 
você será convidado a 
refletir sobre várias questões 
importantes. Não deixe de 
fazê-lo. 
Não se esqueça, sua 
participação é uma maneira 
de manifestar solidariedade 
com seus colegas de curso. 
E, depois, sua participação 
vale pontos! 
INFORMAÇÃO:
Neste tópico, você verá como 
os objetivos de ensino são 
mais significativos quando 
expressos em capacidades 
a serem desenvolvidas nos 
alunos. Vamos entender?
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 27Batatais – Claretiano
UNIDADE 3
introdução1
colocar do ponto de vista do outro e a refletir sobre seus próprios pensamentos. 
No trabalho escolar o desenvolvimento dessa capacidade é propiciado pela 
realização de trabalhos em grupo, por práticas de cooperação que incorporam 
formas participativas e possibilitam a tomada de posição em conjunto com os 
outros.
A capacidade estética permite produzir arte e apreciar as diferentes produções 
artísticas produzidas em diferentes culturas e em diferentes momentos 
históricos. 
A capacidade ética é a possibilidade de reger as próprias ações e tomadas 
de decisão por um sistema de princípios segundo o qual se analisam, nas 
diferentes situações da vida, os valores e opções que envolvem. A construção 
interna, pessoal, de princípios considerados válidos para si e para os demais 
implica considerar-se um sujeito em meio a outros sujeitos. 
O desenvolvimento dessa capacidade permite considerar e buscar compreender 
razões, nuanças, condicionantes, conseqüências e intenções, isto é, permite a 
superação da rigidez moral, no julgamento e na atuação pessoal, na relação 
interpessoal e na compreensão das relações sociais. A ação pedagógica contribui 
com tal desenvolvimento, entre outras formas afirmando claramente seus 
princípios éticos, incentivando a reflexão e a análise crítica de valores, atitudes 
e tomadas de decisão e possibilitando o conhecimento de que a formulação de 
tais sistemas é fruto de relações humanas, historicamente situadas. 
Quanto à capacidade de inserção social, refere-se à possibilidade de o aluno 
perceber-se como parte de uma comunidade, de uma classe, de um ou vários 
grupos sociais e de comprometer-se pessoalmente com questões que considere 
relevantes para a vida coletiva. Essa capacidade é nuclear ao exercício da 
cidadania, pois seu desenvolvimento é necessário para que se possa superar 
o individualismo e atuar (no cotidiano ou na vida política) levando em conta 
a dimensão coletiva. O aprendizado de diferentes formas e possibilidades de 
participação social é essencial ao desenvolvimento dessa capacidade.
Para garantir o desenvolvimento dessas capacidades é preciso: uma 
disponibilidade para a aprendizagem de modo geral. Esta, por sua vez, depende 
em boa parte da história de êxitos ou fracassos escolares que o aluno traz e vão 
determinar o grau de motivação que apresentará em relação às aprendizagens 
atualmente propostas. Mas depende também de que os conteúdos de 
aprendizagem tenham sentido para ele e sejam funcionais.
O papel do professor nesse processoé, portanto, crucial, pois a ele cabe 
apresentar os conteúdos e atividades de aprendizagem de forma que os alunos 
compreendam o porquê e o para que do que aprendem, e assim desenvolvam 
expectativas positivas em relação à aprendizagem e sintam-se motivados para 
o trabalho escolar.
Para tanto, é preciso considerar que nem todas as pessoas têm os mesmos 
interesses ou habilidades, nem aprendem da mesma maneira, o que muitas 
vezes exige uma atenção especial por parte do professor a um ou outro aluno, 
para que todos possam se integrar no processo de aprender. A partir do 
reconhecimento das diferenças existentes entre pessoas, fruto do processo de 
socialização e do desenvolvimento individual, será possível conduzir um ensino 
pautado em aprendizados que sirvam a novos aprendizados.
A escola preocupada em fazer com que os alunos desenvolvam capacidades 
ajusta sua maneira de ensinar e seleciona os conteúdos de modo a auxiliá-los a 
se adequarem às várias vivências a que são expostos em seu universo cultural; 
considera as capacidades que os alunos já têm e as potencializa; preocupa-
se com aqueles alunos que encontram dificuldade no desenvolvimento das 
capacidades básicas.
 
INFORMAÇÃO:
Importante: O aprendizado 
de diferentes formas e 
possibilidades de participação 
social é essencial ao 
desenvolvimento da 
capacidade de inserção 
social.
CRC • • • © Didática Geral28
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 3
Embora os indivíduos tendam, em função de sua natureza, a desenvolver 
capacidades de maneira heterogênea, é importante salientar que a escola 
tem como função potencializar o desenvolvimento de todas as capacidades, 
de modo a tornar o ensino mais humano, mais ético. Os Parâmetros 
Curriculares Nacionais, na explicitação das mencionadas capacidades, 
apresentam inicialmente os Objetivos Gerais do ensino fundamental, que 
são as grandes metas educacionais que orientam a estruturação curricular. 
A partir deles são definidos os Objetivos Gerais de Área, os dos Temas 
Transversais, bem como o desdobramento que estes devem receber no 
primeiro e no segundo ciclos, como forma de conduzir às conquistas 
intermediárias necessárias ao alcance dos objetivos gerais. Um exemplo 
de desdobramento dos objetivos é o que se apresenta a seguir:
• Objetivo Geral do Ensino Fundamental: utilizar diferentes linguagens — 
verbal, matemática, gráfica, plástica, corporal — como meio para expressar 
e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções da cultura.
• Objetivo Geral do Ensino de Matemática: analisar informações relevantes 
do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior número de 
relações entre elas, fazendo uso do conhecimento matemático para 
interpretá-las e avaliá-las criticamente.
• Objetivo do Ensino de Matemática para o Primeiro Ciclo: identificar, em 
situações práticas, que muitas informações são organizadas em tabelas 
e gráficos para facilitar a leitura e a interpretação, e construir formas 
pessoais de registro para comunicar informações coletadas.
Os objetivos constituem o ponto de partida para se refletir sobre qual é a 
formação que se pretende que os alunos obtenham, que a escola deseja 
proporcionar e tem possibilidades de realizar sendo, nesse sentido, pontos 
de referência que devem orientar a atuação educativa em todas as áreas, 
ao longo da escolaridade obrigatória. Devem, portanto, orientar a seleção 
de conteúdos a serem aprendidos como meio para o desenvolvimento das 
capacidades e indicar os encaminhamentos didáticos apropriados para que 
os conteúdos estudados façam sentido para os alunos. Finalmente devem 
constituir-se uma referência indireta da avaliação da atuação pedagógica 
da escola. 
As capacidades expressas nos Objetivos dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais são propostas como referenciais gerais e demandam adequações 
a serem realizadas nos níveis de concretização curricular das secretarias 
estaduais e municipais, bem como das escolas, a fim de atender às 
demandas específicas de cada localidade. Essa adequação pode ser 
feita mediante a redefinição de graduações e o reequacionamento de 
prioridades, desenvolvendo alguns aspectos e acrescentando outros que 
não estejam explícitos. (BRASIL, 1997, p. 71-97). 
 
Você acabou de fazer a leitura a respeito dos objetivos de ensino e acredito 
que tenha percebido sua ligação com as diversas capacidades a serem desenvolvidas nos 
educandos. 
U
N
ID
A
D
E
 4CONTEÚDOS DE 
ENSINO
Objetivos 
•	 Identificar o procedimento de seleção e organização 
de conteúdos, de modo a saber converter na prática 
pedagógica o conhecimento científico em conhecimento 
curricular, considerando contextos socioculturais e as 
capacidades cognitivas, físicas e afetivas dos alunos. 
Conteúdo 
• Conceituação de conteúdos como meio para o 
desenvolvimento global dos educandos, com base nas 
idéias dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
CRC • • • © Didática Geral30
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 4
introdução1
Na Unidade anterior, você teve contato com as idéias dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais a respeito dos Objetivos de Ensino. 
Nesta unidade, estudará os conteúdos chamados conceituais, atitudinais e 
procedimentais, bem como sua seleção e organização para o processo de ensino.
Ao final desta unidade, você deverá conhecer o procedimento de seleção 
e organização de conteúdos, de modo a saber converter, na prática pedagógica, o 
conhecimento científico em conhecimento curricular, considerando contextos socioculturais 
e as capacidades cognitivas, físicas e afetivas dos alunos.
ConCeituação2
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 73) “[...] o que 
se propõe é um ensino em que o conteúdo seja visto como meio para que os alunos 
desenvolvam as capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens culturais, 
sociais e econômicos”. 
Ao organizar a prática educativa, os professores precisam:
• construir uma aprendizagem significativa em seus alunos;
• ressignificar os conteúdos em conceitos, procedimentos e atitudes, enfatizando, 
assim, a responsabilidade da escola com a formação global do aluno (pensar, 
agir, sentir). 
Qualquer que seja a abordagem pedagógica utilizada pelo educador, juntamente 
com os alunos, são trabalhados necessariamente os conteúdos. 
O que diferenciará o trabalho com o conteúdo é o significado que lhe é conferido 
no contexto escolar, como são selecionados e trabalhados.
A tipologia de conteúdos apresentada para você, futuro educador (maneira de 
conceituar os conteúdos), será a dos conteúdos factuais, conceituais, procedimentais 
e atitudinais.
Vamos entendê-los? 
Todo conteúdo está associado a conteúdos de outra natureza. Por exemplo:
• os aspectos factuais da soma (código e símbolo);
• os conceituais da soma (união e número), com os algorítmicos (cálculo mental 
e algoritmo);
• os atitudinais (sentido e valor).
introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 31Batatais – Claretiano
UNIDADE 4
Conteúdos factuais (fatos)
Por conteúdos factuais entendem-se o conhecimento de fatos, acontecimentos, 
situações, dados e fenômenos concretos e singulares: 
• idade de uma pessoa;
• conquista de um território;
• localização ou altura de uma montanha;
• nomes;
• códigos;
• axiomas;
• fato determinado em determinado momento, etc. 
O ensino está repleto de conteúdos factuais: 
• datas e nomes de acontecimentos na história; 
• nomes de autores e correntes na literatura, música e artes 
plásticas; 
• códigos e símbolos na área de língua, matemática, física e 
química;
• classificações na área de biologia; 
• vocabulário nas línguas estrangeiras, etc. 
Conteúdos conceituais 
Os conceitos referem-se ao conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm 
características comuns. 
Os princípios são mudanças que se produzem num fato, objeto ou situação em 
relação a outros fatos, objetos ou situações e que normalmente descrevem relações de 
causa-efeito

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