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164 Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 ARTIGO DE REVISÃO http://dx.doi.org/10.4322/sobecc.2014.025 Análise da visita pré-operatória de enfermagem: revisão integrativa* Analysis of preoperative nursing visiting: an integrative review Análisis de la visita preoperatoria de enfermería: revisión integradora Marly Maria de Oliveira1, Katiane Martins Mendonça2 RESUMO: Objetivos: Analisar a produção científica nacional sobre o estado da arte da visita pré-operatória de Enfermagem como fase da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória. Método: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, que incluiu estudos nacionais, disponíveis em todas as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, publicados até janeiro/2013. Resultados: Foram selecionados 19 estudos, todos desenvolvidos por Enfermeiros. A maioria objetivou investigar a atuação desse profissional na visita pré- operatória e apontou que, apesar de essencial, essa atividade não é uma prática habitual. Conclusão: O pequeno número de pesquisas encontrado e o enfoque das mesmas refletem a necessidade de mais investigações que reforcem a magnitude do tema e que subsidiem a prática. PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem de centro cirúrgico. Processos de enfermagem. Pesquisa em enfermagem. ABSTRACT: Objectives: To analyze the national scientific production on the state of the art of pre-operative nursing visiting as a phase of the Systematization of Perioperative Nursing Assistance. Method: An integrative literature review, which included national studies, of all the data available in the Virtual Health Library database, published until January/2013. Results: Nineteen studies developed by nurses were selected. Most of them aimed to investigate the activities of this professional in pre-operative visits. The investigation indicated that, although essential, this activity is not a usual practice. Conclusion: The small number of researches found, as well as their focuses, reflect the need for further research to subsidize this practice and increase the magnitude of the subject. KEYWORDS: Operating room nursing. Nursing process. Nursing research. RESUMEN: Objetivo: Analizar la producción científica nacional sobre el estado de la técnica de visita preoperatoria de enfermería como fase de la Sistematización de la Asistencia en Enfermería Perioperatoria. Método: Una revisión integradora de la literatura, que incluyó estudios nacionales, disponibles en todas las bases del datos de la Biblioteca Virtual en Salud, publicados hasta enero/2013. Resultados: Se seleccionaron 19 estudios, todos desarrollados por enfermeros, estando, la mayoría de ellos, dirigidos a investigar las actividades de ese profesional en visita preoperatoria y señalándose que, aunque esencial, dicha actividad no es una práctica habitual. Conclusión: El pequeño número de estudios encontrados y el enfoque de estos refleja la necesidad de más investigaciones que refuercen la magnitud del tema y subsidien la práctica. PALABRAS CLAVE: Enfermería de centro quirúrgico. Procesos de enfermería. Investigación en enfermería. a 1Enfermeira. Atua no Centro Cirúrgico e no Centro de Material e Esterilização do Hospital de Doenças Tropicais. Cursa Pós-graduação no Curso de Especialização em Sistematização da Assistência de Enfermagem. PUC-GO. Rua X-23, Qd. 18, Lt. 19. Jardim Olímpico. Aparecida de Goiânia, GO, Brasil. Telefones: (62) 3201-3636 / (62)3598 0877. E-mail: marlymil@hotmail.com 2Enfermeira. Doutora. Docente da Faculdade de Enfermagem (FEN). Universidade Federal de Goiás (UFG). Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisa de Enfermagem em Prevenção e Controle de Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (NEPIH/FEN/UFG). E-mail: katiane2303@gmail.com *Trabalho resultante do desenvolvimento de uma Monografia de Pós-graduação Lato Sensu. Curso de Especialização em Sistematização da Assistência de Enfermagem – Instituto de Ensino e Pesquisa Gênesis. Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Recebido: 17 dez. 2013 Aprovado: 20 jun. 2014 165Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Análise da visita pré-operatória de enfermagem: revisão integrativa Introdução A Sistematização de Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) é a utilização do processo de Enfermagem aplicado ao paciente cirúrgico, durante o período perioperatório, ou seja, compreende o intervalo de 24 horas antes da cirurgia até as primeiras 48 horas seguintes ao ato anestésico-cirúrgico1. De acordo com a Associação Brasileira de Enfermeiros do Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Central de Material Esterilizado (SOBECC), a SAEP possui as seguintes fases: pré-operatório imediato, transoperatório, recuperação pós-anestésica, pós-operatório imediato e pós-operatório mediato2. A implementação da SAEP é uma atividade privativa do Enfermeiro e exige desse profissional conhecimentos cognitivos e humanísticos consolidados3,4. No contexto da equipe de Enfermagem, a SAEP possibilita o desenvolvimento de ações destinadas à prevenção, ao controle e à manutenção do conforto e da segurança do paciente e de seus familiares, visando à redução dos eventos biopsicossociais advindos do processo perioperatório5. Para isso, recomenda-se manter um cuidado individualizado, considerando-se que a forma de enfrentamento diferencia-se entre os indivíduos6,7. Um importante momento desse cuidado a ser realizado no âmbito da SAEP é a abordagem inicial do paciente, no período pré-operatório. A literatura mostra que a assistência adequada, de forma criteriosa e holística, nesse momento, pode interferir no restabelecimento do indivíduo no período pós-operatório e interferir no tempo de internação8. A visita pré-operatória de Enfermagem é a atividade primordial do Enfermeiro no período pré-operatório, pois, além de representar o primeiro contato entre Enfermeiro e paciente, possibilita ao profissional detectar, solucionar e/ou encaminhar problemas identificados. A visita pré-operatória representa a essência para o sucesso da SAEP e, somente a partir desta, é possível dar continuidade à assistência nas fases subsequentes3-9. A importância da visita pré-operatória de Enfermagem é muito ampla, pois beneficia todas as partes envolvidas no processo do cuidado: proporciona o bem-estar do paciente, promove a visibilidade ao cuidado do profissional Enfermeiro e fornece subsídios ao planejamento da assistência de forma contínua e individualizada10. Esse tema recebe maior visibilidade, nos dias atuais, devido à publicação pelo Ministério da Saúde do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, buscando a prevenção de eventos adversos nos serviços de saúde11. Desse modo, a importância da visita pré-operatória é indiscutível; no entanto, na prática laboral, ainda são encontrados entraves para a sua execução, como aqueles relacionados à formação do profissional Enfermeiro, ao conhecimento da equipe quanto à realização da SAEP e aos aspectos institucionais, que podem interferir na implementação de uma assistência sistematizada, em especial no período perioperatório12,13. Caminhos para intervir nessa realidade devem ser investigados e publicados. Acreditamos que resultados de pesquisas científicas, metodologicamente rigorosas, que contemplem a necessidade e a avaliação da efetiva atuação do Enfermeiro na visita pré-operatória de Enfermagem, fundamental à SAEP, possam guiar a prática clínica. A questão norteadora para a presente revisão foi: “As produções científicas nacionais sobre visita pré-operatória de Enfermagem a contemplam como fase integrante da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP)?”. Assim, diante da importância do tema e da aparente escassez de investigações sobre a visita pré-operatória de Enfermagem, em interface com a atuação do profissional Enfermeiro, justifica-se por que este estudo se faz necessário. Seu desenvolvimentovisa a contribuir para a divulgação da SAEP, para identificar a atenção de pesquisadores nacionais sobre a temática que diz respeito ao papel fundamental dessa atividade no período perioperatório e à atuação do profissional Enfermeiro nesse período. Além disso, poderá apontar caminhos, baseados em evidências científicas, para implementar a visita pré-operatória de Enfermagem em estabelecimentos assistenciais de saúde, de modo a melhorar os indicadores da qualidade da assistência. Objetivo Analisar a produção científica nacional sobre o estado da arte da visita pré-operatória de Enfermagem como fase da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória. Método Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Esse método de pesquisa tem seis fases: identificação do tema ou questionamento da revisão integrativa; busca na literatura; categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão; interpretação dos resultados, e síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados/ apresentação da revisão integrativa14. Para a definição da amostra, foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: estudos científicos nacionais, que abordassem a sistematização da assistência de Enfermagem perioperatória, em interface com a visita pré-operatória de Enfermagem; que estivessem disponíveis em todas as bases de dados que integram a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); que tivessem sido publicados nos idiomas inglês, português e espanhol até o mês de janeiro de 2013. Não houve limite de data da primeira publicação. Para a busca, utilizaram-se os descritores apresentados pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da BVS, “enfermagem” e “visita pré-operatória”, associando-os por meio do operador boleano “AND”. Foram encontrados 166 Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Oliveira MM, Mendonça KM 24 estudos, sendo que 22 atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos. No entanto, 11 destes não estavam disponíveis nas bases de dados eletrônicas. Nesses casos, procedeu-se à tentativa de compra e/ou de contactar os autores e, dessa forma, foram obtidas oito investigações. No total, 19 estudos foram incluídos na presente revisão. Todos os 19 textos foram submetidos à leitura na íntegra. Para a análise e a síntese dos estudos, foram construídos quadros sinópticos contemplando os seguintes aspectos: autores; ano e local de publicação; periódico científico; objetivos; população do estudo; delineamento metodológico e principais resultados. Utilizou-se a forma descritiva para apresentação dos resultados. Resultados e discussão Foram avaliados 19 estudos que estão apresentados no Quadro 1. Todos os estudos avaliados foram desenvolvidos por Enfermeiros, sendo que 15,8% deles apresentavam título de Especialistas, 36,8% de Mestres ou Doutores, e em 47,4%, não foi possível identificar a titulação do autor principal. Esse achado demonstra o investimento na educação, na busca por novos saberes, o que reflete, em conjunto com o compromisso individual e organizacional, na prática assistencial, com a qualidade da assistência, e no desenvolvimento de pesquisas destinadas ao cotidiano laboral da Enfermagem. Além disso, essa participação do Enfermeiro na pesquisa pode evidenciar sua atuação como multiplicador do saber, enquanto líder de uma equipe30. Doze estudos avaliados foram desenvolvidos na Região Sudeste, seis na Região Sul e um na Região Nordeste. Uma justificativa para esse quantitativo maior na Região Sudeste é o aumento crescente de programas de Pós-Graduação e elevado número de financiamentos oriundos dos fundos de fomento à pesquisa, especialmente no Estado de São Paulo31. Dentre os 19 textos encontrados, 89,5% estavam publicados em periódicos científicos, com predomínio da Revista Paulista de Enfermagem, que tem, no cenário nacional, Qualis B2. Conforme a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Qualis refere-se a um conjunto de procedimentos destinados a estratificar a qualidade da produção intelectual dos programas de Pós-Graduação, em que os periódicos científicos são classificados por área de avaliação e em estratos alusivos à qualidade: A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C, com peso zero32. Um Qualis elevado torna o periódico reconhecido como agente de contribuição e utilidade para o desenvolvimento das práticas e da pesquisa. A atribuição do conceito Qualis é feita com extremo rigor, por vezes até inatingível para os periódicos brasileiros, que, por sua vez, necessitam de incentivos para alcançar status de veículo de excelência internacional32. O período em que houve maior distribuição da produção científica foi no período de 2006 a 2010. Acreditamos que isso se deve ao fato de a regulamentação da SAE e da implementação do Processo de Enfermagem ter sido aprovada em 2009, pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e, desde então, o assunto tem sido objeto de discussão para promover condições ao cumprimento da lei. Dentre os objetivos das investigações analisadas, a maioria (84,2%) focou na atuação do profissional Enfermeiro na realização da visita pré-operatória, abordando desde percepções sobre o trabalho desenvolvido até questões emocionais relacionadas a essa atividade. A caracterização da atuação do Enfermeiro na implementação da SAEP, por ser um ator ativo, em especial quanto à execução da visita pré-operatória de Enfermagem, é um aspecto imperativo para avaliar a assistência oferecida, em especial no quesito eficácia do método utilizado no atendimento às necessidades e aos anseios do cliente cirúrgico33. Além disso, uma atuação expressiva do Enfermeiro, pautada em técnica, ciência e humanização, tem, como feedback, a redução do medo, das incertezas e do estresse enfrentado pelo paciente no pré-operatório, bem como auxilia na recuperação do mesmo34. As populações/amostras dos estudos avaliados foram constituídas, na maioria dos casos, por usuários de estabelecimentos assistenciais de saúde. Esse enfoque no usuário e em suas percepções pode fazer com que o sujeito seja capaz de participar ativamente do processo de cuidar e, assim, contribuir para a mudança das práticas; esse fato vem recebendo destaque na literatura por meio da temática sobre empoderamento dos usuários. A perspectiva dos usuários sobre os estabelecimentos assistenciais de saúde promove o controle social e um crescimento progressivo da valorização do seu papel de consumidor. Os usuários podem, assim, subsidiar o processo decisório conjunto e intervir em soluções adequadas para os problemas existentes35. Nesse contexto de abordagem de todos os envolvidos, direta e indiretamente, na assistência à saúde, recebeu destaque, na presente revisão, a negligência dos estudos com o papel dos gerentes de serviços de saúde, da equipe multiprofissional e dos gestores dos sistemas de saúde, de modo a interferirem no processo de implementação e efetivação da visita pré-operatória de Enfermagem. Sabe-se que, direta e/ou indiretamente, esses envolvidos podem influenciar na elaboração e no desenvolvimento de projetos e ações. Estudos apontam como fatores dificultadores para a omissão da visita pré-operatória de Enfermagem o não apoio de outros profissionais e a negligência dessa tarefa pelos gerentes das clínicas e do centro cirúrgico. Aparentemente, o que se tem são ações centralizadas em grupos de pessoas que pensam os processos a serem executados por outros profissionais. Desta forma, verifica-se que o modelo de gestão institucional interfere nos resultados dos processos de trabalho, podendo ser positivos, por meio do modelo 167Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Análise da visita pré-operatória de enfermagem: revisão integrativa Q ua dr o 1. C ar ac te riz aç ão d os e st ud os a na lis ad os a ce rc a da S A EP , s eg un do a ut or es , a no e lo ca l d e pu bl ic ação , p er ió di co , o bj et iv os , p op ul aç ão /a m os tra e d el in ea m en to m et od ol óg ic o – 20 13 . A ut or , a no e lo ca l Pe rió di co O bj et iv os Po pu la çã o/ am os tra D es ig n Pi cc ol i e t a l.4 (2 00 1) . P ar an á. R ev L at in o- A m E nf er m . Id en tif ic ar o d ia gn ós tic o de E nf er m ag em c om m ai or fr eq uê nc ia na v is ita p ré -o pe ra tó ria d e pa ci en te s s ub m et id os à c iru rg ia g er al . 30 p ac ie nt es su bm et id os à ci ru rg ia g er al . D es cr iti vo tr an sv er sa l Fo ns ec a et a l.1 5 ( 20 09 ). Sã o Pa ul o. A ct a Pa ul E nf er m . Le va nt ar o s a rti go s p ub lic ad os p el a En fe rm ag em b ra si le ira em c en tro c irú rg ic o, id en tif ic ar o s a ut or es , t ip os d e pe sq ui sa e re su lta do s, e an al is ar d es cr iti va m en te se us re su lta do s. 56 a rti go s p ub lic ad os n a ín te gr a, e m p er ió di co s na ci on ai s, de 1 97 8 a 20 06 . R ev is ão in te gr at iv a M en do za e t a l.1 6 ( 20 10 ). Sã o Pa ul o. In ve st E du c En fe rm . Id en tif ic ar o s f at or es d e ris co p ar a co m pl ic aç õe s n o pe río do d e re cu pe ra çã o pó s- an es té si ca (S R PA ) n o pa ci en te id os o. 11 0 pa ci en te s q ue pe rm an ec er am e m S R PA . D es cr iti vo tr an sv er sa l G rit te m e t a l.3 (2 00 6) . Pa ra ná . C og ita re E nf er m . Id en tif ic ar a p er ce pç ão d as E nf er m ei ra s a ce rc a da im po rtâ nc ia da v is ita p ré -o pe ra tó ria , e st ab el ec en do -a c om o pr im ei ra e ta pa d a si st em at iz aç ão d a as si st ên ci a de E nf er m ag em p er io pe ra tó ria . 22 E nf er m ei ro s d e En fe rm ar ia s e de C en tro C irú rg ic o. D es cr iti vo tr an sv er sa l Fr ia s e t a l.1 7 ( 20 10 ). R io d e Ja ne iro . R EM E – R ev M in E nf er m . Id en tif ic ar o p er fil d os p ac ie nt es su bm et id os à v is ita p ré - op er at ór ia d e En fe rm ag em e a fo rm a co m o a vi si ta in te rf er e no es co re d e an si ed ad e do p ac ie nt e. 30 p ac ie nt es q ue fo ra m su bm et id os à c iru rg ia e le tiv a em u m H os pi ta l U ni ve rs itá rio Q ua se e xp er im en ta l Sa nt os e t a l.1 8 ( 20 07 ). Pa ra ná . C og ita re E nf er m . Id en tif ic ar o s d ia gn ós tic os d e En fe rm ag em e m oc io na is m ai s fr eq ue nt es n a vi si ta p ré -o pe ra tó ria e m p ac ie nt es su bm et id os à ci ru rg ia o nc ol óg ic a. 20 p ac ie nt es a du lto s e m pr é- op er at ór io d e ci ru rg ia on co ló gi ca . Pe sq ui sa so ci al Fo sc hi er a et a l.8 (2 00 4) . Pa ra ná . C iê nc C ui d Sa úd e Id en tif ic ar o s d ia gn ós tic os d e En fe rm ag em n o pe río do p ré - op er at ór io d e pa ci en te c om in di ca çã o de c iru rg ia g er al , fu nd am en ta do s n a te or ia d e Id a Je an O rla nd o. 20 p ac ie nt es a du lto s c om in di ca çã o de p ro ce di m en to ci rú rg ic o. Q ua se e xp er im en ta l Pa sk ul in e t a l.1 9 ( 20 04 ). Po rto A le gr e. A ct a Pa ul E nf er m . In ve st ig ar c om o os u su ár io s a te nd id os p el o Pr og ra m a de En fe rm ag em n o C ui da do D om ic ili ar a p ac ie nt es su bm et id os à ar to pl as tia to ta l d e qu ad ril p rim ár ia (A TQ P) p er ce be ra m o cu id ad o re ce bi do , n o pr é e pó s- op er at ór io , p el os E nf er m ei ro s e fa m ili ar es , n o do m ic íli o. 12 c lie nt es su bm et id os à A TQ P qu e re ce be ra m at en di m en to d om ic ili ar D es cr iti vo tr an sv er sa l Si lv a2 0 ( 19 87 ). Sã o Pa ul o. R ev E sc E nf er m U SP Id en tif ic ar h os pi ta is e m q ue p ro fis si on ai s E nf er m ei ro s q ue at ua m e m c en tro c irú rg ic o re al iz av am a v is ita p ré -o pe ra tó ria d e En fe rm ag em . 30 E nf er m ei ro s d e C en tro C irú rg ic o, e m 1 4 ho sp ita is D es cr iti vo tr an sv er sa l G rit te m e t a l.9 (2 00 0) . Pa ra ná . C og ita re E nf er m . R el at ar a im pl em en ta çã o da v is ita p er io pe ra tó ria , t en do c om o in st ru m en to u m a Fi ch a de V is ita d e En fe rm ag em . 11 4 pa ci en te s q ue se ria m su bm et id os a c iru rg ia s R el at o de c as o G ar ci a2 1 ( 19 99 ). R io d e Ja ne iro . R ev B ra s C an ce ro l. A na lis ar a s e xp ec ta tiv as d os p ac ie nt es c om c ân ce r e m re la çã o às or ie nt aç õe s p ré -o pe ra tó ria s. 55 p ac ie nt es su bm et id os à ci ru rg ia o nc ol óg ic a Q ua nt i-q ua lit at iv o Si lv a2 2 ( 20 04 ). Sã o Pa ul o. D is se rta çã o de m es tra do Id en tif ic ar p ro bl em as a pr es en ta do s p or p ac ie nt es c irú rg ic os ap ós a a lta h os pi ta la r, co rr el ac io ná -lo s c om a a ss is tê nc ia pe rio pe ra tó ria e d is cu tir a çõ es d e En fe rm ag em a pó s a a lta ho sp ita la r. 11 2 pa ci en te s s ub m et id os a ci ru rg ia s e le tiv as , e m u m ho sp ita l g er al e p riv ad o. D es cr iti vo tr an sv er sa l 168 Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Oliveira MM, Mendonça KM A ut or , a no e lo ca l Pe rió di co O bj et iv os Po pu la çã o/ am os tra D es ig n A ra új o et a l.2 3 ( 19 98 ). Sã o Pa ul o. A ct a Pa ul E nf . Pr op or , a pl ic ar e a na lis ar a v ia bi lid ad e de u m in st ru m en to d e V is ita P ré -o pe ra tó ria d e En fe rm ag em . 20 0 pa ci en te s s ub m et id os a ci ru rg ia s e le tiv as . Q ua se e xp er im en ta l Sa nt os e t a l.2 4 ( 19 86 ). Sa lv ad or . R ev B ai an a En f. Id en tif ic ar a a ss is tê nc ia d e En fe rm ag em p re st ad a pe lo s En fe rm ei ro s a os p ac ie nt es q ue se rã o su bm et id os à c iru rg ia . Tr ês E nf er m ei ro s d e ce nt ro ci rú rg ic o de tr ês h os pi ta is – pú bl ic o, d e en si no e p riv ad o. D es cr iti vo tr an sv er sa l Pe lli zz et ti et a l.2 5 ( 19 91 ). Sã o Pa ul o. R ev P au l E nf . Le va nt ar o s p ro bl em as d e En fe rm ag em d et ec ta do s n a vi si ta pr é- op er at ór ia , p el o En fe rm ei ro d o ce nt ro c irú rg ic o e ve rif ic ar a re la çã o en tre e ss es p ro bl em as e a p re sc riç ão d e En fe rm ag em , pa ra o p er ío do tr an so pe ra tó rio . 74 fi ch as d e av al ia çã o pr é- op er at ór ia d e pa ci en te s su bm et id os a c iru rg ia s D es cr iti vo tr an sv er sa l C ar va lh o et a l.2 6 ( 19 91 ). Sã o Pa ul o. R ev P au l E nf . D iv id ir a ex pe riê nc ia d as a ut or as n o tra ba lh o de a ss is tê nc ia hu m an iz ad a no c en tro c irú rg ic o ao p ac ie nt e ca rd íaco . R el at o da S A E ao p ac ie nt e ca rd ía co R el at o de e xp er iê nc ia R od rig ue s e t a l.2 7 ( 19 88 ). Sã o Pa ul o. En fo qu e R el at ar a e xp er iê nc ia d e en si no d e En fe rm ag em e m c en tro ci rú rg ic o re al iz ad a co m o s a lu no s d o cu rs o de g ra du aç ão e m En fe rm ag em n o D ep ar ta m en to d e En fe rm ag em d a Es co la Pa ul is ta d e M ed ic in a. Pl an o de e ns in o de u m a di sc ip lin a de E nf er m ag em C irú rg ic a R el at o de e xp er iê nc ia R oz a et a l.2 8 ( 19 91 ). Sa nt a C at ar in a. R ev P au l E nf . Id en tif ic ar a s p er ce pç õe s p ré -o pe ra tó ria s d o pa ci en te n o tra ns po rte d a un id ad e de in te rn aç ão a té o c en tro c irú rg ic o e na sa la o pe ra tó ria , e v er ifi ca r a p re se nç a e a at ua çã o do E nf er m ei ro ne ss es m om en to s. 10 0 pa ci en te s c irú rg ic os , su bm et id os a c iru rg ia s g er ai s D es cr iti vo . Q ua lit at iv o Sa nt os e t a l.2 9 ( 19 90 ). Sã o Pa ul o A na is d o II S im pó si o B ra si le iro d e C om un ic aç ão em E nf er m ag em Id en tif ic ar a fr eq uê nc ia d as c at eg or ia s d e co nf irm aç ão e de sc on fir m aç ão d ur an te a o rie nt aç ão p ré -o pe ra tó ria , e m iti da s po r E nf er m ei ro e p ac ie nt es , e v er ifi ca r a a de qu ac id ad e da ut ili za çã o do m od el o te ór ic o da C on fir m aç ão /D es co nf irm aç ão n o re la ci on am en to E nf er m ei ro -g ru po d e pa ci en te s. 7 En fe rm ei ro s e 2 7 pa ci en te s do S er vi ço d e G in ec ol og ia e O bs te trí ci a de u m h os pi ta l- es co la D es cr iti vo tr an sv er sa l Q ua dr o 1. C on tin ua çã o. .. 169Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Análise da visita pré-operatória de enfermagem: revisão integrativa Q ua dr o 2. P rin ci pa is a ch ad os e vi de nc ia do s n os e stu do s a na lis ad os so br e SA EP – 2 01 3. Pr im ei ro a ut or , a no e lo ca l Pr in ci pa is ac ha do s Pi cc ol i e t a l.4 (2 00 1) . P ar an á. O d ia gn ós tic o de E nf er m ag em d e R is co p ar a In fe cç ão o bt ev e 10 0% d e fr eq uê nc ia n as v is ita s p ré -o pe ra tó ria s. D es ta ca ra m -s e, c om o fa to re s re la ci on ad os : o lo ca l d e in va sã o do s o rg an is m os se cu nd ár io à c iru rg ia e o s p ro ce di m en to s i nv as iv os . Fo ns ec a et a l.1 5 ( 20 09 ). Sã o Pa ul o. O e st ud o co nf irm ou a im po rtâ nc ia d a as si st ên ci a hu m an iz ad a e in di vi du al iz ad a. M en do za e t a l.1 6 ( 20 10 ). Sã o Pa ul o. Ve rif ic ou -s e o pe rf il do s p ac ie nt es : s ex o m as cu lin o (5 6, 4% ), hi pe rte ns os (3 2, 7% ) e c om A SA II (6 0, 0% ). Su bm et id os à c iru rg ia a bd om in al (5 3, 6% ), co m a ne st es ia g er al (5 0, 9% ), em p os iç ão d e de cú bi to d or sa l ( 81 ,8 % ) e p er ío do in tra op er at ór io in fe rio r a tr ês h or as (6 2, 7% ). C om pl ic aç õe s m ai s fr eq ue nt es : h ip ot er m ia (5 5, 5% ), do r ( 43 ,6 % ) e a um en to d a pr es sã o ar te ria l ( 36 ,4 % ). G rit te m e t a l.3 (2 00 6) . P ar an á. To da s a s E nf er m ei ra s c on si de ra ra m a v is ita im po rta nt e e ta m bé m u m a de su as a tri bu iç õe s; n o en ta nt o, u m n úm er o si gn ifi ca tiv o de la s n ão a re al iz av a, d ev id o a in úm er as d ifi cu ld ad es a po nt ad as . Fr ia s e t a l.1 7 ( 20 10 ). R io d e Ja ne iro . O bs er vo u- se q ue , n o gr up o de p ac ie nt es v is ita do s p or E nf er m ei ro s, o nú m er o de p es so as c om e sc or es b ai xo s p ar a an si ed ad e au m en to u qu an do co m pa ra do a o gr up o qu e nã o te ve a v is ita p ré -o pe ra tó ria . Sa nt os e t a l.1 8 ( 20 07 ). Pa ra ná . Id en tif ic ad os 2 2 di ag nó st ic os d e En fe rm ag em , t en do m ai or fr eq uê nc ia : c on he ci m en to d ef ic ie nt e (8 0% ) e m ed o (7 5% ). C on si de ro u- se a im po rtâ nc ia da v is ita c om o fo rm a de a ss is tir o p ac ie nt e de m od o si st em at iz ad o, o bj et iv an do a p re sc riç ão e a im pl em en ta çã o do p la no d e cu id ad os n o pe rio pe ra tó rio . Fo sc hi er a et a l.8 (2 00 4) . P ar an á. O s d ia gn ós tic os d e En fe rm ag em c om m ai or fr eq uê nc ia fo ra m : p ro ce ss os fa m ili ar es in te rr om pi do s ( 90 % ), in te ra çã o so ci al p re ju di ca da (9 0% ), co nh ec im en to d ef ic ie nt e (8 5% ), an si ed ad e (8 5% ), se nt im en to d e pe sa r a nt ec ip ad o (5 0% ), sí nd ro m e de e st re ss e da m ud an ça d e am bi en te (5 0% ), m ed o (3 0% ) e ri sc o pa ra so lid ão (2 5% ). Pa sk ul in e t a l.1 9 ( 20 04 ). Po rto A le gr e. Fo ra m e vi de nc ia da s c in co c at eg or ia s: o rg an iz aç ão d om és tic a; si ng ul ar id ad e do c ui da do ; t ra nq ui lid ad e e se gu ra nç a; m ud an ça s e xp er ie nc ia da s a pó s a ci ru rg ia e o c ui da do n o do m ic íli o. C on st at ou -s e qu e o m od o de v iv er n ão fo i i nt er ro m pi do p el a ci ru rg ia , d em on st ra nd o ef ic iê nc ia e h um an iz aç ão d a pr op os ta . Si lv a2 0 ( 19 87 ). Sã o Pa ul o. A m ai or ia d as E nf er m ei ra s ( 90 ,0 % ) n ão re al iz av a a vi si ta p ré -o pe ra tó ria , d ev id o a di fic ul da de s, co m o: a lto n úm er o de p ro ce di m en to s c irú rg ic os ; dé fic it de E nf er m ei ro s n o C C ; a cú m ul o de fu nç õe s; c ur to p er ío do d e in te rn aç ão a nt es d a ci ru rg ia . G rit te m e t a l.9 (2 00 0) . P ar an á. O bs er vo u- se p ou co c om pr om et im en to p or p ar te d as E nf er m ei ra s d as u ni da de s d e in te rn aç ão p ar a co m a v is ita d e En fe rm ag em e d ef ic iê nc ia n o co nh ec im en to c ie nt ífi co re la ci on ad o ao s p ro ce di m en to s c irú rg ic os . E , a in da , a n ec es si da de d e m an te r u m se rv iç o de e du ca çã o co nt in ua da p ar a es sa eq ui pe . G ar ci a2 1 ( 19 99 ). R io d e Ja ne iro . O bs er vo u- se q ue a m ai or ia d os p ac ie nt es re fe riu se r o rie nt ad a ap en as p or M éd ic os e o E nf er m ei ro n ão fo i r ec on he ci do c om o fig ur a si gn ifi ca tiv a du ra nt e a as si st ên ci a pr é- op er at ór ia . O s p ac ie nt es e nt re vi st ad os v al or iz ar am a s o rie nt aç õe s p ré -o pe ra tó ria s n ão só re la tiv as à c iru rg ia , m as ta m bé m do a m bi en te fí si co e h um an o da u ni da de d e ce nt ro c irú rg ic o, c om a bo rd ag em h um an iz ad a. Si lv a2 2 ( 20 04 ). Sã o Paul o. A m ai or ia d os p ac ie nt es re la to u pr ob le m as a ss oc ia do s à s a lte ra çõ es e m oc io na is e fi si ol óg ic as , e à d úv id a, o q ue in te rf er iu n a as si st ên ci a pe rio pe ra tó ria , s en do q ue 5 ,3 % d es te s d em an da ra m re in te rn aç ão . O te m po d e in te rn aç ão fo i c on si de ra do c ur to , d es fa vo re ce nd o m om en to s e lo ca is fo rm ai s p ar a o pr ep ar o, a a va lia çã o e as o rie nt aç õe s a o pa ci en te . E vi de nc io u- se a n ec es si da de d e es tra té gi as a ss is te nc ia is p ré e p ós -o pe ra tó ria s vo lta da s p ar a a av al ia çã o e as o rie nt aç õe s a o pa ci en te . A ra új o et a l.2 3 ( 19 98 ). Sã o Pa ul o. Id en tif ic ar am q ue o in st ru m en to p ro po st o er a vi áv el d e ap lic aç ão n a vi si ta p ré -o pe ra tó ria d e En fe rm ag em . Sa nt os e t a l.2 4 ( 19 86 ). Sa lv ad or . Ve rif ic ou -s e qu e os E nf er m ei ro s p rio riz av am a tiv id ad es a dm in is tra tiv as e m d et rim en to d a as si st ên ci a gl ob al iz ad a. N ão re al iz av am v is ita p ré - op er at ór ia . N ão fo i n ot ad a di fe re nç a en tre o d es em pe nh o do s E nf er m ei ro s d o ho sp ita l p riv ad o, c om 3 0 ci ru rg ia s d iá ria s, e um E nf er m ei ro , p ar a o pú bl ic o, e p ar a o un iv er si tá rio , c om o ito c iru rg ia s d iá ria s e d oi s E nf er m ei ro s. Pe rc eb eu -s e fa lta d e in ic ia tiv a pa ra a p es qu is a e pa ra se im pl em en ta r um a ab or da ge m m et od ol óg ic a na a ss is tê nc ia a o pa ci en te c irú rg ic o. 170 Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Oliveira MM, Mendonça KM Pr im ei ro a ut or , a no e lo ca l Pr in ci pa is ac ha do s Pe lli zz et ti et a l.2 5 ( 19 91 ). Sã o Pa ul o. Fo ra m le va nt ad os 3 87 p ro bl em as d e En fe rm ag em e 1 35 p re sc riç õe s d e En fe rm ag em . F or am e nc on tra do s 3 4, 88 % d e co rr es po nd ên ci a en tre o to ta l de p ro bl em as e a s p re sc riç õe s d e En fe rm ag em . O s m ai or es ín di ce s, de p ro bl em as e p re sc riç õe s d e En fe rm ag em , d et ec ta do s f or am re la ci on ad os a o es ta do e m oc io na l, à co m un ic aç ão e a os m ed os , c om n ív el d e co rr es po nd ên ci a pr es cr iç ão -p ro bl em a de 6 4, 10 % . C ar va lh o et a l.2 6 ( 19 91 ). Sã o Pa ul o. A h um an iz aç ão d ev e se r a b as e da a ss is tê nc ia d e En fe rm ag em p re st ad a. O u so d a lin gu ag em a ce ss ív el e o re sp ei to à in di vi du al id ad e e à in te gr id ad e do se r h um an o be ne fic ia m a p ar tic ip aç ão e a a ce ita çã o do p la no te ra pê ut ic o pr op os to . R od rig ue s e t a l.2 7 ( 19 88 ). Sã o Pa ul o. O p ro ce ss o de a pr en di za ge m c om v is ta s a o de se nv ol vi m en to d e um a as si st ên ci a de E nf er m ag em si st em at iz ad a, p re st ad a ao p ac ie nt e no tra ns op er at ór io , d ev e es ta r e m ba sa do e m c on he ci m en to s t éc ni co s, ci en tíf ic os e h um an ís tic os , c om ê nf as e na im po rtâ nc ia d a vi si ta p ré -o pe ra tó ria . R oz a et a l.2 8 ( 19 91 ). Sa nt a C at ar in a. El ev ad o nú m er o de p ac ie nt es m os tro u- se sa tis fe ito c om o a te nd im en to d o C C , p or ém h ou ve u m a at ua çã o re st rit a do E nf er m ei ro e m re la çã o à eq ui pe . N ão h ou ve g ra nd e di fe re nç a ao c om pa ra r o h os pi ta l q ue re al iz av a a vi si ta p ré -o pe ra tó ria c om a qu el e qu e nã o re al iz av a, c om a re fle xã o so br e a ef et iv id ad e e a ef ic ác ia d a m es m a. Sa nt os e t a l.2 9 ( 19 90 ). Sã o Pa ul o. A s f re qu ên ci as fo ra m 5 6% p ar a a ca te go ria d e co nf irm aç ão e 4 4% p ar a a ca te go ria d e de sc on fir m aç ão . V er ifi co u- se q ue o m od el o te ór ic o de co nf irm aç ão /d es co nf irm aç ão é a pl ic áv el p ar a dí ad es e p ar a pe qu en os g ru po s. Q ua dr o 2. C on tin ua çã o. .. 171Rev. SOBECC, São Paulo. jul./set. 2014; 19(3): 164-172 Análise da visita pré-operatória de enfermagem: revisão integrativa de gestão compartilhada, na qual há o envolvimento de todos na elaboração e na implementação de uma metodologia de assistência sistematizada. E, somente assim, se provocarão mudanças no modo de agir dos trabalhadores, gerentes e gestores, uma vez que engloba compromisso e responsabilidade. Embora seja ideal, este modelo é desafiador, pois influencia as relações de poder e a autonomia36. Quanto ao delineamento metodológico, predominou a abordagem quantitativa dos dados. Relatos de experiências9,26,27 e pesquisas com abordagem de método misto21 também foram encontradas. Destacam-se as duas investigações de caráter qualitativo18,28, que podem complementar estudos quantitativos após a identificação de diagnósticos situacionais e, assim, apontar novas reflexões sobre a temática do estudo. Caracterizar o tipo de pesquisa é importante, pois, baseando- se na fidedignidade do método empregado, pode-se replicar o estudo e considerar os resultados aplicáveis na prática clínica1. De acordo com o Quadro 2, os estudos analisados apontaram resultados diversos, que indicam problemas e soluções relacionadas à assistência de Enfermagem perioperatória. A identificação dos diagnósticos de Enfermagem foi destacada por alguns autores4,8,18,25 como ponto forte para o cuidado sistematizado. A visita pré-operatória de Enfermagem foi classificada como indispensável; contudo, esta deve ser pautada no conhecimento científico, de forma humanizada e em linguagem acessível, respeitando a individualidade e a integridade do paciente. Alguns pesquisadores abordaram a efetividade da realização de visitas pré-operatórias de Enfermagem24,28 e demonstraram não ter encontrado diferença de desempenho entre instituições que a realizavam e outras que não realizavam. Evidenciou-se, com o presente estudo, que a maioria das investigações, apesar de apontarem a importância e a responsabilidade da realização da visita pré-operatória pelo Enfermeiro, demonstrou que essa atividade não é uma prática habitual. Os pesquisadores dos estudos incluídos nesta revisão apresentaram alguns motivos para que isso não ocorra, como o elevado número de procedimentos cirúrgicos, o déficit de Enfermeiros atuando no centro cirúrgico, o acúmulo de funções, o curto período de internação prévio ao procedimento anestésico-cirúrgico e o déficit no conhecimento científico relacionado aos procedimentos cirúrgicos. Os resultados observados neste estudo são similares àqueles de outros estudos1,5, que enfocaram a assistência de Enfermagem ao paciente cirúrgico. Nessas investigações, verificou-se a priorização de atividades administrativas – o cuidado nem sempre vem acompanhado de orientação que atenda aos anseios do paciente – e a forma mecânica e rotineira como os procedimentos são executados. A atualidade demanda ações que minimizem a ocorrência de eventos adversos relacionados à assistência à saúde; também, há de se priorizar ações para a segurança dopaciente, para a qualidade do atendimento e para a estrutura organizacional em prol da melhor atividade laboral de profissionais da área da saúde. Conclusão Foi possível verificar que a visita pré-operatória de Enfermagem é reconhecidamente uma atividade essencial ao desenvolvimento da SAEP. Está inserida num período decisivo e mostra-se fundamental, em todos os 19 estudos analisados, para o alcance do sucesso das fases posteriores, contemplando a segurança e a proteção do paciente cirúrgico. Os resultados encontrados refletem a escassez de estudos sobre o tema, apesar de o assunto ser atual e, aparentemente, apresentar-se mais difundido no cenário nacional. A atuação do profissional Enfermeiro é retratada, pela maioria dos autores dos estudos, com deficiências, no que se refere ao atendimento do paciente cirúrgico, conforme suas necessidades. Essa situação pode mudar à medida que a instituição ofereça estrutura organizacional viável ao desenvolvimento do processo de trabalho e o profissional tenha o conhecimento e o compromisso na reconstrução de práticas destinadas à qualidade da assistência, uma vez que toda transformação exige mobilização. Acredita-se que este estudo possa, além de reforçar a importância do tema, também incentivar profissionais Enfermeiros e gerentes de instituições de saúde a refletir em conjunto sobre caminhos para implementarem a visita pré-operatória de Enfermagem ou iniciar o planejamento de ações para essa execução. Os pontos positivos e negativos apresentados pelos estudos incluídos nesta revisão devem ser relevados e repensados, ao considerar as especificidades de cada estabelecimento. A partir daí, novas pesquisas poderão ser desenvolvidas, com rigoroso perfil metodológico, de modo a colaborar com a prática da Enfermagem perioperatória, baseada em evidências científicas. Referências 1. Christóforo BEB, Carvalho DS. Cuidados de enfermagem realizados ao paciente cirúrgico no período pré-operatório. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(1):14-22. http://dx.doi.org/10.1590/ S0080-62342009000100002. PMid:19437849 2. Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Central de Material Esterilizado – SOBECC. Práticas recomendadas SOBECC. 6. ed. São Paulo: SOBECC; 2013. 3. Grittem L, Meier MJ, Gaievicz AP. Visita pré-operatória de enfermagem: percepções dos enfermeiros de um hospital de ensino. Cogitare Enferm. 2006;11(3):245-51. 4. Piccoli M, Galvão CM. Enfermagem perioperatória: identificação do diagnóstico de enfermagem risco para infecção fundamentada no modelo conceitual de Levine. 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