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INDERROGABILIDADE X RETROATIVIDADE

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INDERROGABILIDADE X RETROATIVIDADE
Inderrogabilidade:
A lei 8078/90 que trata do Código de Defesa do Consumidor, em seu 1º artigo trás a importância de que o Código trata-se de norma de ordem publica e de interesse social. 
Uma vez constatada a prática irregular, a pena não pode deixar de ser aplicada. 
A relação do artigo com o fato em questão é que as partes não podem dispensar seus direitos, a lei não necessita da vontade das partes, justamente por se tratar de norma de força cogente, legal e de aplicação obrigatória. A lei age em beneficio do consumidor, sendo vedada ação em prejuízo do mesmo. 
A exceção a obrigatoriedade deve ser uma autorização legal expressa, admitido também nos casos de convenção coletiva. 
O objetivo da inderrogabilidade é assegurar os Direitos dos consumidores, proporcionar equilíbrio e segurança na relação entre consumidor e fornecedor.
Retroatividade:
Esse tema gera grande discussão entre os doutrinadores nos trazendo correntes diversas sobre o mesmo assunto.
A retroatividade da norma é permitida, mas, será vedada quando atingir o ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido. 
(Art 6º LINDB + art. 5º, XXXVI, CF)
GABBA, é mentor da teoria da retroatividade, trazendo duas vertentes a retroatividade justa e a injusta. A Justa é aquela que não atinge o ato jurídico perfeito, coisa julgada e o direito adquirido. A injusta é aquela que fere total ou parcial o ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido. 
Somente na modalidade de retroatividade Justa, ela seria aplicável a norma.
Contra as alegações de GABBA, temos ROUBIER, ele entende que essa divisão é muito drástica e severa, sendo desnecessária. ROUBIER defende os graus diferentes da retroatividade. Por exemplo, poderia haver uma situação de retroatividade injusta, de grau minino que poderia ser considerada. 
Claudia Lima Marques, defende que a retroatividade seja aplicada nas relações consumeristas anteriores a entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidos. 
A teoria dos graus de retroatividade, foi proposta por Matos Peixoto. Os conceitos a seguir são de Dirley da Cunha Junior:
Retroatividade máxima (também chamada restitutória) quando a lei nova retroage para atingir os atos ou fatos já consumados (direito adquirido, ato jurídico perfeito ou coisa julgada).
Retroatividade média, por outro lado, se opera quando a nova lei, sem alcançar os atos ou fatos anteriores, atinge os seus efeitos ainda não ocorridos (efeitos pendentes). É o que ocorre, por exemplo, quando uma nova lei, que dispõe sobre a redução da taxa de juros, aplica-se às prestações vencidas de um contrato, mas ainda não pagas.
Retroatividade mínima (também chamada temperada ou mitigada) se verifica quando a novel lei incide imediatamente sobre os efeitos futuros dos atos ou fatos pretéritos, não atingindo, entretanto, nem os atos ou fatos pretéritos nem os seus efeitos pendentes. Dá-se essa retroatividade mínima, quando, por exemplo, a nova lei que reduziu a taxa de juros somente se aplicar às prestações que irão vencer após a sua vigência
Para o STF, a retroatividade mínima viola o art. 5º, XXXVI, CF, desde o julgamento da ADI 493/1992. Relatoria do Min. Moreira Alves, em que o STF se posicionou pela impossibilidade de retroatividade mínima, a retroatividade é contraria a ordem pública. Dentro do Código de Defesa do consumidor não há nenhuma norma obrigatória nesse sentido. Portanto a lei terá aplicação do momento em que entra em vigor pra frente. 
BIBLIOGRAFIA: 
Teoria geral das relações de consumo, Guilherme Ferreira da Cruz.
https://books.google.com.br/books?id=sjlnDwAAQBAJ&pg=PT12&lpg=PT12&dq=inderrogabilidade+x+retroatividade&source=bl&ots=Ebwo9snij0&sig=ACfU3U3ls1-GPFnY1l_90IxTGpUMO01KLg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjKoM6Xj-nnAhUEIbkGHVNbA_8Q6AEwBHoECAoQAQ#v=onepage&q&f=true
Manual de D do consuimir
Claudia Lima Marques
STF, ADIn 493-0, rel. MIn. Moreira Alves, j. 25.06.1992.
Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266383
Dirley da Cunha Junior
Disponível em: https://www.brasiljuridico.com.br/artigos/distincao-entre-retroatividade-maxima-media-e-minima
Código de Defesa do consumidor. Lei ..............
 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ORDINÁRIA 9656/98. 
PLANOS DE SEGUROS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. MEDIDA PROVISÓRIA 
1730/98. PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE ATIVA. INEXISTÊNCIA. AÇÃO 
CONHECIDA. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAIS E OBSERVÂNCIA DO DEVIDO 
PROCESSO LEGAL. OFENSA AO DIREITO A DQUIRIDO E AO ATO JURÍDICO 
PERFEITO. 1. Propositura da ação. Legitimidade. Não depende de 
autorização específica dos filiados a propositura de ação direta de 
inconstitucionalidade. Preenchimento dos requisitos necessários. 2. 
Alegação genérica de existência de vício formal das normas 
impugnadas. Conhecim ento. Impossib ilidade. 3. In constitucionalidade 
formal quanto à autoriza ção, ao func ionamento e ao órgão fiscal izador 
das empresas op eradoras de pl anos de saúde. Alterações introduzidas 
pela última edição da Medida Pr ovisória 1908 -18/99. Modificação da 
natureza jurídica das empresas. Lei regulamentadora. Possibilidade. 
Observância do disposto no artigo 197 da Constituição Federal. 4. 
Prestação de serviço médico pela rede do SUS e instituições 
conveniadas, em virtude da impossibilidade de atendimento pela 
operadora de Plano de Saúde. Ressarcimento à Administração Pública 
mediante condições preestabelecidas em resoluções internas da Câmara 
de Saúde Complementar. Ofensa ao devido processo legal. Aleg ação 
improcedente. Norma programática pertinente à realizaç ão de políticas 
públicas. Conveniência da manutenção da vigência da norma impugnada. 
5. Violação ao direito adquirido e ao at o ju rídico perfeito. Pedido

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