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ATIVIDADE 01 – MOODLE 
Direito do Consumidor 
 
Bruna Stehling Schirmer 
Izabella Gomes Cerqueira 
Rebeca Miriam Freitas 
Viviane Antunes Marinho 
 
 
 
Professor: Carlos Henrique 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) 
Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) 
Inês, pretendendo fazer pequenos reparos e manutenção em sua residência, 
contrai empréstimo com essa finalidade. Ocorre que, desconfiando dos valores 
pagos nas prestações, procura orientação jurídica e ingressa com ação 
revisional de cédula de crédito bancário, questionando a incidência de juros 
remuneratórios, ao argumento de serem mais altos que a média praticada no 
mercado. Requereu a inversão do ônus da prova e, ao final, a procedência do 
pedido para determinar a declaração de nulidade da cláusula. 
A respeito desta situação, é correto afirmar que o Código de Defesa do 
Consumidor; 
a) não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, motivo 
pelo qual o questionamento deve seguir a ótica dos direitos obrigacionais 
previstos no Código Civil, o que inviabiliza a inversão do ônus da prova. X 
Explicação: No Código de Defesa do Consumidor, em seu Art.3º, tem-se o conceito claro de 
fornecedor como “toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem 
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, 
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos 
ou prestação de serviços”. No § 2°, é colocado de forma mais explícita, o que seria serviço: 
“serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista.” Dessa forma, a alternativa está incorreta, visto 
que, é cabível a aplicação do CDC nesse caso. 
 
b) é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, cabível a 
inversão do ônus da prova, se preenchidos os requisitos legais e, em caso de 
nulidade da cláusula, todo contrato será declarado nulo, tendo em vista que 
prática abusiva é questão de ordem pública. X 
Explicação: De acordo com o Art.51, § 2º do CDC, a nulidade de uma cláusula contratual abusiva 
não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, 
decorrer de ônus excessivo a qualquer das partes. Portanto, essa alternativa está incorreta. 
 
c) é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, cabível a 
inversão do ônus da prova caso a consumidora comprove preenchimento dos 
requisitos legais, sendo certo que a declaração de nulidade da cláusula não 
invalida o contrato, salvo se importar em ônus excessivo para o consumidor, 
apesar dos esforços de integração. ✓ 
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/bancas/fgv
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/institutos/oab
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2016-oab-exame-de-ordem-unificado-xx-primeira-fase-reaplicacao-salvador-ba
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2016-oab-exame-de-ordem-unificado-xx-primeira-fase-reaplicacao-salvador-ba
Explicação: O CDC em seu Art. 6º, VIII, afirma que entre os direitos básicos do consumidor, está 
a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, 
no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for 
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências. Tendo dessa forma, a 
alternativa correta. 
 
d) não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, motivo 
pelo qual o questionamento orienta-se pela norma especial de direito bancário, 
em prejuízo da inversão do ônus da prova pleiteado, ainda que formalmente 
estivessem cumpridos os requisitos legais. X 
Explicação: A alternativa está errada. Isto, pois, além do § 2º do Art.3º do CDC, já apresentado 
acima, a súmula 297, concretiza o entendimento de que O Código de Defesa do Consumidor é 
aplicável às instituições financeiras: (Súmula 297, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 12/05/2004, 
DJ 09/09/2004 p. 149)"Os bancos, como prestadores de serviços especialmente contemplados 
no artigo 3º, parágrafo segundo, estão submetidos às disposições do código de defesa do 
consumidor. O recorrente, como instituição bancária, está submetido às disposições do 
Código de Defesa do Consumidor, não porque ele seja fornecedor de um produto, mas 
porque presta um serviço consumido pelo cliente, que é o consumidor final desses serviços, 
e seus direitos devem ser igualmente protegidos como o de qualquer outro, especialmente 
porque nas relações bancárias há difusa utilização de contratos de massa e onde, com mais 
evidência, surge a desigualdade de forças e a vulnerabilidade do usuário. [...]" (REsp 57974 
RS, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 25/04/1995, DJ 
29/05/1995, p. 15524). 
 
 
2) 
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase 
Saulo e Bianca são casados há quinze anos e, há dez, decidiram ingressar no 
ramo das festas de casamento, produzindo os chamados “bem-casados", 
deliciosos doces recheados oferecidos aos convidados ao final da festa. Saulo e 
Bianca não possuem registro da atividade empresarial desenvolvida, sendo essa 
a fonte única de renda da família. No mês passado, os noivos Carla e Jair 
encomendaram ao casal uma centena de “bem-casados" no sabor doce de leite. 
A encomenda foi entregue conforme contratado, no dia do casamento. Contudo, 
diversos convidados que ingeriram os quitutes sofreram infecção 
gastrointestinal, já que o produto estava estragado. A impropriedade do produto 
para o consumo foi comprovada por perícia técnica. 
 
 
Com base no caso narrado, assinale a alternativa correta: 
 
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https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2015-oab-exame-de-ordem-unificado-xvii-primeira-fase
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2015-oab-exame-de-ordem-unificado-xvii-primeira-fase
a) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor do Código do 
Consumidor, pois fornecem produtos com habitualidade e onerosidade, sendo 
que apenas Carla e Jair, na qualidade de consumidores indiretos, poderão 
pleitear indenização. X 
Explicação: De acordo com o conceito de consumidor por equiparação, presente no Art.17 do 
CDC, todos os convidados serão equiparados a consumidor, ou seja, não somente Carla e Jair 
poderão pleitear a indenização, mas todos que consumiram o produto. 
 
b) Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja devidamente 
registrada na Junta Comercial, pode ser considerada fornecedora à luz do 
Código do Consumidor, e os convidados do casamento, na qualidade de 
consumidores por equiparação, poderão pedir indenização diretamente àqueles. 
✓ 
Explicação: A alternativa encontra-se correta, pois, com base no Art.2º, Parágrafo 
único, equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja 
intervindo nas relações de consumo. Ou seja, todos os convidados do casamento poderão pedir 
indenização diretamente à Saulo e Bianca. Estes, por sua vez, são considerados fornecedores, 
mediante conceito descrito no Art.3º, CDC. 
 
c) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso, sendo certo que 
tanto Carla e Jair quanto seus convidados intoxicados são consumidores por 
equiparação e poderão pedir indenização, porém a inversão do ônus da prova 
só se aplica em favor de Carla e Jair, contratantes diretos. X 
Explicação: A alternativa está incorreta. Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do 
evento, como menciona o Art.17, CDC. Dessa forma, segundoo Art.6º, CDC, a inversão do ônus 
da prova é um dos direitos básicos do consumidor, sendo estes, todos os convidados que 
consumiram o produto. 
 
d) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca não está oficialmente 
registrada na Junta Comercial e, portanto, por ser ente despersonalizado, não 
se enquadra no conceito legal de fornecedor da lei do consumidor, aplicando-se 
ao caso as regras atinentes aos vícios redibitórios do Código Civil. X 
Explicação: O conceito de fornecedor se encontra no Art.3º do CDC, onde, por sua vez, inclui 
os entes despersonalizados: “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade 
de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.” 
 
 
3) 
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - X - Primeira Fase 
 
 
Elisabeth e Marcos, desejando passar a lua-de-mel em Paris, adquiriram junto à 
Operadora de Viagens e Turismo “X” um pacote de viagem, composto de 
passagens aéreas de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro saúde 
e acidentes pessoais, este último prestado pela seguradora “Y”. Após chegar à 
cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma gastrite severa e Marcos entrou em 
contato com a operadora de viagens a fim de que o seguro fosse acionado, 
sendo informado que não havia médico credenciado naquela localidade. O casal 
procurou um hospital, que manteve Elisabeth internada por 24 horas, e retornou 
ao Brasil no terceiro dia de estada em Paris, tudo às suas expensas. 
 
Partindo da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 
a) O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a 
falha do serviço tenha sido da seguradora, em razão da responsabilidade 
solidária aplicável ao caso. ✓ 
Explicação: No que tange a Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço, o CDC em seu 
Art. 18, afirma que: Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não 
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem 
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim 
como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da 
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua 
natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. Dessa forma, a 
alternativa encontra-se correta. 
 
b) O casal somente poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já que a 
operadora de turismo responderia por falhas na organização da viagem, e não 
pelo seguro porque esse foi realizado por outra empresa. X 
Explicação: O casal poderá acionar judicialmente tanto a seguradora Y, quanto a operadora de 
viagens e turismos X, visto que, como dito anteriormente, no Art.18 do CDC, há responsabilidade 
solidária de ambas as empresas. 
 
c) O casal terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora 
simultaneamente por se tratar da hipótese de litisconsórcio necessário e unitário, 
sob pena de insurgir em carência da ação. X 
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Explicação: Não se trata de litisconsórcio necessário e unitário, pois, segundo o Art.20 do 
CDC, O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios 
ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade 
com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e 
quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. Além de que 
se ressalta mais uma vez a existência da responsabilidade solidária. 
 
d) O casal não poderá acionar judicialmente a operadora de turismo já que havia 
liberdade de contratar o seguro saúde viagem com outra seguradora e, portanto, 
não se tratando de venda casada, não há responsabilidade solidária na hipótese. 
X 
Explicação: Pelo fato de que se trata de um pacote de viagens adquirido pelo casal, é concluso 
que diz respeito a uma relação de consumo, a qual todos os membros da cadeia de fornecimento 
respondem solidariamente perante o consumidor. 
 
4) 
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Dora levou seu cavalo de raça para banho, escovação e cuidados específicos 
nos cascos, a ser realizado pelos profissionais da Hípica X. Algumas horas 
depois de o animal ter sido deixado no local, a fornecedora do serviço entrou em 
contato com Dora para informar-lhe que, durante o tratamento, o cavalo 
apresentou sinais de doença cardíaca. Já era sabido por Dora que os 
equipamentos utilizados poderiam causar estresse no animal. Foi chamado o 
médico veterinário da própria Hípica X, mas o cavalo faleceu no dia seguinte. 
Dora, que conhecia a pré-existência da doença do animal, ingressou com ação 
judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos danos morais 
suportados, em decorrência do ocorrido durante o tratamento de higiene. 
Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é correto afirmar 
que a Hípica X 
 
a) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no procedimento 
de higiene foi adequada, seguindo padrões fixados pelos órgãos competentes, 
e que a doença do animal que o levou a óbito era pré-existente ao 
procedimento de higienização do animal. ✓ 
 
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Explicação: A alternativa está correta. Isto, pois, a resposta se baseia na excludente de 
responsabilidade civil por culpa exclusiva do consumidor. Esta, por sua vez, disposta no Art. 
14, §3º, inc. II, o qual menciona que o fornecedor de serviços só não será 
responsabilizado quando provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. Portanto, a 
Hípica X poderá não se responsabilizar se conseguir comprovar que a culpa é exclusivamente 
da Dora, levando em consideração que ela já sabia da doença e dos riscos do animal. 
 
b) poderá ser responsabilizada em razão de o evento deflagrador da 
identificação da doença do animal ter ocorrido durante a sua higienização, ainda 
que se comprove ser pré-existente a doença e que tenham sido seguidos os 
padrões fixados por órgãos competentes para o procedimento de higienização, 
pois o nexo causal resta presumido na hipótese. X 
 
Explicação: Apesar de o Art.14 dispor sobre a responsabilidade do fornecedor de serviços 
responder independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua fruição e riscos, a alternativa está incorreta. Isto, pois, não houve defeitos 
relativos à prestação de serviços ou informações insuficientes ou inadequadas sobre a fruição e 
riscos, uma vez que Dora já estava ciente dos riscos e da doença que o animal portara. 
Entretanto, vale ressaltar que, assim como já mencionado anteriormente, é indispensável que 
este deverá provar a culpa exclusiva da consumidora. 
 
c) não poderá ser responsabilizadasomente se provar que prestou os primeiros 
socorros, pois a pre-existência da doença não inibiria a responsabilidade civil 
objetiva dos fornecedores do serviço; somente a conduta de chamar 
atendimento médico foi capaz de desconstruir o nexo causal entre o 
procedimento de higiene e o evento do óbito. X 
 
Explicação: A responsabilidade civil objetiva dos fornecedores do serviço somente seriam 
aplicáveis caso ocorresse a quebra da segurança do serviço mediante vício de segurança. 
Todavia, não ocorreu a responsabilidade pelo fato, tendo em vista que o procedimento realizado 
não foi o episódio causador do falecimento do animal, e sim a doença que este tinha. Dessa 
forma, conforme já observado no Art. 14, o fornecedor de serviço responde independente de 
existência de culpa, ou seja, independentemente do atendimento médico ou realização dos 
primeiros socorros, se a culpa não fosse da consumidora Dora, não inibiria a responsabilidade 
dos fornecedores. 
 
 
 
 
 
d) poderá ser responsabilizada em solidariedade com o profissional veterinário, 
pois os serviços foram prestados por ambos os fornecedores, em 
responsabilidade objetiva, mesmo que Dora comprove que o procedimento de 
higienização do cavalo tenha potencializado o evento que levou ao óbito do 
animal, ainda que seguidos os padrões estipulados pelos órgãos competentes. 
X 
Explicação: Se o acidente ocorrido com o animal fora em razão do serviço prestado pelos 
fornecedores, todos da cadeia responderiam solidariamente. Porém, mesmo que Dora comprove 
que o procedimento de higienização do cavalo tenha potencializado a morte do animal, este não 
apresentou nenhum vício de segurança, além de que, já era de sua ciência a existência deste 
risco. Portanto, consoante ao Art.14, § 3°, II, cabe aos fornecedores apresentar provas que 
atestam a culpa exclusiva da consumidora em assumir os riscos. À vista disso, a alternativa é 
inadequada. 
 
 
5) 
Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
Os arquitetos Everton e Joana, adquiriram pacote de viagens para passar a lua 
de mel na Europa, primeira viagem internacional do casal. Ocorre que o trajeto 
do voo previa conexão em um país que exigia visto de trânsito, tendo havido 
impedimento do embarque dos noivos, ainda no Brasil, por não terem o visto 
exigido. O casal questionou a agência de turismo por não ter dado qualquer 
explicação prévia nesse sentido, e a fornecedora informou que não se 
responsabilizava pela informação de necessidade de visto para a realização da 
viagem. 
Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Cabe ação de reparação por danos extrapatrimoniais, em razão da 
insuficiência de informação clara e precisa, que deveria ter sido prestada pela 
agência de turismo, no tocante à necessidade de visto de trânsito para a conexão 
internacional prevista no trajeto. ✓ 
Explicação: A afirmativa está correta. Em conformidade com o CDC, em seu Art. 14, O fornecedor 
de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos 
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como 
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Ou seja, caberá a 
reparação por danos extrapatrimoniais, mediante a ausência de informações prestadas pela 
agência de turismo. 
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b) Não houve danos materiais a serem ressarcidos, já que os consumidores 
sequer embarcaram, situação muito diferente de terem de retornar, às próprias 
expensas, diretamente do país de conexão, interrompendo a viagem durante o 
percurso. X 
Explicação: A alternativa está errada. Tendo em vista que Everton e Joana adquiriram um pacote 
de viagens fornecido por uma agência de turismo, esta, por sua vez, é considerada fornecedora 
de serviços. O fato de o problema ter surgido antes de embarcarem ou não, não inibe a 
responsabilidade da agência em não prestar as informações adequadas aos clientes. Nessa 
lógica, ainda se ressalta o Art. 14 do CDC. 
 
c) Não ocorreram danos extrapatrimoniais por se tratar de pessoas que tinham 
capacidade de leitura e compreensão do contrato, sendo culpa exclusiva das 
próprias vítimas a interrupção da viagem por desconhecerem a necessidade de 
visto de trânsito para realizarem a conexão internacional. X 
Explicação: Além do Art.14 do CDC, onde dispõe claramente sobre o dever de prestar 
informações claras aos clientes, de acordo com os Direitos Básicos do Consumidor, presente no 
Art. 6º, VI do CDC, cabe a reparação por danos materiais e morais, individuais, coletivos e 
difusos. Ou seja, independentemente de Everton e Joana conseguirem ler ou compreender, não 
obtiveram acesso às informações necessárias, estabelecidas também no Art.6º, III, enquadra 
sim, danos extrapatrimoniais. A alternativa, portanto, é falsa. 
 
d) Houve culpa exclusiva da empresa aérea que emitiu os bilhetes de viagem, 
não podendo a agência de viagem ser culpabilizada, por ser o comerciante 
responsável subsidiariamente e não responder diretamente pelo fato do serviço. 
X 
Explicação: O artigo que diz respeito a responsabilidade subsidiária do comerciante, trata-se 
somente do fornecedor de produtos. O fornecedor de serviços é responsável solidariamente 
independente de dolo ou culpa, ou seja, a responsabilidade é objetiva. Quando cabe exceções, 
estas estão previstas no Art. 14, § 3°. Entretanto, nessa questão, a responsabilidade é de todos 
os fornecedores da cadeia.

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