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7 SUMÁRIO 1. INTRUDUÇÃO 2 2. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO 3 3. DESENVOLVIMENTO 4 4. CONCLUSÃO 6 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo a complementação dos estudos em sala de aula, teremos como tema central “o faz-de-conta”. Sabemos que a Pedagogia estuda o desenvolvimento infantil e os processos de conhecimento no qual a criança se insere. O brincar é também uma forma de conhecimento por onde a criança de um lado consegue exprimir a sua realidade interna, e de outro apreender todo o conteúdo experimentado por ela (seja este conteúdo acadêmico ou não). O nosso estudo não visa exaurir todo o arcabolso bibliográfico a respeito deste assunto, mas adentrarmos de modo mais profundo a respeito do faz-de-conta. A metodologia que utilizaremos neste trabalho consiste em um primeiro passo observar de modo crítico do brincar de faz-de-conta em uma determinada realidade, contexto e com uma criança em particular. Num segundo passo após a averiguação do processo do brincar nos colocamos numa pesquisa bibliográfica a respeito do tema. A questão que despertou em nós, para que buscássemos uma resposta, foi: O que é o brincar de faz-de-conta? Qual o papel que este brincar desempenha no desenvolvimento infantil? Qual a necessidade desta brincadeira na vida da criança? Portanto, como dissemos acima, nosso objetivo não será abordar este tema de modo cabal, mas de adentrar e tomarmos conhecimento a respeito do que já foi estudado sobre este tema e a sua relevância. Sabemos que num curso de graduação a pesquisa bibliográfica é de suma importância, pois coloca o aluno em contato com o pensamento filosófico-pedagógico atual a respeito do tema estudado. Mas daremos aqui um passo a mais do que é esperado de um aluno de graduação. O tema estudado despertou em nós o interesse particular se fará presente nesse trabalho não apenas uma reprodução automática do que nós estudamos, mas pontuaremos –de acordo com os pensadores- a nossa discussão e o que o tema despertou em nós de forma crítica e reflexiva. 2. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÂO: Para a realização deste trabalho foi observada a A. L. de 4 anos, filha de uma das integrantes do nosso grupo de trabalho. Ela é irmã do meio e tem dois irmãos: um de 3 anos e outro de 8 anos, com quem brinca diariamente e passa a maior parte do dia. E também vivencia os horários livres com o pai e a mãe e à acompanha nas atividades domesticas diárias sempre a observando nos afazeres do dia-a-dia vivenciados na presença dos irmãos. Observamos sua brincadeira na tarde de domingo, onde ela brincava com o brinquedo de um dos irmãos, o personagem homem de ferro de borracha, com uns 70 cm de comprimento. No início da brincadeira ela coloca uma capa preta no brinquedo e ele é o homem de ferro. Ela fala como se ele estivesse falando: - Foi um prazer te conhecer, eu sou o homem de ferro. - Oi, eu sou o homem de ferro. - Acabei de conhecer, você. Ela roda e finge que o brinquedo está voando: - Estou rodando - Eba! Estou rodando. No meio da brincadeira o homem de ferro deixa de ser o super-herói e passa a ser seu filho. Com um vestido de boneca na mão diz: - Esse vestido é do homem de ferro. - Eu vou ler uma história para homem de ferro dormir, já está noite. Ela pega um livro infantil de poucas páginas e começa contar a história de acordo com o que entende das figuras, já que não sabe ler ainda. - Ele já dormiu! - Agora vou contar uma história pra mim. Depois deste episódio, ela senta em uma lata, pega suas panelinhas, uma colher e finge dar comida para seu bebê homem de ferro: - Agora vamos comer. - Abre a boca, vai comer tudinho. - Você quer mais? - Agora vai comer. - Vou contar uma história de novo. Ela pega outro livro e começou mostrar as figuras para o brinquedo. Quando sua mãe pergunta: - Ele é seu filho Ana Lívia? Ela responde: Sim. - Como ele chama? Diz a mãe. - Homem de ferro ué! Ela olha para a mãe e vai para outro cômodo da casa assistir televisão, terminando assim a sua brincadeira. 3. DESENVOLVIMENTO Segundo Vygotsky, ao brincar a criança cria uma situação imaginária na qual assume um papel, que pode ser um adulto com quem a criança tenha bastante convivência. Não há uma barreira entre a fantasia e a realidade. Vygotsky defende que existem diferentes formas de vinculação entre estas esferas da vida humana, fato que é observado nos jogos e brincadeiras das crianças, que segundo ele, permite à criança estabelecer o real em novas combinações. Esta atividade é marcada pela cultura, inicialmente passada à criança, por meio das pessoas com quem se relaciona principalmente a mãe. Vygotsky define que a brincadeira é criadora de uma “zona de desenvolvimento proximal”, no qual seria o percurso que uma a criança irá caminhar para chegar ao processo de amadurecimento e serão estabilizadas em um nível de desenvolvimento real. "A brincadeira cria zona de desenvolvimento proximal da criança que nela se comporta além do comportamento habitual para sua idade, o que vem criar uma estrutura básica para as mudanças da necessidade e da consciência originando um novo tipo de atitude em relação ao real. Na brincadeira, aparecem tanto a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta, como a criação das intenções voluntárias e as formações dos planos da vida real, constituindo-se assim, no mais alto nível do desenvolvimento pré-escolar." (Vygotsky, 1984, p.117). A criança quando brinca, não há apenas uma sessão de repetição de fatos que ela vê ou ouve muito pelo contrario, esta criança começa a criar, combinando tudo que seria antigo com algo de novo para ela. Porém, a base para esta criação é um fato de onde ela retira e constrói elementos, pois a sua construção imaginária não parte de algo concreto. Portanto os elementos da realidade podem ter sido adquiridos primeiramente pelo conhecimento direto do individuo, pela experiência social adquirida por relatos, história e definições por ela vivida e assim a criança começa a desenvolver a sua imaginação. Vygotsky, afirma que a criança pratica papel influente por meio do método de imitação. Para ele, se uma a criança imita a forma pela qual o adulto utiliza instrumentos e objetos, ela está tendo o domínio envolvendo sua vivência particular. Entretanto o ponto de vista, uma brincadeira de faz-de-conta exige que a criança exerça uma tarefa mais avançada do que a comum para a sua idade. Quando uma criança coloca a mesa ao brincar de casinha e arruma as coisas para o jantar, ela está utilizando uma habilidade que poderá ser favorável para a vida adulta. O papel do brinquedo para Vygotsky se da designadamente a brincadeira do “faz-de-conta” onde é citada uma extensa classificação de brincadeiras, e faz varias referencias para outros tipos de brinquedos, mas, contudo o faz de conta é o principal foco em sua discussão principalmente quando o papel do brinquedo é fundamental para desenvolver e reproduzir uma fantasia que é fundamental para a imaginação que ira se concretizar durante a atividade do brincar. É interessante destacar que em todas as concepções teóricas sobre o desenvolvimento e educação da criança pequena e na literatura em geral, a brincadeira aparece como um importante recurso na construção de conhecimentos e desenvolvimento integral. A brincadeira é a atividade que faz parte do cotidiano de qualquer criança, independente do local onde vive dos recursos disponíveis, do grupo social e da cultura da qual faça parte, todas as crianças brincam. Dentro dessa perspectiva, este trabalho tem a finalidade de refletir sobre o grande valor do ato de brincar na construção do conhecimento, pois permite que a criança explore seu mundo interior e descubra os elementos externos em si, exercite a socialização e adquira qualidades fundamentais para seu desenvolvimento físico e mental. O que pretendemos mostrar é a reflexão sobre a necessidade de se tirar o máximo de proveito do potencial educativo das brincadeiras tornando o processo educativo natural e agradável. 4. CONCLUSÃO Por meio dessetrabalho podemos concluir que através da brincadeira de faz de conta a criança cria um mundo imaginário e passa a ter condições de criar e recriar de acordo com sua imaginação ou até mesmo com algo concreto do seu cotidiano, por tanto a brincadeira também permite que a criança interaja com seus conflitos podendo assimilá-los melhor, podendo desenvolver diferentes papéis e regras de acordo com o que está vivenciando e é no universo imaginário durante o faz-de-conta que a criança faz planos para vida real. Constatamos também que o brincar de faz-de-conta é um processo natural do desenvolvimento da criança e que se torna possível por meio da sua interação social e que ela aprende e se desenvolve melhor tendo o brincar como sua principal atividade de aquisição de conhecimento. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS · FALCÃO, Ana Patrícia Bezerra. RAMOS, Rafaela de Oliveira. A importância do brinquedo e do ato de brincar para o desenvolvimento psicológico de crianças de 5 a 6 anos. Belém, 2002. · KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003. · KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 57-71. · PIAGET, Jean. A construção do real na criança. 3 ed. São Paulo: Ática, 2003. · VYGOTSKY, L.S. (1984). A formaçao Social da mente. Sao Paulo: Martins Cortez. · Vygotsky, L. S. (1988). Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/EDUSP.
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