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Avaliação laboratorial do sistema urinário Urinálise e bioquímicos avaliam o sistema urinário Funções do rim: » Filtração e excreção de metabólicos e xenobióticos (todas as substancias que não fazem parte do metabolismo animal) » Produção e liberação de hormônios » Reabsorção de água, eletrólitos e proteínas » Controle da volemia e da osmolaridade plasmática Néfron Unidade funcional do rim Formado pelo glomérulo: filtração do plasma Através da artéria eferente o sangue chega ao glomérulo, onde será filtrado e vai para os túbulos onde ocorre a reabsorção (substancia volta para o organismo) e excreção. Urinálise Uns dos exames mais baratos e simples de ser executado. Quando realizar? » Na presença de sinais clínicos de doença renal ou órgãos urinários Para avaliar a função do órgão e qual o tipo de alteração » Suspeita de doença generalizada, com envolvimento de outros órgãos ou sistemas do organismo. Quadros de septicemia e anemia. Muitas lesões renais são secundarias a outras patologias. » Como exame de triagem nos internamentos, pp cirúrgicos. » Quando houver interesse em complementar o diagnóstico, acompanhar quadro clinico e estabelecer um prognóstico. Urinálise também serve como prognóstico. Dependendo da quantidade de proteína, o tipo de cristal, a densidade e o ph pode ter um prognóstico da doença. COLETA DA AMOSTRA Recipiente: Tipo de recipiente: frasco estéril. Contaminação altera o resultado. Identificação: nome, data, tipo de coleta e hora. Após a coleta deve ser processada em até 30 min, se passar, tem que refrigerar por no máximo 6 horas. Temperatura ambiente para leitura. Como coletar? Micção espontânea ou compressiva: o primeiro jato vem contaminado com bactérias, células descamação... Cateterismo: se tiver infecção a hora que passar o cateter pode contaminar a vesícula urinaria. Pode lesionar, tendo mais hemácias Cistocentese: acesso pela cavidade abdominal. Contraindicado em animais com ascite infecções... Solicitar qual foi o método da coleta Etapas da urinálise Exame físico da urina Visual e olfativo 1. Volume Avalia para saber se o volume coletado é suficiente para o exame. Precisa de no mínimo 1ml, mas o ideal é 10ml. Conceitos semiológicos Poliúria: aumento do volume urinário. Polaquiúria: urina com mais frequência em menor quantidade. Pode ocorrer quando o animal ingere muita agua e a urina fica mais diluída (clara). Oligúria: diminui o volume urinário. Animal desidratado urina menos, com febre, diarreia Anúria: ausência da produção de urina Disúria: dor ao urinar Poliúria Fisiologia ou transitória Terapia diurética; Aumento da ingestão de líquidos ou de fluidos; Após adm de corticoides. Patológica Nefrite aguda ou crônica; Diabetes mellitus, diabetes insípidus (aumenta a excreção de glicose e a glicose puxa a agua); Glicosúria renal primaria; Piometra; Hiperadrenocorticismo; Pielonefrite generalizada. Oligúria Fisiológicas Redução da ingestão de líquidos; Exercícios físicos intensos, com sudorese intensa; Temperatura ambiente elevada. Patológicas Associada a desidratação nos episódios de vomito e diarreia; Nefrites agudas (queda acentuada da pressão sanguínea no glomérulo); Febres prolongadas (perde liquido por sudorese), disfunção circulatória, edemas; Enfermidades renais terminais (prognostico desfavorável) 2. Aspecto Transparência X eritrócitos, leucócitos, células epiteliais, bactérias, muco, lipídios ou cristais. » Límpido ou transparente; » Ligeiramente turvo; » Turvo ou floculento; » Leitoso (presença de lipídios). Espuma na urina: presença de proteína. Equinos: presença de carbonato de cálcio, torna a urina levemente turva (fisiológico) 3. Cor A coloração da urina varia conforme a quantidade de agua, se concentra o pigmento e a urina fica mais escura. Normalmente amarela: urocromo. Outros pigmentos dão diferença na cor. Equídeos: a urina é amarela ao ser excretada podendo ficar escura devido a oxidação da pirocatequina. Se deixar em contato com o oxigênio acaba oxidando e mudando a cor da urina, ficando mais escura. Se demorar para ler, a urina fica marrom. Azoturia: mioglobina x urina bem escura. » Amarelo claro: polaquiuria. » Amarelo: normal. » Âmbar: amarelo mais intenso, mais concentrado. » Marrom: relacionado a presença de mioglobina (lesões musculares, crises convulsivas e exercícios intensos) ou hemoglobina. » Vermelha: relacionada a presença de hemácias. Para saber se é eritrócito ou hemoglobina Centrifugação Se continuar com cor intensa tem hemoglobina livre no liquido. Se a coloração sedimentar, são hemácias. Conceitos Hematúria: sangue na urina Hemoglobinúria: hemoglobina na urina Mioglobinúria: mioglobina na urina Bilirrubinúria: urina pode ficar verde 4. Odor Característico de cada espécie. A urina do gato é mais concentrada, nos herbívoros é adocicada. » Odor amoniacal: presença de bactérias que transformam a ureia em amônia » Odor pútrido: degradação bacteriana de proteínas urinarias. » Odor de acetona: cetonúria. 5. Densidade Peso em relação a água destilada é igual a capacidade dos túbulos em concentrar urina. Está diretamente relacionado com a ingestão de líquidos. Nefropatias agudas: baixa taxa de filtração glomerular, com isso aumenta a densidade da urina, pois não consegue filtrar, passando proteínas, glicose... Nefropatias crônicas: diminuição ou perda da capacidade de concentrar a urina, diminuindo a densidade. Diabete mellitus: densidade normal pois a glicose puxa água junto (glicosúria) Febre, desidratação e hipovolemia aumentam a densidade. Valores de referência Determinado por refratometria » Cão – 1,015 a 1,045 » Gato – 1,035 a 1,060 (maior capacidade de concentração de urina – odor forte) » Equinos – 1,020 a 1,050 » Bovinos – 1,025 a 1,045 Termos referentes a densidade especifica da urina em relação a densidade do filtrado plasmático (1,008 – 1,012) Densidade da urina em relação ao filtrado Densidade é observada no lado direito do refratômetro. Isotenúria: densidade entre 1,007 a 1,015, onde a concentração de solutos é igual a do filtrado glomerular (incapacidade de concentrar urina). Hipostenúria: densidade inferior a 1,007 – falência renal. Hiperstenúria: aumento da densidade. A reabsorção ocorre nos túbulos renais, estes são responsáveis por concentrar a urina. Se a densidade esta baixa, significa que está tendo problema no s túbulos renais. Exame químico da urina Fitas reagentes Simples e rápido Mergulha a fita por completo de 1 a 2 segundos (sempre após homogeneizar a amostra), após, compara a coloração da fita com o padrão. Exame que avalia o grau de excreção de algumas substâncias orgânicas: aminoácidos, glicose, vitaminas, creatinina... O rim não excreta proteínas, se tiver proteína na amostra já indica que tem alteração. 1. Ph ou potencial de hidrogênio Saber se a urina está ácida, básica ou neutra. Interfere no equilíbrio ácido – básico. Carnívoros e lactantes: urina ácida devido a ingestão de grandes quantidades de proteína. Ph 5,5 a 7,0 Herbívoros: urina alcalina, dietas ricas em carboidratos. Ph 7,0 – 8,4 A contaminação por bactérias pode mudar o ph da urina. As bactérias transformam a ureia em amônia tornando a urina mais alcalina. Urinas ácidas com ph < 6,0 Alimentação excessivamente rica em proteínas. » Administração de agentes acidificantes: ácido ascórbico, cloreto de amônia » Diabete mellitus » Inanição e doenças caquetizantes » Uremia » Acidosemetabólica ou respiratória: começa a absorver muito ácido, tenta excretar pela urina. Urinas alcalinas com ph > 7,0 Alimentação excessivamente rica em vegetais » Alcalose metabólica ou respiratória » Retenção urinária » Infecção do trato urinário » Administração de alcalinizantes (bicarbonato de sódio ou cálcio, citrato de potássio) 2. Proteína Fisiologicamente, a proteína não consegue passar pelo filtro do glomérulo. Fisiológica: exercício muscular excessivo, convulsões, ingestão excessiva de proteínas. Patológica: lesão renal glomerular. Se a lesão for no glomérulo a proteína vai estar bem aumentada, se for tubular vai estar levemente aumentada. Falsa proteinúria: contaminação da urina por fluxo vulvo-vaginal, abscessos perineais e prepuciais e por matéria fecal. Pré-renal: hematúria e hemoglobinúria: são proteínas também, se tiver vai estar aumentado. 3. Presença de glicose É uma fonte de energia, não precisa ser excretada, é reabsorvida pelos túbulos. Quantidade normal de glicose no sangue > ausência na urina. Quando não usa a glicose como energia, ela acaba se acumulando na circulação, e como tem em excesso, vai ser eliminado na urina. GLICOSÚRIA: quando a concentração de glicose é superior a capacidade de reabsorção ou a capacidade tubular está reduzida. Glicosúria metabólica: associada a uma hiperglicemia. Vai ter aumento de glicose no plasma e na urina. O aumento da glicose no plasma é acompanhado pela glicose na urina. Glicosúria renal: associada à normoglicemia. Vai ter aumento de glicose na urina, e no plasma normal Se for lesão tubular não consegue reabsorver, tendo aumento de glicose na urina e a glicose no plasma é normal Causas Hipertireoidismo: aumenta a absorção de glicose no TGI Hiperadrenocorticismo: glicocorticoesteróides > aproveitamento de aminoácidos para a neoglicogênese (fornece glicose para o plasma) hepática. Superatividade das supra renais: formação excessiva de catecolaminas que estimulam a neoglicogênese, aumentando a produção de glicose que fica em excesso. Ação hiperglicemiante: estimulam a neoglicogenese Diabete mellitus e necrose pancreática: por deficiência de insulina. 4. Corpos cetônicos ou acetonas Cetonúria Diabete mellitus: não usa a glicose como fonte de energia e acaba metabolizando gordura, que geram os corpos cetônicos. Jejum prolongado/inanição. Toxemia da gestação em ovelhas: começa a metabolizar a gordura corporal, gerando corpos cetônicos que são metabolizados no fígado. Como produz em grande quantidade, acumula na circulação e começa a excretar via urina. Fita: cetona e ácido cetoacético. 5. Presença de bilirrubina (bilirrubinúria) A bilirrubina não conjugada está no plasma, ela deve ir para o fígado, ser conjugada e ir para vesícula biliar onde será excretada via fezes. A bilirrubina não consegue ser excretada pela urina. A bilirrubinúria ocorre por obstrução do fluxo biliar, onde acaba retornando ao sangue, já conjugada, e assim consegue ser excretada na urina. É um indicador de doença hepática » Obstrução do ducto biliar: colestase intra e extra hepática. » Hepatopatias (cirrose, lepstopirose e neoplasias) 6. Presença de urobinogênio 20% é reabsorvido Sendo que 10% do que foi absorvido vai ser excretado via urina. 90% é excretado via fezes Sempre interpretar bilirrubina e urobinogênio juntos Animais com hepatopatia pode ter acúmulo de urina » Colestase: aumento de bilirrubina na urina sem aumento de urobinogênio. » Hepatopatia: aumento de bilirrubina e urobinogênio. 7. Presença de nitrito Bactérias produzem enzimas que reduzem o nitrato em nitrito - Avaliar sedimentos É um indicativo de cistite 8. Presença de sangue Sangue oculto na urina = fita reagente. » Hematúria: TVT, prostatite, uretrite, vaginite... » Hemoglobinúria: doenças infecciosas, plantas tóxicas, intoxicação, transfusões sanguíneas incompatíveis, anemia infecciosa equina e doença hemolítica do recém- nascido. » Mioglobinuria: miosite, febre, exercício físico intenso. Análise do sedimento urinário Células epiteliais (renais e de pelve) Células descamativas (vesicais, uretrais e vaginais) Hemácias e leucócitos Outras células (prostáticas e neoplásicas) Cilindros e cristais Bactérias, SPTZ, muco e parasitas Metodologia Coleta de 5 a 10 ml. Se tiver 10ml centrifuga por 5 minutos a 1.500 rpm. Após a centrifugação, o sedimento vai para baixo. Depois tira o sobrenadante e com a pipeta pega 0,2 ml e coloca na lâmina para visualizar no microscópio. 1. Células » Epiteliais escamosas: são grandes » Descamativas: vesicais, uretrais e vaginais (cio*) Células grandes com núcleo pequeno. Método de coleta ou inflamação? 2. Hemácias » Hematúria: trauma, infecção, urólitos, neoplasia, distúrbios hemorrágicos, parasitas, drogas (ciclofosfamida) e estro 3. Leucócitos » Inflamação (séptica ou não) Método de colheita e sinais clínicos: identificação da origem 4. Cilindros Formação dentro do lúmen tubular 5. Cristais Cristais e cálculos: não indicam urolitíase, mas há certa correlação. Dependem também Ph urinário Estocagem e refrigeração Concentração urinária e retenção Dieta e uso de drogas
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