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Urinálise • Excelente exame de monitoramento para determinar a progressão ou a melhora de doenças do sistema urinário • Algumas doenças não renais podem ser favorecidas pelo auxílio diagnóstico da urinálise, tais como hiperadrenocorticismo, diabetes melito, doenças hepáticas, doenças hemolíticas, rabdomiólise, polidipsia psicogênica e diabetes insípido central • Detecção precoce de doenças EXAME FÍSICO: volume, coloração, aspecto, odor e densidade 1- Identificar um tubo cônico e uma pipeta Pasteur com o RG do animal 2- Volume: 3- Coloração: deve ser associada à densidade doenças glomerulares: a proteinúria é a primeira alteração que antecede a hipoalbuminemia, a síndrome nefrótica, a azotemia etc. A proteinúria persistente observada em pacientes sintomáticos ou assintomáticos deve incitar a avaliação de glomerulonefrites, amiloidose e mieloma múltiplo doença renal (principalmente pacientes geriátricos): incapacidade de concentrar adequadamente a urina, fato em geral notado antes do surgimento da azotemia (exceto em alguns gatos) hematúria: é verificada na urolitíase, no carcinoma de células transicionais e em várias outras doenças COLETA Micção espontânea Cateterização Cistocentese Pode apresentar contaminação por células e bactérias do sistema urogenital inferior. A uretra distal apresenta bactérias como flora natural, mas a uretra cranial e a bexiga são estéreis Pode induzir pequenas hemorragias e evidenciar células epiteliais da uretra na amostra de urina Preferível para a realização de cultura. Em geral induz pequena hemorragia, principalmente em gatos AVALIAÇÃO E ARMAZENAMENTO Avaliação ideal: urina fresca, com menos de meia hora após a coleta Caso contrário: refrigerar em recipiente hermético e opaco. OBS: a refrigeração pode favorecer a formação de cristais, portanto, as amostras devem ser reaquecidas por 20 min em temperatura ambiente, homogeneizando-se as partículas decantadas Se for recebido 10 mL ou mais, colocar 5 a 6 mL no tubo cônico e o restante armazenar em geladeira para posterior realização de cultura e antibiograma, se necessário Se for recebido 5 mL ou menos, optar pela realização de urinálise ou apenas a cultura com o antibiograma Amarelo-palha: urina diluída (densidade baixa) – hipostenúria ou isostenúria. Ex: doença terminal renal; ingestão excessiva de líquidos; diabetes insípidus Amarelo citrino: coloração normal Ouro/Âmbar (claro a escuro): urina concentrada com densidade elevada. Ex: febre; desidratação; nefrite aguda; nefrose tóxica Avermelhada: hematúria (não houve rompimento de células); hemoglobinúria (houve hemólise); mioglobinúria (ex: rabdomiólise) Esbranquiçada: fosfato triplo; secreção purulenta 4- Aspecto: límpido (cães e gatos), discretamente turvo e turvo 5- Odor: sui generis (odor característico da espécie); aliáceo (carnívoros); fétido/pútrido (necrose tecidual); adocicado (corpos cetônicos; diabetes melitos e acetonemia); amoniacal (infecção bacteriana) 6- Densidade: avalia a capacidade dos rins de concentrar a urina (influenciada pela ingestão hídrica, peso corporal, dieta, exercícios, idade e metabolismo) • IRA: quanto mais lesionado estiver o rim, menor a capacidade de concentrar água • DRC: dieta hídrica (polidipsia) + poliúria (baixa densidade) + desidratação • Piometra: causa processos inflamatórios hiperagudos e forma imunocomplexos que lesionam os rins IRA urina diluída (baixa densidade) + poliúria e polidipsia + desidratação • Cães não nascem com a mesma capacidade de concentrar urina dos cães adultos, portanto é esperado que a urina esteja diluída em filhotes com até 4 semanas de idade. Não existe diferença entre proteínas, glicose, sangue oculto, cetonas e bilirrubina baseada na idade Valores de referência: • Hipostenúria (densidade < 1,008): urina extremamente diluída (indica que os rins estão funcionais o bastante para diluir ativamente o ultrafiltrado plasmático) alterações endócrinas: Ex – polidipsia psicogênica (hidratação excessiva); diabetes insípidus (deficiência de ADH); hipertireoidismo em gatos ou hiperadrenocorticismo (diminuição da resposta do ADH nos túbulos renais – o fluxo A urina de cavalos e coelhos é túrbida em animais normais devido à produção de muco e de numerosos cristais de carbonato de cálcio A turbidez é causada por sólidos em suspensão (cristais, muco, cilindros, células etc.) A urina turva é anormal e deve ser avaliada por microscopia para verificar a presença de células, bactérias, cilindros, cristais, espermatozoides, contaminantes etc. despejar uma gota de urina no refratômetro e realizar a leitura limpar o refratômetro com água destilada e papel higiênico NUNCA CONSIDERAR A DENSIDADE MENSURADA PELA FITA REAGENTE GLICOSÚRIA PROTEINÚRIA ADMINISTRAÇÃO DE MANITOL ADMINISTRAÇÃO DE CONTRASTE RADIOGRÁFICO Solutos com ALTO PESO MOLECULAR, aumentando a densidade da urina (FALSO AUMENTO) CÃO (1,025 – 1,035) GATO (1,035 – 1,045) Em qualquer amostra aleatória de urina, a concentração é considerada adequada se > 1,030 em cães, >1,035 em gatos e >1,025 em cavalos e bovinos tubular aumentado e prolongado pode prejudicar a reabsorção de sódio e ureia, causando redução da tonicidade medular, que também contribui para a poliúria • Isostenúria (1,008 – 1,012): urina com a mesma densidade do plasma sanguíneo. Os néfrons não estão concentrando ou diluindo o ultrafiltrado plasmático. Nestas condições, a densidade deve ser avaliada comparando com a ingestão hídrica, perdas em vômito, diarreias e estado de hidratação do animal • Urina minimamente concentrada: densidade= 1,013 • Hiperestenúria (densidade > 1,035 no cão ou > 1,045 no gato): desidratação EXAME QUÍMICO: pH, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina, sangue oculto, proteína 1- pH: auxilia na identificação de cristais e da composição de eventuais urólitos. Mergulhar uma fita reagente na urina até preencher todos os fragmentos e retirar entre 30 segundos a 1 minuto. Remover o excesso de urina com papel e realizar a leitura da coloração Fitas reagentes apresentam zonas ou plataformas de testes impregnadas com diferentes substâncias capazes de detectar produtos específicos devido a reações químicas envolvendo o analito específico que está sendo investigado. A formação deste produto da reação promove a alteração da cor da plataforma e sua intensidade será proporcional à concentração do analito na urina Os reagentes contidos nas fitas foram projetados para uso em urina de humanos e, em algumas das reações, não são válidas para animais, como para determinar a concentração de leucócitos, densidade específica, urobilinogênio e nitrato Carnívoros: 5,0 – 7,5 Herbívoros: 7,5 – 8,5 2- Glicose: A urina normal não apresenta índices de glicose, pois é totalmente absorvida pelos túbulos contorcidos proximais • Em animais que apresentarem glicosúria, deve-se correlacionar o resultado da fita reagente com os resultados da glicemia, pois alguns fatores estressantes podem causar hiperglicemia transitória (epinefrina, corticosteróides) e, consequentemente, glicosúria momentânea • Glicosúria associada a hiperglicemia: diabetes melitos; pancreatite aguda; hiperadrenocorticismo; tratamentos com glicose; stress prolongado em gatos; administração de glicose; período pós-prandial • Glicosúria de origem renal: glicosúria persistente sem hiperglicemia, indicando incapacidade de reabsorção tubular congênitas: Síndrome de Fanconi (defeito tubular que pode afetar a reabsorção de várias substâncias como glicose, sódio, cálcio, bicarbonato,aminoácidos e fosfato); glicosúria renal primária adquiridas: lesões tubulares e necrose tubular aguda 3- Corpos cetônicos: as cetonas são encontradas primeiramente no sangue e depois atravessam os rins pelo filtrado glomerular, podendo ocorrer cetonúria na ausência de cetonemia • Acetona, acetoacetato e ácido B-hidroxibutirato: produzidos em condições de déficit de energia que resultam em maior mobilização e catabolismo de lipídios, como consumo inadequado de carboidratos hipoglicemia prolongada ou incapacidade de utilização de glicose endógena • A excreção de corpos cetônicos na urina é de aproximadamente 78% de B-hidroxibutirato, 20% de ácido acetoacetato e 2% de acetona Interferências do pH na urina pH alcalino pH ácido demora na análise da urina infecção bacteriana que degrada a ureia em amônia administração de alcalinizantes alcalose respiratória/metabólica ácido ascórbico, Ca, NaCl cetoacidose diabética, febre (catabolismo proteico) acidose respiratória (por acúmulo de CO2) e/ou metabólica (perda de bicarbonato) dieta rica em carne Cristais: estruvita; fosfato amorfo; carbonato de cálcio; bilirrubina Cristais: urato amorfo; oxalato de cistia; ácido hipúrico Staphylococcus e Proteus: produtoras de urease (converte a ureia em amônia, aumentando o pH) Escherichia coli Limiar renal da glicemia: CÃES= 190mg/dL GATOS= 300mg/dL Frutosamina sérica: formada quando porções de açúcar aderem a proteínas plasmáticas. Sua concentração pode ser utilizada para distinguir a hiperglicemia transitória da persistente. Quanto mais tempo a glicemia se mantiver elevada, maior será a concentração da frutosamina É um reflexo da média de concentração de glicose nas últimas 1 a 3 semanas (relacionada com a meia vida da albumina e de globulinas) e, portanto, não aumentará no caso de hiperglicemia transitória Deve-se colocar uma gota de urina (ou sangue, soro, plasma) na tira reagente e fazer a leitura em 30 segundos A reação principal detecta o ácido acetoacetato (aproximadamente 90%), reagindo com menor efetividade com a acetona (volátil). O B-hidroxibutirato, corpo cetônico mais abundante, não tem a estrutura de cetona e, por isso, não pode ser detectado • Teste positivo: pode ser decorrente de excessivo catabolismo de gordura (ex: balanço energético negativo), quantidade inadequada de carboidratos na dieta, caquexia, inanição, anorexia, hipertireoidismo, toxemia da prenhez e diabetes melito 4- Bilirrubina: 80-85% provém da degeneração de hemácias e 15-20% de proteínas hêmicas (citocromos e mioglobinas). Interpretada com a densidade: normal quando ausente ou pouca quantidade em hiperestenúria 1. Os eritrócitos senescentes, que atingiram sua meia-vida normal, são fagocitados por células mononucleares, principalmente no baço, mas também no fígado e na medula óssea. A hemoglobina dos eritrócitos fagocitados é catabolizada 2. Hemoglobina Heme + Globina. A globina é transformada em aminoácidos, enquanto a porção heme origina ferro e protoporfirina. O ferro é reciclado, mas a protoporfirina é transformada inicialmente em biliverdina e, em seguida, em bilirrubina 3. A bilirrubina não conjugada (indireta/livre) é liberada dos macrófagos, liga-se à albumina e é transportada no sangue até sinusóides hepáticos, onde é liberada da albumina e penetra nos hepatócitos 4. Nos hepatócitos, a bilirrubina não conjugada liga-se a proteínas, as quais limitam o retorno dessa bilirrubina ao plasma. Em seguida, é conjugada a um grupo de carboidratos, formando a bilirrubina conjugada (direta), que não se liga firmemente a proteínas, sendo mais hidrossolúvel 5. A maior parte da bilirrubina conjugada é ativamente transportada contra o gradiente de concentração aos canalículos biliares e, então, excretada na bile e uma pequena parte normalmente passa pela membrana do hepatócito e retorna ao sangue o Excretada com a bile intestino delgado transformada em urobilinogênio por meio de redução bacteriana excretada nas fezes na forma de estercobilinogênio o O restante do urobilinogênio (10%) é reabsorvido e alcança a corrente sanguínea. Parte desse urobilinogênio é removido do sangue pelos hepatócitos e novamente excretada; e outra parte é excretada na urina após filtração glomerular As cetonas forçam a excreção de cátions (sódio e potássio) quando são filtradas pelos rins, podendo chegar a causar hiponatremia e hipopotassemia • As fitas reagentes detectam somente bilirrubina conjugada • Bilirrubinúria*: hepatopatias como hepatite infecciosa canina, leptospirose e neoplasias obstrução de vias biliares como colestases intra e extra-hepáticas *Patologicamente, distúrbios hepáticos, hemolíticos e a obstrução de vias biliares, com colestase intra e extra-hepática, causam bilirrubinúria previamente ao aumento de bilirrubina plasmática 5- Sangue oculto: detecta a fração heme presente nas moléculas de hemoglobina e mioglobina. Uma reação positiva pode estar associada a hematúria; hemoglobinúria ou mioglobinúria • Centrifugar e decantar a urina: célula sedimentada= hematúria célula não sedimentada= hemoglobinúria ou mioglobinúria Diferenciação: dosagem de CK e AST (indicadores musculares). CK alta indica mioglobinúria (lesões de processos musculares) – EX: rabdomiólise (mioglobinúria pós-exercício intenso) Hematúria= problemas na hemostasia; CID; trauma; neoplasias; infecções Hemoglobinúria= hemólise intravascular; lise de hemácias na urina (urina diluída e alcalina) Mioglobinúria= rabdomiólise; miopatias traumáticas; tóxicas (veneno de cascavel) 6- Proteínas: Normal= negativo ou traços, dependendo da densidade. O grau de proteinúria não é necessariamente proporcional à severidade do processo patológico • Razão proteína: creatinina na urina (PU:CU) = teste feito para confirmar a relevância da proteinúria. Altera quando 25% dos néfrons estão comprometidos -Proteinúria renal: Este tipo de proteinúria está associado à presença de cilindros e células renais no sedimento e normalmente é acompanhado de densidade urinária baixa e azotemia. -Proteinúria pós-renal: Geralmente está acompanhada de eritrócitos, leucócitos e células epiteliais do trato urinário baixo no sedimento e ausência de cilindros. A densidade encontra-se dentro dos valores fisiológicos. Na maioria dos casos, alterações no comportamento de micção são evidentes, como disúria, polaquiúria e estrangúria. PROTEINÚRIA PRÉ-RENAL Significado: doença primária NÃO RENAL. Não provoca hipoproteinemia e geralmente é transitória PROTEINÚRIA RENAL Significado: aumento da permeabilidade glomerular; doença tubular; sangue ou exsudato renal; inflamação dos rins PROTEINÚRIA PÓS-RENAL Significado: infecção do trato urinário inferior; hematúria; obstrução por urolitíases • Aumento da pressão hidrostática (exercício intenso, por exemplo) • Aumento da concentração sérica de proteínas de baixo peso molecular, como hemoglobina e mioglobina, gerando hemoglobinúria e mioglobinúria • Neoplasias • Doença cardíaca congestiva • Erlichiose/Leishmaniose • Nefrose • Cistos renais • Glomerulonefrite • Amiloidose • Nefrite/pielonefrite • Neoplasias renais A principal proteína perdida é a albumina, e os animais podem apresentar hipoproteinemia significativa • Pielite/uretrite • Cistite/uretrite • Vaginite Animal 2: proteinúria mais significativa PU:CU < 0,2 - NORMAL PU:CU 0,2 – 0,4 (gato) e 0,2 – 0,5 (cão) – SUSPEITO PU:CU > 0,4 e 0,5 cão e gato – PROTEINÚRIA SIGNIFICATIVA EXAME DE SEDIMENTO: eritrócitos, leucócitos, células epiteliais, cilindros, cristais • Centrifugação: 5 a 10 mL da amostrafresca de 1500 a 2400 rpm por 5 minutos. Guardar a urina remanescente na geladeira • Retirar o sobrenadante com a pipeta Pasteur, deixando o volume de 0,5 mL e homogeneizar o sedimento • Colocar uma gota de urina entre a lâmina e lamínula já limpas com álcool a 70% e deixar em câmara úmida por 10 minutos • Pequeno aumento (objetiva 10x) para cilindros e cristais e grande aumento (objetiva de 100x) para células e bactérias 1- Eritrócitos: A presença de mais de 5 eritrócitos por campo de grande aumento é considerada anormal e indica hematúria • DEU < 1,008 ou urinas alcalinas: pode ocorrer lise eritrocitária • DEU > 1,025: os eritrócitos tendem a crenar (diminuem seu tamanho e apresentam contorno irregular) • Algumas causas que podem levar a hematúria: Cistocentese, cateterização, cálculo, atropelamento, obstrução, câncer, biópsia renal ou de bexiga (causas TRAUMÁTICAS); Infecção, estro, nefrose, doença do sistema urinário inferior felino, parasitos e coagulopatia (causas NÃO TRAUMÁTICAS) Cilindros hemáticos (RAROS): indicam hemorragia provinda dos túbulos renais. São muito frágeis e podem se desintegrar durante a manipulação da urina 2- Leucócitos: A presença de mais de 5 células leucocitárias por campo de grande aumento é considerada anormal e indica piúria • Urinas hipotônicas e alcalinas: ocorre facilmente a lise de leucócitos • Micção espontânea: a inflamação pode encontrar-se em qualquer local do sistema urogenital • Cistocentese: a localização é mais restrita a inflamações dos rins ou, mais frequentemente, na bexiga • São ligeiramente maiores que os eritrócitos, esféricos, granulares e desprovidos de núcleo, podendo ser observados isoladamente, em aglomerados e/ou dentro de cilindros (advêm dos túbulos renais e podem indicar pielonefrite) Cilindro hemático • Neutrófilos: indicam inflamação do sistema urogenital e geralmente são acompanhados de eritrócitos e bactérias • Eosinófilos: raramente observados e em geral estão associados a doenças parasitárias e cães com cistite polipoide eosinofílica (caracterizada pela presença de massa na bexiga urinária semelhante a um tumor e hematúria persistente) CPE: histopatologia – infiltrado de eosinófilos e eosinopoese na parte interna da massa. O tratamento é a ressecção cirúrgica 3- Células epiteliais: ESCAMOSAS: Enormes, com bordas lisas ou entrecortadas, com núcleo normalmente visível e em geral ocorrem em pequeno número na urina • Grande número: o Cadelas: verificar se a coleta foi realizada por micção espontânea durante o cio, devido às células terem origem genital o Machos: considerar a possibilidade de sertolioma (tumor que secreta estrógeno induzindo metaplasia escamosa prostática) CÉLULAS EPITELIAIS ESCAMOSAS TRANSICIONAIS RENAIS NEOPLÁSICAS Uretra, genitália e pelve Bexiga, ureter e pelve renal Túbulos Carcinoma de células epiteliais Cilindro leucocitário: bastante frágil e infrequente, indicando inflamação dos túbulos renais e sugerindo pielonefrite TRANSICIONAIS: Células comumente encontradas na urina. Na urina normal, existe apenas pequenas quantidades de células epiteliais (<5/CGA) o Quando em grande aumento e acompanhadas de eritrócitos e leucócitos, relacionam-se com cistite o Em geral são visualizadas em blocos ou aglomerados que podem ocorrer devido à cateterização RENAIS TUBULARES: menos comuns e são semelhantes aos leucócitos. Não são clinicamente utilizadas Diagnóstico CCT: número global de células epiteliais, variação do tamanho e formato das células e ausência de inflamação 4- Cilindros: moldes dos lúmens tubulares, compostos primariamente por mucoproteínas que são secretadas pelas células epiteliais tubulares e pode conter diferentes quantidades de células, lipídeos e debris. Quando em quantidades significativas, refletem doenças tubulares renais ativas, em geral de etiologia aguda tóxica (nefrose) • Não são marcadores confiáveis, pois não identificam o início, a gravidade ou a reversibilidade da doença tubular, porém implicam que a doença ainda esteja ativa ou em curso nos rins Sedimento urinário não corado. Células epiteliais pleomórficas e eritrócitos. Carcinoma de células transicionais Células epiteliais pleomórficas sem sinais de inflamação, diagnóstico consistente com carcinoma de células transicionais • A urina normal não deve ter cilindros, apenas poucas quantidades de cilindros hialinos (1 a 2/CPA) ou granulares finos no caso de urina concentrada • Cilindros hialinos: são de difícil observação; são claros, têm as extremidades arredondadas e sem recortes. Tendem a se dissolver em urina diluída e alcalina e são compostos quase inteiramente de mucoproteína e albumina Número elevado: doenças glomerulares; proteinúria pré-glomerular (menos frequente) • Cilindros granulosos: células e mucoproteína, facilmente observáveis. Originados de células epiteliais que descamaram recentemente e foram aprisionadas na mucoproteína, formando o cilindro. 1 ou 2 cilindros granulosos /CPA em urina concentrada é considerado normal Indicam a possibilidade de necrose, pielonefrite ou infarto (isquemia). Quanto mais distante são formados nos túbulos, maiores serão os grânulos. Ocorre a modificação de grânulos grosseiros para finos e, no estágio final da degeneração, transformam-se em cilindros céreos • Cilindros céreos: claros, sem estruturas internas, frágeis e quebradiços. Indicam cronicidade e particularmente se encontrados em grandes quantidades, evidenciam doença em progresso Cilindro granuloso. Encontrado mais frequentemente por nefrose e por causas isquêmicas Cilindro granuloso progredindo de grânulos grosseiros para finos. A distinção não é essencial, o importante é saber que esse tipo de cilindro indica lesão tubular ativa quando encontrado em grande número na urina concentrada Cilindro hialino. Podem ser vistos em pequena quantidade em pacientes saudáveis com a urina concentrada. Também podem estar associados à proteinúria (principalmente na síndrome nefrótica) • Cilindros gordurosos: compostos de lipídeos e são vistos em gatos. Associados à doença tubular (degeneração) e ao diabetes melito OBS: No estágio final de doenças renais o sedimento torna-se escasso, pois os poucos néfrons remanescentes produzem urina diluída 5- Cristais: são produtos finais da alimentação do animal e dependem do pH urinário para sua formação. Podem elucidar a composição do cálculo e auxiliar na estratégia terapêutica medicamentosa Cilindro céreo. Apresenta nítidas arestas lineares com extremidades rombas e aparência frágil. Quando visto, indica longos períodos de diminuição do fluxo tubular, mais comumente observado em lesões renais crônicas PROVAS DE FUNÇÃO RENAL: ureia, creatinina, eletrólitos IRA: comprometimento de mais de 75% da função renal. Ureia, creatinina e eletrólitos aumentados na circulação. Não há alterações sistêmicas significativas e as alterações laboratoriais podem ser reversíveis DRC: dano renal presente há pelo menos 3 meses, com ou sem diminuição da taxa de filtração glomerular. Irreversível 1. TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (não é utilizada em veterinária): volume total filtrado por unidade de tempo (fluxo urinário de 1 a 2 mL/kg/hora). Média de 5L/kg/dia -retenção de componentes celulares e proteínas de alto peso molecular (albumina não deve passar) -o filtrado difere do plasma por não possuir quantidade de proteínas de alto peso molecular 2. PU:CU – avaliar se a proteinúria é significativa. As principais causas de proteinúria em cães e gatos são glomerulonefrite e amiloidose 3. UREIA: produto final do catabolismo proteico (produzida no fígado).É excretada através do filtrado glomerular -Causas de aumento da ureia sanguínea: EXTRA-RENAIS 1. Aumento da síntese: ingestão proteica elevada; hemorragia gastrintestinal 2. Catabolismo tecidual: febre e trauma tecidual generalizado; aplicação de glicocorticoide e tetraciclina PRÉ-RENAIS 1. Diminuição do fluxo renal 2. Diminuição da pressão glomerular 3. Hipotensão e choque 4. Insuficiência cardíaca 5. Aumento da pressão osmótica 6. Desidratação RENAIS Quando ¾ ou menos dos néfrons estão afuncionais PÓS-RENAIS Ruptura e/ou obstrução do trato urinário -Processo obstrutivo: congestiona o fluxo, resultando numa taxa de filtração glomerular baixa e aumentando ureia e creatinina na circulação -Ruptura de bexiga: a ureia e a creatinina vão para a cavidade e serão reabsorvidas, aumentando seus níveis séricos -Quando o processo não é renal, a densidade urinária continuará normal, pois os túbulos não estão comprometidos 4. CREATININA: resultado da metabolização da fosfocreatina que se converte através da quebra no sangue. Totalmente excretada pelos glomérulos, servindo como índice de filtração glomerular e azotemia Exames laboratoriais que representam a filtração glomerular Exames laboratoriais que representam a reabsorção tubular Exames laboratoriais que representam a secreção tubular creatinina sérica + fósforo sérico + relação creatinina e proteína urinária densidade urinária + glicose urinária + sódio sérico potássio sérico + íons hidrogênio (pH sanguíneo) -Causas de aumento da creatinina sérica: PRÉ-RENAL Diminuição do fluxo sanguíneo (hipotensão; cardiopatias; choques; desidratação) RENAL Diminuição da taxa de filtração glomerular PÓS-RENAL Ruptura e/ou obstrução do trato urinário -AZOTEMIA: aumento de ureia e creatinina séricas, SEM MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -UREMIA: azotemia COM PRESENÇA DE SINAIS CLÍNICOS (hálito urêmico; úlceras; diarréia; vômito; osteodistrofias; poliúria; polidipsia; anemia arregenerativa; anorexia; gastroenterite hemorrágica) PRÉ-RENAL -catabolismo proteico e muscular -diminuição do fluxo sanguíneo (cardiopatias) -desidratação RENAL -pielonefrite -glomerulopatias -amiloidose -DRC etc. PÓS-RENAL -ruptura ou obstrução do trato urinário inferior AZOTEMIA Averiguar se há sinais de obstrução/trauma em vias urinárias SIM NÃO PÓS RENAL Densidade urinária normal ou aumentada < 1,025 – 1,035 RENAL >1,035 – 1,045 PRÉ-RENAL -ESTADIAMENTO DA DRC: • Estágio 1 da DRC: não azotêmico, mas há alguma alteração renal presente (isostenúria, proteinúria, alteração em imagem e biópsia) • Estágio 2 da DRC: caracteriza-se pela presença de discreta azotemia em avaliações seriadas com alguma PU e PD • Estágio 3 da DRC: azotemia moderada e manifestações sistêmicas da perda de função renal • Estágio 4 da DRC: intensa azotemia com falência renal e alterações gastrintestinais, neuromusculares ou cardiovasculares • SDMA= dimetilarginina simétrica (0 a 14 ug/dL). Forma mutilada da arginina, liberada para a circulação na degradação de proteínas e eliminada pelos rins. Aumenta, em média, quando há perda de 40% da função renal e consistentemente meses anteriores à creatinina em gatos com ocorrência natural de DRC -Não é influenciada pela massa corporal magra e idade. Deve ser avaliada com as dosagens da creatinina/ureia e urinálise -Uso clínico: estadiamento da DRC para mudança de tratamento (avanço do estadiamento em caso de valores altos no SDMA) 5. ELETRÓLITOS • Na+/K+: translocação do meio intra e extracelular (potencial de membrana). Normalmente há maior concentração de sódio extracelular e potássio intracelular -Aparelho justaglomerular (células da mácula densa): avalia as concentrações de sódio -Pouco sódio passando diminuição do volume (pouca água passando) taxa de filtração diminui pressão diminui ativação do sistema-angiotensina-aldosterona -Angiotensina II reabsorve sódio e aumenta a secreção de potássio. Estimula a liberação de aldosterona, que intensifica esta ação tubular e vasoconstrição, melhorando o fluxo sanguíneo e agindo na glândula pituitária para aumentar a secreção de ADH (abre aquaporinas) SÓDIO: normalmente, o sódio é filtrado e reabsorvido, dependendo da quantidade na dieta. Na nefropatia crônica generalizada, há perda de sódio, pois este acompanha a água na depleção hídrica para manter a isotonicidade. • Situações que levam à HIPONATREMIA: -Disfunção tubular: perda da capacidade de reabsorver sódio -Perda gastrintestinal (não consegue reabsorver adequadamente): aumento de ADH pela glândula pituitária (aumenta aquaporina, volume e pressão). Para diminuir esta pressão, há ação do hormônio peptídeo natriurético, cessando a reabsorção de sódio e, consequentemente, a água e o sódio vão para a urina, regulando volume e pressão -Hiperglicemia: promove diurese. Quando há excesso de glicose sérica, o meio fica mais concentrado, sendo necessário normalizá-lo através da osmose, causando glicosúria (para isso, é necessário eliminar sódio, aumentando a taxa de filtração para produzir mais urina) -Diuréticos: cada diurético age num local diferente. Ex: furosemida bloqueia, na alça de Henle, o transportador NaK2CL. Não haverá reabsorção de sódio, potássio e cloro. Necessário controlar a dose e avaliar a concentração de potássio • Situações que levam à HIPERNATREMIA: -Desidratação menor concentração de plasma as moléculas de sódio estão concentradas (hemoconcentração). Necessário realizar fluidoterapia para normalizar a volemia -Diminuição de ADH: concentração das moléculas de sódio -Excesso de sódio: intoxicação por sal; excesso de ingestão pela dieta; administração de solução salina hipertônica POTÁSSIO: fisiologicamente filtrado nos glomérulos, reabsorvido nos túbulos contorcidos proximais e excretado pelos túbulos distais. A concentração sérica de potássio varia com a dieta. Na nefropatia com oligúria ou anúria, há perda de função excretora renal e retenção de potássio, levando à hipercalcemia • Situações que levam à HIPOCALEMIA/HIPOPOTASSEMIA: -Hiperinsulinemia: estimula redistribuição do potássio para o meio intracelular -Alcalose metabólica (pH sanguíneo está mais elevado): a concentração de H+ está diminuída um dos mecanismos do organismo é disponibilizar mais moléculas de hidrogênio em troca da entrada de potássio no meio intracelular -Perda de potássio: trato gastrintestinal (perda da capacidade de absorção; diarreias); furosemida; excesso de mineralocorticóide (aldosterona) OBS: excesso de mineralocorticoide reabsorve muito mais sódio e secreta muito mais potássio (disfunção de adrenal) • Situações que levam à HIPERCALEMIA/HIPERPOTASSEMIA: -Excesso de administração por fluidoterapia -Hemólise (maior concentração de potássio dentro da célula). Numa coleta, se a amostra estiver hemolisada, não dá para dosar potássio -Acidose metabólica: excesso de H+ sérico. Organismo: entrada de H+ intracelularmente e saída do potássio, aumentando sua concentração -Diminuição da secreção: disfunção renal – principalmente em oligúria e anúria – não secretará potássio. Ex: azotemia pós-renal ruptura de bexiga; obstrução ureteral; diminuição de mineralocorticóide CÁLCIO: na nefropatia aguda não há alteração nos níveis séricos de cálcio. Na nefropatia crônica generalizada há perda da capacidade de reabsorção, com consequente hipocalcemia. Quando perdura, essa hipocalcemia estimula a paratireoide a mobilizar cálcio ósseo para manter a homeostase, levando ao hiperparatireoidismo secundário renal • Situações que levamà HIPOCALCEMIA: -Intensa perda. Ex: eclampsia (pequenos animais); lactação; disfunção tubular -Diminuição da absorção intestinal: linfoma intestinal; doença inflamatória intestinal -Hipovitaminose D -Hiperparatireoidismo secundário nutricional: tto – dieta -Hiperparatireoidismo secundário renal: tto – manejo Absorção intestinal Cálcio circulante Liberação de PTH Retirada óssea Absorção intestinal de Ca+2 e P Reabsorção tubular Reabsorção tubular Cálcio circulante Liberação de PTH Retirada óssea Absorção intestinal de Ca+2 e P Reabsorção tubular Mandíbula de borracha Todo o cálcio que foi acumulado pela reabsorção óssea e aumento da reabsorção intestinal chega na circulação e é secretado nos túbulos, pois o indivíduo perdeu a capacidade de reabsorção óssea. O nível de cálcio continua baixo e o PTH se mantém alto, causando uma deficiência no parênquima ósseo (mandíbula de borracha) Mecanismo compensatório do organismo em relação à hipocalcemia: -paratireoide libera paratormônio retira cálcio dos ossos e estimula aumento da absorção intestinal de cálcio e fósforo + aumento da vitamina D (intestino reabsorção de cálcio e fósforo) aumenta a reabsorção de cálcio nos túbulos renais e elimina fósforo normaliza concentração • Situações que levam à HIPERCALCEMIA: -Desidratação: diminuição do volume plasmático -Hiperparatireoidismo primário: paratireoide liberando PTH em excesso -Hipervitaminose D Mecanismo compensatório do organismo em relação à hipercalcemia: -tireoide libera calcitonina aumenta a deposição de cálcio nos ossos e diminui a concentração no intestino e túbulos renais diminui nível de cálcio sérico OBS: Nem todo cálcio está disponível para ser utilizado -40 a 45% do cálcio total está ligado a proteínas plasmáticas (80% com albumina e 20% com globulinas) -5 a 10% do cálcio total está ligado a ânions não proteicos (citratos, lactatos e outros) -50% do cálcio total está na forma ionizada (livre) **HIPOPROTEINEMIA: o cálcio total estará baixo (hipocalcemia). No caso abaixo (gráfico), não é necessário suplementar, pois o cálcio ionizado está normal FÓSFORO: Na nefropatia crônica progressiva e na doença renal generalizada, há redução na velocidade de filtração e perda na capacidade de excreção de fósforo, levando à hiperfosfatemia em cães e gatos. Quando perdura a hiperfosfatemia, há um estímulo à paratireoide, no sentido de mobilizar cálcio ósseo para manter a homeostase sanguínea. Esse processo leva ao hiperparatireoidismo secundário renal • Situações que levam à HIPOFOSFATEMIA: -Má absorção intestinal: hipovitaminose D diminuindo a concentração de fósforo -Hiperparatireoidismo – secundário ou primário: na tentativa de reabsorver cálcio, o fósforo é eliminado -Deficiência na ingestão • Situações que levam à HIPERFOSFATEMIA: -Hipervitaminose D -Diminuição na excreção renal: diminuição na taxa de filtração glomerular ou ruptura de bexiga -Redistribuição: lesão renal (miopatias) – Há muito fósforo no meio intracelular. Numa lesão muito importante, pode apresentar hiperfosfatemia (comum em miopatias). Diferenciação: dosar CK
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