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12 A pesquisa antropológica

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29/03/2020 12. A pesquisa antropológica
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ANTROPOLOGIA
12. A pesquisa antropológica
Por: LAINO ALBERTO SCHNEIDER
 
O objetivo de estudo deste capítulo será mostrar como a pesquisa
antropológica tem como objetivo estudar as sociedades em suas
particularidades.
O estudo antropológico possibilita que haja uma compreensão acerca dos mais
variados momentos da história da humanidade, possibilitando, assim:
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A antropologia tem poucas respostas finais, mas
projeta a luz do fato e da razão em muitas questões
prementes.
(HOEBEL e FROST, 2005, p. 1)
1 A pesquisa de campo
O olhar da diversidade e complexidade na observação deverá ser uma das
metas propostas pelo pesquisador. 
Meus diários são anotações que fiz dia a dia, lá nas aldeias, do que
via, do que me acontecia e do que os índios me diziam. Gastei nisso
uns oito cadernos grossos, de capa dura, que ajudava a sustentar a
escrita, porque índio não tem mesa, muitas vezes escrevia sobre
minhas pernas ou deitado em redes balouçantes. Você imaginará a
letra horrível que resultava disso.
Os índios também escreviam nos meus diários e eu reproduzo
algumas páginas de colaboração deles. Observando minha
escrevinhação sem fim, eles pediam o caderno, sustentavam-se
como eu e rabiscavam arabescos sobre a pauta. [...].
Além de diários eu preenchi quantidades de cadernetas de campo,
que não são de publicar porque consistem apenas em anotações e
gráficos que eu, depois, transpunha para os diários. (RIBEIRO, 1996,
p. 9)
O campo sempre é para o antropólogo espaço onde ele aprende a olhar e a
identificar as características básicas para estudá-lo.
A ética na pesquisa antropológica no campo pericial.
2 O olhar de dentro de fora (longe e perto)
**** O olhar de quem chega é um no processo de observação e o olhar de
quem é observado é outro.
*** Processo de dicotomia.
http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr6/documentos-e-publicacoes/documentos-e-publicacoes/artigos/docs_artigos/artigo_A_etica_na_pesquisa_antropologica_no_campo%20pericial.pdf
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*** A pesquisa de campo não é uma descrição pura e simples de uma
observação, e sim a compreensão do mecanismo de produção e consumo
desses códigos culturais.
*** Processo de interpretação da relação que se estabelece por meio do polo
da objetividade com a subjetividade. 
Esses são elementos importantes para a pesquisa de campo no campo
antropológico. 
TRABALHO DE CAMPO E RELATIVISMO - A alteridade como crítica da
antropologia.
3 A pesquisa etnográfica e etnológica
Segundo o dicionário Priberam.
Etnografia é a ciência que descreve os povos no relativo aos seus
costumes, índole, raça, língua, religião etc. 
Já
Etnologia é tratado acerca da origem e distribuição dos povos.
http://www.antropologia.com.br/arti/colab/a5-eplacerda.pdf
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 Etnografia 
 
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A observação etnográfica sustenta-se sobre o encadeamento de três
técnicas fortemente entrelaçadas: perceber, memorizar, anotar.
Supõe um vai e vem permanente entre suas percepções, sua
explicitação mental, sua memorização e o caderno (seu diário de
campo) no qual faz suas anotações. É uma vigilância aguçada por
informações exteriores e questões que evoluem à medida que seu
trabalho avança. É uma ferramenta de descoberta e variação. Sem
armas, a observação é vazia. Muito armada não apreende nada.
Cabe a você construir o que deve verificar. Não se observa sem
referências, sem pontos de balizamento. (BEAUD; WEBER, 2007, p.
97-8)
O etnógrafo deve:
--> se preocupar em fazer uma descrição densa e concisa sobre o que
observa;
--> manter uma observação minuciosa, detalhada do objeto em estudo;
--> descrever os fenômenos que vislumbra, ou seja, mapear a realidade sócio-
cultural. 
Como coloca Laplantine (1991, p. 150) "o etnógrafo é aquele que deve ser
capaz de viver nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda. 
A etnologia é:
--> o estudo comparativo;
--> uma comparação se mede, verifica-se semelhanças e diferenças;
--> um complemento da etnografia, pois, enquanto a etnologia compara, a
etnografia descreve um fato social ou comportamental. 
Tanto a etnografia quanto etnologia sempre visa comparar o grupo. O indivíduo
não pode ser descontextualizado, nem no ambiente de comparação, nem no
ambiente de descrição.
4 Métodos e técnicas de pesquisa
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 As técnicas imprescindíveis em uma pesquisa de campo são:
a) Observação: produzir documentação.
b) Questionário: aplicação.
c) Entrevista: especificação do tema. 
5 A postura ética na pesquisa
O pesquisador deve ter em mente que sua visão etnocêntrica deve ser deixada
de lado, pois uma pesquisa deve ser o mais imparcial possível. O pesquisador
deve transitar entre etnocentrismo e relativismo para poder compreender como
o processo de transformação e mudança aconteceu. 
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 No presente capítulo, foi trabalhada a pesquisa antropológica, onde se verifica
a importância da aprendizagem de um olhar não pra quem está certo ou
errado, mas para o que justifica a forma de ser e agir da comunidade em
estudo. Também se desenvolveu a discussão como na pesquisa antropológica,
o método etnográfico e etnológico nos auxiliam na leitura e compreensão dos
aspectos socioculturais. 
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AMORIM, Elaine; ALVES, Kênia; SCHETTINO, Marco Paulo Fróes. A ética na
pesquisa antropológica no campo pericial. Disponível em:
<http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr6/documentos-e-
publicacoes/documentos-e-
publicacoes/artigos/docs_artigos/artigo_A_etica_na_pesquisa_antropologica_no_cam
Acesso em: 6 out. 2017.
BEAUD, Estéphane; WEBER, Florence. Guia para a pesquisa de campo:
produzir e analisar dados etnográficos. Petrópolis: Vozes, 2007.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
HOEBEL, E. A.; FROST, L. E. Antropologia cultura e social. 7. ed. São
Paulo:
Cultrix, 2005.
LACERDA, Eugênio Pascele. TRABALHO DE CAMPO E RELATIVISMO. A
alteridade como crítica da antropologia. Disponível em:
<http://www.antropologia.com.br/arti/colab/a5-eplacerda.pdf>. Acesso em: 5
out. 2017.
LAPANTINE, François. Aprender antropologia. 5. ed. São Paulo: Brasiliense,
1991.
PRIBERAM Dicionário. Disponível em:
<https://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx>. Acesso em: 3 jul. 2018.
RIBEIRO, Darcy. Diários índios. Os Urubus-Kaapor. São Paulo: Companhia
das Letras, 1996.
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