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O homem dos ratos

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No caso do homem dos ratos, Freud estuda e apresenta um caso de neurose obsessiva. Ernst Lanzer vinha de um treinamento militar e agora iria prestar uma prova e procura Freud, com queixas típicas de Neurose Obsessiva, Freud então o atende, e em suas obras o chama de Homem dos Ratos.
Em seus primeiros relatos, ele conta como começaram a se desenvolver os seus desejos sexuais, onde já com seus quatro ou cinco anos de idade, sempre que via os corpos das moças que trabalhavam em sua casa e que cuidavam dele, as achava atraentes. Relata que com seus cinco anos já acariciava a governanta e segundo ele, a mesma o permitiria; me deixando uma questão: até que ponto foi natural, e até que ponto o mesmo teria sido seduzido (induzido) a fazê-lo? Após este episódio sua atração aumentou; com cinco anos ele sentia prazer em tomar banho com suas irmãs, dado pela governanta, sentindo um prazer enorme quando está lhe tirava a roupa. Com seis anos já tinha ereções e foi queixar-se delas para sua mãe; na época ele acreditava que de alguma maneira, seus pais conheciam seus pensamentos. 
Outra coisa que o assombrava desde pequeno, era que certos pensamentos poderiam trazer certas consequências; uma delas seria que seu pai morreria se ele pensasse em determinado assunto.
Em outras sessões HR (homem dos ratos), relata que conheceu um Tenente A com desejo sádico, que contava suas torturas com prazer e umas dessas histórias de tortura deixava HR inquieto. Ratos famintos eram colocados dentro de um recipiente que seria acoplado às nádegas de uma pessoa acorrentada e colocada em uma posição de modo que os ratos, através de uma abertura determinada, tentariam fugir, penetrando o ânus do torturado. O HR imaginava que tal tortura seria aplicada a seu pai, já falecido e à mulher que ele amava. Este medo começa a partir do momento que recebe a notícia que os óculos que mandou fazer, foram recebidos pelo Tenente A. Então a ideia de pagar o Tenente A, antes que este torturasse as pessoas que ele gostava, o dominou. O mais estranho até o momento é que seu pai já havia falecido.
Quando HR consegue juntar dinheiro para pagar o Tenente A, descobre que quem realmente recebeu foi Tenente B, logo a dívida em questão era com o B. 
A angústia nasce da questão como pagar o Tenente A, sendo que a dívida seria com Tenente B. E toda vez que ele tentava afastar este pensamento, o pensamento voltava de maneira mais forte ainda... ele ainda planeja um meio de pagar os dois tenentes, de modo que o agradasse, mas esse plano deu errado. Com a viagem do Tenente A para Viena. HR ainda vai até Viena tentar pagar o Tenente A e em Viena, encontra um amigo. HR expõe o que lhe assombra ao amigo, e seu amigo o encaminha até Freud.
Outro episódio aconteceu com ele, foi quando esperava sua amada e seu primo, e lhe vem a ideia de que uma pedra na estrada poderia matar ambos, ele então remove a pedra, depois achando a ideia ridícula e devolveu a pedra ao seu local, e esse processo se repetiu várias vezes. Ele ainda é assombrado pelo medo de sua noiva trocá-lo pelo seu primo Dick, pois HR estaria gordo (Dick é apelido do primo, e também é a tradução de gordo do alemão), então ele começa a ser tomado pela ideia de emagrecer de todo jeito.
Em outra sessão HR relata o fato de que seu pai também teria feito manobras militares quando mais jovem, e teria deixado uma dívida de jogos, o termo utilizado por HR foi “rato de jogo”. Seu pai também teria casado com sua mãe pelo fato dela ser mais rica (o termo casar em alemão é heiraten, enquanto rato seria Ratte). Nessa sessão também revela que sempre utilizou o termo rato, para dividas que ele possuía. Freud começa a notar que HR sempre fazia associação dos seus pensamentos negativos aos termos que lembrem rato. HR tinha medo inconsciente de repetir a história do pai, deixando suas diversas dividas, capitais, morais e sociais em aberto.

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