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Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 EXODONTIAS Prof Rafaela Nobre Conceito • É a remoção cirúrgica de um ou + elementos dentários • Simples ou complexa • Sem dor • Destreza e força controlada • Mínimo trauma tecidual • Mínimas complicações História • Uso de fórceps e seus mecanismos remete à Aristóteles (384-322 a.C.) Indicações • Cáries extensas sem possibilidade restaurativa • Doença periodontal avançada • Necrose pulpar e lesão periapical não responsiva ao tratamento endodôntico (sítios de infecção) • Indicação ortodôntica • Dentes impactados ou em desoclusão • Dentes supranumerários • Dentes decíduos retidos • Dentes envolvidos diretamente com cistos, tumores e fx maxilo-mandibulares • Terapia pré-radiação (possíveis focos de infecção) • Indicações pré-protéticas Contra-indicações Locais relativas • Dentes associados a lesões malignas • Gengivo-estomatite herpética • Infecções locais não contraladas (ex. pericoronarite grave) • Trismo (ex. abscesso dentoalveolar agudo) • Áreas irradiadas em período inferior há 1 ano • Distúrbios renais e hepáticos Contra-indicações sistêmicas • Gestantes (1 e 3 bimestre) - relativa • Infecções sistêmicas não contraladas • Imunodeprimidos, diabéticos e hipertensos não controlados • Pacientes hematológicos sem prévia prescrição e orientação dos hematologistas • Infarto agudo do miocárdio em período inferior há 6 meses • Distúrbios renais e hepáticos não controlados • Pacientes ASA III, IV e V • Extremos de idades Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 Avaliação - antecipar o grau de dificuldade Clínica abertura: trismo, fibrose muscular, DTM. Acesso: posição dente Mobilidade: (DP x Hipercementose) Condições da coroa Radiográfica Raízes: reabsorção, número, curvatura, tamanho e divergência Osso alveolar: densidade I e II ou III e IV Proximidade com estruturas anatômicas: Seio maxilar e túber; NAI e mentual Planejamento: exodontia simples ou remoção cirúrgica Preparação Paciente • Controle da dor e ansiedade • Medicações pré-op • Antissepsia face e intra-oral • Colocação do campo fenestrado Equipe: cirurgião e auxiliar • EPIs • Antissepsia mãos e braços • Barreiras de proteção estéreis • Mesa cirúrgica • Posicionamento da cadeira Posição da cadeira – Fórceps • Posições da cadeira, paciente e equipe cirúrgica são essenciais para SUCESSO da exodontia • Melhor posição: + confortável p/ paciente e equipe Máximo controle da força • Cirurgião: braços próximos ao corpo p/ estabilidade e apoio, com pulso em ângulo reto para distribuir força para braço e ombro. • Posição em pé: + comum (+ mobilidade) MAXILA: paciente + deitado; cadeira + elevada, na altura do cotovelo do CD MANDIBULA: paciente + vertical (quase 90°); plano oclusal paralelo ao solo; usar mordedor e apoio da mão oposta para estabilização Controle da dor • Anestesia deve ser profunda a fim de prevenir dor, ansiedade e trauma PO • Eliminar sensações da polpa, ligamento periodontal e tecidos moles bucolinguais Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 Princípios mecânicos ALAVANCA - Força + movimento + força – movimento CUNHA - Ponta ativa do fórceps no EP: expandir osso e forçar dente para fora do alvéolo - Alavanca reta no EP: deslocar raízes em direção oclusal RODA E EIXO - Raiz de um dente multiradicular é deixada no proc. alveolar - Ponta da alavanca Seldin = roda (eleva a raiz p/ fora do alvéolo) - Cabo = eixo Princípios para uso do fórceps • 5 movimentos 1. Pressão apical: - Inserção da ponta do fórceps no espaço do LG - Centro de rotação é deslocado apicalmente 2. Força vestibular: - Expansão da cortical vestibular 3. Pressão lingual: - Expansão da crista óssea lingual Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 4. Pressão rotacional: - Movimento de rotação do dente - Raízes simples e cônicas 5. Forças de tração: - Liberar o dente do alvéolo - Suave, posterior a expansão óssea Exodontia: simples X complexa • Exodontia simples: método fechado • Exodontia complexa - Técnica aberta, técnica cirúrgica, técnica por retalho: - Grande porção da coroa está ausente - Acesso à raiz do dente é dificil - Necessidade de força excessiva? Método fechado (5 etapas) 1. Liberação dos tecidos moles que se inserem dente: Sindesmótomo, Bisturi ou Molt 2. Luxação do dente com uma alavanca 3. Adaptação do fórceps ao dente 4. Luxação do dente com o fórceps 5. Remoção do dente do alvéolo: pequena força; após expansão óssea e luxação Exodontia Simples Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 Exodontia complexa 1. Incisão, retalho e descolamento mucoperiostal - Visibilidade - Menor trauma tecidual - Irrigação retalho 2. Ostectomia e odontosecção - Motor e brocas - Proximidade com estruturas nobres - Remoção tábua óssea vestibular: coronal ➔ apical - Exposição radicular: menor resistência - Regularização do rebordo - Irrigação abundante 3. Lima endodôntica 4. Extratores atraumáticos Raizes residuais Remoção da porção apical Raízes divergentes (4) ) (1) (3) Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 Hipercementose Hipercementose raiz distal Raiz residual – 1 PM superior Molar semi incluso – destruição coronária e dilaceração apical Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 Terço apical – 1PM superior Função da mão oposta • Afastar tecidos moles da bochecha, lábios e língua para visualização do campo • Proteger os outros dentes do fórceps • Suporte e estabilização da mandíbula • Apoio tátil para informar expansão processo alveolar durante luxação Função do assistente • Visão ampla e acesso à área operatória • Afastamento tecidual • Aspiração sangue, saliva e SF 0,9% • Ajudar a proteger os dentes do arco oposto • Estabilização da mandíbula • Apoio psicológico e emocional ao paciente TECNICAS ESPECIFICAS Maxila INCISIVOS - Fórceps universal superior 150 - Raízes cônicas - Incisivos laterais raízes mais longas e finas - Incisivos laterais podem apresentar curvatura distal - Osso é mais fino do lado vestibular e espesso do palatino - Posicionamento do fórceps o mais apical possível - O movimento inicial é lento, constante e firme na região vestibular - Uma força menos vigorosa no sentido palatino, é então, utilizada, seguida de uma força rotacional lenta e firme - O movimento rotacional deve ser minimizado para o incisivo lateral, especialmente se existir uma curvatura Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 CANINOS - É o dente mais longo da boca - Produz uma proeminência chamada bossa canina na superfície anterior - Osso sobre a face vestibular geralmente é fino - Não é incomum um fragmento fraturar da cortical e ser removido do dente - Fórceps universal superior 150 - Posicionamento do fórceps o mais apical possível - O movimento inicial é apical e então para a vestibular, com uma pressão de retorno para a palatina - Uma pequena quantidade força rotacional pode ser útil para expandir o alvéolo dentário - Após a luxação do dente ele é removido do alvéolo na direção vestíbulo-incisal com a força de tração vestibular PRIMEIRO PRÉ-MOLAR - Unirradicular nos primeiros dois terços com a bifurcação em duas raízes (vestibular e palatina) - Os movimentos palatinos são feitos com pequena quantidade de força para evitar a fratura da ponta da raiz palatina - A remoção final é com força de tração na direção oclusal e ligeiramente vestibular - Estas raízes podem ser extremamentefinas e sujeitas a fraturas - Os movimentos iniciais devem ser vestibulares - Dente deve ser luxado o máximo possível - Fórceps universal superior 150 - Pressão vestibular maior que a palatina - Força rotacional deve ser evitada SEGUNDO PRÉ-MOLAR - Movimentos fortes vestibular e paulatinamente depois no sentido vetsibulo-oclusal com uma força rotacional e de tração - Osso fino na face vestibular e espesso na palatina - Unirradicular por toda extensão da raiz - A raiz é grossa e tem uma ponta romba - É raro a raiz fraturar - Fórceps 150 ou 150ª MOLARES Primeiro molar superior - As raízes vestibulares são próximas e a raiz palatina diverge amplamente em direção ao palato - Três raízes largas e fortes (duas vestibulares e uma palatina) - Dentista deve avaliar a relação das raízes com o seio maxilar Segundo molar superior - Similar ao primeiro molar, exceto que as raízes tendem a serem menores e menos divergentes - Raízes vestibulares mais frequentes fusionadas em uma raiz única - Mesma técnica do 1MS Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 Terceiro molar superior - Raízes cônicas - Em geral extraídos com fórceps 2105 - Geralmente removido com facilidade, pode ser remoído apenas com o uso de alavancas - Anatomia radicular variável - Principal dificuldade: acesso Mandíbula DENTES ANTERIORES - Os incisivos e caninos são similares na forma com os incisivos, sendo ligeiramente mais finos e as raízes dos caninos mais compridas e grossas - As raízes dos incisivos apresentam maior probabilidade de fratura - Osso alveolar é fino no lado vestibular e lingual - Osso pode ser mais espesso pelo lado lingual - Forceps universal inferior 151 - A ponta ativa do fórceps é colocada sobre o dente e posicionada apicalmente com vigor - Os movimentos de extração, em geral, são nas direções vestibular e lingual, com uma pressão semelhante nas duas direções - Pode-se usar movimento rotacional para expandir ainda mais o osso alveolar - O dente é removido do alvéolo com forças de tração em direção vestíbulo-incisal Rafaella Fagundes – ODO7MC 2020.1 PRÉ-MOLARES - Movimentos na direção vestibular-lingual, e finalmente rotacional - Dentes mais fáceis de serem removidos - Raízes retas e cônicas - O osso alveolar é mais fino na vestibular do que na lingual - Fórceps 151 - O dente é removido direção vestíbulo-oclusal MOLARES - Geralmente apresenta 2 raízes - São grossas e fortes - O osso alveolar que as recobre é mais resistente que qualquer outro dente na boca - 1MI: dente mais difícil de extrair de todos os dentes (raízes divergentes, resistentes, grossas) - Fórceps 17 - Movimentos vestíbulos-lingual - O 2MI pode ser removido mais facilmente com pressão maior para lingual - Se as raízes do dente forem claramente bifurcadas, fórceps 23 ou chifre de boi - F23: Posicionado para se encaixar na área de bifurcação do molar inferior CUIDADOS – ALVEOLO DENTARIO - Debridamento: S/N (granuloma ou cisto ou detritos) - Curetagem vigorosa = injúrias adicionais e dif. cicat. - Compressão bidigital das corticais V e L/P - Remoção de espículas ósseas (S/N) - Controle inicial da hemorragia: gaze oclusiva
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