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Críticas ao Jusnaturalismo

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Críticas ao Jusnaturalismo
Motivos pelos quais não é reconhecido os títulos de legitimidade da doutrina do direito natural:
 a) o jusnaturalismo confunde os planos do ser e do dever-ser, porque, para a grande maioria dos jusnaturalistas, o direito injusto seria descaracterizado como fenômeno jurídico. Para que um fenômeno ético merecesse a nomenclatura direito deveria estar em consonância com a justiça, sob pena de configurar a imposição o arbítrio ou da força por um poder constituído;
b) os jusnaturalistas não visualizam a bipolaridade axiológica: todo valor é correlato a um desvalor. Os valores humanos estão estruturados em binômios, tais como: justo x injusto, útil x inútil, sagrado x profano ou belo x feio. Isto, portanto, não autoriza a assertiva de que o direito injusto não é direito, pois os juízos de fato e de valor se situam em planos distintos de apreensão cognitiva;
c) a compreensão da justiça como uma estimativa a-histórica, atemporal e a-espacial, em que pese a crítica do jusnaturalismo contemporâneo, merece sérias objeções. O justo não pode ser concebido como um valor ideal e absoluto, envolto em nuvens metafísicas, visto que a axiologia jurídica contemporânea já demonstrou como o direito é um objeto cultural e como a justiça figura como um valor histórico-social, enraizado no valor da cultura humana. O conceito de justiça é, pois, sempre relativo, condicionado ao tempo e ao espaço; o jusnaturalismo acaba por identificar os atributos normativos da validade e legitimidade, ao afirmar que a norma jurídica vale se for justa, o que compromete as exigências de ordem e segurança jurídica, que se traduzem no respeito à legalidade dos Estados Democráticos de Direito.
Outros pontos criticados do jusnaturalismo são apontados por Dimitri Dimoulis no “Manual de Introdução ao estudo do direito”, sendo eles:
Vagueza: Nenhuma das regras do direito natural pode dar respostas satisfatórias aos conflitos sociais por serem extremamente vagas e genéricas;
Subjetivismo: Os partidários do direito natural sustentaram as mais variadas opiniões sobre a origem e o conteúdo do direito natural, tendo o utilizado para justificar as piores injustiças invocando “princípios superiores”;
Conservadorismo: O direito natural é caracterizado pela estabilidade, já que se refere ao poder normativo da natureza humana que dificilmente se transforma. Permanece fixado no tempo e fiel na tradição, negando o poder transformador dos cidadãos;
Irrelevância: Mesmo quem aceita a existência de mandamentos de direito natural deve admitir que a pertença de uma regra ao direito natural não permite afirmar sua validade jurídica.
Referências: 
 https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/189321440/jusnaturalismo-e-juspositivismo
Manual de introdução ao estudo do direito – Dimitri Dimoulis
Reflexões sobre o jusnaturalismo.doc

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