Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ALVEOLITE: UMA QUESTÃO DE CONHECIMENTO A alveolite é uma complicação cirúrgica que pode vir a ocorrer após extrações dentarias dentre o período de 3 a 4 dias do procedimento operatório, assim gerando grande dor, desconforto e possível halitose, podendo vir a apresentar sinais de uma infecção, como febre, eritema e edema ao paciente. Como o próprio nome sugere, alveolite é uma inflamação localizada no alvéolo dentário decorrente da falta total ou parcial de coagulo sanguíneo ou necrose do mesmo no local, sendo que pode vir a ser considerada uma alveolite “seca” na qual não há presença de conteúdo infecioso ou alveolite ”úmida”, na qual há presença de supuração, tornando infectada muitas vezes . Segundo Pretto, et al. (2012) cerca de 45% dos casos de alveolite, são decorrentes de extrações feitas em terceiros molares na mandíbula. Sua etiologia é desconhecida, mas mostram em estudos que as complicações são mais recorrentes em pacientes com problemas sistêmicos e locais. Meyer, et al. (2017) afirma que a dificuldade do CD em realizar cirurgias, o tempo o tipo de anestesia e sutura, podem afetar diretamente no pós operatório, além de que infecções do próprio dente e de tecidos vizinhos como pericoronarite, assim como baixo suprimento sanguíneo no alvéolo para formação do coágulo, também estão relacionadas à alveolite, bem como doenças sistêmicas, uso de contraceptivos orais, tabagismo, e higiene oral. Por este motivo os autores nos mostram a extrema acuidade ao conhecer o histórico do paciente através de uma boa anamnese e por fim tentar ser o menos traumático possível durante as cirurgias além de ter uma boa noção de como diminuir o risco de alveolite. Os tratamentos utilizados pelos cirurgiões variam desde uma simples curetagem, medições e em casos mais graves encaminhamento aos cirurgiões bucomaxilos. O grande empasse seria a solução das duvidas, inseguranças e questionamentos que vem há cabeça de um cirurgião dentista, principalmente os inexperientes. Duvidas relacionada não somente a como proceder diante do diagnostico e tratamento, mas sim, também, saber como evitar e preparar o seu paciente para esta situação, não somente seu físico, como também seu psicológico frente a pressão, a qual é imposta ao cirurgião pelo seu próprio paciente a sessar sua dor, como também ao estresse sofrido pelo paciente diante a dor intensa. O primeiro passo seria definir através de estudos comprovados por artigos científicos, qual protocolo melhor ira apresentar resultados ao paciente. Pretto, et al. (2017) afirma que o uso da clorexidina 0,12% pré e pós operatória, através de bochechos pode sim, diminuir a incidência de alveolite pós operatória. Em estudo feito por Halabi, et al. (2017) confirma com sua pesquisa que o uso da clorexidina 0,12% reduzi-o cerca de 63% o índice de alveolite, e nenhum desses pacientes voluntariados a análise obtiveram efeitos colaterais ao seu uso, como demartite de contato, pruridos, dispneia, alteração no sabor dos alimentos e coloração amarelada nos dentes. Este mesmo estudo também mostra que pacientes que fizeram tratamento com clorexidina 0,12% tiveram redução absoluta de risco de 4,57% nos casos, não apresentando efeitos negativos ao seu uso, enquanto pacientes tratado com placebo (água estéril) foi de apenas 1,5 – 7,7. A odontologia baseada em evidencias sem duvidas é a que dentistas de todo o mundo devem seguir. Ser cirurgião dentista sem atualizações, sem contato com pesquisas cientificas que ocorrem no mundo está totalmente fora de cogitação para quem quer seguir a carreira. Estar atento com pesquisas e novas normas de conduta para melhor atender seu paciente não são apenas uma questão ética, mas sim, uma obrigação. Os estudos sobre a clorexidina 0,12% ser o principal e muitas vezes o único agente preventivo de alveolite apesar de recentes nos mostram que ela sozinha e sem protocolo correto de uso pode não obter grandes sucessos caso não seja acompanhado de normas cirúrgicas, visto que seu protocolo de uso deve ocorrer dentro de 24 horas após a cirurgia, quando o coagulo já encontra-se estabilizado, assim evitando o deslocamento do mesmo. É importante lembrar que seu uso não determinara se seu paciente terá ou não alveolite, diante desta situação é de extrema seriedade fazer uso de uma boa anamnese, com os máximos detalhes possíveis sobre a saúde deste, averiguar problemas sistêmicos, (diabetes, hipertensão, etc.) os hábitos de higiene, os vícios como os de indivíduos fumantes e até mesmo a rotina desse paciente para conscientiza-los de um pós-operatório cuidadoso e restritivo. Também se teve ter um bom planejamento cirúrgico, para que assim se evite intercorrências imprevistas, tornando esta cirurgia o menos traumática possível. Um pré e um pós-operatório bem articulado reduzem as chances de problemas. Deste modo como saber proceder em uma possível complicação? Irrigar, curetar, medicar? Qual medicamento usar? serão duvidas comuns e frequentes que surgiram no dia a dia clinico, e que deveram ser sanadas através de estudos, experiências e também tão valido quanto opiniões de outros colegas de profissões. Paciente sozinho, não previne alveolite; historia pregressa sozinha, não previne alveolite; clorexidina sozinha não previne alveolite; cirurgia atraumatica, não previne alveolite. Juntas as possibilidades podem vir a reduzir as chances, mas não cessa-las.
Compartilhar