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1 TRIAGEM NUTRICIONAL A triagem precede o processo de cuidados nutricionais prestados por um nutricionista. O propósito de realizar a triagem nutricional é identificar rapidamente os indivíduos que estão desnutridos ou em risco nutricional e determinar se é necessária uma avaliação mais detalhada. Na maioria das instituições, a triagem nutricional é realizada por técnicos em nutrição, enfermeiros, médicos ou outro profissional de saúde qualificado. Depois de concluída, os pacientes que estão em risco nutricional são encaminhados a um nutricionista para realizar uma avaliação mais aprofundada. A avaliação da dieta é verdadeiramente uma atribuição do nutricionista, uma vez que requer conhecimento em ciências nutricionais e de alimentos, ciências sociais e comportamentais, fisiologia e bioquímica. Uma ferramenta de triagem útil é o Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (MUST, Malnutrition Universal Screening Tool), desenvolvido por Stratton e cols. para avaliar rapidamente a desnutrição, com facilidade, precisão e de modo completo. O MUST é projetado para ser utilizado por diversos profissionais. Utilizam-se três critérios independentes: peso e estatura atuais com determinação do índice de massa corporal (IMC), perda de peso não intencional – utilizando pontos de corte específicos – e efeito de uma doença aguda na ingestão de nutrientes por mais de 5 dias. Esses três componentes atuam melhor em conjunto para prever o desfecho do que os componentes individuais. Uma vez que as pontuações são somadas, pode-se determinar o risco global de desnutrição utilizando três categorias: 0 = risco baixo, 1 = risco médio, e 2 ou mais = risco alto. Podem-se então seguir as orientações de manejo. A ferramenta MUST é mais eficaz do que algumas outras ferramentas disponíveis. Fig. 1: Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (MUST, do inglês, Malnutrition Universal Screening Tool) para adultos. Mostra a categoria de risco de desnutrição, presença de obesidade e/ou necessidade de dietas especiais e indica as políticas locais para aqueles em situação de risco. Se não for possível obter a estatura e o peso, fornecem-se medidas alternativas e critérios subjetivos. *No obeso, as condições agudas subjacentes geralmente são controladas antes do tratamento da obesidade. †Exceto em caso de dano ou se a terapia nutricional não resultar em benefício (p. ex., morte iminente). A Miniavaliação Nutricional (MAN) é um método rápido e confiável para avaliar o estado nutricional de pacientes idosos (i.e., com 65 anos ou mais). Esta ferramenta inclui uma seção de triagem e uma seção de avaliação. A seção de triagem contém perguntas relacionadas a ingestão de alimentos, perda de peso, mobilidade, estresse, condição neuropsicológica e IMC. Recentemente, validou-se uma versão mais curta contendo seis perguntas, em vez de 18; esta versão pode ser aplicada em 15 minutos. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br 2 MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL REDUZIDA – MNA-SF Item Questionamento Pontuação A A ingestão de alimentos diminuiu nos últimos 3 meses devido à falta de apetite, problemas digestivos, dificuldade de mastigação ou deglutição? Escore 0 = redução severa na ingestão de alimentos 1 = redução moderada na ingestão de alimentos 2 = não houve redução na ingestão de alimentos B Perda de peso involuntária nos últimos 3 meses? Escore 0 = perda de peso superior a 3 kg (6,6 libras) 1 = não sabe 2 = perda de peso entre 1 e 3 kg (2,2 e 6,6 libras) 3 = nenhuma perda de peso C Mobilidade? Escore 0 = preso à cama ou à cadeira 1 = pode sair da cama/cadeira, mas não sai 2 = sai D Sofreu estresse psicológico ou doença aguda nos últimos 3 meses? Escore 0 = sim 2 = não E Problemas neuropsicológicos? Escore 0 = demência severa ou depressão 1 = demência leve 2 = sem problemas psicológicos F Índice de Massa Corporal (IMC)? Escore 0 = IMC menor do que 19 1 = IMC 19 até menos do que 21 2 = IMC 21 até menos do que 23 3 = IMC 23 ou maior Se o IMC não estiver disponível, utilize a Circunferência de panturrilha (CP) em cm: Escore 0 = CP < 31cm 3 = CP ≥ 31cm Pontuação total da triagem (máximo de 14 pontos) 12 – 14 pontos: Estado Nutricional Normal 8 – 11 pontos: Sob risco de Desnutrição 0 – 7 pontos: Desnutrição. Outra ferramenta é o Índice de Risco Nutricional Geriátrico (IRNG), que se baseia na albumina sérica e nas diferenças entre o peso corporal atual e prévio. Com o IRNG, utiliza-se o peso corporal ideal (calculado pela fórmula de Lorentz) no lugar do peso usual, pois o peso usual ou normal muitas vezes é difícil de ser avaliado na população idosa. Pode-se utilizar o IRNG para prever o risco de desnutrição decorrente da perda de peso e baixo IMC associado à doença e declínio funcional. IRNG = [1,489 × albumina (g/L) + [41,7 × (peso/ PCI*)] Interpretação: Quatro graus de risco relacionados à nutrição: Importante: (IRNG: <82) Moderado: (IRNG: 82 a <92) Baixo: (IRNG: 92 a ≤ 98) Nenhum: (IRNG: > 98) IRNG, Índice de Risco Nutricional Geriátrico; PCI, peso corporal ideal. *Obs.: A fórmula de Lorentz para calcular o PCI é baseada no sexo e na estatura: ♀: PCI (kg) = estatura (cm) – 100 – {[ estatura (cm) – 150]/2} ♂: PCI (kg) = estatura (cm) – 100 – {[ estatura (cm) – 150]/4} AVALIAÇÃO NUTRICIONAL A avaliação nutricional é uma avaliação ampla conduzida por um nutricionista que utiliza as histórias médicas, de saúde, social, dietética e medicamentosa; exame físico; medidas antropométricas; e dados laboratoriais. A avaliação nutricional interpreta os dados da triagem nutricional e incorpora informações adicionais. O propósito da avaliação é reunir informações suficientes para auxiliar o nutricionista no diagnóstico nutricional. A avaliação é o primeiro passo no processo de cuidados nutricionais. Os objetivos da avaliação nutricional são: (1) identificar os indivíduos que precisam de terapia nutricional agressiva, (2) recuperar ou manter o estado nutricional de um indivíduo e (3) identificar o tratamento nutricional adequado. HISTÓRIA NUTRICIONAL OU DIETÉTICA Os inquéritos dietéticos podem ser destinados a todos os estágios de vida, devendo ser consideradas as especificidades de cada paciente. Dentre os principais empecilhos encontrados para a avaliação do consumo alimentar, destacam-se: - falta de conhecimento sobre os alimentos e as medidas normalmente utilizadas para o consumo desses; - inexperiência com o preparo de alimentos; - pouca familiaridade com os ingredientes de preparações que incluem diversos alimentos; - desinteresse pelos aspectos da própria alimentação; - falta de tempo e atenção ao responder o inquérito; - baixa escolaridade. 3 A escolha de determinado inquérito alimentar deve levar em consideração os seguintes aspectos: - gênero e idade do paciente; - nível socioeconômico; - tempo disponível para aplicação do método; - estado clínico do paciente (ambulatorial, consultório ou internação); - variabilidade do consumo alimentar. Objetivo da avaliação do consumo alimentar avaliação de consumo habitual ou atual. Consumo habitual questionário de frequência de consumo ou diário habitual; Consumo atual recordatório de 24h ou registro alimentar de 3 dias; Observar a relação entre dieta e doença questionário de frequência de consumo alimentar. Métodos quantitativos: como o nome sugere se prestam a avaliar a QUANTIDADE de calorias, macro e micronutrientes (recordatório de 24h e registro alimentar) Métodos qualitativos: objetivam avaliar não a quantidade especificamente, mas a qualidade e freqüência dos alimentos consumidos (freqüência alimentar e anamnese) Distorções noauto-relato do consumo alimentar (subrelato): Obesos tendem a subestimar o consumo de alimentos calóricos Mulheres subrelatam mais que homens Idosos apresentam lapso de memória As pessoas tendem a oferecer respostas mais aceitáveis socialmente Os alimentos mais sub-relatados são os ricos em carboidratos e gorduras. MÉTODOS RETROSPECTIVOS RECORDATÓRIO ALIMENTAR DE 24H Método rápido, fácil de ser administrado e de baixo custo. Objetiva quantificar o consumo de todos os ALIMENTOS E BEBIDAS nas últimas 24h. Não reflete a ingestão habitual ou as diferenças entre dias de semana e dias de final de semana se realizado apenas 1 vez. Para se obter um consumo habitual recomenda-se: Para indivíduos: pelo menos 2 recordatórios 24h (incluindo 1 dia de final de semana) Para grupos: 2 vezes em um período de 6 meses a 1 ano. Recomenda-se iniciar o questionário da última refeição para primeira. Um único recordatório pode ser utilizado para estimativa média da ingestão de nutrientes de grupos, mas não de indivíduos. Depende da memória do entrevistado, ocorrendo sub- relatos de ingestão, em especial de lanches e bebidas. Fatores que se apresentam associados com sub-relato de consumo: massa corporal, sexo, qualidade social desejada, restrição alimentar, nível educacional, percepção do estado de saúde, raça e etnia. QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR (QFCA) Permite obter estimativas de ingestão usual. Consistem em listas de alimentos (100 a 150 ítens) ou grupos para os quais o entrevistado (auto-administrado) ou o entrevistador deve anotar a freqüência com que o alimento é consumido em unidades de tempo,(diário, semanal, mensal, quinzenal ou anual). A porção do alimento utilizada pode ser padronizada (mais comum) ou em aberto. A porção e a freqüência permitem a estimativa da ingestão de nutrientes ou o consumo de alimentos específicos. Ë um método de baixo custo e rápido. É um excelente método para obtenção de padrões de ingestão ou para identificação de consumo de nutrientes ou alimento específico além de fornecer resultados padronizados. Pode ocorrer superestimação de consumo ou tédio (listas muito grandes > 100 alimentos) ou subestimação (se os alimentos de consumo habitual não estiverem na lista ou se a lista for muito pequena <50 alimentos). A precisão do método é maior quando: perguntas foram feitas separadas de cada alimento selecionado; alimentos do mesmo tipo forem agrupados; nenhuma das formas sobre adição mostrou maior precisão (adição de açúcar ao café, por exemplo). ATENÇÃO: Seu uso não é recomendado para avaliar a adequação de ingestão de NUTRIENTES de indivíduos ou grupos, já que a lista por ser pré-definida, pode não contemplar todos os alimentos ingeridos pelo indivíduo/grupo. HISTÓRICO DIETÉTICO / ANAMNESE / DIÁRIO HABITUAL Associa vários métodos incluindo recordatório de 24h e QFCA associado a outras informações como preferências, hábitos, aversões, intolerâncias, crenças e tabus, apetite, padrão das refeições e hábitos de atividade física, condição socioeconômica, mudanças recentes de peso, uso de medicamentos/suplementos, sintomas no TGI e saúde oral e dental. MÉTODOS PROSPECTIVOS REGISTRO ALIMENTAR Consiste no registro diário de todos os ALIMENTOS E BEBIDAS ao longo do dia, realizado pelo próprio avaliado ou representante por 1 a 7 dias. Recomenda-se a utilização de 3 dias alternados incluindo um dia de final de semana. Desde que aplicado várias vezes é o método de escolha para estimar a ingestão inadequada de nutrientes por indivíduos ou grupos. Requer a participação ativa do entrevistado que, obrigatoriamente deve saber ler e escrever. Requer tempo e treinamento do entrevistado, principalmente sobre o modo de preparo dos alimentos e medidas caseiras utilizadas. REGISTRO ALIMENTAR PESADO Semelhante ao registro alimentar, entretanto tem-se a pesagem direta dos alimentos e gêneros. Fornece informações bastante precisas. 4 Tab 1: VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS INQUÉRITOS (KRAUSE) Método Vantagens Desvantagens Análise da ingestão de nutrientes Permite a observação real do consumo alimentar. Pode oferecer estimativas inconsistentes e subjetivas do consumo alimentar. Possível variação do tamanho da porção. Registro / diário alimentar Fornece o registro diário do consumo alimentar. Pode fornecer informações sobre a quantidade de alimentos, como são preparados e horários de refeições e lanches. Habilidade de anotação variável entre indivíduos. Requer habilidade para medir ou julgar o tamanho das porções. Ingestão alimentar atual possivelmente influenciada pelo ato de registrar. Confiabilidade questionável dos registros. Frequência alimentar Facilmente padronizado. Pode ser útil considerando em combinação com ingestão habitual. Fornece quadro geral de ingestão. Requer habilidade ao fazer anotação. Não fornece dados de refeição padrão. Requer conhecimento de tamanho de porções. Recordatório de 24h Rápido. Fácil. Conta com a memória. Requer conhecimento de tamanho de porção. Pode não representar a ingestão habitual. Requer entrevistador habilidoso. ANTROPOMETRIA Método diagnóstico que se fundamenta na investigação das variações nas dimensões físicas e na composição do corpo humano, visando à predição do estado nutricional e/ou doenças nutricionais, de acordo com a natureza e gravidade. Vantagens: - simplicidades do uso de instrumentos; - facilidade e rapidez da coleta e interpretação dos dados; - facilidade de padronização da técnica; - não-invasiva; - boa aceitabilidade; - aplicabilidade nos ciclos de vida; - baixo custo; - maior cobertura populacional e reprodutibilidade; - níveis adequados de sensibilidade e especificidade. Medidas mais utilizadas: peso, estatura (comprimento ou altura), perímetro cefálico, perímetro braquial e medidas de segmentos corporais (em indivíduos com limitações físicas). Essas medidas permitem a construção de índices antropométricos: - estatura para idade (E/I); - peso para a idade (P/I); - peso para a estatura (P/E ou P/A); - perímetro cefálico para a idade; e -perímetro braquial para a idade. A partir dos índices antropométricos são construídos indicadores, definindo-se níveis de corte que permitam situar o indivíduo dentro de uma faixa aceita como normal, de acordo com a referência de crescimento utilizada. Índice estatura para a idade percentil 3 como limite abaixo do qual a criança pode ser considerada como de baixa estatura (stunting/nanismo). O índice peso para a estatura é importante na detecção de desnutrição aguda ou wasting/emaciação (< p3) e sobrepeso (>p97). Expressa a proporcionalidade ou harmonia das dimensões do corpo ou a harmonia do processo de crescimento. A limitação reside no fato de classificar como eutrófico o indivíduo de baixo peso, mas que teve anormalidade de crescimento em altura. PESO - medida facilmente obtida; - muito eficaz; - medida de adequação nutricional mais sensível que a altura; - reflete a ingestão nutricional recente. Tipos de Peso em avaliação nutricional: Peso atual (PA) encontrado no momento da avaliação; Deve ser avaliado em uma balança antropométrica, em geral pela manhã após esvaziamento da bexiga. Deve ser realizado com roupas de hospital ou comuns, nesse caso desconta-se o peso delas. Peso Usual (PU) considerado normal, quando o indivíduo está hígido e mantendo suas atividades usuais; Deve ser considerado como referência na impossibilidade de medir o atual. È CONSIDERADO MAIS ÚTIL QUE O PESO IDEAL PARA AQUELES QUE ESTÃO DOENTES. Peso Ideal (PI) calculado de acordo com o sexo, altura e estrutura óssea do indivíduo e obtido através de tabelas. Ou fórmula abaixo GRAVIDADE DE PERDA DE PESO A gravidadeda perda de peso pode ser avaliada de acordo com Blackburn et al. (1977) em que o percentual de perda de peso é comparado ao tempo em que ocorreu essa alteração ponderal. Tab 2: Classificação da gravidade da perda de peso relativa ao tempo. Tempo Perda significativa de peso % Perda de peso grave % 1 semana 1-2 > 2 1 mês 5 >5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 5 ALTURA Métodos de verificação: - direto o indivíduo deve ficar de pé, descalço, com calcanhares juntos, costas retas e braços estendidos ao longo do corpo. Deve inspirar profundamente e neste momento o examinador baixar a haste do estadiômetro. - indiretos envergadura do braço, altura deitado (recumbente), altura do joelho são opções para aqueles que não conseguem ficar de pé, como indivíduos com escoliose, paralisia cerebral, distrofia muscular, contraturas ou paralisias. Tabela 3: Fórmula para estimar a altura a partir da altura do joelho Homem Mulher 64,19 - (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho) 84,88 - (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho) IMC Nos últimos anos tem sido bastante utilizado o IMC como critério de diagnóstico nutricional. Seu uso tem sido observado em todas as faixas etárias dos distintos ciclos de vida, da infância à senilidade, com exceção nos menores de 2 anos. È um indicador de estado nutricional atual. Vantagens: - não-invasivo; - fácil obtenção; - boa precisão e confiabilidade; - alta correlação com estatura, DCT, DCSE, DCSI e somatório das dobras, área de gordura braquial e CB. IMC = Peso corporal (kg) Altura 2 (m 2 ) O IMC ou índice de Quetelet será classificado da seguinte forma: Desnutrição Grave = IMC< 16; Desnutrição Moderada = IMC entre 16|– 16,99; Desnutrição Leve = IMC entre 17|– 18,49. Adequado = IMC entre 18,5 |– 24,99; Sobrepeso = IMC entre 25,0 |– 29,99; Obesidade leve = IMC entre 30,0 |– 34,99; Obesidade moderada = IMC entre 35,0 |– 39,99; Obesidade grave = IMC ≥40,0. ÍNDICES DERIVADOS DE CIRCUNFERÊNCIAS Circunferência braquial (CB) Bom indicador de desnutrição atual, por expressar a massa muscular do braço e que está relacionada com a massa muscular total. Grande limitação do uso da CB padrões de referência e pontos de corte específicos e sensíveis para os distintos grupos etários e sexos. Circunferência muscular do braço (CMB) É um índice antropométrico derivado das medidas corporais CB e dobra cutânea tricipital (DCT). Expressa a quantidade de massa muscular do braço e uma aproximação a massa muscular total. A OMS recomenda seu uso apenas para adultos. Outros índices seriam a área muscular do braço e área adiposa do braço, embora seu uso seja considerado apenas para avaliar desnutrição entre adultos. CMB = CB – (DCT x 0,314) Circunferência de cintura (CC) e relação cintura-quadril (RCQ) Essas medidas possibilitam estimativas do acúmulo de gordura abdominal, a qual está relacionada à quantidade de tecido adiposo visceral e intra-abdominal. Está associada ao aumento do risco de doenças associadas à obesidade (DCV, dislipidemias, HAS, DM2 etc). OMS RCQ ≥1,0 para homens e RCQ ≥0,80 para mulheres risco de DCV. Em relação à circunferência de cintura, a OMS recomenda os seguintes pontos de corte: Risco aumentado CC ≥94cm para homens e CC ≥80cm para mulheres. Risco muito aumentado CC >102cm para homens e CC >88cm para mulheres. Circunferência de panturrilha (CP) É uma medida corporal recomendada pela OMS para o diagnóstico nutricional de desnutrição entre gestantes e idosos. As vantagens estão associadas às condições onde não é possível a obtenção das variáveis peso e altura. Área Muscular do Braço (AMB) Apresenta maiores mudanças com a idade do que CMB AMB = [CB (mm) - DCT (mm)]² 4 = 3,14 Área adiposa do braço (AAB) AB (mm²) = /4 x d² d = CB (mm)/ AAB (mm²) = AB - AMB DOBRAS CUTÂNEAS Técnica para aferição de dobras cutâneas: 1. Mensurar a dobra com o paciente de pé, com braços relaxados e estendidos ao longo do corpo. 2. Padronizar o lado que será utilizado para modificação e mantê-lo nas demais medições. 3. Identificar, medir e marcar o local DOC. Segurar firmemente a dobre, entre o polegar e o indicador da mão esquerda, 1 cm acima do local a ser medido. 4. Destacar a dobra de modo a assegurar que o tecido muscular não tenha sido pinçado. 5. Colocar as hastes do adipômetro perpendiculares à dobra e soltar a pressão das hastes lentamente. 6. Manter a dobra pressionada durante a aferição 7. Tomar as medições de DOC 4 segundos após a pressão ter sido aplicada. 8. Abrir as hastes do adipômetro para removê-lo do local e fechá-lo lentamente para prevenir danos. 6 9. Tomar no mínimo 2 medidas para cada local. Se os valores diferirem em mais de 10% realizar medidas adicionais. Deve-se calcular a média aritmética dos resultados obtidos. 10. No caso de aferições de dobras em diferentes locais, sugere-se realizar as medidas de forma rotativa, em vez de leituras consecutivas em cada local. Dobra triciptal (DCT) mais usada na prática clínica, pois a região do tríceps é a mais representativa da gordura corporal subcutânea. Deve ser medida no ponto médio entre o acrômio e olecrano, na parte posterior do braço. Dobra biciptal (DCT) Deve ser medida 1 cm acima do local marcado para DCT, na parte anterior do braço. Dobra do peitoral (DCP) Deve ser medido 1 cm abaixo da dobra axilar. Dobra abdominal (DCA) medida 3cm lateral e 1cm inferior à cicatriz umbilical Dobra subescapular (DCSE) É medida logo abaixo do ângulo inferior da escápula. Dobra supra-ilíaca (DCSI) logo acima da crista ilíaca em diagonal Dobra coxa (DCC) medida na parte anterior da coxa, no ponto médio entre linha inguinal e borda proximal da patela, com a perna levemente flexionada e relaxada. A precisão das dobras diminui com o aumento da obesidade. Tab. 12: Aplicabilidade das dobras cutâneas Aplicabilidade Dobras Usada em equações de predição de gordura corporal DCC, DCB, DCP Indicador de % gordura corporal DCT, DCSE, DCSI Acompanhamento de perda de peso DCA OUTROS MÉTODOS PARA MEDIR A COMPOSIÇÃO CORPORAL PLETISMOGRAMA DE DESLOCAMENTO DE AR O pletismograma de deslocamento de ar (PDA) depende das medidas da densidade corporal para estimar a gordura corporal e as massas sem gordura. A realização de um PDA com o dispositivo BOD-POD é uma técnica de densitometria que se descobriu ser um método preciso para medir a composição corporal. O PDA parece ser um instrumento confiável na avaliação da composição corporal. Ele é de interesse particular nos indivíduos pediátricos e obesos. O PDA não depende do teor corporal de água para determinar a densidade corporal e a composição corporal, o que o torna potencialmente útil naqueles adultos com doença renal em estágio final. ANÁLISE DE BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA A análise de bioimpedância elétrica (ABE) é uma técnica de análise de composição corporal baseada no princípio de que, em relação à água, o tecido magro possui uma condutividade elétrica maior e uma impedância menor do que o tecido gorduroso devido ao seu teor de eletrólitos. Encontrou-se que a ABE é uma medida confiável da composição corporal (massa sem gordura e massa de gordura) quando comparada com o IMC ou com as medidas de dobras cutâneas ou até mesmo as medidas de altura e peso. A ABE envolve a colocação de eletrodos na mão, no punho, no tornozelo e no pé direitos de um paciente e a passagem de uma pequena corrente elétrica pelo corpo. O método da ABE é popular porque é seguro, não invasivo, portátil e rápido. Para resultados precisos, o paciente deve estar bem hidratado, não deve ter se exercitado nas 4 a 6 horas que precedem a avaliação e não deve ter consumidoálcool, cafeína os diuréticos nas 24 horas anteriores. Se a pessoa estiver desidratada, será medida uma porcentagem maior de gordura corporal do que a que realmente existe. A febre, o desequilíbrio de eletrólitos e a obesidade extrema também podem afetar a confiabilidade das medidas. ABSORCIOMETRIA DE ENERGIA DUPLA DE RAIOS X A absorciometria de energia dupla de raios X (DEXA) avalia a densidade mineral óssea e pode ser utilizada para medir gordura e massa magra sem osso. A fonte de energia na DEXA é um tubo de raios X que contém um feixe de energia. A quantidade de perda de energia depende do tipo de tecido através do qual o feixe passa. O resultado pode ser utilizado para medir os compartimentos de minerais, de gordura e de tecido magro. O DEXA é fácil de usar, emite baixos níveis de radiação e está relativamente disponível em estabelecimento hospitalar, tornando-o uma ferramenta útil. Contudo, o paciente deve permanecer parado por mais de alguns minutos, o que pode ser difícil para adultos mais velhos e para aqueles com dor crônica. As diferenças no estado de hidratação e a presença de osso ou tecido mole calcificado podem resultar em medidas imprecisas. ANÁLISE DE ATIVAÇÃO DE NÊUTRONS A análise de ativação de nêutrons permite a medida da massa corporal magra. Essa análise também distingue entre componentes intracelulares e extracelulares do corpo criando isótopos instáveis de cálcio, nitrogênio e sódio. Esse tipo de medida é cara e não é prática em um estabelecimento clínico diário. POTÁSSIO CORPORAL TOTAL O potássio corporal total pode ser utilizado para estudar a composição corporal porque mais de 90% do potássio corporal é encontrado em tecidos sem gordura. As medidas são feitas com um contador especial que é adaptado com múltiplos detectores de raios gama em interface com um computador que é caro e nem sempre está prontamente disponível. Nem todos os pesquisadores concordam em relação à concentração exata de potássio nos tecidos sem gordura e às diferenças entre os sexos, durante o processo de envelhecimento e em indivíduos obesos. PESAGEM DEBAIXO DA ÁGUA A pesagem debaixo da água é uma medida direta para se determinar a densidade do corpo todo. A densitometria inclui a pesagem debaixo da água (hidrostática) baseada no princípio de Arquimedes: o volume de um objeto submerso em água equivale ao volume de água que o 7 objeto desloca. Uma vez que o volume e a massa são conhecidos, a densidade pode ser calculada. Apesar de esse método ser considerado o padrão de referência, nem sempre ele é prático, envolve um treinamento significativo para ser realizado, e exige cooperação considerável por parte daqueles que estão sendo medidos. Os indivíduos devem ser submersos debaixo da água e permanecerem sem se mexer por tempo suficiente para que as medidas sejam feitas. ULTRASSOM E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA A ressonância magnética (RM) pode ser utilizada para medir o tamanho dos órgãos viscerais, o tamanho do esqueleto e a quantidade e a distribuição da gordura intraabdominal. A RM possui várias vantagens, duas delas sendo não ser invasiva e não envolver nenhuma radiação ionizante, o que a torna segura para crianças, mulheres em idade fértil e estudos múltiplos no mesmo indivíduo. As desvantagens da RM incluem o custo e a disponibilidade limitada. AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO Linfocitometria global ou contagem total de linfócitos periféricos (CTLP) - indicador de mecanismo de defesa celular Contra-indicado para pacientes em uso de esteróides, RT, QT ou doença autoimune. CTL = leucócitos x % linfócitos 100 800 a 1199/ mm³: depleção moderada < 800/ mm³: depleção grave Valor mínimo aceitável (KRAUSE): 1500/mm³ D.2 Testes de hipersensibilidade cutânea tardia (HCT ou RHR) - Injeção de antígenos de memória - tuberculina (PPD), estreptoquinase-estreptodornase (SK/ SD), tricofitina e candidina e leitura em 24-48 horas Interpretação >5mm de enduração- RESPOSTA POSITIVA < 5mm de enduração- depleção grave Obs.: como sofre influencia da doença de base, constitui parâmetro questionável para a avaliação do estado nutricional. - Anergia cutânea total = sem resposta imunológica, frequente em desnutridos grave. EXAMES LABORATORIAIS EMPREGADOS NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Proteínas do Plasma - a avaliação da síntese protéica ou da “reserva” protéica visceral é realizada através desta dosagem. Albumina Síntese hepática e meia-vida de 18-20 dias O uso da albumina total na avaliação do estado nutricional é questionável, pois sua produção hepática pode ser influenciada por inúmeros fatores adicionais ao estado nutricional, como função hepática, perda de proteínas, hidratação prejudicada com grande troca de fluídos, infecção e inflamação. Porém, a albumina sérica é um excelente fator prognóstico em várias situações clínicas, pois a baixa concentração de albumina sérica está relacionada com aumento da morbimortalidade em várias condições clínicas como doença crítica, renais, linfoma, HIV entre outras. O uso da albumina na avaliação nutricional baseia-se na sua correlação com mudanças na circunferência muscular braquial, na facilidade de dosagem e no baixo custo. Baixas concentrações de albumina não estão envolvidas a gênese da desnutrição protéico-calórica, podendo apenas indicar que a ingestão dietética de proteínas não está adequada para manter a síntese protéica. Valor Interpretação Normal > 3,5 g/dl (3,5-5,5 g/dl) Depleção leve 3,0-3,5 g/dl Depleção moderada 2,4-2,9 g/dl Depleção grave <2,4 g/dl Transferrina Proteína de síntese hepática relacionada com o transporte sérico de ferro; Vida média 7-8 dias; Mais sensível nos casos de desnutrição aguda e no controle de intervenções dietoterápicas do que a albumina; Aumenta: carência de ferro, gravidez, fase precoce das hepatites agudas e por perdas hemáticas crônicas; Reduz: várias anemias, nas infecções crônicas, doenças hepáticas crônicas, nas neoplasias e na sobrecarga de ferro. Nestes casos, não deve ser utilizada para avaliação nutricional. Valor Interpretação Normal 200-400mg/dl Depleção leve 151-200 mg/dl Depleção moderada 100-150 mg/dl Depleção grave <100 mg/dl Transtiretina ou Pré-albumina Transporta a tiroxina; Vida média 2-3 dias; Sintetizada no fígado e com níveis de reserva muito pequenas no organismo Diminui rapidamente quando a ingestão de calorias e/ou proteínas é insuficiente. É um indicador sensível de deficiência protéica e retorna rapidamente seus níveis quando a terapia nutricional é adequada. Infecções, traumatismo - quando há demanda súbita de síntese protéica, deprimem-se os níveis séricos pré-albumina; É melhor indicador de estado de proteína visceral e balanço nitrogenado positivo do que a albumina ou a transferrina 8 Valor Interpretação Normal >15-35 mg/dl Depleção leve 11-15 mg/dl Depleção moderada 5-10 mg/dl Depleção grave <5 mg/dl Proteína transportadora de retinol Proteína específica para o transporte da vitamina A do tecido hepático para outros tecidos-alvo de seu papel fisiológico Metabolizada pelo rim; Elevada nas nefropatias; Baixas concentrações: pacientes com fibrose cística, desordens hepáticas, hipertireoidismo e deficiência de zinco. Vida média = 10 a 12 horas - reflete melhor as alterações agudas na desnutrição protéica. Valores normais: 3 a 5mg/dl. Valores abaixo de 3mg/dl podem ser indicativos de desnutrição. Avaliação do Compartimento Protéico Somático a. Índice creatinina-altura - Utilizada para medir a massa magra corporal ou tecido metabolicamente ativo dos pacientes, acreditando-se que a excreção urinária. - Maior parte da creatinina está armazenada no músculo sob a forma de creatina-fosfato, constituindoum depósito energético solicitado durante a gliconeogênese e cujo produto de degredação é a creatinina - Considerando-se que a creatinina é 100% excretada na urina, a medição de creatinina excretada na urina de 24h (de 3 dias consecutivos) reflete diretamente a concentração de creatinina corporal total e, indiretamente a massa muscular total - Atenção: esta medida só é válida se a função renal estiver preservada - Excreção média para o sexo feminino me 18 mg/kg e para o sexo masculino 23 mg/kg ICA = Volume urinário 24h x [Creatinina urinária] Excreção de creatinina esperada na urina 24h Valor Interpretação Normal >80% Depleção leve 60 – 80% Depleção moderada 40 – 60% Depleção grave <40% Valores menores de 60% apostam depleção grave de massa muscular. b.Balanço Nitrogenado (BN) - Pode avaliar a necessidade de aumento de oferta energética e avaliar a conduta nutricional empregada - Convém avaliar se o paciente não tem doença renal nem perdas anormais de nitrogênio como nos quadros de queimaduras e fístula. BN= g proteína ingerida/ 6,25 - (Uréia Urinária +4)/2,14 - Classificação do BN e sua associação metabólica: Positivo anabolismo Igual a zero equilíbrio Negativo catabolismo - Limitações do BN: Poderá ocorrer coleta de urina de 24h incompleta subestimando o nitrogênio urinário e o catabolismo e o catabolismo protéico, por isso, torna-se necessária a coleta de 3 dias consecutivos, fazendo a média dos valores a fim de minimizar o problema. Doenças – a Insuficiência renal pode promover retenção de uréia e subestimar o nitrogênio urinário e o catabolismo protéico; as hepatopatias graves podem promover prejuízo na transformação de amônia em uréia, subestimando as perdas de nitrogênio; a doenças intestinais inflamatórias podem provocar perdas intestinais de nitrogênio por mal absorção, presença de fístulas intestinais e/ou enteropatia provocam perda de proteína; os casos de acidose metabólica a medida que provocam aumento da excreção de amônia, com consequente diminuição do percentual de nitrogênio urinário, produzem subestimação do BN. c.Dosagem de Urinária de 3-Metil-Histidina A 3-metil-histidina é um aminoácido liberado da actina e miosina do músculo esquelético, não é reutilizada, sendo excretada inteiramente na urina. Consequentemente, a determinação de 3-metil- histidina na urina de 24 horas aproxima-se do turnover muscular total durante o período de coleta. Para realização deste teste o paciente deve receber dieta sem carne por 24-48 horas. d.Dosagem de Somatomedina C (IGF1) Mediador da ação do hormônio do crescimento utilizado como indicador do estado nutricional protéico. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) Método simples, de baixo custo e com boa reprodutibilidade e confiabilidade, inicialmente desenvolvido para avaliação do estado nutricional de paciente hospitalizado no pré-operatório e que vem sendo utilizado em diversas condições clínicas. Considera-se a história clínica e o exame físico, contemplando: - Alteração no peso corporal: o percentual de perda de peso nos 6 meses precedentes é caracterizado como suave (<5%), moderado (5-10%) e grave (>10%). Questiona-se também a perda de peso nas últimas 2 semanas; - Alteração na ingestão alimentar: avalia-se tanto a duração quanto o tipo de modificação, que pode ser qualitativa ou quantitativa; - Presença de sintomas gastrointestinais: anorexia, náusea, vômitos, diarréia, que somente serão significativos caso ocorram por mais de 2 semanas; - Capacidade funcional: relata alterações nas atividades diárias, que devem ser avaliadas por sua duração e pelo grau de comprometimento da atividade física; - Demandas metabólicas: doenças de alto estresse (queimaduras, sepse e neoplasias) 9 - No exame físico: avaliar perda de gordura subcutânea, perda de massa muscular, presença de edema e ascite, dor óssea e fraturas e alterações da pele. De posse destas informações na história e no exame físico, os pacientes são classificados como: (A) – bem nutrido, (B) – desnutrido moderadamente ou com suspeita e (C)- gravemente desnutrido. Segundo Detsky, a ASG no pré-operatório foi o melhor índice de prognóstico para complicações infecciosas pós- operatórias. Assim, a ASG seria um instrumento tanto para o prognóstico quanto para o diagnóstico, através do qual demonstrou-se maior número de complicações e mortalidade e custos hospitalares associados aos pacientes identificados como desnutridos graves. 10 EXERCÍCIOS DE TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 1) A avaliação subjetiva global é feita por meio da aplicação de um questionário em que contam anamnese e exame físico. A anamnese contempla o seguinte dado: (Residência HUPE) (A) porcentagem de perda de peso (B) registro alimentar de 24h (C) IMC (D) balanço nitrogenado (E) relação peso-altura 2) A avaliação retrospectiva do consumo de alimentos através do questionário de freqüência de consumo alimentar tem como principal desvantagem: (Residência HUPE - 2004) (A) gerar resultados padronizados (B) requer nutricionista treinado (C) depender da memória do entrevistado (D) não fornecer informações quantitativas 3) A avaliação bioquímica pode ser utilizada na determinação da reserva protéica corporal. Alto conteúdo de triptofano e meia vida de dois dias são características de seguinte proteína visceral: (Residência HUPE - 2003) (A) albumina (B) transferrina (C) pré-albumina (D) proteína ligada ao retinol 4) A OMS recomenda a avaliação da desnutrição da criança através dos seguintes indicadores peso/idade; altura/idade e peso/altura. O ponto de corte, em escore Z, que classifica as formas moderada e leve de desnutrição é: (Residência HUPE - 2002) (A) -1,0 (B) -1,5 (C) -2,0 (D) -2,5 5) A ASG é feita por meio da aplicação de um questionário em que consta anamnese clínica, alimentar e exame físico. Considera-se fator de risco para desnutrição perda ponderal involuntária na seguinte situação: (Residência HUPE) (A) >5% PI, com ganho nas últimas duas semanas (B) >10% do peso habitual em 6 meses (C) <5% do peso habitual em 6 meses (D) >10% do peso ideal em 24 meses (E) <5% do peso ideal em 6 meses 6) Na avaliação nutricional por impedância bioelétrica, os valores de reatância são indicadores: (Residência HUPE - 2004) (A) massa corporal total (B) tecido adiposo (C) massa magra (D) tecido ósseo 7)Dentre as medidas de prega cutânea, as que podem conjuntamente definir gordura corporal são: (NutMed) (A) Biciptal, triciptal, subescapular, supra-ilíaca (B) Panturilha, subescapular, supra-ilíaca, supra-umbilical (C) Biciptal, supra-umbilical, panturilha, coxa (D) Subescapular, supra-umbilical, biciptal, coxa 8)Para a determinação do índice creatinina-altura em avaliação nutricional determina-se a eliminação de creatinina: (NutMed) (A)No sangue, em jejum (B)Na primeira urina do dia (C)Na urina de 8 horas (D)Na urina de 24 horas 9)Na Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) adaptada de Detsky e cols.(1987), bastante utilizada no Brasil, a perda de peso investigada é considerada significativa quando for, nos últimos 6 meses, maior que: (NutMed) (A) 2% (B) 5% (C) 8% (D) 10% 10)Um paciente foi atendido num hospital publico no município de Teresina com diagnóstico de hipertensão arterial. Na avaliação clinica, foi detectada a presença de edema nos membros inferiores. Os parâmetros antropométricos que você utilizaria na avaliação deste paciente são: (NutMed) (A) peso atual e circunferência da cintura; (B) peso usual e área gordurosa do braço; (C) peso ideal e circunferência da coxa; (D) circunferência braquial e circunferência do quadril; (E) área muscular do braço e prega cutânea da panturrilha. 11) Qual a proteína a seguir tem menor tempo de vida média ? (Nutmed) (A) albumina (B) pré-albumina (C) proteínatransportadora de retinol (D) transferrina 12) Considera-se para a realização da ANSG (Avaliação Nutricional Subjetiva Global) (NutMed) (A) alteração no peso do paciente e dobras cutâneas (B) alteração na ingestão alimentar e balanço nitrogenado (C) capacidade funcional física e sintomas gastrointestinais (D) exame físico e balanço nitrogenado 13) A perda de peso considerada como significância clínica corresponde a: (Nutmed) (A) 5% em 1 mês (B) >7% em 6 meses (C) 10% em 1 ano (D) 5% em 3 meses 14) Deficiências calóricas e protéicas podem levar à perda de peso, refletindo mudanças na massa corporal magra e gorda. Para discriminar mudanças nestes dois compartimentos são utilizadas, respectivamente, as seguintes medidas: (Nutmed) (A) peso e altura (B) peso e circunferência muscular do braço (C) peso e índice creatinina-altura (D) índice creatinina-altura e pregas cutâneas 15) A precisão das medidas de espessura e pregas cutâneas: (NutMed) (A) diminui com diminuição da obesidade (B) aumenta com a diminuição da obesidade (C) aumenta com o aumento da obesidade (D) diminui com o aumento da obesidade 16) Amaro tem 66 anos, diagnóstico confirmado de cirrose hepática e reinterna na enfermaria de clínica médica com febre e dor abdominal de forte intensidade, acompanhada de vômitos, colúria e acolia fecal. Relata início de dor epigástrica há 15 dias. Apresenta no exame clínico: icterícia, edema de membros inferiores e ascite. Você é o 11 nutricionista responsável pela clínica. Dentre os parâmetros abaixo relacionados aqueles que podem ser utilizados de forma confiável e segura para avaliação do estado nutricional de Amaro são (Residência HUPE 2008): (A) albumina e índice creatinina/altura (B) CTL e transferrina (C) IMC e BIA (D) DCT e CMB 17) Classifique, em ordem decrescente, os indicadores para análise de proteína visceral, considerando os de maior precisão (EAOT 2002). (A) Pré-albumina, albumina, transferrina. (B) Albumina, fibronectina, pré-albumina. (C) Proteína carreadora de retinol, transferrina, albumina. (D) Transferrina, proteína carreadora do retinol, somatomedina. 18) Assinale a alternativa que apresenta o método antropométrico utilizado para obter uma mensuração da quantidade e da taxa de variação da proteína muscular esquelética (EAOT 2003) (A) Medida de pregas cutâneas. (B) Medidas musculares dos membros. (C) Índice de massa corporal. (D) Peso e altura. 19) O Índice de Quetelet, ou Índice de Massa Corporal (IMC), é um método simples de se mensurar e se classificar a obesidade. Considerando-se o estado nutricional de um indivíduo adulto com IMC de 29 kg/m2, é CORRETO afirmar que seu estado nutricional é de (EAOT 2006) (A) desnutrição moderada. (B) eutrofia. (C) obesidade mórbida. (D) sobrepeso, ou pré-obesidade. 20) A obesidade mórbida é o estado de adiposidade no qual o peso corporal está acima do peso ideal, na porcentagem de (EAOT 2007) (A) 70%. (B) 80%. (C) 90%. (D) 100%. 21) O IMC (índice de massa corporal) é uma forma útil e muito prática de avaliar a obesidade, contudo tem o inconveniente de não distinguir o aumento de gordura ou músculo. Segundo os critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde) em relação à classificação da obesidade e risco de co-morbidade, para um adulto com menos de 40 anos com um IMC de 56,09 podemos classificá-lo como (EAOT 2008): (A) pré-obeso e com risco de co-morbidade moderado. (B) obeso classe II com um risco de co-morbidade severo. (C) obeso classe III com um risco de co-morbidade muito severo. (D) obeso Classe I, com um risco de co-morbidade aumentado. 22)Coloque V ou F nas afirmativas abaixo, em relação ao IMC, assinalando a seguir a opção correta (CSM 2004). ( ) Indivíduos com grande quantidade de massa muscular e baixo percentual de gordura podem apresentar IMC acima da faixa da normalidade e serem classificados, erroneamente, como obesos. ( ) pacientes com IMC < 18,5 são classificados como desnutridos graves e possuem alto risco de co- morbidades. ( ) O estado nutricional pode ser avaliado apenas pelo IMC uma vez que este índice possui alta correlação com a quantidade de gordura corporal. ( ) os valores médios de IMC para homens e mulheres são, respectivamente, 20, e 22,0lg/m2. (A)V; V; F; F (B)V; V; V; F (C)V ; V; V; V (D)V; F; V; F (E)V; F; F; F 23)Coloque V ou F nas afirmativas abaixo, em relação aos métodos de Avaliação Nutricional, assinalando a seguir a opção correta (CSM 2004). ( ) DC podem ser úteis para avaliar mudanças a longo prazo nas reservas de tecido adiposo subcutâneo em pacientes que recebem Terapia Nutricional. ( ) a utilização de DC é bastante confiável como método de Avaliação Nutricional em pacientes graves internados em CTI. ( ) a albumina sérica é padrão-ouro em pacientes politrauma (na primeira semana do trauma) uma vez que possui meia vida de 20 dias. ( ) os testes cutâneos permitem avaliar a imunidade celular por meio da hipersensibildade cutânea tardia à antígenos específicos. (A)V; F; F; V (B)V; V; F; V (C)F; V; V; V (D)F; F; V; V (E)F; F; F; V 24)Assinale a opção que apresenta o parâmetro antropométrico mais utilizado para avaliação da depleção de massa magra. (CSM 2005). (A)DCT (B)BN (C)Proteínas totais e frações (D)CB (E)CMB 25) O principal fator que altera o valor da reactância no método de bioimpedância elétrica (BIA) é o (a) (Residência HUPE 2009): (A) tipo de tecido muscular (B) nível de hidratação e eletrólitos (C) localização da gordura corporal (D) integridade das membranas celulares 26) A proteína sérica de vida média curta que é um bom indicador de restrição protéica ou energética é a (INCA 2009): (A)Pré-albumina (B)Albumina (C)Caseína (D)Transferrina 27)Considerando os parâmetros bioquímicos na Avaliação Nutricional, assinale verdadeiro (V) ou falso(F) para as assertivas abaixo (INCA 2009): ( )A pré-albumina que possui vida média curta é um índice bastante sensível para identificação da restrição proteica ou energética ( )A dosagem da creatinina urinária de 24 horas identifica as concentrações da massa muscular do organismo ( ) A albuminemia com valores entre 3-3,5g/dl indica depleção moderada 12 ( ) A contagem total de linfócitos auxilia a identificação de alterações nutricionais Assinale a alternativa CORRETA: (A)V, F, V, F (B)F, V, V, F (C)V, V, F, V (D)F, F, F, V 28) Os índices mais utilizados na avaliação antropométrica de adultos são: (UFRJ 2009) (A) Peso, dobras cutâneas e Relação Cintura Quadril (RCQ); (B) Índice de Massa Corporal (IMC) e Dobra Cutânea Suprailíaca; (C) Dobra Cutânea Tricipital, circunferência do braço e circunferência da cintura; (D) Dobra Cutânea Tricipital e Dobra Cutânea Suprailíaca; (E) Índice de Massa Corporal (IMC); Circunferência da Cintura e Relação Cintura-Quadril (RCQ). 29) (Residência UFF – 2010) A doença ou lesão pode levar à rápida deterioração do estado nutricional. Para avaliá-lo, é necessário observar mudanças nos índices antropométricos, na história dietética e nos marcadores laboratoriais. Quanto aos marcadores laboratoriais, é correto afirmar: (A) O balanço de nitrogênio é a única medida bioquímica que reflete tanto o pool de proteínas somáticas quanto viscerais. Para indivíduos saudáveis, esse balanço é próximo de zero. (B) O nível alto de proteína C-reativa é utilizado como marcador para iniciar Terapia Nutricional mais intensa no paciente internado. (C) A albumina é a proteína plasmática mais abundante e um ótimo marcador do estado nutricional. Seus valores se elevam após uma semana de dieta hipercalórica e hiperproteica. (D) O ferro sérico é um teste relativamente fácil de executar e, por isso, é um ótimo indicador do estado de ferro, cuja variação diária é pequena. 30) (Residência UFF – 2010) O estadonutricional reflete o grau com que as necessidades fisiológicas de nutrientes estão sendo atendidas. A respeito da avaliação nutricional dos adultos, marque a opção correta. (A) A medida de circunferência da panturilha pode ser usada sozinha para estimar o peso ideal nos idosos. (B) A área muscular do braço é uma boa indicação da massa corporal magra e, dessa forma, de massa protéica esquelética de um indivíduo. C) A quantidade de gordura avaliada a partir de pregas cutâneas pode se alterar no intervalo de uma semana. (D) É considerada como perda de peso grave quando superior a 3% no período de um mês. 31) (IABAS 2010) O ICA reflete a massa muscular corporal, sendo usado com marcador de depleção: (A)Leve, entre 50-75% (B)Leve, entre 45-65% (C)Moderada, entre 30-55% (D)Moderada, entre 60-80% (E)Grave, entre 70-80% 32) (FIOCRUZ 2010) Na classificação da desnutrição moderada, segundo o Ministério da Saúde- 2005, o peso/estatura e a estatura/idade devem ser, respectativamente: (A) maior ou igual a -3 e menor ou igual a -2 (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -3 e menor ou igual a -2 (déficit linear moderado). (B) menor -3 (emagrecimento moderado) e menor -3 (déficit linear moderado). (C) maior ou igual a -4 e menor ou igual a -2 (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -2 e menor ou igual a -1 (déficit linear moderado). (D) maior ou igual a -2 e menor ou igual a -1 (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -2 e menor ou igual a -1 (déficit linear moderado). (E) maior ou igual a -3 e menor ou igual a -2 (emagrecimento moderado) e maior ou igual a -4 e menor ou igual a -3 (déficit linear moderado). 33) (Residência HUPE 2011) Em rotina de avaliação nutricional em pré-operatório pode ser utilizada a BIA e sabe-se que neste método de avaliação, existe associação entre valores das medidas de reactância com o comprometimento da função celular e que a medida de resistência varia inversamente com a quantidade de: (A)Massa celular e gordura (B)Gordura e eletrólitos (C)Tecido ósseo e água (D)Água e eletrólitos 34) (EAOT 2010) É a medida do tamanho corporal e de suas proporções. Trata-se de um dos indicadores diretos do estado nutricional, sendo as medidas mais utilizadas nesta avaliação: o peso, a estatura, as pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca) e as circunferências (braço, cintura e quadril). Considerando a avaliação do estado nutricional, assinale a única alternativa correta, correspondente ao método de avaliação citado na descrição acima. (A) Exame físico. (B) Avaliação global subjetiva. (C) Composição corporal. (D) Antropometria. 33)A circunferência muscular do braço é a medida do seguinte compartimento corporal (CEPERJ 2011): (A) adiposo (B) proteico somático (C) proteico visceral (D) proteico adiposo 1 – A 2 – D 3 – C 4 – C 5 – B 6 – C 7 – A 8 – D 9 – D 10 –B 11 – C 12 – C 13 – A 14 – D 15 - D 16 - D 17 – C 18 – B 19 – D 20 – D 21 – C 22 – E 23 – A 24 – E 25 – D 26 – A 27 - C 28 - E 29 – A 30 – B 31 – D 32 – A 33 – D 34 – D 35 – B
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