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Atividade complementar - Contratos mercantis

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UNIDADE VI – CONTRATOS E OBRIGAÇÕES MERCANTIS 
 
 
6.1 - CONCEITO 
Um contrato é uma convenção, um acordo que se faz entre partes interessadas sob 
determinadas condições. Os sujeitos do contrato podem ser pessoas físicas ou jurídicas. A 
maioria dos contratos tem caráter jurídico, obrigando as partes contratantes no seu 
cumprimento. 
 Este tipo de acordo pode ser verbal ou escrito, no entanto, os contratos de caráter 
judicial sempre são escritos para que possam ter validade. Nele, duas ou mais pessoas se 
obrigam a uma determinada ação. Em resumo, é um acordo das vontades de cada um dos 
membros participantes do contrato, que faz com os contratantes tenham direitos ou obrigações. 
Os contratos jurídicos para que possam ser validos precisam ser formalizados, 
arquivados em cartórios ou órgãos especiais de modo que nenhuma das partes possa mudar de 
ideia e não cumprir com a sua anterior vontade. Para cada tipo de contrato existem regras 
próprias. 
Os contratos normalmente devem seguir alguns requisitos básicos como o 
consentimento de todas as partes envolvidas, um objeto, a causa, o prazo de duração, os 
valores, direitos, obrigações, multas, etc. 
Por consentimento se entende a permissão que as duas partes dão para se fazer o 
contrato. Só é válido se não for conseguido de forma enganosa ou violenta. 
 O objeto de um contrato pode ser praticamente qualquer coisa ou serviço que não 
esteja fora da lei, não agrida a moral nem os costumes de um grupo social. A causa para a 
elaboração de um contrato é o motivo que os contratantes apresentam. Perde a causa o 
contrato que não cumpra com os requisitos sociais que deve cumprir, quando seja fingido ou 
simulada sua necessidade. 
 São inúmeros os tipos ou modalidades de contrato. No entanto cada país estabelece um 
certo número de modalidades que se adaptem a suas leis e normas como por exemplo os 
acordos pré-nupciais, aluguéis, prestação de serviços, bancários, compra e venda, permuta, 
mercantis, intelectuais, entre outros. 
 
6.2. CONTRATO MERCANTIL 
Considerando especificamente o Direito Comercial/Empresarial, com a evolução das 
relações mercantis, surgiu a necessidade de se realizar contratos, como via de garantir, se não 
a efetivação de suas disposições de modo direto, ao menos a possibilidade de sua cobrança. Na 
“exploração da atividade empresarial, a que se dedica, o empresário individual ou a sociedade 
empresária celebram vários contratos. Pode-se dizer que combinar os fatores de produção é 
contrair e executar obrigações nascidas principalmente de contratos”. 
Partindo dessa análise, pode-se perceber que os contratos mercantis, de certo modo, 
viabilizam as relações empresariais, uma vez que, através de um negócio jurídico estabelecido 
entre sujeitos capazes, ter-se-á elementos básicos para a produção de bens e serviços, 
desenvolvendo-se, por conseguinte, o que os economistas chamam de recursos ou fatores de 
produção. 
Nesse sentido, podem-se visualizar os contratos mercantis que a seguir serão 
destrinchados, quais sejam: Contratos de Compra e Venda Mercantil, de Colaboração, 
Bancários, Intelectuais e de Seguro. 
Dependendo dos sujeitos que celebrarem o negócio jurídico, estes podem assumir 
contornos de natureza jurídica administrativa, trabalhista, consumeirista ou cível, assim: Se o 
empresário contrata com o Poder Público ou concessionária de serviço público, o contrato 
é administrativo (por exemplo, se o fabricante de móveis vence licitação promovida por 
Prefeitura, para substituir o mobiliário de uma repartição, o contrato que vier a assinar será 
desta espécie). Se o outro contratante é empregado, na acepção legal do termo (CLT, art. 3º.), 
o contrato é do trabalho. Se consumidor (ou empresário em situação análoga à de consumidor), 
a relação contratual está sujeita ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). Nas demais 
hipóteses, o contrato é cível, e está regido pelo Código Civil ou por legislação especial. 
Quanto aos contratos mercantis, os sujeitos serão empresários, atingindo uma natureza 
hibrida entre os contratos cíveis e os provenientes das relações de consumo, vejamos: 
- se os empresários são iguais, sob o ponto de vista de sua condição econômica (quer dizer, 
ambos podem contratar advogados e outros profissionais antes de assinarem o instrumento 
contratual, de forma que, ao fazê-lo, estão plenamente informados sobre a extensão dos 
direitos e obrigações contratados), o contrato é cível; 
- se desiguais (ou seja, um deles está em situação de vulnerabilidade econômica frente ao 
outro), o contrato será regido pelo CDC. 
Quando o banco contrata com a construtora a edificação de sua sede, o contrato é 
mercantil cível, porque ambos os empresários negociam em pé de igualdade. Mas, quando o 
mesmo banco concede empréstimo a um microempresário, o contrato mercantil está sujeito à 
legislação consumerista, já que este último se encontra em situação análoga à de consumidor. 
Desse modo, a natureza jurídica dos contratos mercantis se delimitará face as 
condições de seus contratantes, no que tange a (des)igualdade material entre os mesmos. 
 
6.3. CONTRATO DE COMPRA E VENDA MERCANTIL 
Os contratos de compra e venda regem-se, em geral, pela regra do art. 481 do Código 
Civil (CC/02), dispondo que em tal relação “um dos contratantes se obriga a transferir o 
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. 
Assim, as disposições do Diploma Civilista, no que tange aos negócios obrigacionais de 
compra e venda, também atingem os contratos mercantis dessa natureza, os quais se 
configuram quando comprador e vendedor são empresários, entretanto, insta ressaltar o que 
lembra Coelho: 
“Eventualmente, pode-se configurar, na relação contratual entre empresário-comprador e 
empresário-vendedor, uma compra e venda sujeita ao CDC. Será este o caso se o empresário-
comprador for consumidor, na acepção legal do termo (destinatário final da mercadoria ou 
serviço oferecido pelo outro — ver Cap. 8, item 3), ou estiver em condição análoga à de 
consumidor (vulnerável).” 
Observe-se, portanto, que os contratos mercantis de compra e venda reger-se-ão pelas 
regras do CC/02 (art. 481 ss.) e pela legislação especial, bem como pelo Código de Defesa do 
Consumidor, quando se verificar a existência de relação de consumo ou hipossuficiência entre 
os empresários contratantes. 
Tais contratos são a base das atividades empresariais, uma vez que os atos de comprar 
e vender se constituem no sentido máximo dessas relações, visando a obtenção do lucro e a 
retroalimentação do sistema econômico. 
Os requisitos essenciais para a formação dos contratos de compra e venda mercantis 
são o consentimento das partes, a coisa e o preço. No tocante ao consentimento, ressalte-se 
que, como os negócios jurídicos de compra e venda em geral, há a necessidade da comunhão 
de vontades entre comprador e vendedor para que se constitua o vínculo contratual, conforme 
anteriormente expresso. 
Entretanto, para o aperfeiçoamento e a obrigatoriedade do contrato é necessário que 
se especifique o seu objeto e o preço, conforme reza o art. 485, CC/02, sendo que o primeiro 
deve ser lícito, possível, determinado ou determinável, não podendo ser estabelecido como tal 
um bem considerado fora do comércio, enquanto o segundo deve ser fixado por ambas as 
partes, do contrário tal contrato será considerado nulo, em moeda nacional, ressalvadas as 
operações de importação e exportação, não sendo admissível a contratação de pagamento em 
bens, pois se configuraria contrato de troca. 
Os contratos de compra e venda mercantil geram obrigações recíprocas entre as partes 
contratantes. Para o vendedor, observa-se o dever de entregar o bem, transferindo-se o 
domínio do objeto avençado, e para o comprador, o de pagar o preço pela coisa adquirida. 
 
6.4. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO 
Os contratos de colaboração, assim como os de compra e venda mercantil,têm sido 
desenvolvidos pelo comércio com vistas ao fornecimento de bens ao mercado consumidor, 
sejam eles empresários ou não. Nesses termos, podem ser citados como Contratos de 
Colaboração, a Comissão, a Representação comercial, a Concessão mercantil, a Franquia e a 
Distribuição. 
Ressalte-se, assim, que, no contrato de colaboração, o colaborador tem, perante o 
fornecedor, a obrigação de criar mercado para a coisa vendida, diferente das relações de 
fornecimento verificáveis nos contratos de compra e venda, em que tal situação não se verifica. 
Os contratos de colaboração não tem caráter pessoal, pois estão relacionados com a 
organização da própria atividade de distribuição, do contrário se poderia configurar um vínculo 
empregatício, uma vez que há uma relação de subordinação do distribuidor pelo fornecedor, o 
qual impõe suas condições e padrões de exploração da atividade comercial, entretanto nesses 
contratos a subordinação é apenas empresarial .São exemplos de contrato de 
colaboração: a comissão mercantil, a representação comercial, concessão comercial, 
franquia (Franchising), distribuição. 
 
 
6.5. CONTRATOS BANCÁRIOS 
A doutrina reconhece que definir e conceituar o que seria um contrato bancário tem 
sido tarefa árdua, sendo difícil diferenciar e delimitar, sem se render a critérios duvidosos, 
facilmente desconstituídos. Para Fabio Ulhoa Coelho, “contratos bancários são aqueles em que 
uma das partes é, necessariamente, um banco”. Entretanto, reconhece que somente isso não 
caracteriza a relação obrigacional bancária, acrescentando que “são bancários aqueles contratos 
que somente podem ser praticados com um banco, ou seja, aqueles que configurariam infração 
à lei caso fossem praticados com pessoa física ou jurídica não autorizada a funcionar como 
instituição financeira”. 
A partir da análise da Lei n° 4.595/64 (LRB – Lei da Reforma Bancária), mais 
especificamente de seu art. 17, pode-se entender por atividade bancária a coleta, 
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional 
ou estrangeira. Essas atividades estão ligadas, direta ou indiretamente, à concessão, circulação 
ou administração do crédito. 
Seu exercício esta adstrito à autorização governamental, sendo concedido pelo BACEN, 
salvo quando se tratar de empresário estrangeiro, a qual será dada mediante decreto 
presidencial. A doutrina divide tais atividades em típica (relacionadas ao crédito) e atípicas 
(serviços acessórios, locação de cofres, custódia de valores etc), sendo as primeiras subdividas, 
ainda, em passivas e ativas, conforme assuma o banco a posição de devedor ou credor da 
obrigação principal. 
 As operações bancárias passivas se constituem, v. g., no depósito bancário, na conta 
corrente bancária e na aplicação financeira, sendo os contratos que têm a função econômica de 
captação dos recursos e que necessita do banco para o desenvolvimento de sua atividade. 
 Quanto as ativas, tem-se como exemplos, o desconto, a abertura de crédito e crédito 
documentário, aqui os bancos concedem créditos aos clientes com recursos coletados junto a 
outros clientes, através de contratos das operações passivas. 
Fábio Ulhoa Coelho, denomina, assim, a alienação fiduciária em garantia, a faturização 
(factoring), o arrendamento mercantil e o cartão de crédito como sendo contratos bancários 
impróprios, os quais serão, portanto, a seguir analisados. 
 
 
6.6. CONTRATOS INTELECTUAIS 
Contratos intelectuais são aqueles que têm como normas orientadoras os chamados 
direitos intelectuais, ou seja, como a propriedade industrial (a cessão de patente, cessão de 
registro industrial, licença de uso de patente de invenção, licença de uso de marca e 
transferência de tecnologia) ou com o direito autoral (a comercialização de logiciário). 
Tais contratos, para adquirir eficácia perante terceiros, devem ser registrados no 
Instituto Nacional da Propriedade Industrial — INPI. Assim, para que a remuneração devida em 
razão do contrato possa servir de base para a dedutibilidade fiscal e para que a sua remessa ao 
exterior seja admitida pelo governo, se faz indispensável o cumprimento deste requisito formal. 
Porém, para que o contrato produza efeitos entre os contratantes, é irrelevante o atendimento 
desta formalidade. Os contratos intelectuais podem ser de Cessão de Direito Industrial, Licença 
de Uso de Direito Industrial, Transferência de Tecnologia, Comercialização de Logiciário 
(Software). 
 
6.7. SEGURO 
Inicialmente, cabe fazer algumas considerações acerca do tratamento desse instituto no 
Brasil e no mundo, assim, cabe salientar que a exploração da atividade securitária em todos os 
países do mundo é controlada pelo Estado, tendo em vista a sua importância econômica. A 
função econômica do seguro é socializar riscos entre os segurados. A companhia seguradora 
recebe de cada um o prêmio, calculado de acordo com a probabilidade de ocorrência do evento 
danoso. Em contrapartida, obriga-se a pagar certa prestação pecuniária, em geral de caráter 
indenizatório, ao segurado, ou a terceiros beneficiários, na hipótese de verificação do sinistro. 
 
CONCLUSÃO 
Após uma análise dos diversos contratos mercantis, apesar de ser necessário fazer 
menção ao fato dessas não serem as únicas modalidades, havendo tantas outras quanto as 
necessidades empresariais pedirem, bem como as vontades das partes entenderem por 
conveniente negociar, pode-se concluir acerca da proximidade e fonte constante, em que o 
direito comercial, ou empresarial, sempre vai beber de suas disposições normativas, que é o 
Direito Civil. 
Saliente-se, também, que o Código Comercial trata apenas do seguro marítimo, o 
contrato de seguro terrestre é aquele regulado pelo CC/02 e pelo Decreto-lei nº 73/66, não 
deixando de destacar que existem, ainda, os seguros aeronáuticos. Nessa espécie de contrato 
mercantil há um grande controle estatal, através de normas regulamentadoras específicas, bem 
como um Sistema Nacional de Seguro Privado, devido à importância econômica de tal atividade. 
Dessa extensa regulamentação e controle por um Sistema Nacional, infere-se, ainda, a 
importância do CDC e seus princípios, uma vez que há uma flagrante natureza de contrato de 
adesão, devido a circunstância de serem negócios jurídicos, verificáveis nas relações em massa, 
necessitando uma generalização de suas cláusulas. 
Por fim, os contratos mercantis são instrumentos externalizadores das relações 
empresariais, que, num contexto de globalização, assumem contornos mais informais, de 
acordos de vontades, a fim de dar a dinamicidade que se faz necessária. Entretanto, sempre se 
poderá recorrer ao Judiciário, quando verificadas cláusulas abusivas em circunstâncias de 
vulnerabilidade entre as partes, ou quando do descumprimento de suas disposições, por 
exemplo, ressaltando que tal direito é, inclusive, garantia constitucional, previsto em nossa Lex 
Maior. 
 
SITES COONSULTADOS 
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