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CASO BRUNO

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
FABIO NEVES DE OLIVEIRA 
FRANCINE DE MORAIS LIMA 
JOSIANE AINA SAMPAIO 
KELLY FREITAS ALVES 
LAÍS CARNEIRO GOMES 
TAGUITA CRISTINA TERRA DE OLIVEIRA 
THABATHA PINHEIRO DOS SANTOS 
 
SEMINÁRIO – DIREITO PENAL PARTE GERAL II 
CASO ELIZA SAMUDIO 
 
 
 
 
 
SOROCABA 
2019 
 
https://www.facebook.com/profile.php?id=100000950867051&ref=br_rs
2 
 
 
 
FABIO NEVES DE OLIVEIRA 
FRANCINE DE MORAIS LIMA 
JOSIANE AINA SAMPAIO 
KELLY FREITAS ALVES 
LAÍS CARNEIRO GOMES 
TAGUITA CRISTINA TERRA DE OLIVEIRA 
THABATHA PINHEIRO DOS SANTOS 
 
 
 
 
SEMINÁRIO – DIREITO PENAL PARTE GERAL II 
CASO ELIZA SAMUDIO 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA 
2019 
Seminário apresentado à 
disciplina de Direito Penal – Parte 
Geral Il no curso de Direito da 
Faculdade Ipanema. 
Professora: Karen Alessandra. 
 
 
https://www.facebook.com/profile.php?id=100000950867051&ref=br_rs
1 
 
 
 
SUMÁRIO: 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1 
2. O CRIME ........................................................................................................................................ 2 
2.1. Quem e o réu? ............................................................................................... 2 
2.2. A vítima .......................................................................................................... 3 
2.3. O caso ............................................................................................................ 3 
2.4. Quando? ........................................................................................................ 4 
2.5. Motivação do crime? ...................................................................................... 4 
2.6. Linha do tempo .............................................................................................. 4 
3. ITER CRIMINIS (CAMINHO DO CRIME) ................................................................................. 6 
3.1. Cogitação ....................................................................................................... 6 
3.2. Preparação ..................................................................................................... 6 
3.3. Execução ....................................................................................................... 7 
3.4. Consumação .................................................................................................. 7 
3.5. Exaurimento ................................................................................................... 7 
3.6. Aplicação no caso concreto ........................................................................... 7 
3.7. Homicídio ....................................................................................................... 8 
3.8. Sequestro ....................................................................................................... 8 
3.9. Cárcere privado .............................................................................................. 8 
3.10. Ocultação de cadáver .................................................................................... 8 
4. CLASSIFICAÇÃO DO CRIME .................................................................................................. 10 
4.1. Classificação do crime (esquematizado) ...................................................... 11 
4.2. Comum ......................................................................................................... 12 
4.3. Permanente .................................................................................................. 12 
4.4. Comissivo ..................................................................................................... 12 
4.5. Plurissubjetivos ............................................................................................ 12 
4.6. Complexo ..................................................................................................... 12 
4.7. Plurissubsistentes ........................................................................................ 12 
4.8. Plurilocal ....................................................................................................... 12 
5. CONCURSO DE PESSOAS ..................................................................................................... 13 
5.1. Requisitos .................................................................................................... 14 
5.2. E as definições para os acusados são: ........................................................ 15 
 
2 
 
 
 
5.2.1. Coautor ......................................................................................................................... 15 
5.2.2. Autor ............................................................................................................................. 15 
5.2.3. Partícipes ..................................................................................................................... 15 
6. TEORIA DO CRIME ................................................................................................................... 16 
6.1. Teoria Tripartida ........................................................................................... 16 
6.2. Fato Típico ................................................................................................... 17 
6.3. Antijuridicidade (Ilicitude) ............................................................................. 21 
6.3.1. Excludentes de Ilicitude ............................................................................................. 21 
6.4. Culpabilidade ............................................................................................... 22 
6.4.1. Excludentes de culpabilidade e imputabilidade ..................................................... 23 
6.5. Arvore do Crime (esquematizada) ............................................................... 25 
7. ANÁLISE DO CASO CONCRETO........................................................................................... 26 
8. O JULGAMENTO ( JÚRI POPULAR) ..................................................................................... 29 
9. QUALIFICADORAS E ATENUANTES .................................................................................... 31 
9.1. Condenados por crime qualificado ............................................................... 31 
10.2. Atenuantes .................................................................................................... 32 
10. CONCURSO DE CRIMES .................................................................................................... 33 
10.1. Concurso material (Artigo 69 do CP)............................................................ 33 
10.2. Concurso Formal (Artigo 71 do CP) ............................................................. 33 
10.2.1. Primeira parte – Próprio ou Perfeito .................................................................... 33 
10.2.2. Segunda parte – Impróprio ou Imperfeito ........................................................... 33 
10.3. Crime continuado (Artigo 71 do CP) ........................................................................ 33 
11. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 35 
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 36 
13. CONTEÚDO PARA DOWNLOAD ....................................................................................... 37 
13.1. Caso Elisa Samudio ..................................................................................... 37 
13.2. Mapa colaborativo ........................................................................................ 371 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Jovem, em excelente forma física e atual Campeão Brasileiro, ídolo da maior 
torcida do Brasil, jogador com propostas milionárias de times da Europa e com nome 
especulado na lista de convocação para a Seleção Brasileira. Esse era Bruno 
Fernandes das Dores de Souza. Com esse currículo imagina-se que hoje 
estaríamos falando de um grande ídolo do futebol, porém não.Vamos falar do 
Homicídio cometido pelo Goleiro Bruno e a grande repercussão que esse caso teve 
no início dessa década. 
Eliza Samudio, uma modelo e atriz paranaense, e Bruno tiveram um caso 
mesmo com Bruno casado. Eliza anuncia que teria um filho do jogador e estando 
com 5 meses de gestação, em 13 de outubro de 2009 foi vítima de ameaças e 
agressões de Bruno, que então passa a responder criminalmente. O jogador na 
mesma épocadeclarou a celebre frase, que virou bordão: “Quem nunca saiu na mão 
com a mulher” respondendo sobre uma briga do então amigo Adriano, jogador do 
Flamengo, com sua atual noiva. 
Quando se acreditava que tudo já tinha ocorrido, o pior foi se revelando. Com 
grande cobertura da mídia, devido à grande notoriedade do acusado, o caso foi 
tomando grandes proporções com uma história digna de roteiro de cinema. O caso 
obteve repercussão nacional e internacional. Em 5 de Junho de 2010, Bruno realizou 
seu último jogo com a camisa do Flamengo, a partir daquele dia uma sequência de 
atos, como o desaparecimento de Eliza, e a denúncia de um suposto assassinato 
com o envolvimento do goleiro Bruno, começam a vir à tona. 
Bruno é preso preventivamente no dia 07 de Julho, e com o correr das 
investigações novas evidencias do envolvimento e atuação como mandante vão 
surgindo. Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, um amigo de 
Bruno e Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola um ex-policial fazem 
parte do assassinato. 
O julgamento se inicia em novembro de 2012, porém o julgamento de Bruno é 
adiado para o ano seguinte, Bola é condenado a 22 anos e três meses de prisão por 
2 
 
 
 
homicídio e ocultação de cadáver, além de sequestro. Já Macarrão é condenado a 
15 anos de prisão pela morte de Eliza e pelo sequestro de seu filho. 
Em 2013 Bruno foi sentenciado por homicídio triplamente qualificado; 
respectivamente por 3 anos e 3 meses por cárcere privado, a 17 anos e 6 meses por 
homicídio doloso e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. 
O julgamento teve um fato inusitado, pois até hoje nunca foi descoberto o 
cadáver de Eliza. Em janeiro de 2013, a juíza do caso determinou a expedição da 
certidão de óbito de Eliza, e a morte foi declarada por asfixia. 
2. O CRIME 
No dia Bruno Fernandes das Dores de Souza, foi sentenciado por homicídio 
triplamente qualificado; respectivamente por 3 anos e 3 meses por cárcere privado, 
a 17 anos e 6 meses homicídio doloso e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. 
 
2.1. Quem e o réu? 
 
Bruno Fernandes das Dores de Souza, nascido de família humilde nascido na 
periferia de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, de profissão jogador de futebol, 
do time Flamengo, no Rio de Janeiro desde o ano de 2008, ou simplesmente o 
“Goleiro Bruno”, como já era reconhecido anteriormente à sua acusação no 
envolvimento do homicídio da então modelo e atriz Eliza Samudio, era motivo de 
destaque no mundo futebolístico, sendo um dos jogadores de futebol mais bem 
pagos no Estado Brasileiro. 
Advindo de um histórico familiar complexo e delicado, repleto de 
envolvimentos de familiares com drogas e infrações criminais violentas e perigosas, 
sofreu abandono familiar recém nascido e sendo criado pela sua avó paterna; Bruno 
não emergiu de estrutura familiar consolidada, tornou-se mais reconhecido por sua 
personalidade explosiva e por dar uma declaração em favor a um colega de trabalho 
(jogador Adriano Imperador), acusado de violência doméstica. 
 
 
 
3 
 
 
 
2.2. A vítima 
 
Eliza Silva Samudio, nascida na cidade de Foz do Iguaçu, no Estado do 
Paraná, modelo, de origem humilde, advinda de histórico familiar bastante 
conturbado, saiu de sua cidade de origem para trabalhar com a imagem em uma 
cidade maior. Modelo e atriz, participava de festas e eventos de origens misteriosas, 
ficou publicamente conhecida após depoimentos em que a jovem declarava sofrer 
ameaças e agressões de um jogador de futebol, do qual era tida como amante. 
Relatos apontam que Eliza não cresceu sob estrutura familiar sólida, desde 
sua concepção, sua genitora (Sônia Fátima Silva Moura), relata brigas e histórico de 
violência doméstica, além de indícios de abusos sexuais e estupro na adolescência 
da jovem, originários do próprio pai, condenado e foragido posteriormente por 
estupro. 
 
2.3. O caso 
 
. O fato contou com a coautoria de nove indivíduos, contando com Bruno 
Fernandes das Dores de Souza e sua então esposa, Dayanne Rodrigues do Carmo 
de Souza, tendo início no dia 04 de Junho de 2010 e sendo finalizado com a 
declaração judicial de morte de Eliza Silva Samudio no dia 10 de Junho do mesmo 
ano, após sequestro e manutenção em cárcere privado no sítio do réu principal na 
cidade de Esmeraldas, Estado de Minas Gerais, considerado o mandante do 
homicídio de Eliza, sua até então ex amante. 
Bruno, goleiro e capitão do time carioca do Flamengo, foi acusado e 
sentenciado pelo sequestro, lesão corporal e homicídio de Eliza Silva Samudio, com 
quem teve um filho (com paternidade comprovada posteriormente) fruto de um 
relacionamento extraconjugal e breve, carregado de acusações de agressões e 
ameaças. 
Segundo depoimentos de um dos autores do crime, (Jorge Luis sales) Eliza 
foi levada sob agressões para o sítio do jogador juntamente de seu filho com poucos 
meses de vida, motivada por engano, pretendendo consultas médicas e obtenção de 
uma quantidade financeira que seria entregue após diálogo, porém o depoimento 
ainda conta com a revelação de que a modelo teria sido mantida sob agressões 
4 
 
 
 
dentro do sítio, onde poderia caminhar livremente porém sem contato com pessoas 
externas ao sítio. 
O depoimento cessa com a declaração de que a jovem, que aguardava 
reconhecimento paternal do jogador para com a criança, após sofrer agressão e 
cárcere foi levada para outra cidade, onde a mandado do jogador, foi asfixiada com 
um mata-leão e teve seu cadáver ocultado e desovado em local ainda 
desconhecido. 
 
2.4. Quando? 
 
No dia 04 de Junho de 2010, após manutencao de cárcere privado na cidade 
do Rio de Janeiro, na casa do mandante, onde aguardava o recebimento de quantia 
financeira prometida por outro participante do crime, Luiz Henrique Romão, braço 
direito e funcionário de Bruno, sentenciado como mandante. 
 
2.5. Motivação do crime? 
 
Acredita-se que a motivação do crime tenha sido o descontentamento do 
jogador com a exposição do caso extraconjugal, e possíveis tentativas de extorsão 
partidas da modelo. 
Especula-se ainda que, a pretensão do crime partira desde antes de o 
nascimento da criança, com agressões e incentivo a jovem ao aborto. 
 
2.6. Linha do tempo 
 
10/02/2010: Nascimento de Bruno Samudio de Souza (Bruninho). 
 
04/06/2010: Transporte de Eliza Silva Samudio (ja sob suspeita de cárcere) para 
Contagem, Estado de Minas Gerais. 
 
08/062010: Rang Rover apreendida por policiais militares (já com sangue e 
pertences de Eliza) - Contagem, MG. 
 
5 
 
 
 
10/06/2010: Conclusão de homicídio de Eliza Samudio - Contagem, MG. 
 
24/06/2010: Denúncia anônima sobre o assassinato. 
 
26/06/2010: Delega encontra Bruno Samudio de Souza - Ribeirão Neves MG 
 
06/07/2010: Entrevista a rádio local de tio de participante do crime, afirmando 
confissão de crime. 
 
07/07/2010: Decreto de prisão de Bruno, Macarrão e Dayane 
 
08/07/2010: Decreto de prisão de Bola 
 
08/07/2010: Bruno se entrega a polícia 
 
29/08/2010: Conclusão de inquérito policial e Bruno indiciado por: sequestro;cárcere 
privado; ocultação de cadáver; homicídio; formação de quadrilha; corrupção de 
menor. 
 
09/03/2013: Julgamento concluído e réus sentenciados. 
 
6 
 
 
 
 
 
3. ITER CRIMINIS (CAMINHO DO CRIME) 
Iter criminis ou também conhecido como caminho do crime é a teoria aplicada 
no entendimento de qual a trilha praticada entre a conduta do agente ativo e a 
consumação do fato típico que resultou em dano ao bem jurídico tutelado. 
Em suma, seguindo a doutrina de Guilherme Nucci, o conceito para o item 
tratado neste tópico em específico se subdivide nas seguintes fases ou etapas: 
 
 
 
 
 
ITER CRIMINIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1. Cogitação 
É a primeira fase referente ao caso concreto, até aqui o indivíduo somente 
considera ainda quem em hipótese de cometimento de dado delito. Não há de se 
falar em crime pelo simples fato de não haver exteriorização do sentimento. 
3.2. Preparação 
Em que pese nesse momento o gente ativo estar em curso de preparação 
para o cometimento do delito, a doutrina entende que não se pune, por exemplo, um 
homicídio onde alguém que se quer tentou realizar o ilícito penal. Porém, há de se 
NÃO PUNÍVEIS 
1. COGITAÇÃO 
2. PREPARAÇÃO 
PUNÍVEIS 
3. EXECUSÃO 
4. CONSUMAÇÃO 
EXTERNA 
INTERNA 
7 
 
 
 
observar que o indivíduo que compra uma arma de origem ilegal a fim de matar 
alguém, comete crime de posse ilegal de arma de fogo. 
 
3.3. Execução 
É nesse momento em que o indivíduo passará a responder pelos atos 
executórios por ele realizados dentro do tipo penal, independente da consumação ou 
não. 
 
3.4. Consumação 
Ocorre quando executado com “perfeição” com relação à reunião dos 
elementos obrigatórios contidos no artº 14,I,CP. 
 
3.5. Exaurimento 
São atos executórios após a consumação do típico penal, por exemplo, o 
recebimento de um valor provindo de um sequestro mediante extorsão. Ou seja, o 
crime já estava caracterizado como consumado a partir do momento em que o 
individuo privou a vítima do seu direito de ir e vir. Logo, o recebimento é mero 
detalhe diante do fato típico. 
Nota: Parte da doutrina entende que o exaurimento não faz parte do iter 
criminis. 
 
3.6. Aplicação no caso concreto 
No caso concreto analisado pode-se dizer que a fase cogitação limitou-se nos 
primeiros desejos do réu em resolver o que entendia ser um problema, passada a 
fase inicial, buscou os meios necessários, demais partícipes e autor que juntos, 
executaram os diversos crimes em concurso. 
Por fim, a consumação deu-se a partir do momento em que foi surgindo como 
conseqüência dos atos executórios, os resultados naturalísticos de cada injusto 
penal cometido pelos indivíduos tidos como sujeito ativo do caso Eliza Samudio.
8 
 
 
 
SUJEITO E OBJETO DO CRIME 
Trata-se de sujeito ativo o indivíduo que comete de forma direta, ou indireta e 
ou injusto penal, já quanto ao passivo é o titular do bem protegido pelo tipo penal 
incriminador que violado, ou seja, a vítima. 
Contudo, analisado o fato concreto relacionado ao caso em questão conclui-
se a seguinte classificação: 
3.7. Homicídio 
Sujeito ativo: Bruno, Marcos (Bola) e Luiz Henrique (Macarrão). 
Sujeito passivo: Eliza. 
3.8. Sequestro 
Sujeito ativo: Bruno, Fernanda, Elenilson e Wemerson. 
 Sujeito passivo: Eliza e Bruninho seu filho. 
3.9. Cárcere privado 
Sujeito ativo: Bruno, Elenilson, Fernanda, Wemerson, Luiz Henrique (Macarrão). 
Sujeito passivo: Eliza e seu filho Bruninho. 
3.10. Ocultação de cadáver 
Sujeito ativo: Bruno e Marcos (Bola). 
Sujeito passivo: Eliza. 
Nota: O enquadramento criminal dos agentes aqui apresentados tem como objeto 
os ilícitos o qual se tem como sujeito passivo Eliza Samudio. 
 
 
 
 
9 
 
 
 
3.11. Objeto material e Formal 
É conceito de objeto material e formal do crime, aplica-se da forma 
subsequente. 
Objeto material o corpo da vítima por hora não localizada. 
Contudo, o assunto será abordado de forma adequado no tópico que trata 
sobre a teoria do crime. 
Para o objeto jurídico se dá o entendimento de que ele é o interesse protegido 
pela norma penal. Logo como o objeto do caso concreto refere-se à vida. 
 
10 
 
 
 
 
 
4. CLASSIFICAÇÃO DO CRIME 
A classificação dos crimes de modo amplo tem como objetivo analisar fatores 
e aspectos quanto ao local, agente, conduta e material. 
Para o autor Guilherme de Soares Nucci a classificação contém uma base 
jurídica a ser seguido, seja a definição de Nucci: 
“ Classificar significa a distribuição ou a divisão de algo em classes ou grupos, 
de acordo com um sistema ou um método próprio. Não se trata de um procedimento 
vago,aberto e assistemático; muito menos de um ato livre de qualquer freio, dando 
margens à imaginação do classificador, que poderia criar e inventar pastas 
estranhas e bizarras para arquivar seus objetos. 
A classificação dos crimes possui o objetivo de apontar, por conta de um 
método, como alguns crimes se agrupa em certas pastas, com as mesmas 
características, daí resultando uma solução prática para o operador do direito. Assim 
a primeira classificação feita pelo próprio legislador contribui a divisão do Código 
Penal em Parte Geral, contendo normas gerais, com princípios e regras aplicáveis a 
qualquer delito, e Parte Especial, indicando os bens jurídicos tutelados e os tipos 
penais incriminadores.” 
Diante do exposto anterior, abaixo estão as possíveis classificações para o 
caso concreto.
11 
 
 
 
 
4.1. Classificação do crime (esquematizado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DO 
SUJEIRO ATIVO 
EST. DA CONDUTA 
DELINEADO PENAL 
NÚMERO DE ATOS 
EXECUTÓRIOS 
COMUM 
COMPLEXO 
PLURISSUBSISTENTE 
QUALQUER UM PODE PRÁTICAR 
RESULTADO DE DOIS OU MAIS TIPOS PENAIS 
DOIS OU MAIS ATOS NA EXECUSÃO 
COND. X RESUL. 
NATURALISTICO 
CONSUMAÇÃO DO 
CRIME 
FORMA DA PRÁTICA 
DO CRIME 
LOCAL DA PRÁTICA 
CRIMINOSA 
 
CRIME MATERIAL 
RESULTADO NATURALÍSTICO NECESSÁRIO 
PERMANENTE 
CONSUMAÇÃO SE PROLONGA NO TEMPO 
COMISSIVO 
FATO TÍPICO PRATICADO ATRAVÉS DE AÇÃO 
PLURILOCAL 
CONDUTA / RESULTADO EM MAIS DE UMA COMARCA 
12 
 
 
 
 
Após a exposição do quadro apresentado, abaixo estão às justificativas das 
classificações: 
4.2. Comum 
Podem ser cometidos por qualquer pessoa, sem precisão de nenhum tipo de 
qualificação. 
4.3. Permanente 
Quando a ação se prolongue no tempo até quando queira o agente. 
4.4. Comissivo 
Praticado mediante a conduta. 
4.5. Plurissubjetivos 
Aqueles que somente pode ser cometidos por mais de uma pessoa. 
4.6. Complexo 
Formam-se pela junção de tipos penais. 
4.7. Plurissubsistentes 
Exige vários atos, por exemplo: Homicídio entre sequestro. 
4.8. Plurilocal 
Quando o crime passa por vários locais até o resultado. 
 
13 
 
 
 
 
 
5. CONCURSO DE PESSOAS 
O título IV da Parte Geral do Código Penal Brasileiro disciplina o 
chamado concurso de pessoas, ou de agentes, insculpindo as seguintes regras: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um 
sexto a um terço. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter 
sido previsível o resultado mais grave. 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição 
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser 
tentado. 
“Deve-se distinguir o concurso de pessoas, que é um concurso eventual, e 
assim pode ocorrer em qualquer delito passível de ser praticado por uma só pessoa 
(crimes unis subjetivos), do chamado concurso necessário. Existem numerosos 
delitos que, por sua natureza intrínseca, só podemser cometidos por duas ou mais 
pessoas, como a bigamia, a rixa, o crime de associação criminosa, etc. São estes 
chamados crimes de concurso necessário ou crimes plurissubjetivos” 
O artigo 29 do Código Penal aplica-se, em regra, aos delitos unis subjetivos 
(ou delitos de concurso eventual), uma vez que para os crimes plurissubjetivos, ou 
de concurso necessário, pelo fato de exigirem a presença de, no mínimo, duas ou 
mais pessoas, dependendo do tipo penal, não haveria necessidade de regra 
14 
 
 
 
expressa para os autores, ou coautores, tendo aplicação somente no que diz 
respeito à participação nessas infrações penais. 
5.1. Requisitos 
Pluralidade de condutas: cada indivíduo pratica certo ato a fim de alcançar o 
objetivo criminoso. Tem-se a divisão das tarefas necessárias à execução do crime. 
Relevância causal entre as ações: as condutas devem estar ligadas, de modo 
a completarem-se no sentido da consumação do crime. 
Liame subjetivo entre os agentes: deve haver a ligação entre as vontades dos 
agentes, as condutas, no concurso de pessoas, são previamente combinadas e não 
podem fugir do acordado, configurando, portanto, um desígnio comum. 
Identidade do fato: a pluralidade de pessoas, configurado do concurso de 
pessoas, deve ter suas condutas direcionadas à prática do mesmo crime. As 
condutas devem se direcionar ao mesmo fato criminoso. 
Contudo, como disposto no artigo 29 do Código Penal, a participação de cada 
um deve se conjugar, para colaboração causal de obtenção resultado criminoso, 
razão pela qual, todos respondem pelo mesmo crime. 
O concurso de pessoas, aplica se aos critérios de crimes cometidos por mais 
de um agente ativo. O autor Guilherme Nucci em sua parte geral do curso de direito 
penal faz a seguinte definição para o assunto em questão: trata-se da cooperação 
desenvolvida por várias pessoas para o cometimento de uma infração penal. 
 Chama-se, ainda, em sentido lato: coautoria, participação, concurso de 
delinquentes, concurso de agentes, cumplicidade e prevalece o conceito restrito de 
autor. Este é a pessoa que se insere no tipo penal, praticando qualquer de suas 
partes. Partícipe é aquele que, instigando, induzindo ou auxiliando, corre por fora 
para a realização do tipo. 
 
 
15 
 
 
 
5.2. E as definições para os acusados são: 
 
5.2.1. Coautor 
Bruno Fernandes 
5.2.2. Autor 
Marcos Aparecido dos Santos 
5.2.3. Partícipes 
Luiz Henrique Romão, Dayanne Rodrigues do Carmo, Fernanda Gomes de Castro, 
Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
6. TEORIA DO CRIME 
Como premissa para a análise da Teoria do Crime aplicada ao fato concreto 
Eliza Samudio, se faz necessária uma breve introdução quanto ao que exatamente é 
o tema a ser abordado por este tópico. 
Também conhecida como árvore do crime, teoria geral do crime ou mesmo 
teoria geral do delito, em resumo, é um conjunto de regras e requisitos usados para 
determinar se o fato praticado geralmente através de uma conduta ou omissão 
contém os elementos suficientes para que seja enquadrado como crime ou não. Em 
regras gerais, envolvem aspectos relacionados ao conceito de crime e como 
conseqüência possibilita à aplicação de uma sansão penal para o sujeito, quando 
não houver qualquer excludente, como também princípios penais ou constitucionais 
que isentem o indivíduo de sua responsabilidade da conduta criminosa. 
 
6.1. Teoria Tripartida 
Segundo a teoria adotada pelo código penal brasileiro, são elementos 
essenciais para que se caracterize o conceito de crime, a Tipicidade, Ilicitude e 
Culpabilidade. Logo, o doutrinador Guilherme de Souza Nucci em seu livro, Curso de 
Direito Penal - Parte Geral, faz uma definição bastante interessante para o objeto em 
questão. 
Diz ele: 
“Em primeiro lugar, sob a nossa ótica, adotando o finalismo, tem-se o crime 
como uma conduta típica, ilícita e culpável, vale dizer, uma ação ou omissão 
ajustada a um modelo legal de conduta proibida (tipicidade, onde estão contidos os 
elementos subjetivos dolo e culpa), contrária ao direito (antijuridicidade) e sujeita a 
um juízo de reprovação social incidente sobre o fato e seu autor, desde que existam 
imputabilidade, consciência potencial de ilicitude e exigibilidade e possibilidade de 
agir conforme o direito (culpabilidade). A denominada corrente tripartida do delito é 
amplamente majoritária na doutrina e na jurisprudência. Mesmo causalistas e 
funcionalistas respeitam a idéia tripartida do delito. Não somente por ser a mais 
17 
 
 
 
lógica, mas também por se tratar da fórmula didaticamente indicada para o estudo 
do operador do direito.” 
Por fim, faz-se pertinente esclarecer que na ausência de qualquer um dos 
itens mencionados anteriormente não há de se falar em crime quando por motivo 
diverso aplicar-se uma das excludentes tanto do Fato Típico quanto na Ilicitude, 
assim como não se pune condutas praticadas com excludentes de culpabilidade. 
 
6.2. Fato Típico 
Como primeiro elemento do crime o Fato Típico subdivide-se em: Conduta, 
Resultado, Nexo Causal e Tipicidade. Sendo assim, é importante destacar que não 
se deve confundir Fato Típico com Tipicidade, este segundo item tem a ver com a 
condição formal ou material em que o crime é composto. 
Conduta: Tanto na doutrina, quanto o próprio código penal brasileiro define a 
conduta como elemento subjetivo do ato de fazer (comissão) ou deixar de fazer 
(omissão) do sujeito ativo. Podem ainda ser enquadras conforme a intenção ou não 
do agente em realizá-la, além das variações quanto ao dolo e culpa que darão ao 
sujeito uma oscilação na sansão penal, conforme as circunstâncias no crime 
cometido. (artº 18,I,II,CP). 
Contudo, registra-se aqui, o princípio de que só haverá crime culposo quanto 
expressamente previsto no código penal vigente. 
Exemplo: 
Artº 121, CP – Matar Alguém. 
Em seu parágrafo terceiro o legislador preocupou-se em dar tratamento 
específico ao homicídio cometido em condição culposa. 
 § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965). 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
Resultado: Em linhas gerais o resultado é analisado no âmbito jurídico e também 
naturalístico. 
18 
 
 
 
a) Naturalístico: É a modificação sensível ao mundo exterior, onde através dos 
sentidos sensoriais é possível fazer a verificação do resultado do fato. Um exemplo 
simples sobre o tema está contido nos casos do homicídio, é possível avaliar o 
resultado morte pelo fato de haver um corpo humano sem vida, por exemplo. 
b) Jurídico ou Normativo: Na explicação de Guilherme de Souza Nucci dá-se a 
seguinte acepção para assunto: 
“É a modificação gerada no mundo jurídico, seja na forma de dano efetivo ou na de 
dano potencial, ferindo interesse protegido pela norma penal. Sob esse ponto de 
vista, toda conduta que fere um interesse juridicamente protegido causa um 
resultado. Ex.: a invasão de um domicílio, embora possa nada causar sob o ponto 
de vista naturalístico, certamente provoca um resultado jurídico, que é ferir o direito 
à inviolabilidade de domicílio do dono da casa. O critério jurídico foi o adotado pelo 
legislador, bastando analisar o disposto na Exposição de Motivos do Código Penal 
de 1940, que a Reforma Penal de 1984 manteve, mencionando que “não há crime 
sem resultado”. 
Contudo, de forma resumida os crimes de resultado naturalístico exigem a 
materialidade quanto à consumação do resultado concreto para que seja 
considerado crime, já nos casos formais ou de mera conduta não é necessário a 
materialidade para que seja concretizado. Em outras palavras, o simples fato do 
individuo fazer ou não determinada ação já configura crime, pouco se valendo a 
teoria do nexo causal entre conduta e resultado. 
Exemplo: Injúria. 
Nexo causal: Quanto ao nexo causal, várias são as teóricas acerca da relação entre 
a conduta praticadapelo autor e o resultado sofrido pela vítima, porém o código 
penal brasileiro em seu artigo décimo terceiro dispõe do seguinte texto: 
“O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado 
não teria ocorrido”. 
Logo, a relevância dos antecedentes causais é a teoria aplicada à legislação 
brasileira, esta também conhecida como “conditio sine qua no” ocupa-se da relação 
19 
 
 
 
entre os atos cometidos pelo indivíduo e resultado naturalístico sofrido pela vítima, 
por exemplo: 
Sujeito ativo dispara um tiro com arma de fogo contra a cabeça da vítima que 
vem a falecer, logo, a relação entre ação entre o atirar e a morte está diretamente 
ligada. Entretanto, é válido anotar que existiram incontáveis críticas ao modelo, 
devido ao fato de que através da teoria hipotética de Thyren a apuração quanto à 
autoria do resultado se tornava infinita. 
Em que pese às diferentes teses sobre o tema, no Brasil aplica-se em 
conjunto a outra análise que faz relação ao Dolo ou Culpa do agente. Logo, coloca-
se fim quando verificação antes infinita. 
Teoria da Imputação Objetiva: Desenvolvida pelo funcionalista Claus Roxin, esta 
teoria também é recebida pelo sistema penal brasileiro através das doutrinas 
majoritárias e faz relação entre a conduta e o resultado de forma diversa à conditio 
sine qua no. 
 Basicamente a teoria leva em consideração quatro condições essenciais na 
apuração do liame entre conduta e resultado, são Elas: 
 Princípio da confiança; 
 Risco Permitido; 
 Autocolocação da vítima em risco; 
 Âmbito de proteção da norma; 
Na prática, a teoria da imputação objetiva permite condicionar o resultado da 
ação com as variações de comportamento e respeito a algumas premissas tanto da 
vítima quanto do autor e assim conclui-se um efeito de excludente ou sanção 
diferenciada da equivalência dos antecedentes causais. 
Exemplo: O condutor de um veiculo automotor que circula em determinada 
rodovia dentro da velocidade permitida, respeitando todas as normas de trânsito e 
atropela um individuo que alcoolizado atravessou a via repentinamente , baseado no 
principio da “AUTOCOLOCAÇÃO DA VITIMA EM PERIGO” não pode ser punido. 
 
20 
 
 
 
Tipicidade: A tipicidade pode ser apresentada basicamente de duas formas, formal 
ou material. Em breve análise o primeiro modelo (formal) aplica-se exclusivamente 
acerca da sobreposição direta ou indireta de determinada conduta a um tipo penal. 
 Exemplo: O ato de matar alguém, quando não há qualquer tipo de excludente 
que justifique determinada conduta se encaixa perfeitamente no Artº 121,CP. 
Verifica-se no exemplo acima a tipicidade formal direta incriminadora, porém 
não menos importante, é de extrema necessidade registrar a existência de outro 
modelo, a não incriminadora. Esta por sua vez tem dentre as suas possibilidades, a 
condição de abordar algumas excludentes ou mesmo regulamentações adicionais 
que é o caso da conglobante. 
 Já o conceito de tipicidade formal é que está contido em LEI, porém, nem 
tudo que está descrito como crime contêm subsídios materiais a ponto de qualificar 
o indivíduo como criminoso. Em outras palavras, é necessário que realmente haja 
tipicidade material para se reprovar a conduta a ponto concluir o enquadramento em 
algum modelo de sanção. É válido registrar que para a grande parte da doutrina e 
tribunais existem dois princípios para excludentes supralegais que desqualificam a 
tipicidade, são eles: 
Principio da Insignificância ou bagatela. 
Principio da Adequação social. 
IMPORTANTE: 
 Conforme os princípios da legalidade, taxatividade e anterioridade, somente 
pode ser considerado crime fato tipificado como tal antes da sua realização, e 
com exato enquadramento típico para a conduta cometida. 
 De acordo com a súmula 599 do STJ não se aplica o princípio da 
insignificância ou bagatela para crimes cometidos contra a administração 
pública. 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
6.3. Antijuridicidade (Ilicitude) 
A antijuridicidade em contexto amplo é o desacordo com a lei, o qual traz um 
resultado negativo ao bem jurídico tutelado, basicamente é um comportamento 
realizado através de uma ação ou omissão a qual se pratica um ato tipificado como 
proibido, um ato ilegal, um ato ilícito, daí surge então a conceito antijurídico onde o 
individuo quebra uma norma pré-definida. 
Nucci faz as seguintes observações quanto ao assunto: 
“O conceito de antijuridicidade ou ilicitude é um dos que, na teoria do crime, 
aproxima quase todas as tendências, de causalistas a funcionalistas. Apenas a 
teoria dos elementos negativos do tipo a inclui no tipo-total de injusto, unindo tipo e 
ilicitude numa só figura, resultando o crime como um fato típico (abrangente da 
ilicitude) e culpável. 
No mais, causalistas tradicionais, como HUNGRIA, a definiam como 
injuridicidade: caráter essencial do crime é ser um fato contrário ao direito, é a sua 
relação de desconformidade ou de contradição com a lei”. 
A antijuridicidade assim como outros itens vistos anteriormente é subdivida 
em conceito Formal e Material. 
Formal: A modalidade formal é a simples contrariedade à normal sem que haja uma 
justificativa de excludente para a conduta. 
Material: É a afronta do fato em relação ao sentimento comum do que a sociedade 
considera como justo, desta forma torna-se indiscutível o que a coletividade já não 
vê como aceitável. 
 
6.3.1. Excludentes de Ilicitude 
De modo geral o grande enfoque das doutrinas com relação à ilicitude está 
exatamente nas excludentes deste item, é a partir dessas normas previstas no 
código penal brasileiro, além de amplo conteúdo doutrinário sobre o tema que o 
indivíduo poderá ser isento ou não das sanções penais. 
22 
 
 
 
A legislação brasileira prevê 4 formas de excludentes de ilicitude, porém não 
serão tratadas de forma aprofundada por ser o objeto deste trabalho, mas se faz 
necessário registrar ao menos os conceitos básicos. Sendo assim, são elas: 
 Estado de necessidade ( Artº 24,CP); 
 Legítima defesa ( Artº 25,CP); 
 Exercício regular do direito (Artº 23,III, CP); 
 Estrito cumprimento do dever legal (Artº 22,CP) 
Nota: Consentimento do ofendido também é uma excludente supralegal de Ilicitude. 
Por fim, novamente registra-se que o tema em especial contém inumeráveis 
particularidades, requisitos e classificações quanto à aplicação de cada uma dessas 
possibilidades no caso concreto, ademais se recomenda leitura doutrinária sobre o 
assunto. 
 
6.4. Culpabilidade 
A culpabilidade é o ultimo item analisado acerca do crime, conforme a teoria 
tripartida (finalista), ela é aplicada na verificação da imputação quanto há 
cometimento de um fato inicialmente tratado como criminoso a um indivíduo, ou 
seja, é nesse momento que se analisa a imputabilidade e punibilidade do agente, é 
de suma importância a potencial consciência da ilicitude além da exibilidade de 
conduta diversa do sujeito ativo no momento da ação ou omissão do fato típico. 
Guilherme de Souza Nucci a define da seguinte forma: 
“Trata-se de um juízo de reprovação social, incidente sobre o fato e seu 
autor,devendo o agente ser imputável, atuar com consciência potencial de ilicitude, 
bem como ter a possibilidade e a exigibilidade de atuar de outro modo, seguindo as 
regras impostas pelo direito (teoria normativa pura, proveniente do finalismo).” 
É válido registrar que o conceito de culpabilidade outrora sofreu algumas 
transformações quanto a sua abrangência e aplicabilidade de acordo com cada 
momento e escola penal, porém por se tratar de assunto mais amplo não serão 
abordadas aqui tais particularidades. 
23 
 
 
 
Não diferente dos demais elementos do crime, o conceito de culpabilidade 
também estão contidos no modelo formal e material, veja a seguir. 
Formal: A parte formal da culpabilidade tem como objetivo acensura ao 
agente infrator, desde que não haja qualquer excludente e esteja munido de 
potencial consciência da ilicitude e oportunidade de conduta diversa (exibilidade). 
Logo, conclui-se que o autor cometeu o delito por livre arbítrio. 
Material: A parte material já é a aplicação prática no caso concreto e como 
resultado o juiz utiliza-se do conceito formal para aplicar a pena ao julgado de 
acordo com o resultado da sua conduta com relação ao fato. 
É importante ressaltar que o conceito de culpa não se aplica somente a o 
indivíduo cometedor de crimes, também é possível a imputação de responsabilidade 
ao Estado, nesses casos dá-se o nome de coculpabilidade. 
 
6.4.1. Excludentes de culpabilidade e imputabilidade 
Para finalizar o conteúdo sobre culpabilidade é imprescindível apontar as 
excludentes de culpabilidade, apesar do conteúdo extenso, aplica-se aqui ao menos 
um texto base de caráter introdutório. 
As excludentes são normas penais e conceitos doutrinários que possibilitam 
ao agente a isenção de culpabilidade ou imputação delitiva diante do fato concreto, 
as principais são: 
 Imputabilidade ( artº 26 ao 28, CP) 
 Potencial consciência da ilicitude. 
 Exibilidade de conduta diversa. 
Imputabilidade: A imputabilidade é tratada no código penal brasileiro em seus 
artigos 26,27 e 28,§1º,CP. 
 A primeira parte do artigo 26 faz referencia às pessoas com doença mental, 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Em resumo, o sujeito nas 
condições apresentadas no tempo da ação ou omissão geradora do fato típico não 
24 
 
 
 
pode ser punido com sanção penal, porém a depender da gravidade do delito 
praticado, o sujeito pode cumprir medida de segurança em hospital de custódia. 
 Nota: A medida máxima imposta aos doentes mentais deverá ser a pena 
maior para o crime cometido. 
Ex: Homicídio 6 a 20 anos. Logo, a pena máxima de interdição deve ser de 20 
anos. 
Há ainda a embriaguez completa e involuntária (artº 26,§1º) e dependência ou 
intoxicação involuntária decorrente de consumo de drogas ilícitas. 
Registra-se que todas as excludentes tratadas até aqui são de caráter 
biopsicológico. 
Já o fator biológico aplica-se aos infratores menores de 18 anos na data em 
que cometeram o injusto penal. Para eles, nos casos mais perniciosos, o estatuto da 
criança e do adolescente (ECA) também possibilita o cumprimento da medida de 
segurança em centros de ressocialização. 
Potencial consciência da ilicitude: Faz referencia ao erro de proibição (Artº 
21,CP). Resumidamente, para merecer uma pena, o sujeito deve ter agido com 
consciência de que sua conduta era ilícita. Se não detiver o necessário 
conhecimento da proibição (que não se confunde com desconhecimento da Lei, o 
qual é inescusável) sua ação ou omissão não terá a mesma reprovabilidade. 
Exibilidade de conduta diversa: Está contida no artigo 22 do código penal 
brasileiro, veja: 
Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, 
não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação 
ou da ordem. 
 Portanto, subdividi-se em coação moral irresistível e obediência hierárquica 
manifestamente não ilegal. A primeira ocorre quando um sujeito médio também 
agiria da mesma forma, logo, como punir alguém se outra pessoa alcançaria o 
mesmo resultado, já a obediência hierárquica faz menção à ordem de um superior 
na escala organizacional da instituição. 
25 
 
 
 
6.5. Arvore do Crime (esquematizada) 
 
EXCLUDENTES: ERRO DE PROIBIÇÃO (ARTº 21,CP) 
EXCLUDENTES: BIOPISICOLÓGICO, BIOLÓGICO. 
EXCLUDENTES: COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL, OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA MANIFESTAMENTE NÃO ILEGAL, CONDIÇÕES PUTATIVAS INESCUSÁVEIS. 
(CONDITIO SINE QUA NO) 
(INCRIMINADORAS / N INCRIMINADORAS) 
AÇÃO / OMISSÃO 
FATO TÍPICO 
FATO TÍPICO 
ILÍCITO 
CULPÁVEL 
CONDUTA 
(Artº 18,I,IICP) 
 RESULTADO 
NEXO CAUSAL 
TIPICIDADE 
ELEMENTOS SUBJETIVOS 
DOLO 
CULPA 
DIRETO/MEDIATO 
INDIRETO/IMEDIATO 
1º GRAU 
2º GRAU 
ALTERNATIVO 
EVENTUAL 
NEGLIGÊNCIA 
IMPRUDÊNCIA 
IMPERÍCIA 
NATURALÍSTICO 
JURÍDICO 
EQUIV. DOS ANTEDENTES 
IMPUTAÇÃO OBJETIVA 
FORMAL 
MATERIAL 
OUTROS – DOLO 
CUMULATIVO 
ANTECEDENTE 
SUBSEQUENTE 
GERAL 
CONSCIENTE 
INCONSCIENTE 
RISCO PERMITIDO 
AUT. COLOC. VITIMA PERIGO 
ÂMBIT DE PROTEÇÃO NORMA 
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA 
FORMAL 
MATERIAL 
EXCLUDENTES 
ESTADO DE NECESSIDADE 
LEGÍTIMA DEFESA 
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER 
CONCEITOS 
POT. CONSC. DA ILICITUDE 
IMPUTABILIDADE 
EXIGIBIL. DE COND. DIVERS. 
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7. ANÁLISE DO CASO CONCRETO 
As circunstâncias e aspectos criminais relacionados ao caso Eliza Samudio 
traz a complexidade que envolve os diversos elementos e requisitos necessários 
para a configuração de crime, ou seja, as particularidades nas etapas que compõem 
o crime sustentam em tese, uma forma impar ao que é habitual nos casos de 
homicídio. 
Em que pese à tentativa da defesa dos acusados em desqualificar o 
antecedente moral da vítima pelo fato dela supostamente ter como fonte de renda 
serviços de natureza sexual, não há de se falar em qualquer meio que justifique a 
excludente, seja na tipicidade, antijuridicidade ou mesmo a culpabilidade. Em outras 
palavras, para o Direito Penal a profissão exercida por ela não deve ser considerada 
como relevante para o que é visto como penalmente injusto. Sendo assim, em tese, 
o que se percebe na linha de conduta dos advogados dos réus ao tornar público o 
modelo de vida adotado pela vítima foi um ato de construir qualquer opinião de valor 
moral em desabono à imagem de Eliza perante aos jurados que compunham o 
tribunal do júri, porém mais tarde fixaram veredicto desfavorável a Bruno, além dos 
outros condenados. 
Outra estratégia da defesa empregue por Lúcio Adolfo, advogado do goleiro 
Bruno, foi levantar dúvida quanto à materialidade do crime. 
Para Lúcio, seu cliente não poderia ser considerado criminalmente culpado 
pelo simples fato de não haver prova material de um crime com resultado 
naturalístico (homicídio - Artº 121, CP). Em outras palavras, como comprovar que 
existiu um homicídio se não existe o cadáver? Portanto, deveria aplicar o princípio 
de “in dúbio pro reo”. 
Nesse caso a resposta provém do código de processo penal o qual se admite 
prova testemunhal quando não houver resultado naturalístico material ou vestígios 
do crime de sangue, veja o texto: 
Artº 167, CPP - “Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta”. 
27 
 
 
 
Outro ponto é que a própria jurisprudência e doutrina majoritária admitem a 
excepcionalidade na aceitação do sistema de provas indiretas quando não há 
materialidade comprobatória aplicados aos casos de homicídio. Guilherme Nucci, 
Fernando Capez, Luiz Flávio Gomes, Aury Lopes Júnior entre tantos, já se 
manifestaram sobre o tema em questão e mostram-se apreciadores do modelo onde 
se admite na ausência de cadáver, considerar testemunhas do fato, além de outros 
meios de prova indireta. 
Sobre a jurisprudência, algumas decisões relacionadas ao tema podem ser 
conferidas conforme lista a seguir: 
 STJ, HC 79.735 
 STJ, HC 51.364 
 STJ, HC 39.778 
 STJ, HC 30.471 
 STJ, HC 23.898 
Registra-se aqui, algumas das provas indiretas para o caso concreto foram 
obtidas da seguinte forma: 
 Depoimento de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; 
 Depoimento de Jorge Luiz Lisboa Rosa; 
 A perícia técnica concluiu que havia sangue no veículo de Bruno com o DNA; 
compatível ao da vítima; 
 O aparelho celular pertencente à Macarrão ficou registrado em logs das 
antenas de acesso das operadoras de telefonia; 
 Foram encontrados no sítio objetos queimados pertencentes à Eliza Samudio; 
 Uma carta escrita por Bruno e endereçada a Macarrão fazia alusão à 
possibilidade do seu “braço direito” assumir o crime e posteriormenteser 
“sustentado” financeiramente pelo atleta que estaria livre para continuar 
atuando no futebol; 
Diante do exposto a promotoria do caso reuniu um conjunto de provas 
necessárias para que pudesse levar os réus a júri popular e posteriormente 
conseguisse a condenação de cada um dos indivíduos de acordo com a participação 
e responsabilidade individual dos acusados. 
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Por fim, observa-se ainda, que no próprio curso da audiência processual 
realizada no dia 6 de março de 2013, Bruno Fernandes de Souza veio a confessar 
perante juízo que sabia da morte da mãe de seu filho. Aos prantos e supostamente 
arrependido, trouxe detalhes do crime e confirmou o que indiretamente já era tratado 
como homicídio. 
 
 
 
 
 
 
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8. O JULGAMENTO ( JÚRI POPULAR) 
O júri popular é previsto quando acontece um crime doloso contra a vida 
previsto nos artigos 121 a 126, como homicídio, infanticídio, aborto, ou participação 
em suicídio. 
Neste caso, um grupo foi sorteados e formados por cidadãos maiores de 18 
anos residentes em Contagem (MG), sem antecedente criminal ou parentesco com 
os acusados. Eles são sorteados um a um ao início da sessão entre 25 pessoas 
previamente escaladas, assim escolhido sete pessoas, seis mulheres e um homem 
para o julgamento, os sete jurados ficam confinados até o final do julgamento e não 
podem conversar entre si sobre o caso. 
Sorteado o Conselho, tem início a sessão com o depoimento das 
testemunhas, que promete ser a fase mais longa do júri. 
São 15 ao todo, cinco de acusação, que são ouvidos primeiro, e 10 listado 
pela defesa (cinco para cada réu). Não há limite de tempo para as oitivas. Cada 
testemunha é questionada pelo juiz, pelo promotor e pelos advogados de todos os réus. 
Os jurados também podem fazer perguntas por escrito, que são lidas pelo juiz. 
Encerrada a fase de testemunhas, começa o interrogatório dos dois réus, que têm 
o direito de permanecer em silêncio. Nesse caso, o silêncio não significa confissão. 
Também não é permitido que os réus fiquem algemados, exceto se comprovada a 
necessidade. 
Desde 2008, não é obrigatória a presença do réu ao próprio julgamento. Não está 
definida a ordem em que cada um será ouvido. 
Encerrando os debates, o júri reúne em uma sala secreta aonde os júris 
respondem o quesitos formulados pelo Juiz com Sim ou Não. Aonde é decidido se os 
réus serão condenados pelos crimes cometidos, considerados culpados se há 
agravantes ou atenuantes, como ser réu primário, podendo resistir na sala o tempo que 
for necessário. 
 
30 
 
 
 
No novo procedimento do júri, os votos dos jurados não são todos contados, para 
própria proteção. Por tanto, se quatro jurados votarem pela absolvição, é encerrada a 
contagem, e não se sabe o que os demais votaram, ou vice-versa. 
 A juíza dosa a pena com base no Código Penal, se houver condenação. Se 
possuir absolvição, o réu deixa o tribunal livre. A sentença é lida a todos os presentes no 
Tribunal do Júri, e a sessão é encerrada. 
 
 
31 
 
 
 
9. QUALIFICADORAS E ATENUANTES 
A qualificadora é um tipo penal derivado que tem a pena própria (pena 
mínima e pena máxima). 
No direito penal há uma diferença entre tipo fundamental e tipo derivado, na 
qual o tipo fundamental é aquilo que está descrito no caput, por exemplo: Art. 121 
CP - Matar alguém; Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Já o tipo derivado é 
constituído nos parágrafos complementares a definição do caput. Há em seu texto, 
circunstância que o qualifica, por exemplo: Art. 121, § 2º CP; Pena – reclusão, de 
doze a trinta anos. 
Quando há um novo limite de pena, diferente da prevista no caput, em razão 
de uma circunstância adicional a um tipo penal, torna-se uma qualificadora ou um 
crime qualificado. 
 
9.1. Condenados por crime qualificado 
Dentre todos os envolvidos no crime trataremos dos três principais 
responsáveis iniciando por Marcos Aparecido do Santos (Bola). 
CONDENADO a dezenove anos de reclusão por homicídio qualificado (Asfixia 
e recurso que dificultou a defesa da vítima), como prevê o artigo 121, parágrafo 2º, 
incisos III e IV. E três anos em regime aberto. 
Por conseguinte, falaremos sobre a condenação de Bruno Fernandes das 
Dores de Souza (Goleiro Bruno), como mandante do crime. 
CONDENADO por homicídio triplamente qualificado e tipificado no artigo 121, 
parágrafo 2º, incisos I, III e IV (por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a 
defesa da vítima). Em relação ao filho, Bruno Samudio, há, também, uma 
qualificadora, de acordo com o artigo 148, parágrafo 1º, inciso IV. Em razão disso, 
foi condenado por cárcere privado (artigo 211 do CP). Resultando em uma pena de 
22 anos e 3 meses. 
Por último, Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão). 
32 
 
 
 
CONDENADO a quinze anos, desses quinze anos, doze são em regime 
fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e recurso que 
dificultou a defesa da vítima) e três anos em regime aberto por sequestro e cárcere 
privado. 
10.2. Atenuantes 
 
Assim como a qualificadora, as atenuantes são circunstâncias de um crime, 
as quais operam na execução da sanção. Deste modo, após determinar a pena-
base, o juiz aplica a sentença considerando as atenuantes e/ou qualificadoras. As 
causas atenuantes estão expressas nos artigos 65 e 66 do Código Penal. 
No crime ao qual estamos fazendo a correlação, foi aplicada uma atenuante 
na sentença de um dos principais responsáveis: Luiz Henrique Ferreira Romão 
(Macarrão). 
Luiz Henrique F. Romão foi condenado à quinze anos de prisão (pena mínima 
de homicídio qualificado). A aplicação de uma atenuante diante da sentença foi 
considerada em razão do réu ter confessado espontaneamente a prática do crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
10. CONCURSO DE CRIMES 
Concurso de crimes é aplicado quando uma pessoa pratica dois ou mais 
crimes e podem ocorrer crimes de qualquer espécie, sendo: Culposo, doloso, 
comissivo, omissivo, tentados ou consumados, simples ou qualificados. 
Espécies de concursos de crimes: 
 
10.1. Concurso material (Artigo 69 do CP) 
O agente pratica com duas ou mais ações (ou omissões), dois ou mais 
crimes. Para cada conduta resulta um delito. 
Conseqüência jurídica: as penas são somadas. 
 
10.2. Concurso Formal (Artigo 70 do CP) 
 
10.2.1. Primeira parte – Próprio ou Perfeito 
São crimes que, com uma só ação (ou omissão), pratica-se dois ou mais 
delitos, sendo ele culposo ou de erro na execução. 
Consequência jurídica: pena do crime mais grave, com um causa de 
aumento. 
10.2.2. Segunda parte – Impróprio ou Imperfeito 
São crimes que com uma só ação (ou omissão) pratica-se dois ou mais 
delitos, sendo eles: dolosos e de autonomia de vontade (dirigido para cada um dos 
delitos). 
Conseqüência jurídica: as penas são somadas como no concurso material. 
 
 
10.3. Crime continuado (Artigo 71 do CP) 
34 
 
 
 
Mais de uma ação (ou omissão), onde se pratica dois ou mais crimes da 
mesma espécie e nas mesmas condições. 
Conseqüência jurídica: uma só pena, com causa de aumento de 1/6 até 2/3. 
Levando em consideração o conceito de concurso de crimes e suas espécies, 
podemos chegar a conclusão de que no caso analisado aplicou-se na sentença dos 
principais réus citados o concurso material, onde praticou-se mais de duas ações e 
houve um delito para cada conduta, somando, assim, as penas para chegar a 
condenação de cada indivíduo. 
 
 
35 
 
 
 
 
 
11. CONCLUSÃO 
O Caso envolvendo o goleiro Bruno e a ex-modelo Eliza Samúdio trouxe a 
tona o interesse da sociedade brasileira quanto à atuação do poder judiciário, além 
de debates sobre a capacidade do Estado em investigar e punir o injusto penal na 
busca de uma resposta para o seu povo quando há crimes que envolvem o maior 
bem tutelado pela própria Constituição Federal de 1988, o direito à vida. 
Em que pese às dificuldadesacerca da junção dos elementos para a 
configuração analítica do conceito de crime, não há de se falar em impunidade 
quando o poder judiciário e a doutrina buscam entre si a defesa das vítimas de 
ilícitos em geral. 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Parte Geral – Volume 1. 
Rio de Janeiro: Forense, 2019.p. 409 a 860. 
 
LEITÃO,Leslie;SARAPU, Paula;CARVALHO, Paulo . INDEFENSÁVEL - O 
GOLEIRO BRUNO E A HISTÓRIA DA MORTE DE ELIZA SAMUDIO. Rio de 
Janeiro: Record,2014. 
 
NUCCI, Gulherme de Souza. Conceito de Resultado do crime. 2018.Disponível em: 
<www.guilhermenucci.com.br/dicas/conceito-de-resultado-do-crime:acessado>Acesso em: 
03 de novembro de 2019. 
 
LENZI,Tié. Teoria do crime, 2019. Disponível em: <https://www.significados.com.br/teoria-
do-crime> Acesso em: 02 de novembro de 2019. 
 
D’ AGOSTINO, Rosanne. Goleiro Bruno é condenado a 22 anos e 3 meses; ex-mulher é 
absolvida, 2013.Disponível em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-
eliza-samudio/noticia/2013/03/bruno-e-condenado-prisao-por-morte-de-eliza-ex-
mulher-e-absolvida.html> Acesso em: 02 de novembro de 2019. 
 
VITAL, Espaço,2012. Conheça a íntegra da sentença que condenou Bruno e 
Macarrão.2013.Disponível em: < https://espaco-
vital.jusbrasil.com.br/noticias/2498264/conheca-a-integra-da-sentenca-que-
condenou-bruno-e-macarrao> Acesso em: 25 de outubro de 2019. 
 
GOMES, Luiz Flávio ,2010.EXISTE HOMICÍDIO SEM CORPO DA VÍTIMA?, Disponível em: 
<https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI116344,91041Existe+homicidio+sem+o+corpo
+da+vitima> Acesso em: 07 de novembro de 2019. 
 
VAZ, Nathalie Leivas; OMAR, Enrique; MASSARO, Roberta Langlois, 2018, HOMICÍDIO SEM 
CADÁVER, Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/67859/homicidio-sem-cadaver> 
Acesso em: 08 de novembo de 2019. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza,2015,CONCEITO E DIVISÃO ITER CRIMINIS, Disponível em, 
<http://www.guilhermenucci.com.br/dicas/conceito-e-divisao-do-iter-criminis>, Acesso em: 
16 de novembro de 2019. 
 
http://www.guilhermenucci.com.br/dicas/conceito-de-resultado-do-crime:acessado
https://www.significados.com.br/teoria-do-crime
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http://g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-eliza-samudio/noticia/2013/03/bruno-e-condenado-prisao-por-morte-de-eliza-ex-mulher-e-absolvida.html
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https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI116344,91041Existe+homicidio+sem+o+corpo+da+vitima
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https://jus.com.br/artigos/67859/homicidio-sem-cadaver
http://www.guilhermenucci.com.br/dicas/conceito-e-divisao-do-iter-criminis
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