CEREBELO Morfologia Externa e Interna

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Cerebelo
Anatomia Externa e Interna
Localização
Esta grande estrutura se localiza caudalmente , na altura do tronco cerebral abaixo do lobo occipital e é suportado por três pedúnculos cerebelares (superior, médio e inferior), através do qual ele se conecta ao tronco cerebral e outras estruturas do cérebro.
Estrutura externa do Cerebelo
O cerebelo, como o cérebro, está coberto ao longo do seu comprimento por um córtex cerebelar exterior ou casca que é altamente dobrada.
No que diz respeito à estrutura externa, existem diferentes classificações com base nas suas funções, morfologia ou origem filogenética. 
Geralmente, o cerebelo é dividido em duas partes principais. 
Na linha meia está o vermis que divide e liga os dois lóbulos laterais ou hemisférios do cerebelo (direito e esquerdo). 
Além disso, as extensões laterais do vermis por sua vez, são divididos em 10 lóbulos numerados de I a X. Estes lóbulos podem ser agrupados em:
Lóbulo anterior: lóbulos I-V.
Lóbulo posterior superior: VI-VII
Lóbulo posterior inferior: VIII-IX
Lóbulo floculonodular: X.
Além dessa classificação, a pesquisa recente sugere uma divisão do cerebelo com base nas diferentes funções moduladas. Um esquema proposto por Timman et al., (2010), que hipoteticamente atribuí funções cognitivas à área lateral , motora à área central e emocional para a área medial do cerebelo.
Estrutura externa do Cerebelo
Estrutura interna do cerebelo
Em relação à estrutura interna, o córtex cerebelar tem uma organização citoarquitectônica uniforme ao longo de toda a estrutura e é composto por três camadas:
Camada molecular ou mais externa;
Camada de células de Purkinje ou intermédia;
Camada granular ou interna.
Estrutura interna do cerebelo
Camada molecular ou mais externa: nesta camada estão as células estreladas e células em cesto, também as arvorizações dendríticas das células de Purkinje e as fibras paralelas. As células estreladas estabelecem sinapses com os dendritos das células de Purkinje e recebem estímulos das fibras paralelas. Por outro lado, as células em cesto estendem axônios acima dos corpos celulares de Purkinje que emitem ramificações sobre estes e também recebem estímulos das fibras paralelas. Nesta camada estão também os dendritos de células de Golgi cujas somas são localizadas na camada granular.
Estrutura interna do cerebelo
Camada de células de Purkinje ou intermédia: está formado pelas somas de células de Purkinje, que cujos dendritos estão na camada molecular e os seus axônios são dirigidos para a camada granular sobre os núcleos profundos do cerebelo. Estas células são a principal saída para o córtex cerebral.
Estrutura interna do cerebelo
Camada granular ou interna: está composta principalmente de células granulares e algumas células de Golgi. As células granulares estendem os seus axônios na camada molecular, onde se bifurcam para formar as fibras paralelas. Além disso, esta camada é uma informação de caminho a partir do cérebro através de dois tipos de fibras: musgosas e trepadeiras.
Estrutura interna do cerebelo
Além do córtex, o cerebelo também consiste de uma substância branca no interior, dentro do qual quatro pares de núcleos profundos do cerebelo estão localizados: fastigial, globoso, emboliforme e núcleo denteado. Através destes núcleos o cerebelo envia as suas projecções para o exterior.
Núcleo fastigial: recebe projeções da região medial do cerebelo, o vermis.
Núcleo interpósito (globoso e emboliforme) recebe projeções das regiões adjacentes ao vermis (região paravermal ou paravermis ).
Núcleo denteado: recebe projeções dos hemisférios cerebelares.
Aferências ao cerebelo
Ao cerebelo chegam informações de diferentes partes do sistema nervoso: córtex cerebral, do tronco encefálico e medula espinhal.
Quase todos os aferentes cerebelares terminam na camada granular da crosta sob a forma de fibras musgosas. Este tipo de fibra representa a informação de entrada principal ao cerebelo e se origina em núcleos do tronco cerebral e estabelecem sinapses com os dendritos das células de Purkinje. 
No entanto, o núcleo olivar inferior estende as suas projeções através de fibras trepadeiras que estabelecem sinapses com os dendritos das células granulares.
Além disso, a principal rota de informação do cerebelo atravessa os núcleos profundos do cerebelo. Estes extendem as suas projeções para o pedúnculo cerebelar superior que irá projetar tanto as áreas do córtex cerebral, como centros motores do tronco cerebral.
O CIRCUITO NEURONAL DO CEREBELO
Córtex cerebelar
Possui três camadas distintas:
Camada molecular– é a mais externa e formada por células estreladas e células em cesto.
Camada das células de Purkinje – localiza-se entre as outras duas, ou seja, é subseqüente à camada molecular. É composta pelas células de Purkinje que são os maiores neurônios do SNC.
Camada granular – é a mais interna, sendo formada por células granulares e células de Golgi.
O CIRCUITO NEURONAL DO CEREBELO
Circuito intrínseco
Este circuito intrínseco do cerebelo permite que informações cheguem a este órgão oriundas de vários setores do SN agindo inicialmente sobre os núcleos centrais de onde saem as respostas eferentes do cerebelo.
A atividade desses neurônios é, por sua vez, modulada pela ação inibitória das células de Purkinje.
O CIRCUITO NEURONAL DO CEREBELO
Circuitos extrínsecos
O cerebelo recebe informações de variados setores do SN. Estas chegam através de inúmeras fibras nervosas que formam as conexões aferentes cerebelares. As informações ou impulsos nervosos que chegam ao cerebelo através dessas fibras são processadas e originarão respostas que vão influenciar os neurônios motores através do sistema de fibras eferentes.
Diferentemente do cérebro, o cerebelo influencia os neurônios motores do seu próprio lado. Todas as vias, aferentes e eferentes, quando não são homo laterais sofrem um duplo cruzamento.
Esquema didático do Circuito neuronal cerebelar
O cerebelo funciona no controle motor apenas em associação com atividades motoras iniciadas em outro ponto do S.Nervoso. 
 * Função do cerebelo com a medula e o t.encefálico  controlar os movimentos posturais e de equilíbrio. 
FUNÇÃO DO CEREBELO NO CONTROLE DOS MOVIMENTOS
* Cerebelo relacionado ao equilíbrio: é importante no controle do equilíbrio entre as contrações dos múscs. agonistas e antagonistas, durante as rápidas alterações de postura corporal, ditadas pelo ap. vestibular, ou seja, o equilíbrio é muito mais perturbado durante o desempenho de movimentos rápidos do que na parada. 
FUNÇÃO DO CEREBELO NO CONTROLE DOS MOVIMENTOS
* Função do cerebelo no controle muscular voluntário: em associação com o córtex motor ajuda no controle dos movimentos voluntários.
FUNÇÃO DO CEREBELO NO CONTROLE DOS MOVIMENTOS
* Função preditiva cerebelar: é impossível ao cérebro reconhecer em determinado momento, durante a rápida movimentação, a exata posição das diferentes partes do corpo. O cerebelo parece preceder de 15 a 20 milésimos de segundos, a rapidez e a direção que determinada parte do corpo está se movimentando, e então prevê, a partir desta informação, onde as partes do corpo deveriam estar nesta ocasião. 
FUNÇÃO DO CEREBELO NO CONTROLE DOS MOVIMENTOS
 
CEREBELO 
CEREBELO 
(CONTROLE CEREBELAR DAS FUNÇÕES MOTORAS)
* O cerebelo é importante para o controle de atividades musculares muito rápidas, como: correr, digitar, tocar piano, falar, etc.
* A perda do cerebelo não causa paralisia em músculos, mas ocasiona incoordenação quase que total destas atividades.
* O cerebelo não tem capacidade direta de causar contrações musculares.
CEREBELO 
(CONTROLE CEREBELAR DAS FUNÇÕES MOTORAS)
* FUNÇÃO: ajuda a planejar as atividades motoras e também monitoriza e executa os ajustes corretivos das atividades motoras provocadas por outras partes do cérebro.
Divisão longitudinal (mais funcional)- zona mediana;
zona intermediária;
- zona lateral.
CEREBELO 
(CONTROLE CEREBELAR DAS FUNÇÕES MOTORAS)
CEREBELO 
(CONTROLE CEREBELAR DAS FUNÇÕES MOTORAS)
Funções da Divisão longitudinal (mais funcional) - zona mediana: vermis = controle dos movimentos musculares da região axial do corpo e pescoço e dos ombros e quadris. Ajuda a controlar o equilíbrio postural.
- zona intermediária = controle das contrações musculares nas porções distais de MMSSs e MMIIs (mãos, dedos, pés, artelhos). Coordena contrações recíprocas de agonistas e antagonistas nestas áreas. 
CEREBELO 
(CONTROLE CEREBELAR DAS FUNÇÕES MOTORAS)
- zona lateral = contribui para o planejamento global dos movimentos motores seqüenciais. Atividades motoras discretas do corpo com seqüencia temporal, coordenadas e voluntárias iniciadas pelo córtex motor cerebral. Explic.: nesta zona não tem representação topográfica do corpo (Homúnculo cerebelar). Essas áreas se ligam principalmente às áreas associadas do cérebro, essencialmente a pré-motora do córtex frontal e área sensorial somática e sensorial associativa do córtex parietal. Por isso estão ligadas ao planejamento e coordenações dos padrões seqüenciais das atividades musculares. 
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
Os sinais provém: - do aparelho vestibular (via vestibulocerebelar). 
Suas conexões são importantes na manutenção do equilíbrio estático e dinâmico (manutenção da atividade ereta e manutenção da marcha).
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
da medula (espinocerebelares). Existem vários tractos que sobem da medula para o cerebelo, levando informações que os receptores (fusos e OTGs) captam por todo o corpo sobre o estado momentâneo da contração muscular, o grau de tensão nos tendões, as posições e velocidade dos movimentos das partes do corpo e as forças atuando sobre a superfície do corpo.
Fibras musgosas partem da medula. 
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
da ponte: a parte anterior da ponte tem como função possibilitar amplas conexões entre o córtex de um hemisfério cerebral com o hemisfério cerebelar contralateral. Essas conexões contribuem para a máxima eficiência das atividades motoras.
Os pedúnculos cerebelares médios unem o cerebelo à ponte.
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
do bulbo (núcleo olivar); etc.
As fibras trepadeiras se distribuem a todo o córtex cerebelar e se originam no núcleo olivar inferior.
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
Vias aferentes
São fibras trepadeiras ou musgosas.
As fibras trepadeiras se distribuem a todo o córtex cerebelar e se originam no núcleo olivar inferior.
As fibras musgosas são o maior tipo individual de estímulo para o cerebelo, embora, individualmente, influenciem apenas uma pequena área do córtex cerebelar.
As fibras musgosas partem da medula ( do núcleo de Clarke e do cuneiforme acessório), dos núcleos vestibulares e dos núcleos pontinos.
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
Fibras espino-cerebelares – partem do núcleo de Clarke situado na zona intermédia entre C8 e L2 e do cuneiforme acessório.
Fibras vestíbulo-cerebelares – são fibras que se originam nos núcleos vestibulares e que conduzem informações originadas na parte vestibular do ouvido interno sobre a posição da cabeça para o arquicerebelo.
 
VIAS AFERENTES PARA O CEREBELO 
Fibras córtico-ponto-cerebelares - os núcleos pontinos retransmitem informações do córtex de todos os lobos cerebrais para o neocerebelo. Os axônios descendentes passam pela cápsula interna e pela base do pedúnculo cerebral para sinaptizar nos núcleos pontinos. Na ponte sofrem uma decussação e penetram no cerebelo através do pedúnculo cerebelar médio.
VIAS EFERENTES DO CEREBELO
São vias que saem a partir da divisão longitudinal: 1- Uma via que sai da zona lateral, passa pelo núcleo denteado e sai do cerebelo. 
Tem importância para auxiliar as atividades “voluntárias”coordenadas e iniciadas pelo córtex cerebral. 
VIAS EFERENTES DO CEREBELO
2- Uma via que inicia-se no vérmis, passa pelo núcleo fastigial, pelo bulbo e pela ponte. Esta via, em estreita associação com o aparelho vestibular, ajuda a controlar o equilíbrio e em associação com a Formação Reticular do tronco enc. ajuda a controlar as atividades posturais do corpo. 
VIAS EFERENTES DO CEREBELO
3- Uma via que inicia-se na zona intermediária, passa pelo núcleo interpósito. 
Essa via coordena principalmente as contrações recíprocas dos múscs. agonistas e antagonistas nas partes distais dos membros (mãos, dedos, pés).
Funções cerebelares
A principal característica funcional do cerebelo é sua capacidade moduladora da atividade motora.
Ele modula a atividade motora através da codificação de alterações da freqüência de descarga de potenciais de ação dos núcleos cerebelares.
Cada parte funcional do cerebelo ( arqui, paleo e neocereblo ) está relacionada com um parâmetro da função motora, e cada parte utiliza núcleos cerebelares específicos.
O cerebrocerebelo ( neo ) está mais relacionado com o planejamento motor e utiliza o núcleo denteado.
O espinocerebelo ( paleo ) se relaciona com a coordenação e correção do movimento e utiliza o núcleo interpósito.
O vestíbulo-cerebelo se relaciona com a manutenção do equilíbrio e da postura durante todo o processo.
Funções cerebelares
Início e planejamento – o neocerebelo é o iniciador da atividade motora.
Sinais corticais com a "intenção" do movimento chegam ao cerebelo e aí são processados ( cerebrocerebelo + núcleo denteado ).
Depois dessa elaboração, a informação vai retornar ao córtex cerebral, passando pelo tálamo e só então o movimento propriamente dito tem início ( através do tracto córtico-espinhal ).
Funções cerebelares
Coordenação e correção – a ação motora provoca sinais aferentes ao cerebelo.
Estes sinais chegam principalmente pelos tractos espino-cerebelares que em geral se dirigem principalmente ao córtex do espino-cerebelo e ao núcleo interpósito.
Esse núcleo vai, então, comparar o plano motor feito pelo denteado com o ato que está sendo executado e fazer as correções devidas.
A informação vai retornar ao córtex motor ou ao núcleo rubro, e através dessas estruturas vai ocorrer a modulação do ato motor.após o seu início ( via tractos córtico-espinhal e rubro-espinhal )
Funções cerebelares
Equilíbrio e postura – independentemente de estarmos parados ou em movimento, estamos sempre mantendo o equilíbrio e a postura necessária para executarmos qualquer atividade.
O cerebelo participa disso através da modulação das informações, relacionadas com a localização das partes do corpo, que chegam ao arquicerebelo.
Depois de elaboradas, o cerebelo envia informações através dos núcleos fastigiais ou diretamente através das células de Purkinje para os núcleos vestiblares e os núcleos da formação reticular do tronco cerebral.
Daí partem os tractos reticulo e vestibulo-espinhal que inervam a musculatura proximal e do esqueleto axial mantendo a postura.
Funções cerebelares
Plasticidade motora e aprendizado – nós sabemos que à medida em que repetimos uma determinada atividade várias vezes, ela passa a ser realizada de maneira cada vez mais rápida e eficaz.
Esse mecanismo envolve o cerebelo e as fibras trepadeiras olivo-cerebelares que são capazes de armazenar respostas motoras já realizadas.
Estas estruturas participam também da plasticidade, que é basicamente a capacidade de adaptação que temos quando ocorre alterações da situação motora.
Por exemplo, quando vamosapanhar um objeto e ele se move subitamente, automaticamente nos adaptamos e vamos ao encontro do objeto na sua nova localidade.