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zanja liç~so 2 leitura produç~so textual

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PERGUNTA 1
	 João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu 
entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco queganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se 
à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações.Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 2 
  
Com base nos termos destacados no texto, pode-se dizer que tratam-se de processos de 	 	 	 coesão referencial e sequencial. 
	 	 	 coesão referencial e sinonímica. 
	 	 	 coesão sequencial e homônima. 
	 	 	 coesão homônima e sequencial. 
	 	 	 coesão sequencial e hiperonímia. 
 
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PERGUNTA 2
	 . 
O lobo e o leão 
  
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém. 
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a ovelha. 
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me pertence!" 
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?" 
ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1997, p. 122 
  
O texto acima é uma das famosas fábulas de Esopo. A fábula é uma narrativa fantástica na qual animais falam e contam uma narrativa em prol de um valor moral. Ao ler essa fábula sobre o viés da produção de enunciados significativos, pode-se dizer que o diálogo entre o leão e o lobo 	 	 	 coloca em xeque as relações sociais do mundo dos homens. 
	 	 	 promove uma aproximação irônica entre o sistema comercial dos homens. 
	 	 	 traz uma visão diferenciada sobre a ideia de propriedade privada. 
	 	 	 promove uma discussão irônica sobre o conceito de “direitos” e, por consequência, sobre o sistema judiciário. 
	 	 	 repete as relações sociais que envolvem os mais fracos reclamando com os mais poderosos. 
 
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PERGUNTA 3
	 Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu oficio. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer. 
RAMOS, Graciliano. Apud SILVEIRA, JOEL. Rio de Janeiro:Editora Mauad, 1998, p. 77 
  
Todo texto é produzido tendo como princípios diferentes elementos da comunicação, a intenção de quem o produz, o sentido preterido e os recursos utilizados para atingir determinado sentido. Tendo isso em mente, pode-se dizer que a comparação utilizada por Graciliano Ramos 	 	 	 promove um distanciamento entre lavar roupa e escrever. 
	 	 	 promove uma abstração entre lavar roupa e escrever. 
	 	 	 promove uma associação entre lavar roupa e escrever. 
	 	 	 promove uma ressignificação do ato da escrita na prática de lavar roupa. 
	 	 	 promove uma crítica a quem quer escrever de qualquer forma. 
 
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PERGUNTA 4
	 TEXTO I 
  
Trecho do poema de “Sete Faces” de Carlos Drummond de Andrade 
  
“Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.” 
  
ANDRADE, C.D. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 58 
  
TEXTO II 
  
Trecho do poema “Até o fim” de Chico Buarque 
  
“Quando nasci veio um anjo safado 
O chato do querubim 
E decretou que eu estava predestinado 
A ser errado assim” 
BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989 
  
Tendo como base os processos de relação intertextual, construção e reconstrução de sentidos, pode-se dizer que o poema “Até o fim”, de Chico Buarque 	 	 	 corta laços com “Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade. 
	 	 	 continua a poética apresentada em “Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade. 
	 	 	 promove uma continuidade irônica com “Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade. 
	 	 	 revisita “Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade. 
	 	 	 dialoga com “Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade. 
 
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PERGUNTA 5
	 . 
Impotência 
      
Ouviu a resposta afirmativa com o suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada, ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardine e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara, os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil. 
BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas. 3. ed. Rio de Janeiro: BestBolso. 2011, p. 14 
  
Tomando como base os elementos utilizados para construir a progressão narrativa do texto, pode-se dizer que, para que a construção da coesão e o sentido original do texto sejam mantidos, a conjunção “ mas” em “ Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara” pode ser substituída por 	 	 	 “porém”, mantendo o valor contrastivo. 
	 	 	 “por conseguinte”, assegurando a ideia de incompatibilidade. 
	 	 	 “deste modo”, indicando um fato inevitável naquela situação. 
	 	 	 “também”, dando continuidade à sequência de ações anteriores. 
	 	 	 “logo”, transmitindo uma ideia de inevitabilidade da tragédia anunciada. 
 
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PERGUNTA 6
	 O termo intertextualidade foi tão utilizado, definido, carregado de sentidos diferentes que se tornou uma noção ambígua do discurso literário; com frequência, atualmente, dá-se preferência a esses termos metafóricos, que assinalam de uma maneira menos técnica a presença de um texto em outro texto: tessitura, biblioteca, entrelaçamento, incorporação ou simplesmente diálogo. Ele apresenta, no entanto, a vantagem, graças à sua aparente neutralidade, de poder agrupar várias manifestações dos textos literários, de seu entrecruzamento, de sua dependência recíproca. A literatura se escreve certamente numa relação com o mundo, mas também apresenta-se numa relação consigo mesma, com sua história, a história de suas produções, a longa caminhada de suas origens.
SAMOYAULT, Tiphaine. Intertextualidade . São Paulo: Hucitec, 2008, p. 9.
 
A Intertextualidade estabelece essa relação entre textos, no qual um texto faz referência à outra, de maneira implícita ou explícita. Como base nisso, é possível dizer que o processo de intertextualidade 	 	 	 associa textos entre si, conectando-os por um mesmo campo semântico. 
	 	 	 conecta textose enunciados, resgatando relações semântico-simbólicas. 
	 	 	 interliga enunciados e contextos, traçando conexões simbólicas. 
	 	 	 resgata significados e/ou significantes, associando novos sentidos à elementos anteriores. 
	 	 	 possibilita melhor compreensão de outros textos a luz de interpretações anteriores. 
 
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PERGUNTA 7
	 Julia Kristeva cunha o termo “intertextualidade”, ao analisar os apontamentos de Bakhtin sobre o caráter dialógico da linguagem. Para a crítica literária, a intertextualidade seria “escritura simultânea como escritura e comunicabilidade[capaz de criar]espaço textual múltiplo, cujos elementos são suscetíveis de aplicação no texto poético concreto”. 
KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 71 
  
A partir do texto, pode-se afirmar que todo texto 	 	 	 é construído via absorção e transformação de um outro texto. 
	 	 	 é construído via negação e modificação de um outro texto. 
	 	 	 é construído via mera cópia e duplicação de um outro texto. 
	 	 	 é construído via emulação e reinvenção de um outro texto. 
	 	 	 é construído via plágio e cópia de um outro texto. 
 
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PERGUNTA 8
	 A orientação dialógica é naturalmente um fenômeno próprio a todo discurso. Trata-se da orientação natural de qualquer discurso vivo. Em todos os seus caminhos até o objeto, em todas as direções, o discurso se encontra com o discurso de outrem e não se pode deixar de participar, com ele, de uma interação viva e tensa. Apenas o Adão mítico que chegou com a primeira palavra num mundo virgem, ainda não desacreditado, somente este Adão podia realmente evitar por completo esta mútua orientação dialógica od discurso alheio para o objeto. Para o discurso humano, concreto e histórico, isso não é possível: só em certa medida e convencionalmente é que pode dela se afastar. 
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 88. 
  
Tomando como base a questão 22, por que Bakhtin usa a figura de “adão” como metáfora para abordar a característica intrinsecamente dialógica da linguagem? 	 	 	 Por que Adão dava ordens, não precisava responder a ninguém. 
	 	 	 Por que Adão não tinha ninguém com quem conversar. 
	 	 	 Por que Adão não emitia enunciados. 
	 	 	 Por que Adão, num primeiro momento, teria proferido discursos que não eram resposta a outros. 
	 	 	 Por que Adão era autônomo para criar seus próprios enunciados. 
 
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PERGUNTA 9
	 A progressão referencial é realizada por intermédio da introdução de novos referentes no texto, por meio de elementos do contexto – que envolvem os elementos de coesão – ou ainda, anáforas e catáforas. A realização de referenciação, por meio de elementos do próprio texto, criam as cadeias referenciais que, uma vez presentes no enunciado, “garantem não só a progressão e a continuidade referencial, como exercem papel de relevância na orientação argumentativa do texto, e, por decorrência, na construção textual do sentido” (KOCH, 2014, p. 127) 
KOCH, I. V. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2014, p. 127 
  
Ao considerarmos os apontamentos de Koch, é possível observar que a progressão textual constrói 	 	 	 uma ideia de interrupção, de modo que a ação da personagem é interrompida por uma sequência de acontecimentos. 
	 	 	 uma ideia de progressão, de modo que sua ação inicial dá continuidade a outras. 
	 	 	 uma ideia de conclusão, de maneira que seu primeiro movimento encerra uma sequência de acontecimentos. 
	 	 	 uma ideia de explicação, uma vez que sua primeira ação justifica as ações posteriores. 
	 	 	 uma ideia de oposição, já que sua primeira ação é realizada em oposição aos acontecimentos seguintes. 
 
1 pontos   
PERGUNTA 10
	 Tome como base o texto: 
  
O estado de saúde do menino piorou. A família levou-o para atendimento médico. O hospital estava lotado e não havia vaga para a internação do enfermo. 
  
O processo de autorreferencialidade textual também é construído pela sequenciação inerente ao texto, ou seja, sua progressão. Qual das opções abaixo melhor transmitiria uma ideia de progressão entre as três frases do texto? 	 	 	 mas – e 
	 	 	 pois – portanto 
	 	 	 logo – porque 
	 	 	 por isso – entretanto 
	 	 	 e – mas

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