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Ganho de peso adequado na gestação

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A T E N Ç Ã O À S A Ú D E D E P E S S O A S C O M S O B R E P E S O E O B E S I D A D E
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
| SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | 
| CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA |
| ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | 
UFSC 2019
A T E N Ç Ã O À S A Ú D E D E P E S S O A S C O M S O B R E P E S O E O B E S I D A D E
UFSC 2019
FLORIANÓPOLIS SC
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
| SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | | SILVIA OZCARIZ | 
| CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA || CAROLINE BANDEIRA |
| ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | | ROXANA KNOBEL | 
CRÉDITOS | FICHA TÉCNICA
3
GOVERNO FEDERAL
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Departamento de Promoção da Saúde (DEPROS)
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Reitor: Ubaldo Cesar Balthazar
Vice-Reitora: Alacoque Lorenzini Erdmann 
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Cristiane Derani 
Pró-Reitor de Pesquisa: Sebastião Roberto Soares 
Pró-Reitor de Extensão: Rogério Cid Bastos 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Diretor: Celso Spada 
Vice-Diretor: Fabrício de Souza Neves 
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
Chefe do Departamento: Fabrício Augusto Menegon
Subchefe do Departamento: Lúcio José Botelho 
EQUIPE TÉCNICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição
Gestora geral do Projeto Sheila Rubia Lindner
Coordenação de Produção de Material Elza Berger Salema Coelho
CRÉDITOS | FICHA TÉCNICA
4
Autores Silvia Giselle Ibarra Ozcariz
 Caroline Bandeira
 Roxana Knobel
Revisores Flávia Henrique
 Margarete Maria de Lima
Equipe Editorial Carolina Carvalho Bolsoni
 Thays Berger Conceição
 Deise Warmling
 Dalvan Antonio de Campos
Assessoria Pedagógica Márcia Regina Luz
Assessoria de Mídias Marcelo Nogueira Capillé
Equipe Executiva Patricia Dia de Castro
 Gabriel Donadio Costa
 Eurizon de Oliveira Neto
Design Instrucional/Elaboração Soraya Falqueiro
das questões avaliativas 
FICHA CATALOGRÁFICA
5
Identidade Visual/Projeto gráfico Pedro Paulo Delpino Bernardes
Diagramação/Esquemáticos/ Laura Martins Rodrigues
Infográficos/Finalização 
Desenvolvedor Web Rodrigo Rodrigues Pires de Mello
Fonte para Imagem e Esquemáticos Adobe Stock
O99p Ozcariz, Silvia Giselle Ibarra. 
Promoção do ganho de peso adequado na gestação [recurso eletrônico] / Silvia Giselle 
Ibarra Ozcariz, Caroline Bandeira, Roxana Knobel -- 1. ed. -- Florianópolis : Universidade Federal 
de Santa Catarina, 2019.
72 p. : il.; color.
Modo de acesso: www.unasus.ufsc.br 
Conteúdo do módulo: Unidade 1: Gestação: importância do estado nutricional, alimentação 
e nutrição. – Unidade 2: Avaliação do estado nutricional e recomendações para gestantes em 
nível individual. - Unidade 3: Ações coletivas para o ganho de peso adequado na gestação.
ISBN 978-85-8267-153-5
1. Nutrição. 2. Atenção primária em saúde. 3. Sobrepeso. I. UFSC. II. Obesidade: atenção à 
saúde de pessoas com sobrepeso e obesidade. III. Bandeira, Franciele. IV. Knobel, Roxana. 
VI. Título. 
CDU: 613.24
6
APRESENTAÇÃO 8
1 GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 10
1.1 PAPEL DO ESTADO NUTRICIONAL PRÉ-GESTACIONAL 10
1.2 IMPORTÂNCIA DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO 12
1.3 IMPACTO DO ESTADO NUTRICIONAL 
DA GESTANTE E O PÓS-PARTO 17
1.4 ALIMENTAÇÃO DA GESTANTE NA
 PREVENÇÃO DO SOBREPESO E OBESIDADE 18
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 21
2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E RECOMENDAÇÕES 
PARA GESTANTES EM NÍVEL INDIVIDUAL 23
2.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL NA GESTAÇÃO 23
2.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
PRÉ-GESTACIONAL 26
2.3 MONITORAMENTO E ACONSELHAMENTO
 DO GANHO DE PESO GESTACIONAL 27
2.4 RECOMENDAÇÕES PARA UMA ALIMENTAÇÃO 
SAUDÁVEL E SUA IMPORTÂNCIA NA GESTAÇÃO 31
2.5 MICRONUTRIENTES NA GESTAÇÃO 41
2.6 ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS OU 
CONSUMIDOS MODERADAMENTE DURANTE 
A GESTAÇÃO 43
2.7 ESTRATÉGIAS PARA INCLUSÃO DAS 
RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES NA ROTINA 
DE PRÉ-NATAL DA UBS 45
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 48
3 AÇÕES COLETIVAS PARA O GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO 50
3.1 ACOLHIMENTO, AÇÕES EDUCATIVAS E TROCA DE 
EXPERIÊNCIAS PARA GESTANTES 50
3.2 AÇÕES E PRÁTICAS COLETIVAS DE EDUCAÇÃO 
NUTRICIONAL PARA UMA ALIMENTAÇÃO 
ADEQUADA E SAUDÁVEL NA GESTAÇÃO 51
3.3 ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM SINTOMAS 
COMUNS NA GESTAÇÃO 59
3.4 PLANEJAMENTO EM FAMÍLIA PARA PREVENÇÃO 
DE SOBREPESO E OBESIDADE 60
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 64
ENCERRAMENTO DO CURSO 65
REFERÊNCIAS 66
MINICURRÍCULO DOS AUTORES 71
SUMÁRIO
7
Olá,
seja bem-vindo ao curso Promoção do ganho de peso adequado 
na gestação. Este curso foi elaborado especialmente para você, 
pensando nas dificuldades encontradas no seu cotidiano de trabalho 
no que diz respeito ao acompanhamento adequado e à orientação 
nutricional da gestante para a prevenção e controle do sobrepeso e 
da obesidade
Neste material, você conhecerá a importância da manutenção 
de um ganho de peso gestacional adequado na saúde da mulher 
tanto em curto quanto em longo prazo, assim como estratégias im-
portantes na avaliação nutricional e orientação de uma alimentação 
adequada e saudável na garantia de uma gestação saudável, além 
da prevenção de sobrepeso e obesidade.
Esperamos que você 
tenha um bom estudo!
Silvia Ozcariz
Caroline Bandeira
Roxana Knobel
APRESENTAÇÃO
8
CARGA HORÁRIA DE ESTUDO 
RECOMENDADA
Para estudar e apreender todas as 
informações e conceitos abordados, bem 
como trilhar todo o processo ativo de 
aprendizagem, estabelecemos uma carga 
horária de 30 horas para este curso.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final deste módulo, você deverá ser 
capaz de:
• Compreender a importância da 
promoção da alimentação adequada e 
saudável na gestação.
• Reconhecer a estrutura de parâmetros 
e ferramentas para subsidiar o 
desenvolvimento de ações individuais 
e em nível coletivo para a prevenção e 
controle do sobrepeso e da obesidade 
durante a gestação.
• Estabelecer uma organização de 
estratégias de avaliação nutricional, 
orientação para uma alimentação 
adequada e saudável, monitoramento 
do ganho de peso gestacional e 
acolhimento tanto em nível individual 
como coletivo de gestantes, visando 
a prevenção do sobrepeso e da 
obesidade nesse período.
APRESENTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL, ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
10
1 GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Nesta unidade, abordaremos o papel 
do estado nutricional pré-gestacional e 
gestacional na prevenção do sobrepeso 
e da obesidade, tanto em curto quanto 
em longo prazo. Outro ponto abordado 
será a importância de uma alimentação 
adequada e saudável ao longo da gestação 
para garantia da manutenção de um 
ganho de peso adequado. Também vamos 
acompanhar aspectos importantes do papel 
do profissional da saúde, da gestante e de 
sua família na garantia de um pré-natal que 
contemple os cuidados necessários para 
o período gestacional. Ao final da leitura 
dessa unidade, você será capaz de entender 
e orientar sobre a importância desses 
fatores na saúde da gestante. Desejamos 
uma ótima leitura!
1.1 PAPEL DO ESTADO NUTRICIONAL 
PRÉ-GESTACIONAL
A garantia de saúde das mães e dos seus 
filhos é um temaprioritário para a saúde 
pública no Brasil e no mundo. As evidências 
indicam que quando conseguimos manter 
um estado nutricional adequado na gestante, 
é possível trazer vantagens de saúde para a 
mulher e para o filho, não apenas na gestação, 
mas ao longo da sua vida (RASMUSSEN et 
al., 2009; GILMORE; REDMAN 2014). As taxas de 
excesso de peso nas mulheres em idade 
fértil vêm aumentando com o passar dos 
anos. A Pesquisa Vigitel, realizada em 2018, 
avaliou os fatores de risco para doenças 
crônicas em todo o Brasil (BRASIL, 2018) e 
indicou que mais da metade das mulheres 
brasileiras (53,9%) estavam com excesso 
de peso, sendo que 20,7% das mulheres 
eram obesas, ou seja, mais da metade da 
população feminina chegará à gestação com 
algum nível de excesso de peso.
Atualmente, entre as mulheres, há um 
aumento progressivo da prevalência de 
obesidade em faixas de idade reprodutiva, 
confira as taxas na Figura 1.
Esses dados nos trazem o alerta sobre 
a importância de um bom aconselhamento 
voltado à alimentação adequada e saudável 
e ao cuidado no acompanhamento e 
monitoramento do estado nutricional da 
gestante, não apenas durante a gravidez, 
11
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
O cálculo desse indicador deve ser reali-
zado em todas as gestantes, já que o estado 
nutricional pré-gestacional é um forte deter-
minante do ganho de peso na gravidez e tem 
influência direta nos desfechos obstétricos 
e na probabilidade de retenção de peso pós-
parto (DREHMER et al., 2010; ZHANGBIN YU, et al., 
2013). Veja a seguir algumas complicações e 
sua relação com o estado nutricional:
1. mulheres com baixo peso pré-
gestacional têm quase o dobro de 
chance de ter bebês pequenos e 1,5 
vezes mais chance de ter bebês com 
baixo peso ao nascer;
2. mulheres que tinham excesso de peso 
ou eram obesas antes da gravidez são 
mais propensas a ter diabetes mellitus 
e pré-eclâmpsia, durante a gravidez, 
macrossomia (bebês grandes para 
a idade gestacional), parto induzido, 
parto cesáreo, morte fetal tardia, 
baixos índices de Apgar.
Como profissional da Atenção Primária à 
Saúde (APS), você deve saber que a gestação 
e o período pós-parto são considerados 
momentos na vida da mulher que exigem 
atenção e cuidados específicos, por haver 
maior exposição a fatores que podem levar 
nutricional inicial da gestante e entender 
quais parâmetros são considerados como 
baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade, 
como pode ser observado no quadro a seguir.
Quadro 1 – Tabela de diagnóstico do estado 
nutricional pré-gestacional
Referência IMC pré-gestacional
Baixo peso < 18,5 kg/m²
Eutrofia 18,5 a 24,9 kg/m²
Sobrepeso 25 a 29,9 kg/m²
Obesidade ≥ 30 kg/m²
Fonte: WHO (2000).
8,1%
18 a 24 anos
Aumento da prevalência de obesidade em idade reprodutiva
17,9%
25 a 34 anos
21,1%
35 a 44 anos
mas no processo de planejamento dessa 
gestação e em mulheres em idade fértil.
Você deverá avaliar o estado nutricional 
pré-gestacional através do cálculo do Índice 
de Massa Corporal, que é calculado dividindo 
o peso (em kg) pela altura (em metros) ao 
quadrado, como você pode conferir abaixo:
Índice de Massa Corporal (IMC):
Peso (kg)
Estatura² (m)
Com o IMC pré-gestacional calculado, 
você será capaz de realizar o diagnóstico 
Figura 1 – Aumento da prevalência de obesidade em idade reprodutiva. Fonte: BRASIL (2018).
12
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
necessidades do feto (BRASIL, 2012a). Os com-
ponentes fisiológicos do ganho de peso na 
gestação podem ser observados no quadro 2. 
Quadro 2 – Componentes fisiológicos 
associados ao ganho de peso corporal ao longo 
da gestação, por trimestre
Componentes 
fisiológicos
Ganho
1º trimestre
Ganho
2º trimestre
Ganho
3º trimestre
Feto Desprezível 1,0 2,4
Placenta Desprezível 0,3 0,6
Líquido 
amniótico Desprezível 0,4 1,0
Subtotal 
ovular Desprezível 1,7 4,0
Útero 0,3 0,8 1,0
Mamas 0,1 0,3 0,5
Volume 
sanguíneo 0,3 1,3 1,5
Subtotal 
materno 0,7 2,4 3,0
Total 0,7 4,1 7,0
ou obesidade podem ser utilizadas para 
abordar os efeitos que a obesidade pode ter 
na fertilidade, assim como relatar os riscos 
associados com sobrepeso e obesidade no 
período gestacional e puerperal. Tanto a 
mulher e sua família quanto os profissionais 
de saúde devem considerar que uma perda de 
peso saudável e gradativa antes da gestação 
será mais benéfica e diminuirá riscos para a 
mulher e seu bebê. Dessa forma, se evitará 
complicações futuras ao longo do pré-natal. 
Lembre-se de que devemos encorajar a 
perda de peso saudável, realizada através 
de modificações de hábitos de vida, 
alimentação adequada e exercícios físicos. 
Um cuidado empático e sem preconceitos é 
essencial nesse processo. 
1.2 IMPORTÂNCIA DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO 
O aumento de peso na gravidez é um 
processo único e biologicamente complexo 
que suporta as funções de crescimento e 
desenvolvimento do feto. Esse ganho de 
peso na gestação é influenciado não só por 
mudanças na fisiologia e no metabolismo 
da gestante, mas também da placenta e das 
à obesidade. As gestantes constituem o foco 
do processo de pré-natal; porém, não se pode 
deixar de atuar, também, entre companheiros 
e familiares na conscientização do cuidado 
da gestante para prevenção de complicações 
futuras. A posição do homem na sociedade 
está mudando tanto quanto os papéis tradicio-
nalmente atribuídos às mulheres. Portanto, os 
serviços devem promover o envolvimento dos 
homens (adultos e adolescentes), discutindo 
a sua participação responsável nas questões 
da saúde sexual e reprodutiva – eles poderão 
incentivar e participar ativamente do cuidado 
da gestante em relação à alimentação e prá-
ticas saudáveis na prevenção do sobrepeso e 
da obesidade (BRASIL, 2012a). 
Sabendo dos efeitos negativos de 
iniciar uma gestação com IMC ina-
dequado, recomenda-se que sejam 
realizadas ações de conscientiza-
ção do cuidado e da manutenção de 
um peso adequado e saudável para 
prevenção de sobrepeso e obesida-
de ao planejar uma futura gestação. 
As consultas de rotina de mulheres em 
idade fértil que apresentam sobrepeso 
13
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Observe no quadro 3, a partir do IMC pré-
gestacional, as recomendações de ganho de 
peso no primeiro trimestre gestacional, de 
ganho de peso total, e as recomendações de 
ganho de peso por semana, considerando o 
segundo e terceiro trimestres gestacionais. 
Lembre-se de registrar as informações 
no prontuário, na caderneta da gestante, 
e informe a mesma sobre o seu estado 
nutricional atual. Esse procedimento deve 
ser realizado em todas as consultas.
No entanto, este aumento de peso varia 
consideravelmente entre as mulheres e, 
quando não controlado adequadamente, 
pode mesmo representar um risco potencial 
para o desenvolvimento de excesso de peso, 
seja devido a fatores biológicos (como 
idade e história familiar de obesidade), 
comportamentais (alimentação, prática de 
atividade física, tabagismo e consumo de 
álcool) ou sociais (nível de escolaridade, 
renda familiar, acesso a alimentação 
saudável, dentre outros) (DREHMER et al., 2010).
O ganho de peso pode ser dividido em 
três categorias, considerando-se o estado 
nutricional pré-gestacional ou do primeiro 
trimestre gestacional, confira ao lado!
Quando o peso adquirido ao longo
da gestação está dentro dos
parâmetros recomendados
Adequado
Quando a gestante ganha peso
abaixo das recomendações
Inadequado
Quando o ganho de peso excede
as recomedações
Excessivo
Quando a gestante ganha peso
Quadro 3 – IMC pré-gestacional e ganho de peso gestacional para adultos e adolescentes
IMC pré-gestacional (kg/m²) Ganho de peso (kg) até a 13ª semana Ganho de peso (kg) semanal no 2º e 3º trimestres (a partir da 14ª semana) Ganho de peso total (kg)Baixo peso (< 18,5) 2,0 0,51 (0,44 – 0,58) 12,5 – 18,0
Eutrofia (18,5-24,9) 1,5 0,42 (0,35 – 0,50) 11,5 – 16,0
Sobrepeso (25-29,9) 1,0 0,28 (0,23 – 0,33) 7,0 – 11,5
Obesidade (≥30) 0,5 0,22 (0,17 – 0,27) 5,0 – 9,0
Fonte: Khanolkar et al. (2017); Institute of medicine (1990); WHO (1995b).
14
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
• Gestante gemelar: requer maior ganho 
de peso, que é de 18 kg – 23,4 kg ou 
680g/semana durante o segundo e 
terceiro trimestre.
O ganho de peso materno abaixo dos 
níveis recomendados está associado ao 
baixo peso ao nascer, prematuridade, maior 
tempo de internação e, consequentemente, 
maiores custos relacionados à saúde. O 
ganho de peso excessivo, por outro lado, 
está associado a uma maior incidência de 
macrossomia, cirurgia cesariana, obesidade 
materna e infantil. Os impactos da obesidade 
materna na gestação, no parto, na saúde 
da mulher e no bebê tendem a ser maiores 
quanto maior for a obesidade (CATALANO; 
SHANKAR, 2017).
A saúde das gestantes e de seus bebês 
depende de uma nutrição adequada. 
Portanto, a literatura é consensual ao 
reconhecer que o estado nutricional materno 
é indicador de saúde e qualidade de vida tanto 
para a mulher quanto para o crescimento do 
seu filho, sobretudo no peso ao nascer, uma 
vez que a única fonte de nutrientes do bebê 
é constituída pelas reservas nutricionais 
e ingestão alimentar materna (CATALANO; 
SHANKAR, 2017).
As gestações gemelares apresentam demandas nutricionais e fisiológicas aumentadas 
quando comparadas a gestações únicas (BRASIL, 2012a). Veja no quadro 4 as recomendações 
de ganho de peso em gestantes gemelares.
Quadro 4 – IMC pré-gestacional e ganho de peso gestacional gemelar
Estado 
Nutricional 
(kg/m²)
Ganho de Peso (kg) semanal
Ganho de peso 
total (kg)0-20 semanas 20-28 semanas 28 semanas ao parto
Baixo Peso
(< 18,5) 0,560 – 0,790 0,680 – 0,790 0,560 22,5 – 27,9
Adequado
(18,5 a 24,4) 0,450 – 0,680 0,560 – 0,790 0,450 18 – 24,3
Sobrepeso
(25 a 29,9) 0,450 – 0,560 0,450 – 0,680 0,450 17,1 – 21,2
Obesidade
(≥ 30) 0,340 – 0,450 0,340 – 0,560 0,340 13 – 17,1
Fonte: Luke (2005).
Em resumo, a recomendação de ganho de 
peso gestacional ocorre por trimestre em que: 
• Primeiro trimestre (1 a 12 semanas 
gestacionais): são situações previstas 
que não comprometem a saúde mãe/
filho. Permite-se perda de peso de até 
3 kg, ou a manutenção do peso pré-
gestacional ou um ganho de peso de 
até 2 kg. 
• Segundo e terceiro trimestre (13 a 
40 semanas gestacionais): o ganho 
de peso adequado vai depender do 
estado nutricional da gestante. De 
maneira simplificada, recomenda-se 
que gestantes com baixo peso ganhem 
em torno de 15 kg, as eutróficas, entre 
11,5 – 16 kg; e aquelas com sobrepeso 
entre 7 e 11,5 kg e obesas 5 a 9 kg, 
durante todo o período gestacional.
15
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
O ganho de peso gestacional excessivo 
pode ainda aumentar o risco de (LISONKOVA, 
2017; SILVA et al., 2014):
• perda gestacional precoce e mais de 
um aborto;
• diabetes gestacional e diabetes prévio 
diagnosticado na gestação;
• quadros hipertensivos relacionados 
com a gestação;
• tromboembolismo;
• parto prematuro (espontâneo e por 
indicação médica);
• gestação pós-termo;
• gemelaridade dizigótica;
• apneia obstrutiva;
• síndrome do túnel do carpo;
• dor pélvica no final da gestação.
Riscos no processo de trabalho de parto, 
parto e cirurgia cesariana
Embora o atendimento ao trabalho de 
parto e parto ou cirurgia cesariana não faça 
parte do cotidiano dos profissionais da APS, 
é importante que você conheça algumas 
complicações que as mulheres com 
sobrepeso e obesidade podem enfrentar 
nessa parte do processo para informá-las 
e providenciar encaminhamento para o 
Impactos da obesidade e do ganho de 
peso gestacional excessivo na gestação 
e no parto
O pior desfecho na gestação é a morte 
materna. O risco composto pela morte 
materna e morbidade materna grave 
aumenta conforme aumenta o grau de 
obesidade. Dentre as morbidades maternas 
graves associadas ao ganho de peso 
excessivo na gestação podemos citar a 
necessidade de transfusão sanguínea 
por hemorragia, complicações cardíacas, 
respiratórias, cerebrais ou hematológicas 
graves, sepse, choque, falência renal ou 
hepática, complicações anestésicas e rotura 
uterina (LISONKOVA, 2017). 
Segundo pesquisas, o risco de morbidade 
materna grave corresponde aos valores a 
seguir.
Sem excesso de peso 143/10.000
Com sobrepeso 160/10.000
Com obesidade grau I 168/10.000
Com obesidade grau II 178/10.000
Com obesidade grau III 203/10.000
Figura 2 – A nutrição adequada é importante 
tanto para a mãe quanto para o bebê. Fonte: 
lordn/Adobe Stock
O seu papel, como profissional de saúde, é 
entender que a avaliação do estado nutricio-
nal, antes e durante a gestação, serve como 
mecanismo de prevenção do ganho de peso 
excessivo, que levará em conta fatores como 
o peso pré-gestacional, hábitos alimentares 
da mãe e prática de atividade física regular. 
É muito importante que o processo de 
monitoramento e aconselhamento quanto 
ao estado nutricional e ganho de peso seja 
realizado com empatia e acolhimento. Expli-
que para as gestantes que elas devem ficar 
tranquilas, pois ganhar peso é esperado e é 
possível fazê-lo de maneira saudável, para 
que tudo volte ao normal no tempo certo e 
seu bebê se desenvolva adequadamente.
16
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Há muitos impulsionadores do 
crescimento durante essa fase complexa 
da vida, entre eles os que estão expostos a 
seguir, confira! 
Alguns impulsionadores do crescimento
nos primeiros 1.000 dias
Nutrição
Regulação hormonal
Fatores genéticos
e epigenéticos
O desafio envolve, portanto, maximizar 
o potencial de crescimento normal sem 
aumentar o risco de distúrbios associados. 
Nota-se que o alto índice de massa corporal 
pré-gestacional, o ganho de peso gestacional 
excessivo, diabetes gestacional e exposição 
ao tabaco proporcionam um aumento no 
risco de obesidade infantil. 
complicações durante o parto, como 
a distócia de ombros e também têm 
uma predisposição maior a serem 
obesos na idade adulta;
• obesidade na infância e na vida adulta;
• asma;
• outras patologias na idade adulta 
(cardíacas, metabólicas).
Você já ouviu falar nos primeiros 
1.000 dias de vida e sobre o impacto 
positivo de se manter uma alimen-
tação saudável e adequada na ges-
tação na prevenção de sobrepeso e 
obesidade no bebê para o resto da 
sua vida? 
O desajuste alimentar intra-útero pode 
levar a disfunções tanto ao nascimento 
quanto na fase adulta, como a maior 
tendência à obesidade, hipertensão, 
diabetes, etc.
Os primeiros 1.000 dias de vida começam 
com a gravidez da mulher e seguem até os 
dois anos de vida do bebê, representando 
o melhor momento para a prevenção da 
obesidade e suas consequências adversas 
(PIETROBELLI; AGOSTI, 2017).
serviço de referência, quando necessário. 
Acompanhe:
• tendem a ter um trabalho de parto 
mais longo independente do peso do 
bebê;
• quando é necessário realizar 
uma indução de parto (provocar 
modificações no colo do útero 
e/ou contrações uterinas de 
maneira artificial, geralmente com 
medicamentos) esta indução tem 
mais chance de funcionar quando a 
mulher tem estado nutricional e ganho 
de peso gestacional adequado;
• apresentam mais probabilidade de 
serem submetidas à cirurgia cesariana. 
Riscos do ganho de peso excessivo 
para o bebê
Os filhos de mães obesas têm risco 
aumentado para (RAMSEY; SHENKEN, 2019; 
O´REILLY; REYNOLDS, 2012; ZAMBRANO et al., 2016):
• anomalias congênitas;
• asfixia perinatal e óbito fetal;
• prematuridade;
• feto grande para a idade gestacional – 
fetos grandes para a idade gestacional 
aumentam o risco de cesariana, de 
17
PROMOÇÃO DOGANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
infecciosos no pós-parto. Independente da 
via de parto e apesar do uso de antibióticos 
profiláticos na cesariana. 
Depressão pós-parto
As desordens psíquicas não são raras 
nessa fase da vida, para todas as mulheres. 
Para adultos em geral, a obesidade está 
associada com distúrbios mentais como 
depressão, transtornos alimentares e 
transtorno bipolar. Uma revisão sistemática 
de 2014 encontrou uma possibilidade maior 
de distúrbios depressivos na gestação e no 
pós-parto entre mulheres com obesidade 
(MOLYNEAUX et al., 2014).
É necessário um olhar humanizado 
na prática do profissional de saúde. 
O conhecimento dos riscos em saú-
de aumentados para mulheres com 
sobrepeso e obesidade deve orientar 
os profissionais de saúde para esta-
rem mais atentos a esses problemas 
e patologias. Lembre-se de que é 
necessário um cuidado empático e 
centrado na pessoa. 
O objetivo não deve ser focado na perda 
de peso durante a gestação para diminuir 
pós-parto, que, por sua vez, pode perpetuar 
um quadro de obesidade e de comorbidades 
associadas para o resto da vida da mulher. 
Esses dados reforçam a importância da 
atuação no monitoramento e na orientação à 
gestante quanto ao ganho de peso adequado 
e saudável ao longo da gravidez.
Tromboembolismo venoso
A obesidade em si e o período puerperal 
são fatores de risco para o tromboembolismo 
venoso. Se o nascimento ocorreu por 
cesariana, soma-se mais um fator de risco.
As chances de ter um evento trom-
boembólico no pós-parto são maiores 
quanto maior for a magnitude do excesso 
de peso. Aumentando 2,5, 2,9 e 4,6 vezes 
para mulheres com obesidade classe I, II e 
III respectivamente em comparação com 
as mulheres sem obesidade. O ganho de 
peso excessivo durante a gestação (mais 
de 22 quilos) também aumenta o risco para 
eventos tromboembólicos em 1,5 vezes (LI-
SONKOVA et al., 2017).
Infecção
As mulheres com obesidade têm um 
risco aumentado de apresentarem quadros 
1.3 IMPACTO DO ESTADO NUTRICIONAL 
DA GESTANTE E O PÓS-PARTO
O acompanhamento contínuo do estado 
nutricional, durante a gestação, contribui para 
o ganho de peso ideal durante esse período, 
evitando o excesso e a retenção de peso no 
pós-parto, que são determinantes importantes 
do excesso de peso para a mulher. O pós-
parto de mulheres obesas apresenta alguns 
riscos clínicos para os quais as equipes de 
saúde da APS devem estar atentas.
Retenção de peso pós-parto
O número de mulheres que iniciam a 
gestação com excesso de peso ou que 
ganham peso excessivo durante a gravidez 
é cada vez mais expressivo. Um estudo 
realizado em seis capitais brasileiras, com 
5.564 gestantes, encontrou uma prevalência 
de 19,2% de sobrepeso e de 5,5% de obesi-
dade entre as gestantes (NUCCI et al., 2001). A 
retenção do peso ganho se mostrou um fator 
determinante da obesidade em mulheres, e 
seu desenvolvimento. Sabe-se que o efeito 
do ganho de peso gestacional elevado assim 
como do estado nutricional pré-gestacional 
inadequado, no aumento da retenção de peso 
18
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
atividades coletivas realizados na Unidade 
Básica de Saúde. 
A adoção de uma alimentação saudável 
diz respeito à ingestão de alimentos que 
possuem sua composição nutricional 
balanceada; mas, é importante lembrar 
que a combinação dos alimentos entre si e 
como são preparados diz também respeito 
a características do modo de comer e às 
dimensões culturais e sociais das práticas 
alimentares, contribuindo de maneira 
essencial para a boa saúde da gestante.
A alimentação saudável proporciona 
o sentimento de pertencimento social 
das pessoas, favorece a autonomia nas 
escolhas alimentares, na redescoberta de 
novas formas de colocar à mesa alimentos 
saudáveis, de preparar sua própria refeição, 
com o prazer propiciado pela alimentação 
e, consequentemente, com o seu estado 
de bem-estar. Mas essa autonomia só 
pode ser adquirida por meio de informação 
de qualidade, que deve ser repassada por 
você, profissional da rede, nas consultas e 
esses fatores de risco. A perda de peso não 
é alcançada pela maioria das mulheres e 
não há conhecimento na literatura suficiente 
para afirmar se a perda de peso durante a 
gestação modifica ou não esses fatores de 
risco. Essa população precisa de atenção 
redobrada para o diagnóstico e tratamento 
de possíveis complicações como diabetes, 
hipertensão e tromboembolismo.
1.4 ALIMENTAÇÃO DA GESTANTE NA 
PREVENÇÃO DO SOBREPESO E 
OBESIDADE
Antes de abordarmos os aspectos 
voltados à alimentação na gestação, 
precisamos definir o que é uma alimentação 
adequada e saudável, e qual é a nossa 
função enquanto profissionais da saúde na 
sua promoção dentro da APS. 
No Brasil, a alimentação adequada e 
saudável “é um direito humano básico que 
envolve a garantia ao acesso permanente e 
regular, de forma socialmente justa, a uma 
prática alimentar adequada aos aspectos 
biológicos e sociais do indivíduo” (BRASIL, 
2013a). 
Figura 3 – A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico em todas as fases da vida. 
Fonte: Rawpixel/Adobe Stock
19
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
ainda maior nas orientações voltadas a 
uma alimentação saudável e redução do 
consumo de alimentos ultraprocessados 
entre gestantes adolescentes.
O estilo de vida atual favorece um maior 
número de refeições realizadas fora do 
domicílio. O padrão de alimentação entre 
pessoas que fazem refeições fora do domi-
cílio, na maioria dos casos, está constituído 
por alimentos industrializados e ultrapro-
cessados como refrigerantes, sanduíches, 
salgados e salgadinhos industrializados, 
imprimindo um padrão de alimentação que, 
muitas vezes, é repetido no domicílio.
uma combinação de uma dieta “tradicional” 
(baseada no arroz com feijão) em conjunto 
com alimentos classificados como 
ultraprocessados, com altos teores de 
gorduras, sódio e açúcar e com baixo teor de 
micronutrientes e alto conteúdo calórico. O 
consumo médio de frutas e hortaliças ainda 
é metade do valor recomendado pelo Guia 
Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 
2014) e manteve-se estável na última década, 
enquanto alimentos ultraprocessados, como 
doces e refrigerantes, têm o seu consumo 
aumentado a cada ano.
Percebe-se que o padrão de consumo 
também varia de acordo com a idade. 
Entre as pessoas mais jovens, é maior o 
consumo de alimentos ultraprocessados, 
o que tende a diminuir com o aumento 
da idade, acontecendo o inverso, ou seja, 
pessoas com mais idade tendem a consumir 
mais frutas e hortaliças. Adolescentes são 
o grupo com pior perfil da dieta, com as 
menores frequências de consumo de feijão, 
saladas e verduras em geral, apontando para 
um prognóstico de aumento do excesso 
de peso e doenças crônicas (BRASIL, 2013b). 
Essas informações devem ser levadas 
em consideração, dando um enfoque 
A alimentação adequada e saudável ao 
longo do período gestacional exerce um 
papel ainda mais importante, pois é capaz 
de determinar os desfechos relacionados à 
mãe e ao bebê (CHEN et al., 2016). 
Contribui para prevenção de uma 
série de ocorrências negativas
Assegura reservas 
biológicas necessárias ao 
parto e pós-parto
Garante o substrato para o 
período da lactação
Favorece o ganho de peso 
adequado de acordo com o 
estado nutricional pré-gestacional
Alimentação adequada e saudável
Com uma alimentação equilibrada, a mãe 
pode diminuir os riscos de complicações na 
gravidez, além de modular a presença de 
outros desconfortos típicos desse período 
(enjoos, constipação intestinal, etc.).
A dieta habitual dos brasileiros é 
composta por diversas influências e na 
atualidade é fortemente caracterizada por 
Alimentos ultraprocessados
São alimentos produzidos com a adição 
de muitos ingredientes comosal, açúcar, 
óleos, gorduras, proteínas de soja, do lei-
te, extratos de carne, além de substâncias 
sintetizadas em laboratório a partir de ali-
mentos e de outras fontes orgânicas como 
petróleo e carvão. Assim, tais alimentos 
têm prazo de validade maior, alteração de 
cor, sabor, aroma e textura. São exemplos 
de ultraprocessados: biscoitos recheados, 
salgadinhos “de pacote”, refrigerantes e 
macarrão “instantâneo”.
20
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
a contribuir no processo de prevenção de 
sobrepeso e obesidade nessa fase da vida, 
e consequentemente, de diversas Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
O encorajamento ao consumo de frutas 
e vegetais na alimentação da gestante deve 
ser uma prática constante, pois são ótimas 
fontes de vitaminas, minerais e fibras e, no 
caso das gestantes, são essenciais para 
a formação saudável do feto e a proteção 
da saúde materna (BRASIL, 2012). Associa-
se o consumo diário de frutas e vegetais 
na gestação com uma redução do risco 
de diabetes gestacional e uma melhor 
adequação do ganho de peso ao longo da 
gestação (SCHOENAKER et al., 2016). Em relação 
aos sucos de fruta, apesar de naturais, existe 
uma controversa entre a sua relação com o 
ganho de peso gestacional, fato pelo qual 
devemos incentivar a priorizar o consumo da 
fruta in natura ao invés dos sucos.
A gestante não deve nem precisa 
“comer por dois”, as recomendações 
alimentares devem seguir os princí-
pios da população brasileira.
Por isso, o consumo desses alimentos pela 
gestante deve ser desencorajado.
A gravidez é um dos melhores momentos 
para se pensar em alimentação saudável, 
pois não só a mãe se beneficiará, como, 
também, o bebê. Uma mãe bem nutrida 
é capaz de fornecer todos os nutrientes 
necessários e pode proporcionar as 
condições ideais para o desenvolvimento 
de seu filho. A alimentação adequada e 
saudável durante a gestação conseguirá 
garantir os nutrientes necessários para um 
estado nutricional adequado da mulher nas 
semanas iniciais de puerpério e na garantia 
das reservas nutricionais da mesma.
A orientação da gestante quanto à 
adoção de uma alimentação adequada e 
saudável, que supra suas necessidades 
nutricionais e garanta o ganho de peso 
adequado e saudável, são os principais 
objetivos dos cuidados dos profissionais da 
APS. Dessa forma, é importante que você e 
sua equipe utilizem estratégias de educação 
alimentar e nutricional e de promoção da 
alimentação saudável para valorizar as 
referências presentes na cultura alimentar 
da gestante e/ou de sua família, de modo 
Figura 4 – Convide a gestante a refletir sobre 
seus padrões alimentares e buscar uma 
alimentação saudável. Fonte: J-Mel/Adobe Stock
Nota-se uma relação entre o consumo de 
alimentos ultraprocessados com maiores 
riscos de diabetes, hipertensão, obesidade, 
câncer, dentre outras doenças crônicas não 
transmissíveis. Em gestantes, o consumo 
excessivo de alimentos ultraprocessados 
está associado a um maior ganho de peso 
gestacional e com um percentual de gordura 
corporal elevado no neonato, o que serve de 
alerta para orientarmos as gestantes quanto 
aos possíveis perigos desses alimentos na 
sua rotina alimentar (ROHATGI et al., 2017). 
21
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
GESTAÇÃO: IMPORTÂNCIA 
DO ESTADO NUTRICIONAL, 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
ENCERRAMENTO DA UNIDADE
Nesta unidade, aprendemos sobre a 
importância da garantia de um estado 
nutricional adequado, tanto na fase pré-
gestacional como ao longo da gestação para 
a prevenção de sobrepeso e obesidade ao 
longo da vida da mulher.
Verificamos que o impacto da má 
alimentação da gestante pode ser decisivo 
em relação aos desfechos no parto, na 
maior retenção de peso no pós-parto, e na 
manutenção do sobrepeso e da obesidade 
ao longo da vida, trazendo consigo um 
aumento no risco de Doenças Crônicas Não 
Transmissíveis (DCNT), tanto para a mãe 
quanto para o bebê.
Esperamos que as informações aqui 
encontradas tenham sido relevantes 
para atualizá-lo e sensibilizá-lo quanto à 
importância do seu papel na orientação 
e no cuidado da gestante ao longo do 
acompanhamento de pré-natal para 
prevenção do sobrepeso e da obesidade e 
garantia de uma alimentação adequada e 
saudável.
É importante, também, entender a 
diferença entre restrição alimentar e 
alimentação adequada e saudável durante 
a gestação. Ao longo da gestação, a sua 
atuação deve centrar-se na orientação de 
uma alimentação adequada e saudável, 
com base em alimentos in natura ou 
minimamente processados, preparações 
culinárias realizadas no âmbito familiar, com 
predomínio de frutas, verduras, vegetais, 
tubérculos, leguminosas, carnes, ovos, leite e 
derivados, evitando o consumo de alimentos 
ultraprocessados. No entanto, não devemos 
restringir a alimentação nem o consumo de 
calorias visando uma perda de peso nesse 
período, já que o objetivo principal é o ganho 
de peso adequado.
Já sabemos que, durante a gravidez, uma 
alimentação saudável é essencial para asse-
gurar as necessidades nutricionais da mãe 
e do bebê. No entanto, a mãe não deve ser 
encorajada a “comer por dois” e, sim, a manter 
uma alimentação equilibrada e sem excessos.
Desta forma, recomenda-se adoção de 
um estilo de vida saudável, que deve iniciar-
se mesmo antes da gravidez, para otimizar a 
saúde da mãe e reduzir o risco de sobrepeso 
e obesidade, de complicações durante a 
gravidez e de algumas doenças no bebê. 
As recomendações alimentares, de 
maneira geral, seguem as recomendações 
alimentares para toda a população e o 
profissional de saúde deve basear-se nas 
diretrizes e nos princípios do Guia Alimentar 
para a População Brasileira (BRASIL, 2014).
As recomendações alimentares e 
nutricionais devem adaptar-se a 
cada mulher, considerando-se:
 as diferenças individuais
 os padrões alimentares
 a cultura alimentar
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E RECOMENDAÇÕES
PARA GESTANTES EM NÍVEL INDIVIDUAL
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
23
2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA 
GESTANTES EM NÍVEL INDIVIDUAL
Nesta unidade, conheceremos os instru-
mentos de avaliação nutricional, as formas 
de monitoramento e acompanhamento do 
ganho de peso gestacional, assim como as 
principais recomendações alimentares vol-
tadas para as gestantes. Ao final da leitura 
dessa unidade, você será capaz de conhecer 
e aplicar as recomendações de avaliação e 
monitoramento do estado nutricional gesta-
cional, além de orientar à gestante quanto 
aos cuidados na alimentação e nutrição no 
contexto da APS para prevenção do sobrepe-
so e da obesidade.
2.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
NA GESTAÇÃO
Mediante as consultas de pré-natal, 
conseguiremos acolher a mulher desde o 
início da gravidez, assegurando o acompa-
nhamento contínuo do estado nutricional 
e contribuindo para o ganho de peso ideal 
durante a gestação. Assim, conseguiremos 
dar uma melhor qualidade de vida à gestante 
e evitar a retenção de peso no pós-parto, que 
é um dos fatores determinantes do excesso 
de peso para a mulher em curto e longo prazo. 
A avaliação do estado nutricional 
da gestante tem por objetivo acom-
panhar o aumento de peso durante 
toda a gestação, assim como iden-
tificar e providenciar intervenções 
adequadas nesta fase.
Antes de conseguirmos avaliar e 
definir as recomendações de ganho de 
peso gestacional para cada gestante é 
preciso que identifiquemos as gestantes 
em risco nutricional no início da gestação, 
considerando as categorias: baixo peso, 
sobrepeso ou obesidade pré-gestacional.
A avaliação nutricional é realizada em 
duas etapas: 
a. Diagnóstico nutricional, que inclui a 
avaliação do estado nutricional pré-
gestacional e gestacional por meio do 
cálculo do Índice de Massa Corporal 
(IMC).
b. Estimativa do ganho de peso de 
acordo com o estadonutricional pré-
gestacional e/ou gestacional.
24
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
a data de início dos movimentos fetais, que 
habitualmente ocorrem entre 16 e 20 sema-
nas. idade gestacional pode ser calculada, 
também, por um ultrassom ou ecografia. 
Ultrassom
O ideal, para esse fim, é que a ecografia 
seja feita antes das 24 semanas. Após essa 
idade gestacional, é mais provável que o 
estado nutricional do feto influencie nas 
medidas do bebê e, por isso, no cálculo da 
idade gestacional.
Ao saber a idade gestacional pelo 
ultrassom, basta contar o número de dias 
desde o exame até a consulta e dividir por 
sete. Depois é só somar o resultado da idade 
gestacional dada pelo exame.
Exemplo:
• Uma mulher fez um ultrassom há 23 
dias que mostrou uma gestação de 20 
semanas e 4 dias. 
• 23 dias desde o exame até a consulta 
= 3 semanas + 2 dias. 
• Então: 3 semanas e 2 dias + 20 
semanas e 4 dias = 23 semanas e 6 
dias (idade gestacional no momento 
da consulta).
os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, 
então, à utilização do calendário ou do 
gestograma.
Existem situações em que a data e o 
período da última menstruação são desco-
nhecidos pela gestante. Quando a data e o 
período do mês não forem conhecidos, a 
idade gestacional e a data provável do parto 
serão, inicialmente, determinadas por apro-
ximação, basicamente pela medida da altura 
do fundo do útero, além da informação sobre 
O primeiro passo para avaliar o estado 
nutricional da gestante é realizar o cálculo 
da idade gestacional. Para estimar a idade 
gestacional você precisa saber a data da 
última menstruação (DUM) da mãe. A DUM 
corresponde ao primeiro dia de sangramento 
do último ciclo menstrual referido pela 
mulher. É o método de escolha para se 
calcular a idade gestacional em mulheres 
com ciclos menstruais regulares e que não 
fazem uso de métodos anticoncepcionais 
hormonais. 
Você pode calcular a DUM:
• Usando um calendário: some o número 
de dias do intervalo entre a DUM e a 
data da consulta, dividindo o total por 
sete, e terá o resultado em semanas;
• Usando o disco (gestograma): 
coloque a seta sobre o dia e o mês 
correspondentes ao primeiro dia e mês 
do último ciclo menstrual e observe o 
número de semanas indicado no dia e 
mês da consulta atual.
Quando a gestante desconhece a data 
da última menstruação, mas se conhece o 
período do mês em que ela ocorreu, pergunte 
se o período foi no início, meio ou fim do mês e 
considere como data da última menstruação 
Figura 5 – Gestograma. Fonte: calcuworld
25
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
Peso: Estatura:
 
 • antes de cada pesagem, a balança deve ser 
destravada, zerada e calibrada;
 • a gestante, descalça e vestida apenas 
com avental ou roupas leves, deve subir na 
plataforma e ficar em pé, de costas para o 
medidor, com os braços estendidos ao longo 
do corpo e sem qualquer outro apoio;
 • se estiver utilizando a balança mecânica, 
mova o marcador maior (kg) do zero da esca-
la até o ponto em que o braço da balança se 
incline para baixo; volte-o, então, para o nível 
imediatamente anterior (o braço da balança 
inclina-se para cima);
 • mova o marcador menor (g) do zero da 
escala até o ponto em que haja equilíbrio 
entre o peso da escala e o peso da gestante 
(o braço da balança fica em linha reta, e o 
cursor aponta para o ponto médio da escala);
 • leia o peso em quilogramas na escala maior 
e em gramas na escala menor. No caso de 
valores intermediários (entre os traços da 
escala), considere o menor valor. Por exem-
plo: se o cursor estiver entre 200g e 300g, 
considere 200g;
 • anote o peso encontrado no prontuário e no 
Cartão da Gestante.
 • a gestante deve estar em pé e descalça, 
no centro da plataforma da balança, com 
os braços estendidos ao longo do corpo. 
Quando disponível, poderá ser utilizado o 
antropômetro vertical;
 • calcanhares, nádegas e espáduas devem se 
aproximar da haste vertical da balança;
 • a cabeça deve estar erguida de maneira que a 
borda inferior da órbita fique no mesmo plano 
horizontal que o meato do ouvido externo;
 • o encarregado de realizar a medida 
deverá baixar lentamente a haste vertical, 
pressionando suavemente os cabelos da 
gestante até que a haste encoste-se ao 
couro cabeludo;
 • faça a leitura da escala da haste. No caso 
de valores intermediários (entre os traços 
da escala), considere o menor valor. Anote o 
resultado no prontuário.
DUM
Sempre considerar a idade gestacional 
pela Data da Última Mestruação (DUM) se for 
conhecida e confiável ou pela ecografia mais 
precoce (com menor idade gestacional).
Em cada consulta gestacional, o peso 
deve ser aferido, e a altura deve ser medida 
na primeira consulta. Recomenda-se a 
utilização de uma balança eletrônica ou 
mecânica, certificando-se de que essas 
se encontram calibradas e em bom 
funcionamento, a fim de garantir a qualidade 
das medidas coletadas. Ao aferir o peso e 
a estatura, considere os procedimento do 
SISVAN (BRASIL, 2008), conforme quadro 
ao lado. Realizados esses procedimentos, 
você terá as informações necessárias para 
avaliação do estado nutricional da gestante.
26
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
De acordo com o estado nutricional 
inicial da gestante (baixo peso, adequado, 
sobrepeso ou obesidade) há uma faixa de 
ganho de peso recomendada por trimestre. 
É importante que na primeira consulta a 
gestante seja informada sobre o peso que 
deve ganhar.
Figura 6 – Informe a gestante desde a primeira 
consulta sobre o peso. Fonte: Ministério da 
Saúde
uma curva de referência brasileira de valores 
de IMC por idade gestacional. 
Mas, como calcular Índice de massa 
corporal (IMC)? Acompanhe, a seguir, 
algumas recomendações. 
 Primeiro você precisa coletar os dados de 
peso corporal pré-gestacional e de altura da 
gestante. O peso pré-gestacional pode ser 
obtido de diversas formas.
 A mais recomendada é utilizar o peso e 
altura contidos no registro médico no 
período de até dois meses anteriores à 
gestação ou realizar a aferição da mulher 
logo após a concepção.
Caso nenhuma destas opções tenha sido 
possível, realize a aferição de peso e altura 
durante o primeiro trimestre gestacional.
 Entretanto, caso isso não seja possível, 
como terceira opção você pode obter as 
informações do estado nutricional pré-gesta-
cional através do relato da gestante com 
relação ao seu peso e altura até dois meses 
antes da gestação (lembrando que a informa-
ção está sujeita à memória da gestante).
 Primeiro você precisa coletar os dados de 
peso corporal pré-gestacional e de altura da 
gestante. O peso pré-gestacional pode ser 
obtido de diversas formas.
 A mais recomendada é utilizar o peso e 
altura contidos no registro médico no 
período de até dois meses anteriores à 
gestação ou realizar a aferição da mulher 
logo após a concepção.
 Entretanto, caso isso não seja possível, 
como terceira opção você pode obter as 
informações do estado nutricional pré-gesta
cional através do relato da gestante com 
relação ao seu peso e altura até dois meses 
antes da gestação (lembrando que a informa
ção está sujeita à memória da gestante).
2.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
PRÉ-GESTACIONAL
Ao avaliar o estado nutricional pré-
gestacional você será capaz de conhecer 
qual era o estado nutricional da gestante 
antes da gravidez. Com essa informação você 
poderá ajudá-la a programar o ganho de peso 
adequado durante a evolução da gestação. O 
estado nutricional pré-gestacional é avaliado 
através do Índice de massa corporal (IMC). 
O IMC pré-gestacional deve ser calculado na 
primeira consulta de pré-natal. 
O peso pré-gestacional influenciará dire-
tamente no tamanho do bebê ao nascimento,assim como no estado nutricional da mãe no 
pós-parto. O ideal é que o IMC considerado 
no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC 
pré-gestacional referido, ou o IMC calculado 
a partir de medição realizada até a 13ª 
semana gestacional (calculada por meio da 
data da última menstruação – DUM). 
Caso isso não seja possível, inicie a 
avaliação da gestante com os dados da 
primeira consulta de pré-natal, mesmo que 
essa ocorra após a 13ª semana gestacional. 
Uma das limitações para a utilização do IMC 
durante a gestação é que não existe ainda 
27
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
Você deverá calcular o IMC em cada 
consulta de pré-natal e ir registrando no 
gráfico de acompanhamento do estado 
nutricional da gestante, conforme o quadro 5.
Confira.
• nas colunas seguintes, encontram-se 
os diagnósticos de estado nutricional 
para cada semana gestacional, levando 
em consideração as faixas de IMC. 
2.3 MONITORAMENTO E 
ACONSELHAMENTO DO GANHO DE 
PESO GESTACIONAL
Após obtido o valor do IMC, será a hora de 
realizar o diagnóstico do estado nutricional. 
Lembre também que a recomendação do 
ganho de peso durante a gestação deve ser 
diferenciada de acordo com a classificação 
do IMC pré-gestacional, o estágio de vida 
da gestante (adulta ou adolescente) e se a 
gestação é única ou gemelar.
Devemos realizar o acompanhamento 
e monitoramento do estado nutricional 
ao longo de todas as consultas de pré-
natal. Para realização do registro do IMC 
gestacional e acompanhamento da evolução 
do ganho de peso a cada consulta, são 
utilizadas duas ferramentas: o quadro com 
os dados necessários para avaliação do 
estado nutricional da gestante segundo o 
IMC e o gráfico de acompanhamento do 
estado nutricional encontrado na caderneta 
da gestante, expostos a seguir, acompanhe.
No quadro, você pode observar:
• na primeira coluna, a idade gestacional 
da mulher,
Quadro 5 – Avaliação do estado nutricional da gestante segundo o índice de massa corporal 
por semana gestacional
Semana 
gestacional
Baixo peso
IMC menor do que
Adequado
IMC entre
Sobrepeso
IMC entre
Obesidade
IMC maior que
6 19,9 20,0 — 24,9 25,0 — 30,0 30,1
7 20,0 20,1 — 25,0 25,1 — 30,1 30,2
8 20,1 20,2 — 25,0 25,1 — 30,1 30,2
9 20,2 20,3 — 25,2 25,3 — 30,2 30,3
10 20,2 20,3 — 25,2 25,3 — 30,2 30,3
11 20,3 20,4 — 25,3 25,4 — 30,3 30,4
12 20,4 20,5 — 25,4 25,5 — 30,3 30,4
13 20,6 20,7 — 25,6 25,7 — 30,4 30,5
14 20,7 20,8 — 25,7 25,8 — 30,5 30,6
15 20,8 20,9 — 25,8 25,9 — 30,6 30,7
16 21,0 21,1 — 25,9 26,0 — 30,7 30,8
17 21,1 21,2 — 26,0 26,1 — 30,8 30,9
18 21,2 21,3 — 26,1 26,2 — 30,9 31,0
19 21,4 21,5 — 26,2 26,3 — 30,9 31,0
20 21,5 21,6 — 26,3 26,4 — 31,0 31,1
28
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
Semana 
gestacional
Baixo peso
IMC menor do que
Adequado
IMC entre
Sobrepeso
IMC entre
Obesidade
IMC maior que
21 21,7 21,8 — 26,4 26,5 — 31,1 31,2
22 21,8 21,9 — 26,6 26,7 — 31,2 31,3
23 22,0 22,1 — 26,8 26,9 — 31,3 31,4
24 22,2 22,3 — 26,9 27,0 — 31,5 31,6
25 22,4 22,5 — 27,0 27,1 — 31,6 31,7
26 22,6 22,7 — 27,2 27,3 — 31,7 31,8
27 22,7 22,8 — 27,3 27,4 — 31,8 31,9
28 22,9 23,0 — 27,5 27,6 — 31,9 32,0
29 23,1 23,2 — 27,6 27,7 — 32,0 32,1
30 23,3 23,4 — 27,8 27,9 — 32,1 32,2
3 23,4 23,5 — 27,9 28,0 — 32,2 32,3
32 23,6 23,7 — 28,0 28,1 — 32,3 32,4
33 23,8 23,9 — 28,1 28,2 — 32,4 32,5
34 23,9 24,0 — 28,3 28,4 — 32,5 32,6
35 24,1 24,2 — 28,4 28,5 — 32,6 32,7
36 24,2 24,3 — 28,5 28,6 — 32,7 32,8
37 24,4 24,5 — 28,7 28,8 — 32,8 32,9
38 24,5 24,6 — 28,8 28,9 — 32,9 33,0
39 24,7 24,8 — 28,9 29,0 — 33,0 33,1
40 24,9 25,0 — 29,1 29,2 — 33,1 33,2
41 25,0 25,1 — 29,2 29,3 — 33,2 33,3
42 25,0 25,1 — 29,2 29,3 — 33,2 33,3
Fonte: BRASIL, 2013, p. 75-76
É de extrema importância que você 
realize o registro do estado nutricional 
tanto no prontuário quanto no Cartão 
da Gestante, marcando a informação no 
gráfico de acompanhamento nutricional, 
conforme a figura 7, para poder realizar 
as intervenções necessárias no tempo 
certo, visando prevenir o ganho de peso 
excessivo ao longo da gestação. Contudo, 
vale ressaltar a importância da realização 
de outros procedimentos que possam 
complementar o diagnóstico nutricional ou 
alterar a interpretação deste, conforme a 
necessidade de cada gestante. 
É necessário atentar-se à possibilidade 
de diagnóstico de diabetes gestacional, 
observar se há presença de edemas que 
podem acarretar o aumento do peso sem 
indicar um ganho de peso excessivo e 
verificar o padrão de alimentação da gestante, 
questionando o consumo de alimentos como 
refrigerantes, doces, frituras, achocolatados 
e doces industrializados, frequência de 
consumo de água, frutas e vegetais. Todos 
esses fatores precisam ser avaliados em 
conjunto para a tomada de decisão quanto 
às orientações que serão realizadas. 
29
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
história alimentar. Pergunte se a gestante 
vem sofrendo náuseas ou vômitos, qual o nú-
mero de refeições realizadas, quantas horas 
de sono tem dormido por noite, se prepara as 
refeições ou alimenta-se fora de casa. Com 
base nas respostas, será possível viabilizar 
o encaminhamento necessário para adequar 
o ganho de peso dela ao longo da gestação. 
A gestante que inicia as consultas de 
pré-natal com IMC adequado para a idade 
gestacional deve mesmo assim ter o estado 
nutricional avaliado em cada consulta. É 
importante que esse monitoramento seja 
realizado a fim de evitar um ganho de peso 
excessivo ao longo da gestação.
Em situações em que a mulher inicia a 
gestação com sobrepeso ou obesidade, 
os cuidados devem ser redobrados. Outra 
situação à qual devemos estar atentos são os 
casos em que a gestante iniciou a gestação 
com peso adequado, mas passou a ganhar 
peso excessivo ao longo das consultas. Essas 
situações aumentam o risco de retenção de 
peso no pós-parto, diabetes gestacional, pré-
eclâmpsia e complicações no parto.
Confira as recomendações para gestan-
tes segundo estado nutricional a seguir.
Nos casos em que o manejo exigir 
cuidado especializado, deve-se contar com 
o apoio do nutricionista do Núcleo Ampliado 
de Saúde da Família e Atenção Básica 
(NASF-AB) ou, em caso de ausência desse 
profissional na equipe, utilizar a Rede de 
Atenção à Saúde (RAS).
Veja um exemplo: se a gestante chega à 
consulta da semana 8 com 59kg e medindo 
1,59m de altura, você calculará o IMC da 
seguinte forma: 59/(1,59)² = 23,3 kg/m2. Com 
esse resultado, você verificará que a gestante 
se encontra com peso adequado para a idade 
gestacional. Logo em seguida, registrará essa 
informação no gráfico de acompanhamento 
do estado nutricional da gestante.
Agora que sabemos como fazer esses 
procedimentos e registros, vamos conhecer 
sua operacionalização em cada estado 
nutricional pré-gestacional.
2.3.1 Monitoramento e acompanhamento 
da gestante segundo estado 
nutricional pré-gestacional
Ao monitorar o estado nutricional da 
gestante que iniciou a gravidez com baixo 
IMC, é necessário que você investigue a sua 
Semana de Gestação
Baixo peso
Adequado
Sobrepeso
Obesidade
Figura 7 – Gráfico de acompanhamento 
nutricional pelo Índice de Massa Corporal (IMC) 
da gestante segundo a semana gestacional
Fonte: BRASIL, 2011.
30
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
• Sempre registre o IMC no gráfico de 
acompanhamento e mostre para a 
gestante a sua evolução.
Recomendações para gestante com 
peso elevado ou ganho excessivo
• Adicionalmente, avalie a presença de 
edema, polidrâmnio, macrossomia, 
gravidez múltipla e doenças associa-
das (diabetes, pré-eclâmpsia, etc.). 
Nesses casos, é importante o envol-
vimento da equipe multidisciplinarda 
ESF e NASF-AB para acompanhamento 
do caso.
• Em todas as situações, ofereça apoio 
e escuta. 
• Avalie os hábitos alimentares da 
gestante; verifique se o consumo de ali-
mentos ultraprocessados é frequente. 
Você pode perguntar se a gestante faz 
consumo frequente de pães, embutidos, 
bolachas, doces e refrigerantes. Oriente 
a gestante a realizar caminhadas leves, 
hidratar-se adequadamente, e realizar 
consumo rotineiro de frutas e vegetais.
• Remarque as consultas em intervalo me-
nor que o fixado no calendário habitual 
para monitoramento do ganho de peso.
• Lembre-se de que o acolhimento e a 
informação são muito importantes. 
Evitemos o julgamento e apenas dar 
ordens para a gestante. É muito impor-
tante conhecer o contexto em que essa 
mãe vive e, em caso de incapacidade 
financeira, verifique a possibilidade de 
encaminhá-la para a assistência social.
• Caso sinta necessidade de um 
acompanhamento individualizado para 
a gestante, você pode solicitar apoio 
ao nutricionista da equipe NASF-AB 
ou, ainda, encaminhar para atenção 
especializada. 
Recomendações para gestante 
com peso adequado
• Siga o calendário habitual de pré-
natal, avaliando o peso e IMC a cada 
consulta.
• Explique à gestante que seu peso está 
adequado para a idade gestacional, e 
encoraje-a a manter uma alimentação 
equilibrada e saudável, conforme 
recomendações já estudadas, visando 
à manutenção do peso adequado e 
à promoção de hábitos alimentares 
saudáveis.
Recomendações para gestante 
com baixo peso
• Verifique a existência de hiperêmese 
gravídica, infecções, parasitoses, 
anemias e doenças debilitantes. Em 
caso positivo, direcione a gestante 
para o profissional de saúde indicado. 
Em casos de hiperêmese oriente-a a 
comer de maneira mais fracionada e 
em pequenas quantidades, evitando 
alimentos gordurosos.
• Forneça orientação nutricional, 
visando à promoção do peso adequado 
e de hábitos alimentares saudáveis.
• Remarque a consulta em um intervalo 
menor que o calendário habitual para 
monitoramento. 
• Converse com a gestante sobre a 
importância de ganhar peso adequada-
mente, explique que o ganho de peso 
deve ocorrer para garantir o desenvol-
vimento do bebê, formação de placenta 
e manutenção do líquido amniótico, e 
que com uma alimentação adequada 
esse peso será naturalmente eliminado 
nos primeiros meses pós-parto. Muitas 
mães têm medo de ganhar peso e não 
voltar à antiga forma física. 
31
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
e açúcares estão associados ao aumento 
do ganho de peso gestacional excessivo e 
a uma maior adiposidade durante a primeira 
infância da criança. Portanto, é importante 
garantir uma boa qualidade da dieta na 
gestação. Os alimentos ultraprocessados, 
além de apresentarem altas concentrações 
de gordura, açúcar e sal, têm uma alta densi-
dade energética, baixa densidade nutricional 
e escassez de fibras, tornando o padrão de 
alimentação favorável ao ganho de peso 
excessivo e prejudicial à saúde da gestante 
e do seu bebê (ROHATGI, 2017).
Mas, o que é alta densidade energética 
e densidade nutricional? Acompanhe as 
definições a seguir!
O que importa na orientação nutricional 
da gestante não é o consumo de calorias, 
já que as necessidades aumentam em 
apenas 300 calorias a partir do segundo 
trimestre gestacional. Para exemplificar, 
alguns alimentos que possuem cerca de 
300 calorias são: uma porção pequena de 
castanha + 1 fruta, ou 1 iogurte + 1 fruta ou 
1 sanduíche natural. Nas consultas, foque 
em orientar sobre a qualidade das escolhas 
alimentares, que devem priorizar o consumo 
de frutas, vegetais, leguminosas, tubérculos, 
cereais e carnes magras, evitando ao máximo 
o consumo de alimentos ultraprocessados. 
Maiores frequências de consumo de ali-
mentos como gorduras hidrogenadas (trans) 
• Ofereça orientação nutricional, visan-
do à promoção do peso adequado e de 
hábitos alimentares saudáveis, ressal-
tando que, no período gestacional, não 
se deve perder peso, mas que o ganho 
de peso até o final da gestação não 
deve ultrapassar os 7 kg em situações 
de obesidade pré-gestacional ou os 
11,5 kg em casos de sobrepeso pré-
-gestacional. 
2.4 RECOMENDAÇÕES PARA UMA 
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUA 
IMPORTÂNCIA NA GESTAÇÃO
A gestação é uma fase muito importante 
na vida da mulher e requer alguns cuidados 
especiais na alimentação. Os níveis de 
nutrientes nos tecidos e líquidos disponíveis 
para sua manutenção estão modificados por 
alterações fisiológicas (expansão do volume 
sanguíneo, alterações cardiovasculares, 
distúrbios gastrintestinais e variação da 
função renal) e por alterações químicas. Por 
tais motivos é necessário que realizemos 
uma adequação na alimentação da gestante, 
visto que seu estado nutricional pode afetar 
o resultado da gravidez, parto e pós-parto. 
A densidade nutricional significa que quanto 
maior for a densidade nutricional do alimento, 
maior será a variedade de nutrientes benéficos 
para a saúde. Frutas e vegetais têm uma alta 
densidade nutricional e uma baixa densidade 
energética, o que os torna alimentos perfeitos 
para a nossa saúde e que devem ser indicados na 
alimentação da gestante diariamente.
Densidade energética
Alimentos com alta densidade energética 
são aqueles que em uma pequena 
quantidade de alimento têm uma elevada 
concentração de calorias, aumentando o 
risco de obesidade. Normalmente os 
alimentos ultraprocessados apresentam 
alta densidade energética e, por isso, o seu 
consumo deve ser desencorajado.
Densidade nutricional
32
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
2. Explique para a gestante e sua família 
sobre a importância de comer em 
companhia: segundo o nosso guia 
alimentar, seres humanos são seres 
sociais e o hábito de comer em companhia 
está impregnado em nossa história, assim 
como a divisão da responsabilidade por 
encontrar ou adquirir, preparar e cozinhar 
alimentos. 
Converse com a gestante e sua família 
sobre a importância de compartilhar o 
comer e as atividades envolvidas neste 
ato, explique que esse é um modo simples 
e profundo de criar e desenvolver relações 
entre as pessoas e que, ao comer em 
companhia, ela será capaz de se alimentar 
com mais tranquilidade e menos pressa. 
Refeições compartilhadas demandam 
mesas e utensílios apropriados e 
compartilhar com outra pessoa o prazer 
que sentimos quando apreciamos uma 
receita favorita redobra esse prazer.
3. Oriente à gestante e sua família sobre 
a importância de manter os telefones 
celulares e aparelhos de televisão des-
ligados na hora das refeições: já que 
esses dificultam a percepção dos sinais 
quilo ou com pratos feitos sem alimentos 
ultraprocessados. Oriente a gestante a 
evitar frequentar locais com fast-foods 
e lanches, já que estes não suprem as 
necessidades nutricionais e aumentam 
o risco de ganho de peso excessivo. Ao 
comer fora de casa, lugares como bufês 
ou aqueles onde se oferecem segundas 
ou terceiras porções sem custo devem 
ser limitados a ocasiões especiais. 
Também é importante orientar a ges-
tante a evitar comer na mesa de trabalho, 
comer em pé ou andando ou comer dentro 
do carro ou de transportes públicos,
embora, infelizmente, essas práticas 
possam ser comuns nos dias de hoje.
Figura 8 – Oriente que as refeições sejam 
compartilhadas quando possível. Fonte: pixs4u/
Adobe Stock
2.4.1 Hábitos relacionados a alimentação 
na gestação
Normalmente, as pessoas esquecem 
que a forma e o local em que se alimentam 
pode fazer toda a diferença nas suas 
escolhas alimentares. O consumo em locais 
inadequados, com a presença de televisão 
ligada ou o uso de outros aparelhos 
eletrônicos, como celulares e tablets, estão 
associados com um consumo alimentar 
inadequado e que favorece a incidência de 
sobrepeso e obesidade (BRASIL, 2014). 
Como profissionais da saúde, devemosorientar as gestantes quanto ao modo de se 
alimentar. Agora, vamos abordar brevemente 
alguns pontos que podem ser orientados ao 
longo das consultas de pré-natal:
1. Dar preferência para locais tranquilos, 
limpos e agradáveis: o guia alimentar 
para a população brasileira reforça 
a importância de a gestante e sua 
família se alimentarem em casa ou em 
ambientes limpos e agradáveis, caso a 
refeição seja realizada fora do domicílio. 
É importante, também, que quando não 
for possível realizar as refeições em 
casa, a gestante escolha restaurantes a 
33
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
o resto do dia também teriam maior chance 
de ser mais saudáveis. 
As orientações para as gestantes 
devem focar na qualidade dos ali-
mentos, já que normalmente uma 
alimentação saudável e variada será 
capaz de suprir todas as necessida-
des nutricionais.
A seguir, estão as orientações que você 
deve problematizar com a gestante nas 
consultas de pré-natal em relação às suas 
escolhas alimentares, acompanhe. 
Figura 9 – Oriente a gestante a fazer dos 
alimentos in natura e preparações caseiras a 
base de ingredientes naturais ou minimamente 
processados a base de sua alimentação. Fonte: 
Anatta_Tan/Adobe Stock
2.4.2 Escolhas alimentares na gestação
As escolhas alimentares são 
fundamentais para a saúde da gestante, fase 
da vida em que as demandas nutricionais, ou 
seja, do consumo de nutrientes e não tanto 
do consumo de calorias, são essenciais, já 
que é preciso garantir um adequado estado 
nutricional para a gestante e para o bebê. 
É importante que você oriente as 
gestantes quanto à realização de escolhas 
alimentares baseadas em uma classificação 
que considera o nível de processamento 
industrial dos alimentos, já que as escolhas 
alimentares não são feitas pelas pessoas 
com base nos nutrientes (pois é difícil de 
quantificar no momento de escolher o que 
será consumido). 
Pense em quando você vai a um 
restaurante ou ao supermercado. Quando 
você escolhe uma pizza congelada para 
o seu jantar, provavelmente irá comprar 
um refrigerante ou suco de caixinha para 
acompanhar a sua escolha, isso conforma 
um padrão de alimentação não saudável e 
baseado em alimentos industrializados. No 
entanto, se você comprasse um pedaço de 
frango, feijão, arroz e vegetais para assar no 
forno, provavelmente as suas escolhas para 
de saciedade pelo corpo. Explique que 
ao ter esse tipo de distrações dividimos 
a atenção do nosso cérebro entre o que 
comemos e o que estamos assistindo 
nas telinhas, comendo mais do que 
deveríamos, propiciando o ganho de peso 
excessivo.
4. Estimule a mulher a ter consciência em 
relação às quantidades colocadas no 
prato: as pessoas tendem a comer mais 
que o necessário quando estão diante 
de grandes quantidades de alimentos ou 
quando há oferta de grandes porções. 
Nesses casos as escolhas são feitas 
sem pensar muito. Oriente a gestante a 
pensar em cada alimento que colocará no 
prato e na quantidade que será colocada. 
Lembre-a de que não é preciso nem 
recomendado “comer por dois”. Oriente a 
servir-se apenas uma vez ou, pelo menos, 
aguardar algum tempo para se servir uma 
segunda vez. Frequentemente, a segunda 
porção excede às nossas necessidades.
34
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
• cravo, canela, especiarias em geral e 
ervas frescas ou secas; 
• farinhas de mandioca, de milho ou de 
trigo e macarrão ou massas frescas ou 
secas feitas com essas farinhas e água; 
• carnes de gado, de porco e de aves 
e pescados frescos, resfriados ou 
congelados; 
• leite pasteurizado, ultrapasteurizado 
(“longa vida”) ou em pó, iogurte (sem 
adição de açúcar); 
• ovos; 
• água potável.
No momento de orientar a gestante 
quanto à escolha dos alimentos, lembre que 
nas refeições principais o prato deve conter: 
alimentos de origem animal como 
carnes, peixes e ovos (em pequenas 
proporções); 
alimentos de origem vegetal como 
leguminosas (essenciais no prato da 
gestante), tubérculos e cereais (que 
serão a principal fonte de energia, 
dando preferência para os cereais inte-
grais e tubérculos como mandioca, ba-
tata doce, batata salsa, dentre outros); 
Alimentos in natura ou minimamente 
processados fornecerão toda a qualidade 
nutricional que a gestante necessita para 
a manutenção de um estado nutricional 
adequado tanto do bebê quanto da mulher. 
Oriente a gestante a escolher frutas, 
vegetais, tubérculos e leguminosas da 
época, já que serão mais saborosos, 
acessíveis economicamente e conterão 
menos agrotóxicos.
Veja alguns exemplos de alimentos in 
natura ou minimamente processados:
• legumes, verduras, frutas, batata, 
mandioca e outras raízes e tubérculos 
in natura ou embalados, fracionados, 
refrigerados ou congelados.
• arroz branco, integral ou parboilizado, 
a granel ou embalado; 
• milho em grão ou na espiga, grãos de 
trigo e de outros cereais; 
• feijão de todas as cores, lentilhas, grão 
de bico e outras leguminosas; 
• frutas secas, sucos de frutas e sucos 
de frutas pasteurizados e sem adição 
de açúcar ou outras substâncias; 
• castanhas, nozes, amendoim e outras 
oleaginosas sem sal ou açúcar; 
Segundo o Guia Alimentar para População 
Brasileira (BRASIL, 2017), os alimentos in 
natura ou minimamente processados são a 
base para uma alimentação nutricionalmente 
balanceada, saborosa, culturalmente 
apropriada e promotora de um sistema 
alimentar socialmente e ambientalmente 
sustentável.
Alimentos in natura
São obtidos diretamente de 
plantas ou de animais e não 
sofrem qualquer alteração após 
deixar a natureza.
Alimentos minimamente 
processados
Correspondem a alimentos in 
natura que foram submetidos a 
processos de limpeza, remoção de 
partes não comestíveis ou indese-
jáveis, fracionamento, moagem, 
secagem, fermentação, pasteuriza-
ção, refrigeração, congelamento e 
processos similares que não envol-
vam agregação de sal, açúcar 
óleos, gorduras ou outras substân-
cias ao alimento original.
35
PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
à massa de farinha de trigo e água usada 
no preparo culinário de tortas e pães 
caseiros. Uma forma interessante de 
reduzir o consumo de sal é adicionar ervas 
aromáticas desidratadas como orégano, 
sálvia, cebolinha, cúrcuma e salsinha ao 
sal de mesa – ervas aromáticas possuem 
propriedades anti-inflamatórias e trazem um 
sabor adicional às preparações.
Óleos, gorduras, sal e açúcar não 
substituem alimentos in natura ou 
minimamente processados. Esses 
são produtos alimentícios com alto 
teor de calorias, gorduras saturadas 
(presentes em óleos e gorduras, em 
particular nessas últimas), sódio 
(componente básico do sal de cozi-
nha) e açúcar livre (presente no açú-
car de mesa).
O consumo excessivo de sódio e de 
gorduras saturadas aumenta o risco de 
doenças do coração, enquanto o consumo 
excessivo de açúcar aumenta o risco de 
cárie dental, de obesidade e de várias outras 
doenças crônicas. 
Óleos e gorduras têm seis vezes mais 
calorias por grama do que grãos cozidos e 
Desde que utilizados com moderação 
em preparações culinárias com base 
em alimentos in natura ou minimamente 
processados, os óleos, as gorduras, o sal e o 
açúcar contribuem para diversificar e tornar 
mais saborosa a alimentação sem que fique 
nutricionalmente desbalanceada.
Você pode explicar para a gestante 
que óleos ou gorduras, por exemplo, 
serão utilizados para cozinhar arroz 
e feijão, para refogar legumes, verdu-
ras e carnes, para fritar ovos e tubér-
culos e no preparo de caldos e so-
pas. Óleos são também adicionados 
em saladas de verduras e legumes 
como forma de tempero. Mas orien-
te-as a utilizá-los com moderação. 
Existem pessoas que têm o costume 
de adicionar óleo no arroz e macar-
rão após o seupreparo, ultrapassan-
do as necessidades nutricionais e 
favorecendo o ganho de peso exces-
sivo. Por isso, desencoraje esse tipo 
de prática.
O sal pode ser usado como tempero em 
todas essas preparações. Ele também é 
usado no preparo culinário de conservas 
de legumes feitas em casa e é adicionado 
vegetais e folhosos (como alface, es-
pinafre, couve, tomate, abóbora, ce-
noura, beterraba, dentre outros); 
frutas, que podem ser consumidas nas 
saladas ou como sobremesa, preferin-
do sempre as que estão na safra.
Dessa forma, a gestante será capaz de 
atingir todos os nutrientes necessários de 
maneira saborosa, acessível e completa 
no seu dia a dia. Lembre-se de respeitar e 
considerar o padrão cultural da região no 
momento de orientar a gestante quanto 
ao consumo alimentar. A preservação e 
o respeito da cultura alimentar é um dos 
princípios do guia alimentar (BRASIL, 2017).
Os ingredientes culinários como óleos, 
sal e açúcar devem ser utilizados com 
moderação no preparo dos alimentos. 
Consideramos como ingredientes culinários 
todos os ingredientes utilizados para 
o preparo de uma refeição: você pode 
orientar a gestante e sua família a utilizar 
óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas 
quantidades ao temperar e cozinhar 
alimentos e criar preparações culinárias 
como bolos caseiros, pães e biscoitos. 
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PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
Na consulta de pré-natal, você pode 
explicar para a gestante que alimentos 
processados, como no caso do queijo, 
podem ser usados com moderação, 
adicionado ao macarrão ou salada, por 
exemplo. Outro alimento comum são as 
carnes salgadas adicionadas ao feijão. Em 
outras vezes, como no caso de pães e peixes 
enlatados, alimentos processados podem 
compor refeições baseadas em alimentos 
in natura ou minimamente processados. 
Mas, deixe bem claro para a gestante, que 
sozinhos ou em combinação com outros 
alimentos processados ou ultraprocessados, 
eles podem ser prejudiciais à saúde, pelo 
seu elevado conteúdo de sal, açúcar e/ou 
gordura, não sendo recomendados, segundo 
o guia alimentar (BRASIL, 2017).
Estimule a gestante e sua família a 
evitarem os alimentos ultraproces-
sados na rotina alimentar. Explique a 
eles os seus malefícios para a saúde 
da gestante.
Nas consultas de pré-natal avalie 
sempre a frequência de consumo de bis-
coitos recheados, cream cracker, chips e 
usados como ingredientes de preparações 
culinárias ou como parte de refeições basea-
das em alimentos in natura ou minimamente 
processados, já que embora o alimento pro-
cessado mantenha a identidade básica e a 
maioria dos nutrientes do alimento do qual 
deriva, os ingredientes e os métodos de pro-
cessamento alteram de modo desfavorável 
a sua composição nutricional. Em função 
do seu elevado conteúdo de sal ou açúcar, 
geralmente muito superior ao utilizado em 
preparações culinárias, o seu consumo 
excessivo está associado a doenças cardía-
cas, obesidade ou outras doenças crônicas.
Figura 10 – Alimentos processados podem ser 
usados com moderação quando adicionados à 
salada. Fonte: FomaA/Adobe Stock
20 vezes mais do que legumes e verduras 
após cozimento. O açúcar tem cinco a dez 
vezes mais calorias por grama do que a 
maioria das frutas. Entretanto, seu impacto 
sobre a qualidade nutricional da alimentação 
dependerá essencialmente da quantidade 
utilizada nas preparações culinárias. 
Por isso, oriente o uso desses produtos 
com moderação e equilíbrio! Alimentos 
processados devem ser consumidos pela 
gestante com moderação e combinados a 
preparações caseiras.
Sabe aquele pepino ou vegetal em 
conserva, o pêssego em calda, o queijo 
feito de leite e sal ou aquele pãozinho feito 
de forma tradicional (a base de farinha de 
trigo, água, sal e leveduras usadas para 
fermentar a farinha)? Esses são os alimentos 
processados, os quais são produtos 
relativamente simples e antigos, fabricados 
essencialmente com a adição de sal ou 
açúcar (ou outra substância de uso culinário, 
como óleo ou vinagre) a um alimento in 
natura ou minimamente processado.
O consumo de alimentos processados 
na gestação (assim como em outras fases 
da vida) deve ser limitado, consumindo-os 
em pequenas quantidades. Eles podem ser 
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PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
Como reconhecer alimentos 
ultraprocessados?
• Eles têm um número elevado de 
ingredientes (frequentemente cinco 
ou mais);
• apresentam ingredientes com 
nomes pouco familiares e não 
usados em preparações culinárias, 
ingredientes que provavelmente você 
não teria na prateleira de sua casa 
(gordura vegetal hidrogenada, óleos 
interesterificados, xarope de frutose, 
isolados proteicos, agentes de massa, 
espessantes, emulsificantes, corantes, 
aromatizantes, realçadores de sabor e 
vários outros tipos de aditivos);
• diferentemente dos alimentos 
processados, a imensa maioria dos 
ultraprocessados é consumida, ao 
longo do dia, substituindo alimentos 
como frutas, leite e água ou, nas 
refeições principais, no lugar de 
preparações culinárias; 
• alimentos ultraprocessados costu-
mam vir em embalagens coloridas, 
com marketing bastante intenso e pro-
pagandas na televisão e redes sociais.
bebidas adoçadas com açúcar ou adoçantes 
artificiais, pós para refrescos, embutidos e 
outros produtos derivados de carne e gor-
dura animal, produtos congelados prontos 
para aquecer, produtos desidratados (como 
misturas para bolo, sopas em pó, “macarrão” 
instantâneo e “tempero“ pronto), e uma 
infinidade de novos produtos que chegam 
ao mercado todos os anos, incluindo vários 
tipos de salgadinhos “de pacote”, cereais 
matinais, barras de cereal, bebidas energéti-
cas, entre muitos outros. 
Pães e produtos panificados tornam-se 
alimentos ultraprocessados quando, além 
da farinha de trigo, leveduras, água e sal, 
seus ingredientes incluem substâncias 
como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, 
amido, soro de leite, emulsificantes e outros 
aditivos.
Uma forma prática para ajudar a gestante 
a distinguir alimentos ultraprocessados de 
alimentos processados é ensinando-as a 
consultar a lista de ingredientes que, por 
lei, deve constar dos rótulos de alimentos 
embalados que possuem mais de um 
ingrediente. 
outros salgadinhos, macarrão instantâneo, 
refrigerantes, dentre outros alimentos ultra-
processados. Devido a seus ingredientes 
(gorduras trans, açúcar de adição, sal, 
aditivos químicos e corantes), são nutricio-
nalmente desbalanceados e prejudiciais à 
saúde da gestante e do bebê. Por conta de 
sua formulação e apresentação, tendem a 
ser consumidos em excesso e a substituir 
alimentos in natura ou minimamente proces-
sados. Lembre, por exemplo, que:
O problema principal com alimen-
tos ultraprocessados reformulados 
é o risco de serem vistos como 
produtos saudáveis, cujo consumo 
não precisaria mais ser limitado. A 
publicidade desses produtos explo-
ra suas alegadas vantagens diante 
dos produtos regulares (‘menos ca-
lorias’, ‘adicionado de vitaminas e 
minerais’), aumentando as chances 
de que sejam vistos como saudáveis 
pelas pessoas. (BRASIL, 2014)
 
Classificamos como alimentos ultra-
processados vários tipos de guloseimas, 
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PROMOÇÃO DO GANHO DE PESO 
ADEQUADO NA GESTAÇÃO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
E RECOMENDAÇÕES PARA GESTANTES 
EM NÍVEL INDIVIDUAL
rias em pequenas quantidades do produto, 
são hiperpalatáveis, encontram-se em todo 
lugar e apresentam custo baixo, induzindo 
o consumo excessivo de calorias pelas ges-
tantes. Fique atento e oriente quanto aos 
malefícios desse tipo de bebida na rotina 
alimentar. Estimule o consumo adequado de 
água na gestação. A hidratação adequada 
é fundamental durante a gestação, veja a 
seguir alguns benefícios. 
Estabiliza a pressão arterial
Elimina as toxinas
Melhora a circulação 
sanguínea
Necessária para garantir a 
circulação

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