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A Saúde no Brasil

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FURB- Fundação Universidade Regional de Blumenau
Centro de Ciências da Saúde - Departamento de Enfermagem
1ª Fase Módulo Enfermagem na Sociedade 
Professora: Andréa da Silva 
Acadêmicas: Dgeovana Eduarda Kruger, Thaynara Silveira, Estefany dos Santos Rodrigues
A organização da Enfermagem e da Saúde no Contexto da Idade Contemporânea (1930-1960)
Entre 1930 e 1960, ocorreram muitas transformações, tanto no panorama mundial quanto no brasileiro, as quais determinaram diversas mudanças na saúde. O capitalismo emergente no cenário nacional exigiu a expansão do atendimento á saúde, promovendo o desenvolvimento da rede previdenciária e a criação de hospitais, como forma de atender a crescente demanda da força de trabalho, decorrente da industrialização e urbanização no período.
Divisão do estado em dois ramos de atuação da saúde: 1: caráter preventivo: campanhas de vacinação voltado a saúde púbica. 2: caráter curativo: assistência médica, assinalado por ações da previdência social. Adotada a educação sanitária com ênfase no comportamento humano ao desenvolvimento de doenças 
Panorama Político Mundial
1930: inúmeros conflitos políticos, ideológicos e econômicos trouxeram a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Guerra Fria (1945-1991) e a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas (ONU)
Em 26 de junho de 1945, foi criada a ONU que reconheceu a necessidade de estabelecer a paz, mediante a melhoria das condições sociais e econômicas. Nesse mesmo ano, foi assinada em São Francisco (EUA), por 50 países, a chamada Carta das Nações Unidas, que objetivava a colaboração internacional para a solução dos problemas econômicos, sociais, educativos e sanitários, além de fixar os estatutos da comunidade de nações.
Histórico Socioeconômico e Político do Brasil
Os anos 1930 e, em especial, a primeira metade da década de 1940 também se caracterizaram por um sentido nacionalista voltando à defesa de novas soluções para os problemas da sociedade. A Revolução de 1930, foi uma disputa entre grupos dominantes pelo poder.
Getúlio Vargas assumiu o governo e nele permaneceu de 1930 a 1954. A era Vargas é dividida em três fases: Governo Provisório (1930/1934), Governo Constitucional (1934/1937) e Governo Ditatorial (1937/1945). No governo provisório criou-se o ministério do trabalho, da indústria e do comércio (1930), quando foi introduzida a legislação trabalhista, seguida pelo enquadramento dos sindicatos no Decreto nº19.770, de 19 de março de 1931. Em resposta ao governo provisório houve a Resolução Constitucionalista.
O ano de 1948 foi marcado pela aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos na Assembleia Geral da ONU. A declaração empenhou a concepção de dignidade e igualdade entre todos os seres humanos e até hoje baliza as noções de justiça e diretos do cidadãos.
Avanços Científicos e Tecnológicos
Quanto às inovações cientificas e tecnológicas na área da saúde, houve avanços importantes relacionados aos métodos diagnósticos e terapêuticos. A descoberta dos efeitos dos raios-X constituiu-se em um dos mais admiráveis marcos de uma revolução ocorrida no diagnóstico médico. A sua utilização inicial marcava somente os efeitos mais agudos, devido ao excesso de radiação sobre o tecido humano. Os efeitos adversos não agudos foram sendo evidenciados após muitas décadas.
Em 1948 ocorreu o aperfeiçoamento do coração artificial e em 1955, a descoberta da vacina contra a poliomielite.
A Saúde no Brasil
Até a década de 1930, as doenças eram tratadas no mundo inteiro com medicamentos produzidos à base de substâncias naturais, sendo apenas algumas elaboradas química e biologicamente nos laboratórios farmacêuticos. A partir da Segunda Guerra Mundial, houve grandes descobertas de medicamentos, decorrentes das necessidades de guerra, e a indústria farmacêutica passou a influenciar crescentemente a prática médica. Os produtos fármacos produzidos durante esta época são considerados até hoje uma das maiores conquistas da humanidade.
Apesar do avanço biomédico, o Brasil durante a Era Vargas presenciou momentos dramáticos na saúde pública, como por exemplo, a febre amarela, a malária, a tuberculose e a hanseníase.
Em 1937, com a mudança do Ministério da Educação e da Saúde houve a definição de novos rumos para a política de saúde pública, cujo alvo foram as doenças infectocontagiosas que atingiam a totalidade da comunidade. Devido ao aumento da mortalidade por doenças crônico-degenerativas, inclusive o câncer, em 13 de janeiro de 1937 o presidente Getúlio Vargas assinou o decreto de criação do Centro de Cancerologia do Serviço de Assistência Hospitalar do Distrito Federal, no Rio de janeiro.
Já na década de 1940 as principais ações de saúde pública recaíram sobre o combate à malária e à tuberculose, além da formulação de um plano nacional de combate à lepra. A febre amarela continuou a merecer a atenção do governo federal e foi desenvolvida uma parceria com a Fundação Rockefeller para a fabricação de vacinas. Os serviços sanitários passaram a incorporar os progressos tecnológicos da indústria farmacêutica sendo instituída a Campanha Nacional de Vacinação com o método BCG.
Em 1941 ocorreu a criação dos Serviços Nacionais que verticalizavam as campanhas de combate a doenças específicas e ás grandes endemias. 
Em 1948 em Minas Gerais no Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz foram desenvolvidos os primeiros estudos para o controle da doença de Chagas. Ainda em 1948, fundou-se a Sociedade Brasileira de Hansenologia.
Durante o governo de Eurico Gaspar Dutra ainda em 1948 foi lançado o Plano Salte65, um plano econômico para estimular o desenvolvimento de setores de saúde, alimentação, transporte e energia. Na área da saúde o Plano tinha como foco dentro da Campanha Nacional de Saúde elevar o nível sanitário da população rural.
Em 25 de julho de 1953, pela lei nº1.920, o então Ministério da Educação e Saúde foi desdobrado em dois ministérios: da Saúde (MS) e da Educação e Cultura (MEC). 
Em 1957 foi fabricada a vacina contra a gripe asiática pelo Instituto de Tecnologia do Paraná, durante o surto ocorrido no Estado. Em 1959, instituiu-se a Campanha Nacional de Combate à Lepra.
O trabalho da Enfermagem no Brasil
 Em 1930, com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, ocorreu uma maior ingerência do governo federal no preparo de pessoal auxiliar para atuar na saúde pública, a exemplo das visitadores sanitárias e, em 1931, o Decreto nº20.109, de 15 de junho, regulou o ensino de enfermagem no Brasil. Com a regulamentação da profissão, em 1931 houve o reconhecimento da Escola de Enfermagem Anna Nery como escola padrão. O Decreto nº2.956 de 10 de agosto de 1938, instituiu o Dia do Enfermeiro devendo ser celebrado no dia 12 de maio na forma de homenagens especiais à memória de Anna Nery em todos os hospitais e todas as escolas de enfermagem do país. 
Durante a Segunda Guerra Mundial, houve uma intensificação no preparo de profissionais enfermeiras e a inclusão de voluntários para trabalhar nas possíveis frentes de batalha. A repercussão da participação da enfermagem brasileira na guerra foi evidenciada nas manchetes dos jornais, aumentando substancialmente o número de candidatas nas escolas. As notícias ressaltavam a importância da enfermeira nos momentos de crise do país, enaltecendo os aspectos da profissão e os atributos femininos.
Um ponto bastante importante para o exercício da enfermagem nessa época foi o Projeto 1.741, que obrigava as instituições de saúde dessa época a manter um enfermeiro na chefia da equipe de enfermagem, o que assegurava a manutenção de seu exercício profissional.
Uma nova regulamentação do exercício da enfermagem profissional aconteceu em 1955, com a Lei nº2604/55. Esta lei estabeleceu que a enfermagem seria exercida no país pelas seguintes categorias: enfermeiro, auxiliar de enfermagem, parteira, enfermeiros práticos ou práticos de enfermagem e parteiras práticas.
Durante os anos de 1957/8 foi realizado o levantamento de recursos e necessidades de enfermagem no Brasil, trabalho que permitiu obterum retrato real da situação da enfermagem brasileira. Entre outros dados, verificou que esta continuava sendo uma profissão maciçamente feminina e que seu maior estrato era representado por trabalhadoras não qualificadas. Apenas 38,4% dos hospitais tinham serviços de enfermagem organizados e a direção da maioria dos serviços estava a cargo de médicos, atendentes e práticos de enfermagem. Detectou ainda escassez no número de enfermeiras e auxiliares de enfermagem.
A Educação Geral e de Enfermagem
A década de 1940 foi para a saúde e, especificamente, para a enfermagem um período de reflexão e um tempo de busca pela identidade e pelo fortalecimento da classe profissional. Tempo de pensar na formação do enfermeiro e do auxiliar, bem como nas questões do processo de divisão do trabalho, consequência, ainda, do incentivo trabalhista de Getúlio Vargas.
Nessa década de 1940, o termo “pós-graduação” foi utilizada pela primeira vez no art.71 no estatuto da Universidade do Brasil. Nos anos de 1950, foram firmados acordos entre os Estados Unidos e o Brasil, os quais estipularam convênios entre escolas e universidades norte-americanas e brasileiras por meio do intercâmbio de estudantes, pesquisadores e professores.
Surge o sistema previdenciário, com assistência médica e condições que asseguram maior produtividade, para atender interesses capitalistas no setor da saúde, privilegiando a produção dos serviços privados e favorecendo a expansão da rede hospitalar. Na corrida por aprimoramento intelectual, para a construção do corpo de conhecimentos específicos, a enfermagem começa uma divisão do trabalho, intelectualizando o enfermeiro, que passa a administrar os serviços e a fazer treinamentos e supervisão, atrelando ao auxiliar ou atendente o cuidado direto ao paciente.
Referências Bibliográficas
PADILHA, Maria Itayra; BORENSTEIN, Miriam Susskimd; SANTOS, Iraci dos. Enfermagem: história de uma profissão. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2011.