Prévia do material em texto
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: ENFERMAGEM CLÍNICA GERAL E CIRÚRGICA I CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE AMPUTADO MARCELA FONTENELE DOS SANTOS MARIA ROBERTA FREITAS DE MELO RAISA VASCONCELOS BARRETO PAIVA TASSYA MIKAELLE ALMEIDA DANTAS OPSTAD ORIENTADORA: DEBÓRA RODRIGUES GUERRA FORTALEZA – CE 2012 INTRODUÇÃO Definição: Amputação é a retirada , geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro, com o objetivo de aliviar sintomas, melhorar a função e principalmente para propiciar uma qualidade de vida relativamente melhor, sem dor e sem sofrimento. (BRUNNER & SUDDARTH, 2012) Fisiopatologia: Quando a integridade do tecido cutaneomucoso sofre uma lesão, imediatamente é iniciado o processo de cicatrização, que é a cura de uma ferida por reparação e regeneração do tecidos afetados. (SILVIA E SÔNIA ,2005) A fase inflamatória, começa no momento em que ocorre lesão tecidual e se estende por um período de três a seis dias. Neste período, o organismo é estimulado a utilizar mecanismos tais como a formação de trombos por meio da agregação plaquetária, ativação do sistema de coagulação, o debridamento da ferida e a defesa contra infecções. (SILVIA E SÔNIA ,2005) A fase inflamatória é seguida pela proliferativa, onde a atividade predominante neste período é a mitose celular. A característica básica desta fase é o desenvolvimento do tecido de granulação e a reconstituição da matriz extracelular. A fase reparadora se caracteriza pelas mudanças que ocorrem no tecido cicatricial provocadas pela síntese realizada pelos fibroblastos e a lise coordenada pelas colagenases. (SILVIA E SÔNIA ,2005) As estruturas resultantes desses processos tornam-se mais bem organizadas à medida que sofrem maturação, pois o volume da cicatriz diminui gradualmente e a coloração passa, aos pouco, de vermelho para branco pálido , característico do tecido cicatricial. (SILVIA E SÔNIA ,2005) Etiopatogenia: Dados Epidemiológicos: Estima-se que 1,7 milhões de americanos sofreram algum tipo de amputação. (BRUNNER & SUDDARTH, 2012) Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil são por causa do diabetes. São 55 mil amputações por ano no Brasil de pacientes diabéticos. A cada 30 segundos, um diabético tem pé ou perna amputado no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A sobrevida por cinco anos para todos os amputados de membro inferior é menor que 50%, em comparação com 85% para uma população com idade comparada. Os amputados diabéticos apresentam uma sobrevida por 5 anos de apenas 40%. Dois terços de todas as mortes devem-se à doença cardiovascular. Manifestações Clínicas: Perda ou comprometimento do osso, do feixe, do tecido muscular, das funções do membro e das sensações; Preocupações estéticas. (BRUNNER & SUDDARTH, 2012) Diagnóstico Médico: O estado circulatório do membro é avaliado por meio do exame físico e exames diagnósticos. A perfusão muscular e cutânea é importante . Exames de fluxometria por Doppler com ultrassom dúplex, determinações da pressão arterial e PaO2 cutânea do membro são auxílios diagnósticos valiosos. A angiografia é realizada se uma revascularização for considerada uma opção. (BRUNNER & SUDDARTH, 2012) Tratamento: Cirúrgico - resultando em um membro residual (coto) não hipersensível, com pele saudável para uso da prótese. Clínico – 1. Apoio emocional 2. Repouso no leito 3. Cuidados com o curativo 4. Farmacológico Complicações Potenciais: Hemorragia; Infecção; Ruptura cutânea; Dor do membro fantasma. OBJETIVO Descrever a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, a um paciente com diagnóstico médico de Amputação, visando à promoção de um cuidado individualizado ao paciente portador de tal patologia. METODOLOGIA TIPO DE ESTUDO: Descritivo em forma de estudo de caso LOCAL: A pesquisa foi realizada em um hospital de Fortaleza da rede pública localizado na SER VI. SUJEITO DA PESQUISA: E.M.O., 61a, masculino, com diagnóstico médico de amputação. COLETA DE DADOS: Entrevista, exame físico, observação e pesquisa documental em prontuário. PERÍODO: Outubro de 2012 ANÁLISE DE DADOS: Baseado em literatura pertinente ASPECTOS ÉTICOS: Resolução 196/96 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS 06/09 18/09 24/09 02/10 Valores de referência HEMATÓCRITO 48,6% 40,9% 40,7% 31,9% 40 a 54% HEMOGLOBINA 15,3 g/dl 13,3 g/dl 13 g/dl 10,6 g/dl 12,8 – 17,8 g/dl LEUCÓCITOS 8.800 mm3 8.500 mm3 8.800 mm3 8.900 mm3 4.000 a 10000 mm3 URÉIA 41 mg/dl 17 mg/dl 20 mg/dl 18 mg/dl 15 a 45 mg/dl CREATININA 1,05 g/dl 0,65 g/dl 0,78 g/dl 0,78 g/dl 0,7 a 1,2 g/dl PCR - - - 159,6 < 6 TEMPO DE PROTROMBINA - 14.9 13.3 - 137(controle de referência) TEMPO DE TROMBOPLASTINA - 29,4 30,4 - 32,7(controle de referência) SÓDIO (NA) 139 mmol/L 139, mmol/L - - 134 - 146 mmol/L POTÁSSIO 4,2 mmol/L 4 mmol/L - - 3,4 - 4,5 mmol/L CÁLCIO IÔNICO - 131 mmol/L - - 1,15 -1,32 mmol/L GLICEMIA 261 mg/dl - - - 70 a 99 mg/dl PLAQUETAS 231.000 197.000 282.000 296.000 150.000 a 450.000 PRESCRIÇÃO MÉDICA Dieta para diabetes mellitus (DM); Ranitidina 150 mg VO 12/12 h ; bloqueia diretamente a secreção das células parietais do estômago, por mecanismo competitivo com a histamina. Dipirona 2ml + SF 100 ML IV se dor ou febre ( 6/6 h); Ação analgésica e antipirética. Dimeticona 40gotas após refeições; atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, levando ao rompimento as bolhas que retêm os gases. Cefepime 2g IV (8/8h); age por inibição das sínteses da parede celular bacteriana. Vancomicina 1g + SF 100 ml IV (12/12h); Inibe a síntese da parede celular da bactéria. AAS 100 mg VO / dia; baseia-se na inibição irreversível da enzima15 ciclooxigenase, envolvida na síntese das prostaglandinas; também inibe a agregação plaquetária, bloqueando a síntese do tromboxano A2 nas plaquetas. Sinvastatina 20mg VO/ noite; reduz as concentrações do colesterol plasmático total e do colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade (LDL) e à lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL). Também leva ao aumento moderado do HDL- colesterol e à redução dos triglicérides plasmáticos. Captopril 25 mg VO (8/8 h); impede a conversão da angiotensina I em II, pela inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA), resultando na diminuição das concentrações séricas de angiotensina II. Heparina 5000 SC (8/8 h); Clindamicina 600mg IV (8/8 h); Esquema de insulina conforme glicemia; Curativo; SSVV. PLANO DE CUIDADOS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Distúrbio da imagem corporal relacionado com amputação de parte do corpo. A enfermeira deve encorajar o paciente a olhar, tocar e cuidar do membro residual. Identificar as forças do paciente e os recursos para facilitar a reabilitação. Ajudar o paciente a readquirir nível prévio de funcionamento independente. O paciente que for aceito como uma pessoa integral é mais rapidamente capaz de retomar a responsabilidade pelo autocuidado, o autoconceito melhora e as alterações na imagem corporal são aceitas. Mobilidade física prejudicada relacionada com a perda do membro. Encorajar o paciente a virar-se de um lado para o outro e assumir a posição de decúbito ventral, se possível, para estender os músculos flexores e evitar a contratura de flexão do quadril. Estimular o paciente a não se sentar por longos períodos de tempo para evitar a contraturapor flexão. A enfermeira deve encorajar o paciente a usar dispositivos auxiliares para um desempenho mais rápido nas atividades de autocuidado e para identificar se há alguma modificação a ser feita no domicilio para realizar essas atividades no ambiente doméstico. Dor aguda relacionada com a amputação. A mudança de posição do paciente ou a colocação de um saco de areia leve sobre o membro residual para contrabalancear o espasmo muscular pode melhorar o nível de conforto do paciente. A dor cirúrgica pode ser efetivamente controlada com analgésicos opióides, que podem ser acompanhados pela evacuação do hematoma ou do líquido acumulado. Integridade da pele prejudicada relacionada com a amputação cirúrgica. A enfermeira deve manusear delicadamente o membro residual; Sempre que for trocar o curativo, a técnica asséptica é necessária, para evitar infecção da ferida e a possível osteomielite. Ensinar o paciente e seus familiares a envolver o membro residual com curativos elásticos. Se o gesso\curativo elástico se desprender inadvertidamente, a enfermeira deve envolver imediatamente o membro residual com bandagens elásticas compressivas. Se isso não for feito, um edema excessivo vai se acumular em pouco tempo, ocasionando um atraso na reabilitação.Se a cobertura do gesso de desprender, a enfermeira deve avisar o cirurgião, para que outro gesso seja aplicado rapidamente. Após a incisão ter cicatrizado, o paciente é instruído sobre como cuidar do membro residual. EVOLUÇÕES DE ENFERMAGEM CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS