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WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 1 MICROBIOLOGIA PR1 Aula 1 – Citologia e fisiologia bacteriana..............................................................................................Página 01 Exercícios..................................................................................................................................Página 04 Aula 2 – Microbiota anfibiôntica humana e mecanismos de patogenicidade bacteriana.......................Página 09 Exercicios..................................................................................................................................Página 11 Aula 3 - Esterilização............................................................................................................................Página 14 Aula 4 – Antimicrobianos e mecanismos bacterianos de resistência.....................................................Página 17 Exercicios..................................................................................................................................Página 21 Aula 4 – Cocos Piogênicos Streptococcus e Staphylococcus................................................................Página 25 Exercicios.................................................................................................................................Página 28 Aula 06 – Casos clínicos de Infecção hospitalar (Seminário) ...............................................................Página 32 Aula 07 – Corinebacterias e difteria / Micobactérias: tuberculose e hanseníase...................................Página 38 Aula 08 – Bactérias anaeróbias: Infecções endógenas, tétano e botulismo...........................................Página 42 WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 2 Aula 1 – Citologia e fisiologia bacteriana Formas e arranjos das bactérias: - COCOS (Estafilococos, Streptococos, Diplococos) - BACILOS OU BASTONETES (Porphyromonas gingivalis, Escherichia coli) - ESPIRILOS OU ESPIROQUETAS (Treponema, Leptospira) - VIBRIÕES (Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus) Célula Estruturas citoplasmáticas - Ausência de membrana nuclear - Ausência de plastídeos autônomos, como mitocôndrias e cloroplastos - Ausência de estruturas microtubulares e aparelho mitótico - Ausência de RE, aparato de golgi, lisossoma - Ribossomos de 30s e 50s (70s) - Grânulos de armazenamento: hidroxibutírico, glicose (amido e glicogênio), enxofre, fosfato (volutina) Parede celular - Manutenção da forma bacteriana - Proteção contra pressão osmótica - Crescimento e divisão celular - Comunicação com o ambiente - Função antigênica e de virulência Estrutura de parede - Bactérias com parede celular defeituosa. Ex: micoplasma - Bactérias com parede de mureína. Ex: Gram-positivas e Gram-negativas - Bactérias com parede rica em lipídeos. Ex: micobactérias (BAAR) WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 3 Membrana citoplasmática. Funções: - Permeabilidade seletiva e transporte de solutos - Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa - Excreção de exoenzimas hidrolíticas - Sustentação de moléculas transportadoras para biossíntese de DNA, polímeros de parede e lipídeos de membrana Flagelo - Locomoção - Quimiotaxia Cápsula - glicocálice - Camada externa à parede celular, compacta e definida. - Composta de polissacarídeos ou proteínas - Composta por moléculas de alto peso molecular, conferindo alta viscosidade - Camada excretada de origem polissacarídica, apresentando-se de maneira frouxa. - Atividade antifagocitária - característica hidrofílica - Papel de aderência aos tecidos do hospedeiro - Inibição da resposta imune inespecífica Pili ou fímbria - Filamento curto composto de proteínas ou glicoproteínas - Comum em gram-negativas - Tipos de pili ou fímbria: Pili de aderência - Fator de colonização Pili sexual - Conjugação bacteriana Esporos bacterianos São formas de resistência bacteriana às condições adversas do meio ambiente. Quando encontram condições favoráveis germinam transformando-se em células vegetativas. Bacillus. Ex: B. anthracis, B. cereus. Clostridium. Ex: C. tetani, C. botulinum, C. perfringens WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 4 EXERCÍCIOS AULA 1 1. Descreva os principais componentes de uma célula procarionte. Nucleóide, ribossomos, mitocôndria, membrana plasmática e parede celular 2. Cite 3 diferenças entre as células procarióticas e eucarióticas. Procarióticas: cromossomo com DNA circular (sem carioteca); ausência de mitocôndrias; tem plasmídeo. Eucarióticas: cromossomo com DNA linear (com carioteca); presença de mitocôndrias; não tem plasmídeo. 3. Qual a principal diferença entre uma célula eucariótica e uma procariótica? Na célula procariótica a carioteca está ausente 4. Descreva o DNA cromossomal de uma célula procarionte Um cromossomo composto por uma molécula de duas fitas de DNA circular 5. O que é um plasmídeo? Moléculas menores de DNA de duas fitas circulares 6. Onde está localizado o DNA de plasmídeo? Localizadas fora do cromossomo 7. Quais as principais características do DNA do plasmídeo? Codificam características não essenciais, ex. fatores de agressão Alguns podem ser transferidos para outras células (transmissíveis) 8. Quais principais funções da parede celular? Protege a célula contra a expansão (lise osmótica) Morfologia bacteriana 9. Qual composição da parede celular? Peptideoglicano (mureína): Dissacarídeos + Polipeptídeos 10. Cite 3 funções da parede celular bacteriana. Impedir a lise osmótica, dar forma à bactéria (cocos, bacilos ou espiraladas), local da ação de antimicrobianos, ponto de ancoragem dos flagelos. 11. Diferencie a parede celular de bactérias classificadas como gram - das gram +. Gram - : possuem membrana externa com bicamada fosfolipídica e lipopolissacaríeos e proteínas na camada externa; têm uma fina camada de peptideoglicano (5-10%); Gram + : não possuem membrana externa; têm grande quantidade de peptideoglicano (+50%); contêm ácidos teicóicos e lipoteicóicos. 12. O lipopolissacarídeo LPS é uma substância altamente indutora de inflamação, cite 3 de suas respostas fisiológicas e descreva como essa substância auxilia na indução da inflamação. Febre, coagulação disseminada e choque; vai promover a liberação de citocinas inflamatórias no organismo ( IL 1 e TNF). WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 5 13. A parede celular é quimicamente constituída de peptideoglicano. Qual o significado desta característica para o diagnóstico das doenças bacterianas? Se a parede for composta com uma fina camada de peptideoglicano, pode-se afirmar que é gram -; caso contrário, ela é gram +. Logo, é possível aplicar tratamento adequado para cada situação. 14. Descreva a parede celular de GRAM POSITIVAS (+). Cor roxa Muitas camadas de Peptideoglicano organizado em várias camadas Parede muito espessa Não possuem membrana externa 15. Descreva a parede celular de GRAM NEGATIVAS (-). Cor vermelha Uma ou duas camadas de peptideoglicano Fina camada de Peptideoglicano Possuem membrana externa com LPS (Lipopolissacarídeo) Encontrada no espaço periplasmático 16. A parede celular é quimicamente constituída de peptideoglicano. Qual o significado deste achado para medicina? Resposta: É a base para caracterização das bactérias, importante no diagnóstico das infecções bacterianas e no mecanismo de ação e de resistência dos antibióticos 17. As bactérias são diferenciadas pela: a) Morfologia e bioquímica b) Características morfológicas e genéticas c) Necessidades nutricionais e fonte de energiad) Atividades bioquímicas e) Todas estão corretas Resposta: e) Todas estão corretas 18. As fimbrias são estruturas proteicas responsável pela adesão. Qual a relação que existe entre este fato e a diarreia infantil? Resposta: A adesão é o primeiro processo da infecção, onde a bactéria se instala e coloniza a mucosa intestinal, produzindo os seus efeitos deletéricos Elas ajudam a bactéria a se instalar no hospedeiro e, consequentemente, a causar a doença por meio da colonização. 19. Cite 2 funções da membrana citoplasmática. Resposta: -É uma barreira responsável pela separação do meio interno e externo da célula -Atua em diversas funções como transporte de solutos de maneira altamente seletiva 20. Assinale as opções verdadeiras A cápsula, apesar de não ser essencial à vida da célula bacteriana, pode desempenhar várias funções: ( ) Reservatório nutricional e de água; ( ) Aumento da capacidade invasiva de bactérias patogênicas (escapam à ação dos fagócitos); ( ) Aderência, pois as cápsulas possuem receptores específicos que servem como sítios de ligação com outras superfícies; ( ) Aumento da resistência microbiana a biocidas; Todas estão corretas OBS.: Resistir à fagocitose, aumentando a virulência da bactéria. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 6 21. Assinale Verdadeiro ou Falso para a seguinte afirmativa: O método de Gram permite classificar as bactérias em dois grandes grupos: as que retêm Violeta de genciana (Gram-positiva) e as que não retém a violeta genciana (Gram-negativa). (X) Verdadeiro ( ) Falso 22. Assinale Verdadeiro ou Falso para a seguinte afirmativa: O método e Gram é útil para determinar a forma (cocos e bacilos), e o arranjo das células após a divisão celular (em forma de cacho, cadeias, sarcina, etc.). (X) Verdadeiro ( ) Falso 23. O que é LPS – Lipopolissacarídeo? Conhecido como endotoxina Constituído por Lipídeos A + Polissacarídeo (antígeno O) Respostas fisiológicas: febre, coagulação disseminada, choque 24. O que são Cocos? São bactérias de formato esférico (arredondadas) 25. O que são bacilos? São bactérias em forma de bastão 26. O que são Espirilos? São bactérias espiraladas 27. O que são Vibriões? Bacilos curvos RESUMO 28. Como é constituída a membrana citoplasmática das bactérias? Segue o modelo mosaico fluido (bicamada lipídica com proteínas inseridas) WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 7 29. Como são classificadas as bactérias de acordo com a morfologia? - Cocos: diplococo, estafilococo, estreptococo, tétrade e sancina. - Bacilos: bacilo único, diplobacilo, cocobacilo e estreptobacilo. - Espiraladas: vibrião, espirilo e espiroqueta. 30. Cite a função e importância dos flagelos e pilli F? Saber sobre fatores de virulência Os flagelos são responsáveis pela locomoção/mobilidade da bactéria, sendo assim importantes para invadir o organismo e causar a patologia. O pili F (pili sexual) é responsável pela transmissão de material genético, durante a conjugação, entre bactérias de mesma espécie ou de espécies diferentes. 31. Assinale Verdadeiro ou Falso para a seguinte afirmativa: O método e Gram é útil para determinar a forma (cocos e bacilos), e o arranjo das células após a divisão celular (em forma de cacho, cadeias, sarcina, etc.). (× ) Verdadeiro ( ) Falso 32. Quais funções da membrana plasmática? Permeabilidade seletiva Auxilia na respiração celular (mesossomo) 33. O que são fímbrias e Pili? São estruturas finas e curtas, que recobrem algumas bactérias 34. Qual função da fimbrias e Pili? Facilita a adesão e fixação 35. Qual tipo de GRAM (+ ou -) possui fimbrias e pile? Apenas bactérias GRAM negativas (-) possuem 36. O que é Pili F ou sexual? São estruturas finas e curtas que possibilitam a troca de material genético entre as bactérias 37. Defina o que é Cápsula? Estrutura polissacarídica ou polipeptídica 38. Onde encontra-se a cápsula? Está firmemente aderida a parede celular 39. Quais as principais funções da cápsula? Proteção contra fagocitose e aumenta o poder invasivo da bactéria Ex: Streptococcus pneumoniae 40. O que são flagelos? De exemplos. Estrutura de locomoção presente em algumas bactérias. Ex: Proteus, E. coli 41. Quais são as fases do crescimento bacteriano? Fase de adaptação, fase exponencial, fase estacionaria e fase de declínio WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 8 42. Qual principal tipo de reprodução bacteriana? Divisão binaria 43. Quais os principais fatores que influenciam o crescimento bacteriano? Fatores físicos: Temperatura, pH, pressão osmótica e atmosfera gasosa Fatores químicos: Carbono, nitrogênio, enxofre, fosforo e oligoelementos 44. Explique por que a temperatura influencia no crescimento bacteriano? Toda bactéria apresenta uma temperatura ideal de crescimento, a refrigeração por exemplo, inibe o metabolismo de bactéria que crescem melhor no calor. 45. Qual classificação das bactérias encontrasse com crescimento ideal na faixa de 37ºC? Bactérias mesófilas 46. De acordo com a oxigenação, como é dividido os tipos de bactérias? Bactérias aeróbicas, anaeróbicas, Microaerófilo e Anaeróbio facultativo 47. Defina bactérias aeróbicas. De exemplo São aqueles microrganismos que só crescem na presença de oxigênio por utilizarem este composto como receptor final de elétrons. Ex: Pseudomonas aeruginosa 48. Defina bactérias anaeróbicas. De exemplo São aqueles microrganismos que podem ser mortos pelo oxigênio, e que não utilizam ele para suas reações de produção de energia Ex: Tétano 49. O que é Microaerófilo. De exemplo São microrganismos que só crescem em atmosfera contendo concentração de oxigênio menor que a encontrada no ar atmosférico Ex: Campylobacter jejuni 50. O que é bactérias Anaeróbio facultativo? São aqueles microrganismos que crescem na presença do ar atmosférico, mas podem também crescer na sua ausência. 51. Defina esporos bacterianos: endosporos? Estrutura de resistência – calor, falta de nutrientes, alterações de pH, radiação e agentes químicos. Metabolicamente inativo Germinação em condições novamente favoráveis. 52. Qual gêneros formam esporos? Clostridium e Bacillus 53. O que é ponte cruzada? São cadeias de dissacarídeos + polipeptídeos WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 9 Aula 2 – Microbiota anfibiôntica humana e mecanismos de patogenicidade bacteriana Microbiota x flora - Bactérias não são mais classificadas no reino vegetal. - Reino -Procaryotae ou Monera - Domínio – Bactéria – inclui procariotas patogênicos e não patogênicos - Flora normal x microbiota anfibiôntica Microbiota anfibiôntica Fatores importantes no equilíbrio: número de microrganismos + virulência dos microrganismos tem que se igualar com a resistência do hospedeiro. Aquisição da microbiota - Na vida intra uterina o estado microbiológico da criança é estéril, logo depois que nasce se depara com contaminação da microbiota vaginal materna - Epiderme, mucosas dos sistemas digestivo, respiratório superior e gênito-urinário - Sistema cardiovascular e linfático e sistema nervoso são áreas assépticas - Na mucosa da cavidade oral: Streptococcus salivarius. Primeiro colonizador células epiteliais da mucosa oral. 100% de aderência na bochecha e na língua Fatores de virulência bacteriana São estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a bactéria aumentar sua capacidade de causar uma infecção. Fatores de virulência são fatores de patogenicidade. Quanto mais virulência, maior capacidade de provocar infecção. Relacionados com a colonização bacteriana Adesão - adesinas Fímbrias ou pili – Escherichia coli na mucosa da bexiga, enterobactérias mucosa intestinal Ácido lipoteicóico,(bactérias Gram-positivas), Streptococcus - orofaringe LPS (bactérias Gram-negativas) Exopolissacarídeos: Streptococcus salivarius aderem nas células da mucosa oral através de fímbrias. Streptococcus mutans aderem ao esmalte dentário através de exopolissacarídeos. Invasão - invasinas (proteínas que induzem a fagocitose por células epiteliais) Englobamento bacteriano intracelular. Exemplos: Salmonella, Shigella e Listeria Relacionados com a lesão no organismo do hospedeiro - Enzimas líticas - hialuronidase, proteases, (colagenase): destroem os tecidos e fibras colágenas favorecendo a infecção microbiana. - Toxinas Exotoxinas - tetânica, diftérica, enterotoxina Endotoxinas - (LPS) - bactérias Gram negativas WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 10 PROPRIEDADES EXOTOXINAS ENDOTOXINAS Fonte bacteriana Maioria das bactérias Gram positivas Somente bactérias Gram negativas Produção Produto metabólico do crescimento celular Presente no LPS da membrana externa da parede celular, liberação após a destruição bacteriana Bioquímicas Proteína ou pequeno peptídeo Porção lipídica (lipídeo A) do LPS Farmacológicas Apresentam funções específicas para uma determinada estrutura celular; afetam principalmente funções celulares, células nervosas e do trato gastrointestinal Febre, fraquezas, dores e choque. Todas produzem o mesmo efeito Estabilidade ao aquecimento Não são estáveis, a maioria pode ser destruída entre 60– 80ºC Estáveis, permanecem inalteradas mesmo após tratamento por uma hora a 120ºC (autoclave) Toxicidade (capacidade de produzir doença) Alta Baixa Produção de febre Sim Sim Imunologia (anticorpos) Podem ser convertidas em toxóides para utilização como imunógenos contra toxinas. São neutralizadas por antitoxinas Não são facilmente neutralizadas por antitoxinas. Toxóides são pouco eficazes contra a toxina Dose letal Pequena Consideravelmente grande Doenças clássicas Gangrena gasosa, tétano, botulismo, difteria, escarlatina Febre tifóide, infecções do trato urinário, meningite meningocócica, doença periodontal Sideróforos de microrganismos - Substâncias bacterianas que apresentam grande afinidade pelo ferro retirando-o das proteínas carreadoras do organismo hospedeiro. - Quando retirado, o ferro é carreado para receptores que o transportam para o citoplasma. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 11 EXERCÍCIOS 1) Defina microbiota anfibiôntica Microrganismos que estabelecem uma residência mais ou menos permanente (colonização), mas que não produzem doenças em condições normais É composta constantemente de microrganismos comensais, que habitam a pele e as mucosas de indivíduos normais e sadios 2) Como se classifica a microbiota normal? Em permanente e transitória 3) Defina uma microbiota normal do tipo transitória. Microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos encontrados em superfícies externas e internas, durante algumas horas, dias, meses ou mesmo semana. Com o desequilíbrio da microbiota normal, podem se proliferar e produzir doenças 4) Como ocorre a aquisição da microbiota normal? Pode ocorrer colonização durante o parto com a contaminação com a microbiota vaginal materna. Pode ocorrer também a introdução de microrganismos através da respiração, alimentação, ambiente e etc. 5) Quais as funções da microbiota normal? Previne colonização por bactérias patogênicas Competição por nutrientes e receptores das células Produção de bacteriocinas → E. coli X Salmonella (patógeno) Afetam condições de pH – Lactobacilos mantem acidez na flora vaginal (pH=4,0): inibe Cândida albicans Bactérias da pele produzem ácidos graxos que dificultam a invasão por outras espécies Bactérias intestinais produzem vitamina B e K em quantidades suficientes para compensar uma dieta deficiente nestas vitaminas 6) Quais fatores interferem no equilíbrio da microbiota? Dieta, Estresse, Clima, Drogas, Infecção, Resposta imune, Antibióticos, Idade, Câncer e etc. 7) Se tratando de uma microbiota normal, quando pode causa doenças? Em indivíduos saudáveis: Fora do sítio anatômico Ex: Escherichia coli → intestino (microbiota normal) X trato urinário (patógeno) Em indivíduos com deficiência nas defesas físicas, químicas ou biológicas Em indivíduos imunodeprimidos: - Imunodeficiências genéticas - Imunodeficiências adquiridas - Imunossupressão induzida por drogas - Doenças auto-imunes 8) O que é patógeno? Organismo que vive na superfície ou no interior do hospedeiro, causando danos ‘’Capaz de causar doença’’ WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 12 9) O que é patogenicidade? Capacidade do microrganismo provocar danos em um hospedeiro ‘’Alterações fisiológicas’’ 10) O que é virulência? Grau de patogenicidade, ou seja, a dose ou o número de células que resultara em resposta patológica em um dado período ‘’Habilidade em causar doenças’’ 11) Quais fatores influenciam a patogenicidade? Defesas imunológicas do hospedeiro; Defesas físicas do hospedeiro; Defesas químicas do hospedeiro; Defesa biológica do hospedeiro (microbiota normal); Fatores de virulência (pilus simples, exotoxina, cápsula); Número de microrganismos (relacionado com a dose infecciosa); 12) A respeito dos fatores de virulência. Descreva cada uma e de exemplos. Adesão: Aderência – adesinas Fimbrias ou Pili (gram negativas) Ácido lipoteicóico exopolissacarídeos (bactérias gram-positivas) Ex: Salmonella sp – adere as vilosidades da mucosa intestinal pelas fimbrias Invasão: Invasinas Proteínas que induzem a fagocitose por células epiteliais Englobamento bacteriano intracelular Ex: Salmonella, Shigella e Listeria Obs. Invasinas causam modificação no citoesqueleto 13) Descreva Sideroforos. Substancias bacterianas que apresentam grande afinidade pelo ferro retirando-o das proteínas carreadoras do organismo hospedeiro Quando é retirado, o ferro é carreado para receptores que o transportam para o citoplasma 14) Defina toxicidade. Capacidade de um organismo causar uma doença por meio de uma toxina que inibe a função ou mata a célula hospedeira 15) O que é exotoxinas? De exemplos. Proteínas toxicas liberadas pela célula do patógeno, à medida que ele cresce. Ex: enterotoxina, neurotoxina e nefrotoxina 16) O que é endotoxinas? Lipopolissacarideos (LPS) da camada externa de GRAM-NEGATIVAS que estão ligadas a célula e liberadas em grandes quantidades quando as células sofrem lise Ex: Relacionadas com a febre, inflamação e choque séptico WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 13 17) Qual tipo de exotoxina destroem a integridade da membrana citoplasmática, promovendo a lise celular? Exotoxinas citolíticas 18) Descreva Endotoxinas Toxinas de Salmonella, Escherichia coli Natureza química: LPS (Lipopolissacarídeo) Produzidas por bactérias GRAM NEGATIVAS Resistentes ao calor Menos toxinas que as exotoxinas Pirogênica (estimulam liberação de pirógenos) 19) Quais propriedades químicas das Exotoxinas e Endotoxinas? Exotoxinas: Proteínas, excretadas por determinadas Gram-negativas ou Gram-positivas Endotoxinas: Lipopolissacarídeo – liberado por lise celular – parte da membrana externa de Gram- negativas 20) Quais mecanismos de ação, sintomas das Exotoxinas e Endotoxinas? Exotoxinas: Especifico, geralmente ligam-se a receptores ou estruturas especificas, atuam como citoxinas. Endotoxinas: Geral, febre, diarreia, vomito 21) Fale sobre a toxicidade em relação a Exotoxina e Endotoxinas Exotoxinas: Frequentemente muito toxica, algumas vezes fatais Endotoxinas: Pouco toxica, raramente fatais 22) Quanto ao potencial de febre das Exotoxinas e EndotoxinasExotoxinas: Geralmente não produz febre Endotoxinas: Pirogênica, frequentemente induz febre no hospedeiro WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 14 Aula 3 - Esterilização Doenças Infecciosas Transmissíveis Bacterianas - Tuberculose - Difteria - Coqueluche - Impetigo - Meningite - Gonorréia - Sífilis Virais - Gripe - Influenza - AIDS - Hepatite - Herpes - Caxumba - Rubéola - Sarampo Conceituação e definição de termos - Esterilização: destruição de todas formas de vida microbiana, incluindo esporos de bactérias e fungos. - Desinfecção: destruição das formas vegetativas de microrganismos (patogênicas e não patogênicas), sem que ocorra a destruição de esporos. O termo é aplicado para superfícies inanimadas (objetos, instrumentos, mesas e bancadas). O agente químico utilizado é um desinfetante. - Anti-sepsia: inibição do crescimento ou destruição de microrganismos sobre uma superfície de tecidos vivos (mucosas, epiderme). O agente químico utilizado é um anti-séptico. - Degermação: remoção mecânica de microrganismos de uma superfície de tecidos vivos, por exemplo, na lavagem das mãos. - Sanitização: utilizado em saúde pública para indicar redução microbiana a níveis de segurança, compatíveis com a saúde do indivíduo. Geralmente é aplicado para grandes ambientes: enfermarias, quartos, salas, etc. - Bactericida: agente químico que mata bactéria (patogênica ou não), mas não destrói seus esporos. - Esporicida: agente químico que destrói esporos de bactérias e fungos. - Germicida: o mesmo que bactericida, usado especialmente com referência à destruição de bactérias patogênicas. - Virucida: agente químico que inativa ou destrói vírus, quando aplicado tanto em tecidos vivos como em superfícies inanimadas. - Fungicida: agente químico que destrói fungos patogênicos ou não em tecidos vivos ou superfícies inanimadas. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 15 Métodos Físicos I - Calor - Calor seco Chama do Bico de Bunsen (laboratório de Microbiologia) incandescência Forno Pasteur - 170ºC/ 60 min 160ºC/ 90 min Esterilizador de “bolinhas” Pérolas de vidro ou sal – 218ºC / 10 segundos Endodontia - limas e dilatadores. - Calor úmido Água em ebulição – 100ºC/30 min – desinfecção, não destrói esporos. Autoclave- vapor sob pressão 121ºC/15- 30 min-esterilização. Destrói esporos. Controle da corrosão metálica Adição-soluções anticorrosivas: Métodos Físicos II - Radiações - Raios Ultravioleta – não ionizantes, baixo poder de penetração. Lâmpadas germicidas Sanitização - salas de cirurgia, enfermarias, laboratório de microbiologia. - Raios X e Gama – ionizantes, alto poder de penetração. Cobalto (raios gama) - indústria de material descartável: seringa, agulha, bisturi, sugador de saliva. Métodos Físicos III - Vibração ultrassônica Não esteriliza, mas limpa o instrumental, quando imerso em banho com detergentes. Remoção da matéria orgânica - Filtração Retenção física de microrganismos em membranas de ésteres de celulose (poros de 0,2μm) - soluções termolábeis: Plasma, vitaminas, anestésicos. Agentes Químicos I - Halogênios Cloro: purificação da água para beber- 0,1/0,2 ppm Hipoclorito de sódio – NaClO- desinfetante Concentração de cloro livre - líquido de Dakin (0,5%), solução de Milton (1,0%), água sanitária (2 -2,5%), soda clorada (5,25%). Iodo:anti-sepsiada epiderme – solução alcoólica a 2%. Iodóforos (iodo-PVP, iodopolividona) - não mancham e não irritam pele e mucosas. Cerca 1% de iodo livre conjugado com agente tenso-ativo. Flúor- anti-sépticos bucais e dentifrícios (NaF, MFP) Agentes Químicos II - Alcoóis: etílico e isopropílico: 70% - germicida, não esporicida. - Fenóise derivados: Ácido carbólico Lister, sec.XIX - assepsia cirúrgica. Bifenóis - hexaclorofeno (sabões) Triclosan - dentifrícios e anti-sépticos bucais. Clorexidina - bi-guanida - desinfetante (1%), anti-séptico bucal (0,12%). Periogard® WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 16 Agentes Químicos III - Oxidantes: peróxido de hidrogênio, peróxido de Zn, permanganato de K. - Metais pesados: prata, mercúrio, cobre, zinco. - Corantes: Cristal violeta – aplicação tópica sol. aquosa 0,5% - tratamento da candidíase oral - Aldeídos: soluções aquosas de formaldeído (3 a 8% -formalina) e glutaraldeído (2% solução alcalina). Germicida Agentes Químicos IV - Sais Quaternários de Amônia Detergentes catiônicos e aniônicos – agentes tenso-ativos. Cloreto de benzalcônio –desinfetante Cloreto de cetilpiridíneo – anti-séptico bucal (0,05%) -Cepacol® Agentes Químicos V - Aerosóis: glicóis propilenoglicol - sanitização de enfermarias e ambientes fechados. - Gases: Paraformaldeído e formaldeído (37%) aquecidos. Fumigação. Mas eficaz – 70% umidade /20°C. Óxido de etileno – esterilização de material cirúrgico embalado. Ác. Peracético e betapropiolactona uso limitado - toxicidade WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 17 AULA 4 – Antimicrobianos e mecanismos bacterianos de resistência Antibiótico: “Substâncias elaboradas por seres vivos [...], capazes de agir como tóxicos seletivos sobre os microrganismos, em pequenas concentrações.” Exemplos de fontes de antibióticos: - Bactérias - Fungos - Vegetais Antimicrobiano: Produzidos por seres vivos ou em laboratório Antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos: - Penicilinas - Macrolídeos - Aminoglicosídeos - Metronidazol - Sulfonamidas - Quinolonas Há quimioterápicos com ação antibiótica que não atuam sobre microrganismos: drogas para o tratamento de tumores Critérios para a caracterização do processo infeccioso bacteriano/fúngico: - Diagnóstico clínico. Anamnese e exame físico adequados - Diagnóstico apoiado por exames auxiliares. Rx-tórax em pneumonias; líquor em meningites etc - Diagnóstico etiológico. Identificação do agente etiológico (cultura, sorologia, equip. automatizados etc) - Infecções graves sem diagnóstico. 1 ou + antibióticos, precedidos de coleta de materiais diversos para isolamento e TSA Antibiograma (TSA) - Teste de Sensibilidade in vitro TSA (teste de sensibilidade a antimicrobianos) - Tipos Método de diluição Método de difusão Mecanismos de ação dos antimicrobianos 1. Inibição da Síntese da Parede Celular 2. Interferência na Permeabilidade da Membrana Citoplasmática 3. Interferência na Síntese Protéica 4. Interferência na Replicação do DNA 5. Interferência na Síntese do DNA WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 18 Sítio de ação: PAREDE CELULAR - Penicilinas Liga-se às PBPs na superfície externa da MC, bloqueando a síntese do Peptideoglicano - PBP1: transpeptidase > alongamento da célula - PBP2: transpeptidase e carboxipeptidase >manutenção da forma durante a reprodução - PBP3: carboxipeptidase > septação na divisão celular - PBP4 e 7: endopeptidase > determinação da forma - Cefalosporinas Liga-se às PBPs (1 e 3) na superfície externa da MC, bloqueando a síntese do Peptideoglicano - Carbapenemas e Monobactâmicos - Vancomicina - Bacitracina Interferência na Síntese da Parede Celular - A resistência a estas drogas pode se dar pela produção de b-lactamases, pela seleção da membrana externa ou por alteração estrutural das PBPs - Podem agir em várias etapas da síntese de parede celular. - Agem durante a replicação celular, quando da formação de uma nova parede celular 1. Síntese dos monômeros de N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico (fosfomicina) 2. Transporte dos monômeros pela membrana citoplasmática (bacitracina) 3. Polimerização com aformação das ligações b-1-4 (espaço extracelular ou periplasmático) (vancomicina) 4. Transpeptidação dos aminoácidos entre os ácidos N-acetilmurâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas, monobactâmicos) Sítio de ação: MEMBRANA CITOPLASMÁTICA - Polimixinas (B e colistina) - Daptomicina (restrito a hospitais) - Anfotericina B e Nistatina Liga-se aos esteróis da Membrana Citoplasmática Interferência na Membrana Citoplasmática - São tóxicos para células humanas (uso com cautela e monitoramento) - Desorganização funcional: Polimixinas (contra Gram-negativas) Daptomicina (contra Gram-positivas) Nistatina (fungicida) Anfotericina B (fungos e protozoários) - Alterações na síntese (desorganização estrutural): Aminoglicosídeos Sítio de ação: SÍNTESE PROTÉICA Lesão reversível - bacteriostático - Tetraciclinas e Glicilciclinas Liga-se à subunidade 30S impedindo a fixação do RNAt Quelante de cálcio e íons metálicos (bactericida) - Lincosamídicos e Macrolídeos Liga-se à subunidade 50S impedindo a incorporação dos aminoácidos à cadeia em formação Podem ser bactericidas dependendo da espécie e da dose - Oxazolidinonas Liga-se à fração 23S da subunidade 50S bloqueando a formação de um complexo de iniciação 70S e impedindo o processo de transcrição na síntese de proteínas. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 19 Lesão irreversível - bactericida - Aminoglicosídeos Sua entrada na célula-alvo depende do O2 Ligam-se de forma irreversível à fração 30S promovendo erros na incorporação de aminoácidos à cadeia em formação (proteínas defeituosas > morte celular) Interferência na Síntese Protéica - Podem agir em várias etapas da síntese de proteínas - Uma substância pode competir com outra também inibidora da síntese protéica, anulando seu efeito 1. RNA-polimerase sintetiza RNAm (transcrição) (rifocinas) 2. Fixação do RNAm à fração 30S do ribossoma (cloranfenicol, aminoglicosídeos) 3. Incorporação de aminoácidos no ribossoma pelo RNAt (tradução) (tetraciclinas, macrolídeos) 4. Fixação do RNAt à fração 50S do ribossoma (cloranfenicol, Lincosamidas, aminoglicosídeos) Sítio de ação: DNA Atuação sobre a DNA-girase - Quinolonas Ligam-se à subunidade A da topoisomerase II Síntese descontrolada de RNAm Inativação do DNA - Metronidazol Após redução intracelular em baixo potencial redox, forma complexos com o DNA, inativando-o. Interferência no DNA - Relaxamento das espirais do DNA por inibição da DNA-girase (alongamento com lise e ação de endonucleases): Quinolonas (DNA-girase A) Novobiocina (DNA-girase B) - Ação desconhecida: Griseofulvina (fungicida) - Inibe a replicação Metronidazol (pró-droga: ativada dentro da célula na ausência de O2, bloqueia a leitura do DNA) Interferência na síntese de Ácidos Nucléicos (DNA ou RNA) & Proteínas - Inibição da síntese do ácido fólico (fundamental na síntese de purinas e pirimidinas): Sulfonamidas: compete com o ácido paraaminobenzóico (o ácido fólico é sintetizado a partir do PABA) Trimetoprima:impede a formação do ácido folínico (o ácido fólico tem que ser transformado em ácido folínico que é um precursor na síntese de purinas e pirimidinas, assim como co-fator na síntese de algumas proteínas) - Inibição da síntese do RNA: Mupirocina:inibe a síntese de RNAt sintetase Inibidores das Beta-lactamases A produção de beta-lactamases, por diversas espécies bacterianas, constitui o mecanismo de resistência mais comum contra os antibióticos beta-lactâmicos - Ácido Clavulânico (ex. c/ amoxicilina) - Sulbactam (ex. c/ ampicilina) - Tazobactam (ex. c/ piperacilina) Derivados do ácido penicilânico Apresentam mecanismo de ação e potência semelhantes WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 20 Espécies bacterianas de frequente difícil manejo clínico - BNNF (Bactérias Gram-negativas Não Fermentadoras) Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter baumannii - Enterobactérias (Gram-negativas) Klebsiella pneumoniae Enterobacter spp. - Gram-positivas Staphylococcus aureus Enterococcus faecalis Antibióticos são drogas úteis e frequentemente indispensáveis na prática clínica. Qual o problema do uso indiscriminado destas drogas? Qual o problema do uso indiscriminado dos antimicrobianos? Aumento do número de espécies bacterianas resistentes! Por que o uso indiscriminado aumenta o número de bactérias resistentes? - Eliminação das cepas/espécies sensíveis, facilitando a multiplicação das cepas resistentes - Quanto maior o tempo de prescrição, maior o tempo para a adaptação ecológica de cepas em situação borderline de resistência - A exposição às drogas pode propiciar vantagem seletiva a mutantes resistentes que de outra forma não vingariam Vias de expressão dos mecanismos de resistência - Constitutiva ou natural Aminoglicosídeos x anaeróbios Micoplasmas x penicilinas Gram-negativos x penicilina G Gram-positivos x polimixinas - Mutação Penicilinas x gonococos Enterobactérias e pseudomonas x beta-lactâmicos - Transferência de genes E. coli multi Shigella spp - Indução Cefoxitina e imipeném O aumento da resistência bacteriana aos antibióticos é um fato irreversível e inevitável! O papel do clínico é postergar ao máximo está adaptação ecológica bacteriana. Como fazê-lo? Como ser racional no uso dos antibióticos? Aumento acentuado de relatos de espécies bacterianas multirresistentes. Como postergar esta situação? - Limitar o uso de antimicrobianos às situações onde estas drogas são realmente imprescindíveis - Limitar o tempo de prescrição dos antimicrobianos ao tempo mínimo necessário para o controle da infecção - Utilizar antimicrobianos com o menor espectro de ação efetivo para o quadro clínico a ser tratado WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 21 EXERCÍCIOS 1) Qual foi o primeiro antibiótico descoberto? A penicilina 2) Quais os tipos de antimicrobianos e como eles atuam? Antibióticos (naturais, elaborados por seres vivos, capazes de agir sobre microrganismos) Quimioterápicos (sintéticos) Bactericidas (causam a morte bacteriana) Bacteriostáticos (promovem inibição do crescimento) 3) O que é Antibiograma (TSA)? Teste de sensibilidade aos antimicrobianos, realizado em laboratórios, in vitro. 4) Quais são as principais classes de antimicrobianos? Inibidores da síntese da parede celular; Inibidores da síntese de proteínas; Inibidores da síntese do folato (antimetabólitos); Inibidores da replicação do DNA; Antibióticos que interferem na permeabilidade da membrana celular. Inibidores da síntese da parede celular 5) O que é parede celular? Componente rígido de peptideoglicano encontrado em todas as espécies bacterianas. Exceções: Micoplasmas e ureaplasmas. 6) O que é ‘’Espinhas dorsal’’ da parede celular? Carboidratos alternados (NAG e NAM) 7) O que é um beta-lactâmicos? Um inibidor da síntese da parede celular 8) Quais principais constituintes beta-lactâmicos? PENICILINAS CEFALOSPORINAS MONOBACTÂMICOS CARBAPENÊMICOS 9) Qual principal função dos beta-lactâmicos? Inibem a transpeptidade na etapa final da síntese da peptideoglicano 10) Se em um fármaco ativo ocorre a produção de beta-lactamases, o que esse processo significa? Resistencia aos beta-lactamicos e a inativação do fármaco 11) O que é gene blaZ? Dê um exemplo de um produtor. Gene responsável pela posterior síntese de penicilinases. Staphylococcus aureus. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 22 12) Em caso de resistência bacteriana, quais as alternativas terapêuticas para cepas produtoras de beta-lactamases? Associação com inibidores de β-Lactamases como: amoxicilina / clavulanato K+ piperacilina / tazobactam ampicilina / sulbactam Alternativa terapêutica: OXACILINA (METICILINA)→ penicilinas resistentes às beta-Lactamases em casos de Staphylococcus aureus resistente aos inibidores de beta-lactamase . 13) Como ocorre a resistência à meticilina (oxacilina)? Devido a modificação estrutural da PBP... 14) Como o Staphylococcus aureus adquirem resistência à meticilina (oxacilina)? Produzem uma transpeptidase alterada, graças ao gene mecA. Dessa forma, eles alteram o sitio de ação dos beta-lactamicos. → Meticilina (OXACILINA) não funciona mais! 15) Qual alternativa terapêutica aos MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus)? Vancomicina 16) Descreva a ação da Vancomicina. É uma alternativa para S. aureus oxacilina-R e alergias. Não se ligam à transpeptidase! 17) Como ocorre a resistência à Vancomicina? Mudança dos aminoácidos que formam a ponte peptídica → vancomicina não liga mais. 18) Defina ESBL (Beta-lactamases de espectro estendido. São beta-lactamases que apresentam resistência aos beta-lactâmicos de amplo espectro, os quais normalmente possuem atividade contra os bacilos Gram-negativos. 19) Dê um exemplo de beta-lactamases que apresentam resistência aos beta-lactâmicos de amplo espectro. Klebsiella pneumoniae 20) Qual opção terapêutica em casos de resistência a cefalosporinas 3º geração e aztreonam? Carbapenêmicos 21) (ERC) são Enterobacterias Resistentes a Carbapenêmicos. Qual mecanismo utilizado pelas enterobactérias para adquirirem resistência a carbapenêmicos? Produzem as enzimas denominadas carbapenemases, que degradam os carbapenêmicos. 22) Dê um exemplo de enterobactérias resistentes a carbapenêmicos; Klebsiella pneumoniae 23) Qual opção terapêutica em casos de resistência aos carbapenemicos? Polimixinas WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 23 Inibidores da síntese de proteínas 24) Defina aminoglicosídeos. Dê exemplos. Moleculas bastante hidrofílicas (potentes para GN) Ex:Tobramicina, neomicina, kanamicina, amicacina, gentamicina, isepamicina 25) Qual mecanismo de ação da aminoglicosídeos? Mecanismos de ação triplo: Competição com o RNAt pelo sítio A; Deformação do códon! ptn aberrante; Dissociação do ribossomo 70S nas subunidades. 26) Qual mecanismo de ação das tetraciclinas. Dê exemplos. Ocupa o sítio A do ribossomo, impedindo a chegada de um novo RNA-t, interrompendo a síntese de proteínas. Ex: doxiciclina, minociclina. 27) Qual mecanismo de ação da macrolídeos e Clindamicina? Dê exemplos. Agem ligando-se à subunidade 50S do ribossomo, impedindo a etapa de translocação. Ex: Azitromicina, Claritromicina 28) Qual mecanismo de ação dos ANFENICÓIS? Dê exemplo. Inibem a peptidiltransferase, impedindo o alongamento da cadeia polipeptídica. Ex: Cloranfenicol 29) Descreva o processo de resistência bacteriana. Absorção reduzida do antibiótico, Efluxo do antibiótico, Modificação do ribossomo alvo e Inativação enzimática. Inibidores da síntese do folato (antimetabólitos) 30) Qual principal inibidor da síntese do folato? Dê exemplos e explique seu efeito bacteriostático. Sulfonamidas, sulfametoxazol. Inibem o metabolismo do ácido fólico, por mecanismo competitivo. 31) Qual a diferença entre as células humanas e as bactérias em relação ao folato? As células humanas conseguem aproveitar o folato exógeno para o metabolismo, enquanto as bactérias dependem da produção endógena. 32) Como ocorre o processo de resistência bacteriana aos sulfonamidas? Mutação (síntese aumentada de PABA); Síntese de diidropteroato sintetase com pouca afinidade pelo ATB. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 24 Inibidores da replicação do DNA 33) Qual principal inibidor da síntese de ácidos nucleicos? Quinolonas e Rifampicina 34) Qual mecanismo de ação da quinolonas? Inibem a atividade da DNA girasse (topoisomerase II), enzima essencial à sobrevivência bacteriana → Inibem a replicação do DNA bacteriano. 35) Qual mecanismo de ação da Rifampicina? Bloqueio da atividade do RNA polimerase bacteriana Antibióticos que interferem na permeabilidade da membrana celular 36) Qual principal antibiótico que interfere na permeabilidade da membrana? Polimixinas 37) Qual mecanismos de ação da Polimixinas? Retiram cálcio e magnésio da membrana, necessárias para sua estabilidade. 38) Quais consequências devido ao aumento de permeabilidade da membrana bacteriana? Perda de conteúdo celular e morte da bactéria 39) Defina uma ‘’Super bacteria’’. Dê exemplo São bactérias multirresistentes com alto poder de resistência a antibióticos. Ex: Klebsiella pneumoniae WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 25 AULA 4 – Cocos Piogênicos Streptococcus e Staphylococcus Estafilococos e infecções estafilocócicas Staphylococcus - Cocos Gram positivos em forma de cachos de uva - Anaeróbios facultativos - Crescem bem = 30°C /40°C - Catalase positivos - Microbiota humana: pele, oro e nasofaringe, uretra e conjuntiva - Principais espécies: 1) coagulase positiva S. aureus - mais patogênica 2) coagulase negativas S. epidermidis S. saprophyticus Teste da catalase 2H2 O2 2H2 O + O2 Teste da coagulase Fibrinogênio do plasma fibrina coágulo Staphylococcus aureus - Coagulase positiva - Mais patogênico e resistente aos antimicrobianos (beta-lactamases) - Fatores de virulência - enzimas e toxinas - Infecções: cutâneas, tecido celular subcutâneo, bacteremias, endocardites, pneumonia, osteomielite, artrites, síndrome do choque tóxico, síndrome da pele escaldada. - Infecções hospitalares - cepas resistentes a antimicrobianos (MRSA, VISA) - Intoxicação alimentar Fatores de virulência 1. Cápsula - polissacarídeo - inibe fagocitose 2. Peptideoglicano e ácido teicóico - parede celular, ativam a via alternativa do complemento e estimulam a produção de citocinas 3. Proteína A - ligada ao peptideoglicano da parede celular, liga-se à porção Fc da IgG impedindo a interação com as células fagocíticas 4. Enzimas - catalase, hialuronidase, DNAse, lipase, protease, coagulase, estafiloquinase, beta-lactamase 5. Toxinas: - Citotoxinas - alfa-toxina (alfa-hemolisina) - hemólise leucocidina - destrói leucócitos. - Atividade de superantígenos - TSST - síndrome do choque tóxico Toxinas esfoliativas - síndrome da pele escaldada Enterotoxinas - intoxicação alimentar Resistência aos antimicrobianos S. aureus multiresistente beta-lactamases: penicilinases e cefalosporinases MRSA methicillin resistant Staphylococcus aureus VISA “vancomycin intermediate Staphylococcus aureus WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 26 Estreptococos e infecções estreptocócicas Streptococcus sp - Bactérias esféricas dispostas em cadeia - Crescem em meios microaerófilos ou com 10% CO2 a 37 °C - Alguns possuem cápsulas (colônias mucóides) - Classificação quanto a hemólise: -hemolíticos, -hemolíticos e não-hemolíticos - Grupos sorológicos de Lancefield: carboidratos específicos da parede celular Estreptococos -hemolíticos do grupo A Streptococcus pyogenes A porta de entrada determina o quadro clínico: - Erisipela (pele) - Septicemia por infecção cirúrgica - Angina estreptocócica (nasofaringite, orofaringite) - Otite média, meningite, amigdalite e/ou escarlatina - Piodermites e impetigo - Endocardite aguda Doenças pós-estreptocócicas - Glomerulonefrite - Febre reumática Estruturas antigênicas e fatores de virulência - Carboidrato de parede celular - Lancefield - Proteína M - Estreptoquinase - DNase - Hialuronidase - Toxina eritrogênica - Hemolisinas estreptolisina O estreptolisina S Estreptococos -hemolítico do grupo B Streptococcusagalactiae - Membro da microbiota do trato genital feminino - Causam sepsis neonatal e meningite Estreptococos -hemolíticos do grupo viridans Streptococcus mutans, S. salivarius, S. sobrinus, S. sanguis -Membros da microbiota da cavidade oral - Envolvidos no desenvolvimento da cárie - Podem causar endocardite subaguda WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 27 Streptococcus pneumoniae - Diplococos lanceolados gram-positivos - Colônias pequenas com alfa-hemólise em ágar-sangue - Bactérias capsuladas = colônias lisas - Habitantes do trato respiratório superior de humanos, podendo provocar pneumonia, sinusite, otite, bronquite, bacteremia, meningite - Diagnóstico: Cultura de pus, escarro ou liquor em agar-sanguecontendo CO2. Hemocultura - observação de hemólise Esfregaços corados Reação de quellung - presença de cápsula - Tratamento: Penicilina e eritromicina - Prevenção e controle: Vacina WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 28 EXERCÍCIOS 1) Dê quatro características sobre Streptococcus sp. Cocos Gram positivos dispostos em pares ou cadeias Não tem motilidade e não produz esporos Nutricionalmente exigentes – meios enriquecidos Catalase negativos! 2) Em relação ao padrão de hemólise do Streptococcus sp. Como classifica beta-hemoliticos, alfa- hemoliticos e não-hemoliticos? Beta-hemoliticos ocorre a hemólise total alfa-hemoliticos ocorre a hemólise parcial não-hemoliticos ocorre a ausência de hemólise. OBS: 3) De acordo com os grupos sorológicos de Lancefield, quais carboidratos específicos da parede celular causam doenças em humanos? A, B, C, D, F e G 4) Caracterize a Streptococcus pyogenes. Dê exemplos de doenças relacionadas. Grupo A de Lancefield – beta-hemólise Ex: Faringite, Erisipela e Impetigo. 5) Correlacione estruturas antigênicas e fatores de virulência. Carboidratos de parede celular – Lancefield Proteína M – Antifagocitária (febre reumática) 6) Qual alternativa de tratamento para as cepas de Streptococcus Pyogenes? Penicilina 7) Caracterize a Streptococcus agalactiae. Beta-hemólise – grupo B de Lancefield Colonizador eventual do trato genital e urinário Causam septicemia e meningite neonatal Diabetes, câncer e alcoolismo aumentam risco de infecção WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 29 8) Qual alternativa de tratamento para as cepas de Streptococcus Pyogenes? Preservar sensibilidade a penicilina e associar aminoglicosídeo (sinergia e para aumentar espectro) 9) Dê exemplos de Estreptococos alfa-hemoliticos (grupo viridans). Onde pode ser encontrado e o que pode originar. Streptococcus mutans, S. salivarius, S. sanguinis: membros da microbiota da cavidade oral envolvidos no desenvolvimento da cárie e podem causar endocardite subaguda. 10) Descreva Streptococcus pneumoniae – pneumococo Diplococo, lanceolado, Gram positivos e encapsulado Não grupável por Lancefield e normalmente α hemolítico Coloniza eventualmente a orofaringe habitantes do trato respiratório superior de humanos, podendo provocar pneumonia, sinusite, otite, bronquite, bacteremia e meningite 11) O tratamento de Streptococcus pneumoniae – pneumococo pode ser feito utilizando à penicilina? Não, pois existe resistência à penicilina 12) Caracterize o gênero Staphylococcus. São cocos Gram positivos de 0,5 a 1,5 µm; Encontrados isolados, em pares, tétrades ou em cachos; São bactérias mesófilas (30o a 40oc), imóveis e não formam esporos; Maioria é anaeróbia facultativa; São colonizadores de praticamente todos os animais e habitam a pele e mucosas (genital, nasal e oral) 13) Quais espécies de Staphylococcus são de maior importância clínica? S. aureus, coagulase (+), normalmente patogênica S. epidermidis, coagulase (-), flora normal humana, associado a infecções por dispositivos ou aparelhos implantados e em imunossuprimidos S. saprophyticus, coagulase (-), segunda causa mais comum de infecções do trato urinário em mulheres jovens OBS: todos são catalase (+) 14) Descreva a identificação relacionada aos testes da catalase e coagulase envolvendo Streptococcus e Staphylococcus. (PODE CAIR EM PROVA!!!) Teste da catalase: 2H2 O2 → 2H2 O + O2 Streptococcus: negativo Staphylococcus: positivo Teste da coagulase: Fibrinogênio → Fibrina Staphylococcus aureus: positivo Outros Staphylococcus: negativo 15) Caracterize Staphylococcus aureus quanto seu teste da catalase e coagulase. Catalase positivo e coagulase positivo WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 30 16) Qual nicho preferencial da Staphylococcus aureus? Região nasal anterior, mas pode habitar toda a pele. 17) Quais fatores de virulência da Staphylococcus aureus? Presença de cápsula e proteína A que inibem a fagocitose; Presença de peptideoglicano e ácido lipoteicóico; Enzimas: coagulase, catalase, hialuronidase, lipases e fibrinolisina; 18) Explique a resistência antibiótica da S. aureus? Produção de penicilinases Modificação do sitio de ligação dos antibióticos Efluxo dos antibióticos 19) Dê exemplos de doenças causadas por Staphylococcus aureus. Foliculite, Furunculose, Síndrome da pele escaldada, Síndrome do choque toxico 20) Descreva Staphylococcus epidermidis É o principal Estafilococo coagulase negativo; Microbiota anfibiôntica, presente na pele, mucosas (nasal, genital e oral); Sobrevivem em superfícies secas por longos períodos; Fatores de virulência: biofilme e resistência antibiótica Está associado a: - Infecção de cateteres, Infecção próteses e Endocardite subaguda 21) Benzetacil trata Estafilococo? Não, a alternativa de prevenção é lavar bem as mãos 22) Descreva três características pertencentes ao gênero Staphylococcus sp. que ajudaria em seu diagnóstico. A morfologia (cocos em pares, em caixos, tétrades ou isolados); São aeróbios, sendo a maioria anaeróbio facultativo; Produzem a enzima catalase; Sobrevivem e se reproduzem melhor entre 30° e 40° (bac mesófilas) Não formam esporos porque não têm nenhuma fase no meio externo. 23) Cite 3 toxinas produzidas por cepas de S. aureus e discorra sobre o mecanismo delas. Exfoliativa (ETA e ETB): descamação da pele Enterotoxinas: atuam no intestino Tox. da snd. do choque tóxico-1: febre, erupção cutânea e choque. 24) Cite as doenças causadas por Staphylococcus aureus Impetigo bolhoso, foliculite, furunculose, carbúnculo, pneumonia, snd. da pele escaldada (doença de Ritter), snd do choque tóxico. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 31 25) Sobre o Staphylococcus aureus, assinale a alternativa correta. a. ( ) S. aureus produz uma série de enzimas intracelulares, sendo poucas atribuídas na patogênese das infecções. b. ( ) A enzima extracelular mais conhecida é a coagulase, cuja presença caracteriza a espécie, e tendo como efeito a hidrólise de coágulos. c. ( ) A maiorias das amostras de S. aureus possui uma cápsula monossacarídea, cuja função principal como fator de virulência é proteger a bactéria contra fagocitose. d. ( × ) O S. aureus produz várias toxinas que atuam através de diferentes mecanismos. Algumas são citotoxinas, outras são superantígenos e um terceiro tipo degrada moléculas de adesão das células epiteliais cutâneas. 26) Explique cada uma das seguintes estruturas/enzimas e as suas funções, presentes no gênero Staphylococcus: Cápsula: recobre os sítios de reconhecimento antigênico da bac impedindo o sistema imune de reconhecê-la; inibe a fagocitose Peptideoglicano: induz o aumento da IL-1, que é uma citocina pró-inflamatória e quimioatraente para neutrófilos. Quando esse leucócito se aproxima da bac, ela produz uma enzima (leucocidina)que destrói leucócitos, formando assim o pus (neutrófilos mortos.) Ácidos teicóicos: ativa sist complemento e funciona como adesinas Proteína A: impede a fagocitose via sistema complemento. Coagulase: forma coágulos, que formam uma malha de fibrina envolvendo o microorg., impedindo a fagocitose. 27) Diferencie Furúnculo, carbúnculo e foliculite foliculite: inflamação do folículo piloso (fica obstruído ou danificado) furúnculo: processo inflamatório com muito pus. É uma furunculose, ou seja, uma foliculite mais avançada. carbúnculo: são vários furúnculos interconectados 28) Associe: 1 coagulase A) degrada o peróxido de hidrogênio, provocando a fagocitose 2 catalase B) forma coágulos, impedindo a fagocitose 3 hialuronidase C) dissolução de coágulos 4 fibrinolisina D) hidrolisa ácidos hialurônicos, facilitando a disseminação 1B 2A 3D 4C 29) Por que não se recomenda o uso de penicilina para tratamento de infecções estafilocócicas? Porque, atualmente, a maioria das bactérias estafilocócicas (90%) já adquiriram resistência à penicilina. Elas produzem enzimas (B-lactamases) que destroem o anel B-lactâmico da penicilina. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 32 AULA 06 – Casos clínicos de Infecção hospitalar (Seminário) CASO CLÍNICO Nº 01 Nome: A.V.S. Origem: UTI, Leito 3. Material: Urina Tipo de exame: Cultura quantitativa de urina Resultado: Positivo (>100.000 UFC/mL) Microrganismo: Klebsiella pneumoniae QUESTÕES 01- Definição de Infecção Hospitalar. De acordo com a Secretaria da Saúde, infecção hospitalar é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e, se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares, como por exemplo cirurgias. 02- Por que as Infecções Hospitalares são atualmente denominadas Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)? Atualmente, o termo infecção hospitalar tem sido substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS), pois esse termo não abrange somente a infecção adquirida no hospital, mas também, aquela relacionada a procedimentos feitos em ambulatórios, durante cuidados feitos em casa e à infecção ocupacional adquirida por profissionais da saúde como, por exemplo, médicos e enfermeiros. 03- Avaliando o antibiograma, é possível afirmar que o esquema empírico inicial falhou? Justifique. Sim, porque após o antibiograma da cultura colhida pode ter evidenciado que a bactéria não tinha sensibilidade ao antibiótico utilizado. 04- O escalonamento para meropenem após o diagnóstico de ITU por Klebsiella pneumoniae foi correto? Justifique. Sim, pois a opção terapêutica para ESBL é o uso de carbapenêmico, que neste caso foi escolhido o Meropenem. Ademais, de acordo com o antibiograma a bactéria é sensível à carbapenêmicos. 05- Caso os três carbapenemas testados possuíssem a mesma atividade frente ao microrganismo e a infecção fosse no mesmo sítio anatômico, como escolher entre as três drogas testadas, utilizando os dados do antibiograma? Entre as três drogas testadas, a mais indicada é a ertapenem. Isso ocorre devido a taxa de MIC (Concentração inibitória mínima) contida no teste de Antibiograma. Ela está apresentada na concentração <=0,5, o que a torna mais eficiente que a meropenem e o imipenem, que possuem MIC igual a 1 resultando no tratamento da infecção ocasionada pelo microrganismo Klebsiella pneumoniae. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 33 06- Como foi possível identificar o fenótipo ESBL na espécie identificada? A detecção do fenótipo ESBL pela metodologia Etest utiliza o mesmo princípio das técnicas da redução da CIM do β-lactâmico na presença do inibidor de β-lactamase. Comercialmente, encontram-se disponíveis as fitas de ceftazidima, cefotaxima e cefepima associadas ao ácido clavulânico. Para identificar esse fenótipo, é feito o TSA (teste de sensibilidade aos antimicrobianos), e neste, é recomendada pela ANVISA a detecção de amostras produtoras de ESBL por meio de testes de triagem para ESBL e testes confirmatórios para ESBL. Estes testes podem ser realizados por metodologia de disco-difusão ou microdiluição. Na rotina diária, se faz necessária a realização das duas etapas, o teste de triagem por disco-difusão, cujo resultado é alcançado através da leitura do diâmetro dos halos de inibição obtidos no TSA. O teste confirmatório baseia-se na inibição da atividade da enzima na presença do ácido clavulânico. A fita plástica é impregnada com antibiótico β- lactâmico em uma extremidade, e na outra extremidade, o mesmo β-lactâmico é associado ao ácido clavulânico. A amostra será considerada produtora de ESBL se houver a redução ≥ 3 diluições da CIM da associação β-lactâmico/inibidor de β-lactamase àquela do β-lactâmico sozinho. Portanto, é comparado o halo de inibição ou a CIM do β-lactâmico àqueles do mesmo antimicrobiano associado ao ácido clavulânico. 07- O Proteus identificado pode ser considerado uma ERC (Enterobactéria resistente a carbapenêmico)? Justifique. O Proteus não é considerado uma ERC (Enterobactéria resistente à carbapenêmico). Isso pode ser justificado pelo resultado do antibiograma, em que mostra a sensibilidade e o MIC (Concentração Inibitória Mínima) baixo para o carbapenêmico. 08- O esquema adotado de Polimixina B foi eficaz para Proteus? A polimixina B é sensível à todas as bactérias gram negativas, menos com o Proteus. Enquanto todas as bactérias gram positivas possuem resistência à polimixina B. 09- É possível predizer que o Acinetobacter identificado na secreção traqueal foi adquirido em ambiente hospitalar? É possível predizer que o Acinetobacter foi adquirido em ambiente hospitalar, visto que, a paciente não havia sido incubada pelo mesmo previamente à internação, como demonstrado no resultado das culturas. A secreção purulenta pelo tubo oro traqueal e a piora de parâmetros respiratórios também evidenciam a possível porta de entrada da bactéria que, provavelmente, ocorreu durante a realização do procedimento. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 34 10- Comente sobre uma estratégia que deve ser adotada pela CCIH para impedir a disseminação desses microrganismos multirresistentes. Os hospitais deveriam adotar um método de coletas de culturas sempre em suspeita de infecção, para que o antibiótico correto seja utilizado. Deveria também ter um estudo interno sobre as principais bactérias presentes nas infecções hospitalares, para que tenha melhor antibiótico empírico, mais compatível com a possível bactéria predominante no hospital. CASO CLÍNICO Nº 02 Nome: L.C.S Origem: UTI, Leito 3. Material: Sangue Tipo de exame: Hemocultura Resultado: Positivo Microrganismo: Escherichia coli QUESTÕES 01- Dentre as estratégias adotadas para controle de IRAS, identifique uma que foi adotada pela CCIH no caso clínico descrito. As estratégias adotadas para controle de IRAS foi a coleta de dados para guiar esforços de prevenção e determinar os avanços. Os swabs retal e nasal foram coletados para a vigilância de MRSA e ERC 02- De quem é a responsabilidade de implantação das CCIH? Qual o órgão responsável pela fiscalização? A responsabilidade de implantação das CCIH é do Ministério da saúde. O órgão responsável pela fiscalização é a ANVISA. 03- Avaliando o antibiograma, em relação ao microrganismo, é possível afirmar que o esquema empírico inicial falhou? Justifique. Não. Pois a Klebsiella pneumoniae é uma bactéria muito comum de se encontrar em feridas e infecções hospitalares, podendo, desta forma, ser contraída após o esquema empírico inicial. 04- Levando em consideração a condição renal do paciente, a opção pelo primeiro antimicrobiano foi adequada?Justifique. Não. A polimixina B tem como efeito colateral diminuição da função renal e, se tratando de uma paciente que sofre de doença renal crônica, só agravou o caso. 05- Foi identificado algum fenótipo de resistência no antibiograma? Sim. No antibiograma é possível observar a resistência bacteriana no uso de Ampcilina e Sulfametoxazol/Trimetoprim. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 35 06- A terapia antimicrobiana deveria ser iniciada após a identificação da bactéria Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos no swab retal da paciente? Não. Pois a bactéria Klebsiella pneumoniae é frequente na microbiota gastro intestinal. Então, encontrar está bactéria em um swab retal da paciente não é avaliado como uma patologia. 07- O uso de drogas de amplo espectro para tratamento empírico, como a polimixina B, pode ter contribuído para a colonização da paciente por K. pneumoniae? Sim. Pois a utilização de drogas de amplo espectro para tratamento empírico pode reduzir a microbiota bacteriana normal de um paciente. Desta forma, o uso dessas drogas pode ter contribuído para a colonização de bactérias hospitalares. 08- Comente sobre a importância do descalonamento da terapia antimicrobiana, após resultados da cultura. Qual a importância dessa conduta em termos de aumento da resistência? A importância do descalonamento da terapia antimicrobiana é impedir que a bactéria fique resistente. 09- Quais drogas não poderiam ser eleitas para o tratamento da paciente em questão, pois estariam associadas à falha terapêutica? Ampcilina e Sulfametoxazol/Trimetoprim não poderiam ser eleitas para o tratamento da paciente em questão, pois foi identificada uma resistência à essas duas drogas. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 36 CASO CLÍNICO Nº 03 Nome: C.C.V Origem: UTI, Leito 3. Material: Lavado Broncoalveolar (LBA) Tipo de exame: Cultura quantitativa de LBA Resultado: Positivo (5 x 106 UFC/mL) Microrganismo: Staphylococcus aureus QUESTÕES 01- Comente sobre a diferença de CCIH, SCIH e PCIH. O programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), juntamente com as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), foram instituídas por lei em 1998 que consiste em um conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de reduzir a incidência e a gravidade das infecções hospitalares. A execução das ações do PCIH compete a CCIH. O SCIH Serviço de Controle de Infecção Hospitalar é responsável pela execução das ações do PCIH. 02- Qual a composição da CCIH? Cite membros executores e consultores. Para compor a CCIH é necessário que os profissionais da área da saúde possuem nível superior. Ademais, sejam nomeados pela Direção do hospital. Existe dois tipos de CCIH. Os consultores e os executores. Os membros consultores devem possuir representantes dos seguintes serviços: médico, farmácia, enfermagem, laboratório de microbiologia e administração. Já em instituições onde o número de leitos seja igual ou menor que 70 leitos, a CCIH pode ser composta apenas por um médico e um enfermeiro. Os membros executores representam o (SCIH) Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. 03- Avaliando o antibiograma, em relação ao microrganismo, é possível identificar um fenótipo de resistência bacteriano? Sim. De acordo com o antibiograma, podemos concluir que o microrganismo (Staphylococcus aureus) apresenta uma prevalência de fenótipos de resistência. 04- Levando em consideração o microrganismo identificado, a opção pela vancomicina foi adequada? Sim, pois a Cultura quantitativa de LBA do microrganismo, Staphylococcus aureus, é sensível ao antimicrobiano Vancomicina. Além disso, o MIC observado está abaixo de 0,5µg/mL, sendo considerado ideal para o tratamento de tal caso. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 37 05- É possível afirmar que a paciente adquiriu infecção hospitalar? Sim, pois os exames pré-operatórios protocolares se demonstraram normais e dois dias depois do processo cirúrgico, a paciente chegou ao hospital apresentando febre e aumento da leucometria, que são aspectos clínicos de infecção. 06- Qual a conduta a ser tomada pela CCIH do Hospital Federal Paraíso após identificação da bactéria apresentada no caso clínico? Os profissionais devem realizar o isolamento da sala onde se encontra o paciente, realizar a esterilização de todos os equipamentos, e mediante ao atendimento do paciente se deve lavar as mãos anteriormente e fazer o uso de luvas, avental e máscara. 07- O descalonamento para uma droga de menor espectro seria viável na paciente em questão? Não, porque o antibiograma provou que a Vancomicina possui a menor concentração mínima inibitória (MIC) e que a bactéria se mostrou sensível ao antibiótico. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 38 AULA 07 – Corinebacterias e difteria / Micobactérias: tuberculose e hanseníase Corinebacterias e difteria DIFTERIA - Também conhecida como CRUPE - Causada por uma bactéria, bacilo gram positivo pelomórfico - Presença de grânulos metacromáticos e distribuição em paliçada caracterizam esta espécie. - 1884 Friedrich Loeffler cultivou em meio artificial: Descreveu a presença em portadores sãos. Observou que o microrganismo, em geral, não invadia a circulação, suspeitando que os efeitos sistêmicos fossem ocasionados por alguma substância produzida pelo microrganismo. - 1888 Roux Yersin, confirmou a suspeita – filtrados de culturas de bactérias eram capazes de causar doença em cobaios. - 1890 Behing demonstrou que a utilização de antitoxina protegia os animais do desenvolvimento a doença - 1894 descobriu que os melhores animais para produzir a anti-toxina eram os cavalos. - 1923 Ramon descobriu que expor a toxina à formalina e ao calor eliminava a toxicidade da mesma, mas mantinha sua capacidade de produzir imunidade. - Entre 1930 e 1945 a vacina passou a ser utilizada em escalas cada vez maiores levando a drástica redução da doença. Corynebacterium spp - Três biótipos mitis, intermedius e gravis (características das colônias) - Meio enriquecido com ácido nicotínico e pantotênico além de aminoácidos Difteria - A produção da toxina (exo-toxina) depende da infecção da bacteria por um fago lisogênico que carrega o gen da toxina (TOX+). - O DNA circular desse fago se incorpora ao genoma celular permitindo que a mesma produza a toxina - O DNA pode passar de uma célula para outra Patogenia: Ação local da toxina e efeito sistêmico Epidemiologia: Reservatório Formas de contágio: Gotículas e direto Manifestações clínicas:Períodode incubação. Manifestações locais: Nasal, Orofaringe, cutânea Manifestações sistêmicas: Cardíacas, neurológicas, renais Diagnóstico: Clínico e laboratorial Tratamento: Soro antidiftérico – produzido em cavalos Antibioticoterapia Carnitina Complicações (Traqueostomia, Marca-passo, Prótese ventilatória) WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 39 Prevenção: Vacinação DPT (difteria, pertussis, tétano) 2,4,6 meses com reforço aos 15 meses e entre 4-6 anos. Reforços de 10-10 anos com dT. Após os 7 anos: 3 doses da vacina dT (difteria/tétano) com reforços a cada 10 anos. Outras bactérias coriniformes Microbiota da pele e mucosas Infecções comunitárias Infecções hospitalares Micobactérias: tuberculose e hanseníase Principais representantes - Mycobacteriumtuberculosis - Mycobacteriumleprae - Mycobacteriumavium - Mycobacteriumspp (abscessus, chelonae, etc) Bacilo álcool ácido resistente –todos as espécies - Coloração de Ziehl-Neelsen (Kinyoun) - Parede celular rica em lipídiosOutros microrganismos: - Nocardia - Rhodococcus Mycobacterium tuberculosis - Segunda causa de morte por doenças infecciosas - Tuberculose espinhal -Neolítico, pré-colombianos e egípcios - Início do tratamento medicamentoso em 1946 Inicialmente declínio dos casos, para posterior aumento na década de 1980. Transmissão - Reservatório - Fontes de infecção - Infectividade - Susceptíveis Infecção primária - Foco único - Linfonodos mediastinais - Disseminação hematogênica Linfonodos, rins, epífises de ossos longos, corpos vertebrais, espaço subaracnóide, ápices dos pulmões. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 40 Teste tuberculínico - Extrato de bacilo da tuberculose - Injeção intracutânea - Leitura (48-72 horas) - Interpretação <5 mm 5 –10 mm 10 mm - Falso positivo e negativo Formas clínicas - Crianças - Adulto - Extra-pulmonar - Imunossuprimido – Doença disseminada Diagnóstico - Exame direto –coloração de Ziel-Neelsen (escarro, pus de linfonodos, urina, líquor) - Cultura Meios com descontaminante (microbiota) Lowenstein Jensen –seletivo (3 a 8 semanas para crescimento) Meios líquidos (1 a 3 semanas) Lise-centrifugação -hemoculturas - Amplificação de ácidos nucléicos Não validado para diagnóstico de infecção pulmonar Não substitui o diagnóstico com cultura Tratamento - Isoniazida - Rifampicina - Pirazinamida - Etambutol - Streptomicina - Fluoroquinolonas - Outras Tratamento – Duração: 6 meses a 1 ano Profilaxia - BCG - Isoniazida Acompanhamento do PPD Contactantes Polimorfismo clínico - Número de bacilos - Histopatologia Lepromatosa Tuberculoide WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 41 Mycobacterium leprae - Lesões de pele (infiltrativas) - Hipoestesia (botherline e tuberculoide) - Neuropatia (espessamento de nervos) - Reações (eritema nodoso) - Histopatologia - Exame da Linfa (bacterioscopia) Mycobacterium leprae - Dapsona - Rifampicina - Clofazimina - Predinisona - Talidomida Infecções por Mycobacterium spp - Doença pulmonar –fibrose cística - Pele e subcutâneo - Osso - Mycobacterium abscessus - M. chelonae - M. fortuitum - Crescimento rápido (7 dias) - Infecções pós-operatórias WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 42 AULA 08 – Bactérias anaeróbias: Infecções endógenas, tétano e botulismo Classificação - Quanto à coloração Gram Giemsa Ziehl-Nielsen - Quanto à forma Cocos, bacilos, fusos, espiroquetas - Quanto à atmosfera para o cultivo Aeróbios estritos Facultativos Anaeróbios estritos Capnofílicos Microaerófilos Histórico - Leeuwenhoek em 1680: “animalculus que cresciam na ausência de ar” - Pasteur ~1850: identificou a fermentação butírica na ausência de O2 pelo Vibrion butyrique (Clostridium butyricum) - Miller, Vincent, Veillon, Prévot etc - séc XIX: descreveram patologias com a participação de anaeróbios - Meleney et al. e Altemier - ~1930: alta frequência de bactérias anaeróbias no exsudato de periodontites - Moore em 1966: melhoria dos métodos de cultivo, isolamento e identificação de anaeróbios - Finegold, S. - 1970: introdução da rotina para identificação de infecções por bactérias anaeróbias em hospitais - Sundqvist em 1976: estabelece a importância das bactérias anaeróbias em infecções endodônticas - Sundqvist, Sockransky, entre outros - ‘80 - ’90: grupos bacterianos anaeróbios para o estabelecimento da doença (periodontite e infecção endodôntica) Importância Médica e Odontológica Produtores de Exotoxinas - bacilos esporulados Gênero: Clostridium – infecções exógenas e endógenas - C. tetani –neurotoxina – SNC – tétano contrações musculares espasmódicas – trismo (vacina / soro) - C. botulinum – neurotoxina – sinapses (bloqueio da liberação de acetilcolina) – botulismo–intoxicação alimentar. paralisia flácida (botox) - C. perfringens – toxinas e enzimas – destroem tecidos gangrena gasosa, intoxicação alimentar - C. difficile – citotoxinas – colite pseudomembranosa – ativação pelo uso de antibióticos. Outros microrganismos não esporulados Bacteroides, Treponema, Fusobacterium, Porphyromonas, Prevotella - Infecções endógenas mistas - Abscessos - Infecções abdominais - Infecções orais - Infecções de submucosa WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 43 Os anaeróbios patogênicos são geralmente constituintes da microbiota anfibiôntica humana (boca, cólon, vagina e pele). Infecções endógenas Gram-negativas Bacilos: Bacteroides, Fusobacterium, Prevotella, Porphyromonas, Campylobacter Cocos: Veillonella Gram-positivas Bacilos: Eubacterium, Propionibacterium, Actinomyces Cocos: Peptostreptococcus, Peptococcus Bacteroides fragilis - Bacilos Gram negativos - Abscessos intra-abdominais, peritonite, apendicite - Resistentes aos antibióticos beta-lactâmicos (penicilina, cefalosporinas) - Produtoras de beta-lactamases Dados clínicos que sugerem a possibilidade de infecções por anaeróbios - Secreção fétida - Infecção localizada próximo à superfície mucosa - Presença de tecido necrosado, gangrena ou pseudomembrana - Presença de gás nos tecidos ou em secreções - Endocardite onde não se obtém hemocultura positiva - Infecção associada a tumor maligno ou ampla destruição tecidual - Infecção agravada ou surgida após uso de aminoglicosídeos - Tromboflebite séptica - Bacteremia associada à icterícia - Infecção associadas a mordidas - Presença de “grânulos de enxofre” nas secreções ou lesões (actinomicose) - Aborto séptico ou trauma com infecção abdominal Diagnóstico e Identificação - Coleta - Transporte VMGA III Tioglicolato de sódio PRAS Jarra de anaerobiose Cultivo e Manipulação Jarra ou câmara de anaerobiose Meios ricos e seletivos Sumário sobre as infecções por bactérias anaeróbias - As infecções causadas por Clostridium geralmente são de natureza exógena. - As infecções endógenas são causadas por bactérias da microbiota anfibiôntica do próprio indivíduo. - Geralmente levam à formação de abscessos, necrose tecidual e produção de gases de odor fétido. - Sempre que possível deve ser feita a drenagem cirúrgica do abscesso e desbridamento do tecido necrosado. - A antibioticoterapia pode ser bastante complexa no tratamento das infecções por Bacteroides e eventualmente nas causadas por espécies dos gêneros Prevotella e Fusobacterium. WALLYSSON ANICETO – MEDICINA (61) 9 8515-9022 44 Sumário sobre as infecções por bactérias anaeróbias - O uso de antibióticos como os aminoglicosídeos, sulfametoxazol-trimetropin, quinolonas, eritromicina e tetraciclinas podem favorecer infecções por anaeróbios. - Os antibióticos mais eficazes nas infecções por anaeróbios são: metronidazol, clindamicinae cloranfenicol (hidrolisado e tópico)
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