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Estudo i-Thread Dra Celia Rizatti Brazil pdf

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1 
 
ESTUDO BIOMECÂNICO E TESTE HISTOQUÍMICO 
DE FIOS DE POLIDIOXANONA, ESPICULADOS E BIDIRECIONAIS 
 
INTRODUÇÃO 
Os fios de polidioxanona (PDO) têm sido utilizados rotineiramente e de forma segura há 
mais de três décadas como fios de sutura em procedimentos cirúrgicos (Alcamo, 1964; 
Paul, 2008; Suzuki & Ikada, 2012). Trata-se de um monofilamento de poliéster absorvível 
constituído por polímero bastante flexível, composto por monômeros de para-dioxanona, 
que é degradado no organismo por hidrólise não enzimática. Tem se mostrado um 
material seguro não alergênico ou piogênico e que apresenta poucas complicações a 
longo prazo (Ray et al., 1981). 
Além de ser indicado como fio de sutura (Villa et al., 2008), em função de seu tempo para 
total reabsorção, este material também tem sido utilizado em outros países em 
procedimentos plásticos não invasivos (Jandali et al, 2011), atuando como agente de neo 
vascularização, na regeneração de colágeno tipo 1 e 3 e como agente de lipólise (Simon-
Allue et al., 2014). 
Uma vez inserido no tecido, o fio leva a uma regeneração do colágeno, provavelmente 
devido à capacidade da célula em detectar, processar e responder a estímulos 
mecânicos. Os fibroblastos ao redor do fio tornam-se ativos e promovem uma neo 
colagenase (Bortolozo et al., 2016). Estes efeitos são observados pelo intenso infiltrado 
inflamatório que ocorre, demonstrado pelo aumento expressivo de tecido vascular e de 
fibras colágenas que se forma em torno do fio (Kim et al., 2017). 
Esta neoformação pode ser observada em diferentes direções entre os fios e nas regiões 
da derme, e nem sempre se limitam às áreas em torno dos fios, formando pontes fibrosas 
que contraem os tecidos no sentido oblíquo à sua implanção (Simon-Allue et al., 2014). 
Por ser considerada não cirúrgica e pouco invasiva em relação às cirurgias plásticas 
(Bortolozo et al., 2016), a implantação de fios de PDO tomou particular importância nos 
procedimentos da estética facial e, nas últimas décadas, passou a ser amplamente 
adotada em outros países como forma de diminuir os efeitos do envelhecimento (Atiyeh et 
al, 2010; Mulholland & Paul, 2011) 
2 
 
O processo de envelhecimento, particulamente na face, envolve, dentre outros fatores, 
uma série de componentes relacionados à perda de volume do tecido ósseo, lassidão da 
pele, redistribuição da gordura facial, ptose do tecido conjuntivo e hipotrofia muscular. 
Estes fatores, quando associados, contribuem, principalmente, na redistribuição dos 
compartimentos lipídicos faciais, que geralmente resultam na formação das rugas 
nasolabiais e nasogenianas, bolsas infraorbiculares e de adiposidade submentual. Estas 
consequências definem um perfil envelhecido da face, especialmente em seus terços 
inferior e médio (Monheit & Davis, 2008; Carruthers et al., 2012; Nkengne & Bertin, 2012). 
Isto se revela de modo particular em paciente onde houve perda elementos dentais, e 
remanescente ósseo periodontal (Rizzatti-Barbosa, et al 2008). 
A implantação de fios PDO pode promover o tensionamento dos tecidos, corrigir a da 
ptose conjuntiva e adiposa, diminuir rítides nasolabiais e/ou nasogenianas, bolsas e 
adiposidades, promover colagênese e preenchimento dérmico (Griffin & Jo, 2007. Villa et 
al., 2008). Através da implantação de fios de PDO é possível acentuar o contorno facial, 
diminuir as rítides desenvolvidas no processo de envelhecimento, reduzir a base do nariz, 
diminuir a camada lipídica submentual, reduzir poros e cicatrizes e acnes hipertóficas, 
promover o lifting facial e diminuir a lassidão dérmica. 
No entanto possui indicações que somente a critério do profissional devidamente 
autorizado ao seu uso poderá estabelecer. Desta forma, não deverá ser recomendada 
como um procedimento que substitui a cirurgia plástica, mas como uma ferramenta pouco 
invasiva que pode amenizar alguns efeitos do envelhecimento. 
Raramente são associados problemas pós operatórios ao seu emprego. Por se tratar de 
técnica minimamente invasiva, não oferecem os efeitos adversos, complicações que 
podem ocorrer procedimentos estéticos mais invasivos. Os possiveis raros efeitos 
adverso que podem surgir são, dor local, eritema, equimose e pregueamento da pele 
podem surgir em virtude das inserções dos fios (Flórez-Méndez & Trelles, 2008; Garvey et 
al., 2009). Seu uso estará contra-indicado a pacientes que apresentem processos 
infecciosos no local de aplicação, gestantes e mulheres em período de amamentação. 
Indivíduos com expectativas exageradas ao tratamento também podem se constituir em 
contra-indicações relativas a estes procedimentos (Rachel et al., 2010). 
 
 
3 
 
Descrição do princípio físico e fundamentos da tecnologia do produto i-Thread®, 
aplicados para seu funcionamento e sua ação 
Definições – Descrição e Desempenho Previsto 
O fio de implantação intradérmica i-Thread® (Hyundae Meditech Co., Ltd; Gangwon-do; 
Republic of Korea) é uma fibra cirúrgica sintetizada e obtida através da polimerização de 
monômeros de paradioxanona (PDO). Do ponto de vista molecular apresenta a seguinte 
fórmula: C4H6O3. 
Trata-se de um material sintético, absorvível, biocompatível, não alergênico, não 
piogênico e estéril (esterilizado com gás óxido de etileno – EO), mono-filamentar 
constituído de PDO, e de colocaração arroxeada (pigmento corante violeta D&C Violeta N. 
2). A O PDO é um material conhecido e utilizado na medicina há muitos anos em suturas 
subcutâneas e dérmicas. 
A Fibra absorvível de PDO dissolve-se em até 4 meses. Cada fio i-Thread® pode conter 
ou não farpas bidirecionais ao longo do monofilamento do fio sem fixação da agulha. 
Biodegradação e absorção 
O i-Thread® estimula os fibroblastos a produzir matriz extra-celular e a aumentar a 
colagenase dérmica. O colágeno faz parte constituinte de diversos tecidos orgânicos e é a 
proteína responsável pela resistência e firmeza da pele. Uma vez implantado, o fio 
permanece no local de implantação, enquanto que a agulha é totalmente removida e 
descartada. Cada fio facilita a aproximação dos tecidos sem a necessidade de fazer nós 
cirúrgicos, e tem o objetivo de estimular a colagênese, promovendo maior elasticidade e 
definição dos tecidos. Observa-se, imediatamente à sua implantação, uma expressiva 
elevação mecânica dos tecidos, e consequente reposicionamento das partes 
comprometidas pela lassidão tecidual. Também é possível observar um efeito de 
relaxamento muscular ou o efeito de mecanotransducção da acupuntura (capacidade da 
célula de sentir, processar e responder a estímulos mecânicos). Como material de tração 
dérmica, promove o efeito lifting facial com o reposicionamento indireto da musculatura da 
mímica facial, através da tração da derme, reorientando os fibroblastos para uma 
remodelação de suas fibras de colágeno no sentido das forças de tração. Ao inserir o i-
Thread® no tecido subdérmico, um processo de ativação celular ocorre. Após a inserção do 
i-Thread®, os fibroblastos ao redor do i-Thread® são ativados, resultando em neo-
colagênese. A resistência da elasticidade pode ser mantida em múltiplas direções e, 
portanto, seu efeito é duradouro. O i-Thread® é completamente biodegradável por hidrólise 
4 
 
e torna-se transparente cerca de um mês após a sua inserção. A polidioxanona muito 
raramente causa reações alérgicas ou efeitos colaterais, além de ser absorvida ao longo 
do tempo, o que reduz a possibilidade de eventos adversos futuros. 
Na figura 1 é possível observar a relação das partes e acessórios destinados a integrar o 
produto. 
 
 
Figura 1. Partes componentes e acessórios que integram o produto i- Thread®. O sistema 
i-Thread® é composto por: (1) Esponja: para fixação do fio à agulha; (2) Fio de sutura de 
Polidioxanona absorvível (PDO); (3) Capa de proteção da agulha e fio de sutura; (4) Agulha 
ou cânula; e (5) Hub: Base da agulha ou da cânula 
 
OBJETIVOS DO PROJETONesse contexto, tem-se três objetivos: 
1. avaliar a tração de três modelos de fios de polidioxanona espiculados bidirecionais; 
2. analisar a fixação destes fios nos tecidos implantados; e 
3. confirmar a neoformação tecidual ao redor destes fios implantados. 
Para este fim foram realizados os seguintes experimentos: 
5 
 
1. Ensaio de resistência à tração de três fios de polidioxanona espiculado bidirecional; 
2. Estudo prospectivo, longitudinal e simples-cego para investigar a fixação dos fios 
de polidioxanona espiculado bidirecional no tecido subdérmico de ratos; e 
3. Estudo histoquímico prospectivo, longitudinal e simples-cego das alterações 
histológicas e de expressão de colágeno induzidas por fios de Polidioxanona 
espiculados bidirecionais em ratos. 
MATERIAIS E MÉTODOS 
Normativas 
As normativas experimentais seguiram as recomendações da Associação Brasileira de 
Norma Técnicas 13904 (ABNT 13904), válidas em todo o território nacional a partir de 
2003, e que substitui a NBR 13904:1997. Estas normativas preconizam o que segue: 
“As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, 
constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no 
momento desta publicação ... A ABNT possui a informação das normas em vigor em um 
dado momento. 
Resolução nº 59 de 27 de junho de 2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) - Boas práticas de fabricação de produtos médicos 
NBR ISO 13485:2000 - Sistemas da qualidade - Artigos médicos - Requisitos particulares 
para aplicação da NBR ISO 9001; ISO 10993-7:1995 1) - Biological evaluation of medical 
devices - Part 7: Ethylene oxide sterilization residuals; ISO 11137:1995 - Sterilization of 
health care products - Requirements for validation and routine control – Radiation 
sterilization 
Farmacopéia Brasileira - Ultima edição 
Farmacopéia Americana - United States Phamacopeia (USP) – XXV” 
 
1. ENSAIO DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO EM FIOS DE POLIDIOXANONA 
Materiais 
Neste estudo foram utilizados 120 fios de Polidioxanona (PDO), espiculados, bidirecionais 
(HMC-FC), com as respectivas agulhas (i-Thread®, Coréia do Sul), previamente 
esterilizados e acondicionados nas embalagens fornecidas pelo fabricante. Estes fios 
foram testados com os mesmos métodos que se utilizam para fios absorvíveis sintéticos 
utilizados para sutura cirúrgica (item 3.13 da ABNT, 2003), que também “são sintéticos e 
flexíveis, e que, quando introduzidos num organismos vivos, são por estes absorvidos”. 
Tratam-se de fios com as características descritas no item 4.2. da Normativa da ABNT 
(2003), cuja esterilização encontra-se dentro das normas descritas no item 3.19 da 
Normativa da ABNT (2003) (“3.19 esterilidade: Dentro de uma definição mais estrita de 
6 
 
esterilidade, um artigo é considerado estéril quando há ausência total de microorganismos 
viáveis. A esterilidade absoluta não pode ser demonstrada na prática sem que todos os 
artigos de um lote sejam ensaiados. Esterilidade é definida em termos de probabilidade, 
onde é aceitável a probabilidade remota de um artigo estar contaminado”.). 
A amostragem para o teste de Resistência à Tração foi calculada considerando o 
transcrito no item 5.1.13 da Normativa da ABNT (2003), que descreve que é preciso 
“determinar a resistência à tração em no mínimo 10 fios de sutura. “; e no ítem 6.7 da 
mesma normativa, que considera pertinente “Determinar a resistência à tração em cinco a 
dez fios, de acordo com o procedimento mencionado em 5.1.” 
 
Dentro deste contexto e destas determinações, decidiu-se compor a amostragem com 40 
fios de cada espécime, a serem testadas conforme o descrito na Tabela 1. 
 
Tabela 1. Características dos grupos e fios de PDO utilizados no experimento. 
Grupo FIO N CALIBRE DA 
AGULHA (Gauge) 
COMPRIMENTO DA 
AGULHA (mm) 
COMPRIMENTO DO 
FIO (mm) 
DIÂMETRO DA 
SUTURA (USP) 
1 HMC-FC-19-06 40 19 100 150 0-0 
2 HMC-FC-21-04 40 21 90 150 2-0 
3 HMC-FC-23-05 40 23 90 150 3-0 
 
Racional para a escolha das três apresentações a serem testadas 
Os três fios i-Thread® testados são considerados os mais críticos dentro de todas as 
apresentaçoes (os espiculados bidrecionais modelos HMC-FC-23-05, HMC-FC-21-04 e 
HMC-FC-19-06) pois são aqueles que apresentam maior dificuldade de inserção devido 
ao comprimento mais longo e maior área, tanto da agulha quanto do fio. Além disso, estes 
são os modelos que possuem maior imbricamento aos tecidos implantados, devido ao 
fato destes serem espiculados em 45º nos dois sentidos de sua estrutura conformacional, 
tanto no verso quanto no reverso da direção de inserção do fio. As principais 
características dos fios i-Thread® encontram-se expressas no quadro 1. 
 
 
 
7 
 
 
 
Quadro 1. Principais Caracteristicas das Apresentações dos Fios i-Thread® 
 Tipo Descrição Material de 
fabricação 
Ação 
esperada 
Necessidade 
de anestesia 
Tempo de 
procedimento 
Tipo de 
pele 
indicada 
Complicações pós-
cirúrgicas esperadas 
Liso sutura lisa 
sem espículas, 
agulha com 
bisel 
polidoxanona 
– PDO 
A implantação 
do fio induz ao 
estímulo de 
formação de 
colágeno, que 
por si só 
aumentará a 
sustentação 
da pele, 
provocando 
leve 
tracionamento 
Opcional 
anestesia 
local 
10 minutos A critério 
médico, 
em geral 
pele 
jovem 
com leve 
flacidez 
Apenas inflamação 
discreta, sem dor, 
recuperação em 1 a 3 
dias 
Parafuso sutura lisa 
sem espículas, 
disposição do 
fio em espiral, 
agulha com 
bisel 
polidoxanona 
– PDO 
Formação de 
colágeno de 
maior 
intensidade, 
maior 
tracionamento 
provocado 
pelo formato 
parafuso do 
fio 
Anestesia 
local 
30 minutos A critério 
médico, 
em geral 
pele 
jovem 
com 
flacidez 
moderada 
inflamação discreta, sem 
dor, recuperação de 3 a 
7 dias 
Espiculado 
bi-direcional 
 
sutura com 
espículas, 
agulha com 
bisel 
polidoxanona 
–PDO 
formação de 
colágeno de 
maior 
intensidade, e 
tracionamento 
intenso 
provocado 
pelas 
espículas 
Anestesia 
local 
40 minutos A critério 
médico, 
em geral 
pele 
madura 
com 
maior 
flacidez 
inflamação discreta, dor 
discreta, possível 
equimose, raramente 
hematoma, recuperação 
em 5 a 7 dias 
 
Método 
Os métodos empregados para avaliar a resistência à tração das amostras estão de 
acordo com a Normativa descrita pela ABNT (2003) no item 6.7. 
Neste, encontram-se as Especificações do Equipamento no item 6.7.1., que determina 
o que segue: 
“Deve ser utilizada uma máquina universal de tração, equipada com motor elétrico, de 
modo a aplicar uma porcentagem constante de carga por unidade de tempo. A célula de 
carga utilizada deve ser compatível com a força de tração necessária para a ruptura do fio 
analisado”. 
 
A mesma Normativa descreve, em seu item 6.7.2., o que se refere aos Procedimentos 
de Execução, conforme segue: 
8 
 
“Colocar o fio no aparelho, prendendo uma das extremidades e passando a extremidade 
livre pelo outro prendedor. Aplicar, nesta última, uma leve tensão e apertar o segundo 
prendedor, de modo que o nó fique eqüidistante dos prendedores. Acionar o equipamento 
até a ruptura do fio. Anotar a leitura e avaliar a resistência. Desprezar a determinação toda 
vez que o fio se romper em ponto próximo (até 1,3 cm) dos prendedores.” 
Dentro do contexto destas determinações, o Teste de Resistência à Tração foi conduzido 
da forma como segue descrito. 
As 120 amostras, após removidas da embalagem originalmente fornecida pelo fabricante, 
foram fixadas, individualmente, em suas duas extremidades, através de dobradura em 
duplo nó mantido por meio de duas gotas de cianocrilato líquido (Simon-Allue et al, 2014), 
em placas de resina acrílica termopolimerizável incolor (Clássico®, Campo Limpo, Brasil) 
previamente cortadas (40mmX20mmX2mm), lixadas, polidas, com bordos arredondados, 
e perfuradas em suas porções distais com broca de tungstênio cilíndricae de diâmetro de 
1mm. As amostras dos fios foram introduzidas nas perfurações das placas e fixadas com 
dois nós cirurgicos, de modo que se tivessem 20 mm de fio fixado em cada placa de 
acrílico das duas extremidades, e 110 mm de fio livre de fixação (Figura 1). No total foram 
obtidos 120 corpos-de-prova, com um fio de PDO e duas placas de acrílico, 
correspondentes a cada extremidade dos fios. Os experimentos foram conduzidos 
segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 13904:2003). 
 
Figura 1. Fixação dos fios nas placas de acrílico com nós cirúrgicos 
 
Os corpos-de-prova tiveram as placas de acrílico fixadas nas porções superior e inferior 
dos mordentes de uma Máquina de Ensaio Universal Instron© (Modelo 4411, Canton, 
9 
 
Inglaterra) para o Ensaio de Resistência à Tração, realizado a uma velocidade constante 
de 1mm/minuto a 50N de célula de carga. Os fios que se romperam a menos de 13 mm 
de seu ponto de fixação foram desprezados. 
Cada corpo-de-prova foi tracionado individualmente até o rompimento do fio, cujo valor 
numérico foi registrado na Máquina de Ensaio Universal (Figura 2). 
 
 
Figura 2. Rompimento do fio nas placas na Máquina de Ensaio à Tração 
 
A resistência à tração também foi transformada em Kgf.cm-2, para qualquer efeito de 
comparação com a literatura. 
Análise estatística 
A análise dos valores obtidos para a Resitência à Tração foi realizada através do 
programa BioEstat 5.3, considerando a média e desvio padrão, bem como os valores 
encontrados na Estatística Descritiva. Para comparar os três grupos entre si, considerou-
se o Teste Circular para Três Amostras de Watson-Williams, uma vez que os fios 
apresentam características diferentes quanto à espessura. Para as análises foi adotado 
um valor de p<0,05 para significância estatística. 
10 
 
2. ESTUDO PROSPECTIVO, LONGITUDINAL E SIMPLES-CEGO PARA INVESTIGAR 
A FIXAÇÃO DOS FIOS DE POLIDIOXANONA ESPICULADO BIDIRECIONAL NO 
TECIDO SUBDÉRMICO DE RATOS 
Materiais 
Para este teste foram utilizados 60 fios de Polidioxanona (PDO), espiculados, 
bidirecionais (HMC-FC), medindo 150mm de comprimento, com as respectivas agulhas (i-
Thread®, Coréia do Sul), previamente esterilizados e acondicionados nas embalagens 
fornecidas pelos fabricante. Os fios variaram de acordo com o diâmetro da sutura em 3-0, 
2-0 e 0-0 (USP) (Tabela 1 e Quadro 1) 
Metodologia e procedimentos 
Animais 
Os animais foram advindos do Biotério Central da Universidade Estadual de Campinas 
(Unicamp) e alojados em gaiolas de metal (50 × 50 × 55 cm) equipados com pavimentos 
perfurados em condições laboratoriais padrão (temperatura ambiente 20 ± 2 ° C e 
umidade 72 ± 4%) com acesso irrestrito a água e ração para ratos com sedimento padrão 
53-3, produzido de acordo com a ISO 9001 (2008). Um mínimo de 7 dias de aclimatação 
foi permitido antes do início do estudo, e a saúde dos animais bem como as condições do 
biotério foram monitorados regularmente por profissionais do biotério devidamente 
treinados para este fim, de acordo com os requisitos da ISO 10993-10 (2006). Todos os 
procedimentos realizados foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais 
(CEUA-Unicamp), e os princípios estabelecidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal 
foram rigorosamente seguidos ao longo de todo o experimento. Cada gaiola continha no 
máximo três animais, e todas foram identificadas com os números dos animais, os testes 
e as especificações dos produtos experimentais. A amostragem foi composta por vinte 
ratas da linhagem HanUnib: WH (Wistar), saudáveis e sem nenhum tipo de alteração 
genética ou mutação, com idade em torno de 180 dias e peso variando entre 250 a 300 
gramas. O cálculo amostral foi feito no programa Biostat 5.0, considerando o Poder de 
Teste em 0,80 e o Nível Alfa de 0,05. 
Tamanho da amostra e Poder Estatístico 
O tamanho amostral (n=20) foi calculado considerando-se, como hipóstese nula, que os 
fios investigados apresentariam o mesmo comportamento de reação inflamatória e 
11 
 
formação tecidual descritos na literatura para fios de sutura, portanto sem associação 
entre as variáveis preditoras e de desfecho. Como hipótese alternativa unidirecional e em 
função do fator tempo, considerou-se que os fios, após a implantação apresentariam 
comportamento diferente aos descrito na literatrura, com uma associação provável e 
biologicamente relavante. Quanto à probabilidade de ocorrerem erros do Tipo I (falso-
positivo) e Tipo II (falso-negativo) foi determinado o valor de alfa e de beta em 0.05 e 
poder estatístico (1 – beta) de 0.80. A determinação dos valores de cálculo foi feita 
através do Programa BioEstat versão 5.3. 
Procedimentos experimentais 
Os procedimentos experimentais foram conduzidos no biotério da Faculdade de 
Odontologia de Piracicaba – Unicamp por dois operadores previamente treinados e 
calibrados. Todos os animais, após anestesiados com C13H16NclO (Cloridrato de 
Cetamina 10%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) e Cloridrato de Xilazina (Xilazin 2%®, 
Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) (77mg/Kg + 10mg/Kg) injetadas via intraperitonial, tiveram 
os três fios implantados simetricamente e na mesma ordem (3-0, 2-0 e 0-0; da esquerda 
para a direita em vista póstero-dorsal do animal), na região dorsal, previamente 
tricotomizada em uma área de 7 X 15cm, e preparada com iodo-polvidine (Simon-Allué et 
al, 2014) Figura 3. 
 
12 
 
Figura 3. Ordem de implantação dos fios. Com vista frontal do animal, da direita para a 
esquerda, o fio HMC-FC-19-06, HMC-FC-21-04 e HMC-FC-23-05 
 
Os fios foram implantados com suas respectivas agulhas, pelos mesmos operadores, no 
panniculus carnosus, através do ponto de pertuito, até a inserção total da agulha, que foi 
removida de acordo com as técnicas preconizadas para implantação de fios reabsorvíveis 
(Kim et al. 2017) (Figura 4). 
 
 
Figura 4. Procedimento de implantação do fio HMC-FC-21-04 no panniculus carnosus 
com sua respectiva agulha. 
 
Os animais foram sacrificados semanalmente, em grupos de cinco animais por período, 
até o 28º dia pós implantação e nos respectivos períodos de avaliação. A eutanásia foi 
feita com a aplicação intraperitonial em profundidade de 1cm da agulha de mistura 
C13H16NclO (Cloridrato de Cetamina 10%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) e Cloridrato 
de Xilazina (Xilazin 2%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) (225mg/kg + 30mg/kg) até ser 
observada parada cardiorrespiratória. Os tecidos implantados foram removidos na ordem 
sequencial da implantação e no percurso de implantação do fio em fragmentos de 
150mm, e divididos em um fragmento de 100mm e outro de 50mm. Os fragmentos de 
13 
 
100mm foram usados na investigação da resistência à tração do fio na amostra de tecido 
implantada através do Teste de Tração Uniaxial das amostras (Simon-Allue et al., 2014) 
(Figura 5). 
 
Figura 5. Fragmentos do tecido implantado submetido no Teste de Tração Uniaxial 
 
Estas foram fixadas através de mordentes em uma Máquina de Ensaio Universal 
INSTRON© (MODELO 4411, Canton, Inglaterra) nos dois extremos da amostra, sendo 
que numa extremidade, fixou-se o tecido, e na outra o fio implantado (Figura 6). 
14 
 
 
Figura 6. Fixação da amostra de tecido implantado e fio nos mordentes da Máquina de 
Tração Universal 
 
Os mordentes com as amostras foram individualmente submetidos à força de teste, que é 
realizado para Ensaio de Tração, a uma velocidade de 10mm/min com célula de carga de 
50N (Yamagami et al., 2006) até o ponto da completa remoção do fio do tecido (Valle et 
al, 2007). Os valores foram compilados, organizados em tabelas e analisados por teste 
estatístico no programa Biostat versão 5.3, considerando média e desvio padrão, e 
p<0,05 para significância estatística. 
 
3. ESTUDO HISTOQUÍMICO PROSPECTIVO, LONGITUDINAL E SIMPLES-CEGO DAS 
ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS E DE EXPRESSÃO DE COLÁGENO INDUZIDAS POR 
FIOSDE POLIDIOXANONA ESPICULADOS BIDIRECIONAIS EM RATOS. 
 
Metodologia e procedimentos 
15 
 
As informações referentes à metodologia e procedimentos até a obtenção das amostras 
teciduais encontram-se descritas acima. Os fragmentos de 50mm do tecido implantado 
foram inseridos em formol neutro para posterior preparo das lâminas (Figura 7). 
 
 
Figura 7. Fragmento de tecido implantado utilizados para o estudo histoquímico 
 
Análise histoquímica e expressão do colágeno 
As análises histoquímicas e expressão de colágeno foram feitas por leitura de lâminas 
histológicas em microscópio óptico e sob luz polarizada, respectivamente . 
Resumidamente, as amostras, após retiradas do animal, foram fixadas em solução de 
formol neutro (fosfato dibásico 65g, fosfato monobásico ácido 40g, 2000ml de água 
destilada, 1000ml de formol) durante 24 horas. Após, foram preparadas em banhos 
sequentes de água destilada, álcool 70%, alcool 90%, álcool 100% (tres vezes), xilol (3 
vezes), para serem embebidas em parafina 1 (uma vez), parafina 2 (uma vez), e incluídas 
em blocos regulares de parafina. Após estes procedimentos, as amostras foram cortadas 
no sentido transversal da peça (e do fio), em slices de 0,5mm, e preparadas para 
coloração em hematoxilina e eosina para análise da neoformação tecidual, e com o 
método Picro-Sirius Red, para a análise da expressão de colágeno. Resumidamente, para 
o preparo da Hematoxilina-Mayer (http://www.icb.usp.br/mol/1basico33a.html ) foi 
utilizado, para um litro de água, 50g de alúmem (pó de amonia), 1g de hematoxilina 
nuclear, 0,2g de iodato de sódio e 1g de ácido citrico. A solução foi filtrada antes do uso. 
Para a preparação da solução de Eosina, foi dissolvido em 100ml de água destilada, 
800ml de álcool 95%, 10ml de solução Floxina b e 4ml de ácido acético glacial. Foi 
16 
 
empregada fixação pelo Zenker, inclusão em parafina para cortes finos, corada por 3min, 
em solução de Fuccina ácida 0,5%, lavada em ácido acético (3 a 5 imersões), lavada em 
água acética, corada por vinte minutos na mistura azul de anilina associada a orange G, 
ácido oxálico e água destilada, lavada em água acética, desidratada e montada em 
bálsamo. Os resultados de coloração das lâminas resultou em imagens de substâncias 
hialinas mucosas e colágeno neoformado em rosa, tecidos epiteliais e núcleos celulares 
em roxo, e hemáceas em amarelo. As imagens analisadas foram capturadas e analisadas 
por comparação subjetiva no microscópio de luz (Zeuss Axiophot®, Carl Zeiss, Alemanha) 
e filtro para luz polarizada. Foram feitas análises comparativas subjetivas de neoformação 
de tecido fibroso e de colagenase entre os fios e o tempo de implantação (Junqueira & 
Carneiro, 2007), considerando cinco imagens digitalizadas para cada fio e tempo de 
implantação. 
Para análise e confirmação da expressão de colágeno imaturo e maduro nas peças 
histológicas, as mesmas foram coradas pelo método do Picro-Sirius Red, e avaliadas em 
microscopia de polarização. Resumidamente, após o corte das peças em espessura de 5 
micrômetros, as mesmas foram desparafinada em xilol, e hidratadas em soluções de 
etanol com concentrações decrescentes até água. A seguir, as peças foram coradas 
durante uma hora em solução de Sirius Red a 0,1%, lavadas durante 2 minutos em 
solução de ácido clorídrico 0,01N, contracoradas com Hematoxilina de Harris por 6 
minutos e desidratadas até etanol absoluto, clarificadas em xileno e montadas com resina 
e lamínula. 
LOCAL DA REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS E EXPERIMENTOS 
Os testes e experimentos foram desenvolvidos no Laboratório de Materiais Dentários, no 
Biotério e nos Laboratórios de Histologia e Histoquímica da Faculdade de Odontologia de 
Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas. 
PERÍODO DE EXPERIMENTO 
O experimento e o relatório final foram conduzidos a partir de 04 de Setembro de 2017 até 
14 de Novembro de 2017. 
PESQUISADORES RESPONSÁVEIS 
O experimento foi conduzido pelos Profs Drs. Celia Marisa Rizzatti Barbosa (#Unicamp 
24537-2) e José Ricardo de Albergaria Barbosa (#Unicamp 21333-1), ambos Professores 
17 
 
Titulares da Universidade Estadual de Campinas, onde os experimentos foram 
conduzidos. 
RESULTADOS 
No teste de resistência à tração a que foram submetidos os fios, as amostras que 
apresentaram rompimento do fio a menos de 13mm de distância das suturas foram 
desprezadas. Dentre as amostras investigadas no grupo 1 composto pelos fios HMC-FC-
19-06, 12 amostras foram desprezadas, de modo que restaram 28 amostras. Dentre as 
amostras do grupo 2, composto pelos fios HMC-FC-21-04, foram desprezadas 6 
amostras, restando 34 amostras. Dentre as amostras do grupo 3, composto pelos fios 
HMC-FC-23-04, foram excluídas 7 amostras, restando 33 amostras. Os resutados médios 
e desvios padrão encontrados para os valores de resistência à tração encontram-se, 
expressos em Newtons (N), na Figura 8. 
 
Figura 8. Representação gráfica dos valores de Média e Desvio Padrão, apresentados 
pelos fios de PDO no ensaios de Resistência à Tração, expressos em Newtons (N). 
 
Os valores do mesmo teste expresso em Quilograma Força (KgF), encontram-se 
representados na Figura 9. 
32,02
22,44
13,04
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
1 2 3
V
a
lo
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n
id
o
s
 e
m
 N
Fios investigados: 1) HMC-FC-19-06; 2) HMC-FC-21-04; 3) HMC-FC-23-05
1
2
3
18 
 
 
Figura 9. Representação gráfica dos ensaios de Resistência à Tração nos fios de PDO, 
expressos em KgF (valores da Média e do Desvio Padrão). 
 
Observou-se p<0.0001 e 376.11 para o fator F, na análise de Watson-Williams quando 
comparados os 3 tipos de fios. A média paramétrica estimada foi de 21.99. A Tabela 2 
expressa dados relativos à estatística descritiva dos grupos 1 (fios HMC-FC-19-06), 2 (fios 
HMC-FC-21-04) e 3 (fios HMC-FC-23-05). 
 
Tabela 2. Dados da Estatítica Descritiva para os valores de Resitência à Tração (N) 
encontrados mediante a comparação entre 3 amostras, considerando os grupos 1, 2 e 3 
(1) HMC-FC-19-06; 2) HMC-FC-21-04; 3) HMC-FC-23-05. 
GRUPO 1 2 3 
Amostragem final 28 34 33 
Valores maximos de resistência à tração (N) 37.21 33.53 17.26 
Valores mínimos de resistência à tração (N) 26.63 16.05 11.34 
Valores da média aritmética 32.02 22.44 13.04 
Valores do desvio padrão 2.76 3.50 1.32 
Valores da variância 7.63 12.27 1.75 
Valores da mediana 31.92 22.31 12.83 
 
2,73
2,29
1,29
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
1 2 3V
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 K
g
F
Fios investigados: 1) HMC-FC-19-06; 2) HMC-FC-21-04; 3) HMC-FC-23-05
19 
 
Os testes de tração uniaxial dos fios implantados nas amostras teciduais demonstraram 
valores crescentes com o tempo de implantação. Os fios de maior diâmetro (Grupo 1, 
representados pela cor azul) mostraram maior competência de agarramento, seguido dos 
fios do Grupo 2 (representados pela cor alaranjada) e, por fim, os fios de menor calibre 
(Grupo 3, representados pela cor amarela). Os valores foram crescentes com o tempo de 
implantação, sendo os três primeiros, com implantação de 7 dias, seguidos dos 
implantados a 14, 21 e 28 dias (Figura 10). 
 
 
Figura 10. Representação gráfica dos valores da resistência dos fios implantados ao teste 
de tração uniaxial, considerando as Médias (expressos em Newtons – N) e Desvios 
Padrão, nos tempos pós implantação de 7 dias (1, 2 e 3), 14 dias (4, 5 e 6), 21 dias (7, 8, 
e 9) e 28 dias (10, 11 e 12). Em azul, os fios HMC-FC-19-06 (1, 4, 7 e 10); em verde, os 
fios HMC-FC-21-04 (2, 5, 8 e 11); em amarelo, os fios HMC-FC-23-05 (3, 6, 9 e 12); a 
linha tracejada em azul representa a tendência dos valores das médias entre cada grupo 
em função do tempo. 
 
Quando os fios foram comparados entre si, dentro de cada fase pós operatória, observou-
se diferença estatísticasomente no 28º dia pós operatório (p=0.04) entre os fios com 
diâmetro de sutura 0-0 (HMC-FC-19-06) e o 3-0 (HMC-FC-23-05). No entanto, quando 
comparou-se cada fio nos diferentes períodos pós operatórios (7, 14, 21 e 28 dias), 
verificou-se que, a partir do 21º dia, todos os fios apresentaram maior resistência de 
tração axial no tecido implantado (p<0.01). 
1,854
1,628
1,324
2,564
2,364
2,194
3,598
3,252
2,294
3,85
3,29
2,604
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
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ÉD
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 E
 D
ES
V
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 P
A
D
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O
GRUPOS DOS FIOS / DIAS PÓS OPERATÓRIOS
20 
 
À microscopia óptica, a coloração hematoxilina-eosina (HE) revelou que, para todos os 
fios, houve um afluxo de células inflamatórias ao local de implantação do fio na primeira 
semana pós operatória (Figuras 11-13 ), que foram sistemática e metodicamente sendo 
substituídas por tecido cicatricial e neocolagenase no transcorrer do tempo (Figuras 14-
22). 
 
 
Figura 11. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos sete 
dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 30 
vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; F- Fio; f- fibroblasto; II- 
Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 
 
 
 
 
 
Figura 12. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos sete 
dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 
21 
 
vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; F- Fio; f- fibroblasto; II- 
Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 
 
 
 
Figura 13. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos sete 
dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 
vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; E- Espícula do fio; F- Fio; f- 
fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 
 
 
 
 
Figura 14. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos 
quatorze dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 10 
vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; E- 
espícula do fio; F- Fio; f- fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo 
Neoformado. 
22 
 
 
 
 
 
Figura 15. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos 
quatorze dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes 
(a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; F- Fio; f- 
fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 
 
 
 
 
Figura 16. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos 
quatorze dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes 
(a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; E- Espícula do 
fio; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo. 
 
23 
 
 
 
 
 
Figura 17. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos 
vinte e um dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 10 
vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; E- Espícula do fio; F- 
Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 
 
 
 
 
Figura 18. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos 
vinte e um dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 
vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; E- Espícula do fio; F- 
Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 
 
24 
 
 
 
 
 
Figura 19. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos 
vinte e um dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 
vezes (a) e de 30 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; 
Vs- Vaso Sanguíneo. 
 
 
 
Figura 20. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos 
vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 10 vezes 
(a) e de 30 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- 
Vaso Sanguíneo. 
 
25 
 
 
 
 
 
 
Figura 21. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos 
vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) 
e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso 
Sanguíneo. 
 
 
 
Figura 22. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos 
vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) 
e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso 
Sanguíneo. 
 
26 
 
Esta técnica mostrou diferenças morfológicas entre os espécimes a partir do 14º dia pós 
operatório, distinguindo os tecidos com boa expressão de colágeno ao redor dos fios. Até 
o 14 dia pós operatório, a área ao redor dos fios mostrou abundante tecido conjuntivo 
desorganizado, mais evidente para os fios dos grupos 1 e 2. Não foi observada 
expressividade de tecido adiposo, em contraste com a intensa neo formação vascular até 
os 21 dias pós operatórios. É possivel perceber a evidente reabsorção dos fios no 
transcorrer do tempo pós operatório mostrado pela imagem dos mesmos nas figuras (11 – 
22). 
A coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno avaliado em 
microscopia de polarização, mostrou a presença de colágeno imaturo a partir do 7º dia 
pós operatório, e o aumento gradual da expressão de colágeno maduro nos períodos pós 
operatórios subsequentes, ao redor de todos os fios implantados. Houve predominância 
homogênea de colágeno imaturo na área ao redor dos fios de todos os grupos nos 
períodos iniciais do processo reacional, e maior presença de colágeno maduro a partir do 
21º dia pós-operatório, para todos os fios estudados (Figuras 23-34). 
 
 
27 
 
 
Figura 23 . Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos sete dias pós-operatórios, visto 
em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros 
polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- 
colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Figura 24. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos quatorze dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e 
d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
Figura 25. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos vinte e um dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a), 10 vezes (b) e de 20 
vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
Figura 26. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 
vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
Figura 27. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red paraexpressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos sete dias pós-operatórios, visto 
em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros 
polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- 
colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
Figura 28. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos quatorze dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e 
d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
Figura 29. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos vinte e um dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 
vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
Figura 30. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes e de 20 
vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
Figura 31. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos sete dias pós-operatórios, visto 
em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros 
polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- 
colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
Figura 32. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos quatorze dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 
vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
Figura 33. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos vinte e um dias dias pós-
operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) 
e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c), 10 vezes 
(b) e de 20 vezes (d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
Figura 34. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do 
tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, 
visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os 
filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 
vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DO EXPERIMENTO, DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E 
CONCLUSÃO 
Os resultados demonstraram que os fios testados apresentam resitência à tração 
compatível com a sua proposta terapêutica e promovem fixação suficiente e adequada no 
tecido subdérmico, acompanhada de neoformação tecidual crescente com o tempo de 
39 
 
implantação. Isto consolida seu objetivo enquanto fios de implantação subdérmica por 
processo de aplicação minimamente invasivo, com as devidas características de emprego 
na estética e harmonização orofacial. 
As características apresentadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas técncias) 
de Maio de 2003 para fios lisos sintéticos absorvíveis estéreis de número cirúrgico 3-0, 2-
0 e 0 válidas em todo o território nacional a partir de 30 de Junho de 2003, detemina, 
respectivamente, os valores de 17,36N, 26,26N e 38,26N, e de 1,77KgF, 2,68KgF e 
3,90KgF para fios lisos utilizados em suturas cirúrgicas. Estes valores, embora maiores do 
que aqueles apresentados pelos fios espiculados que utilizamos em nosso experimento, 
estiveram bastante próximos que é requerido pela ABNT (Figuras 8 e 9; Tabela 2). O fato 
dos valores encontrados terem sido pouco menores do que os fios lisos utilizados em 
suturas mas com as mesmas características de espessura, possivelmente estabelece 
correlação direta com a presença das espículas feitas no processo de fabricação dos fios 
espiculados. Estas, embora sejam cortadas eletronicamente e dentro de parâmetros e 
critérios industriais, tendem a enfraquecer o fio, uma vez que o mesmo perde parte de sua 
estrutura no diâmetro recortado. No entanto, não consideramos que esta diminuição na 
resitência à tração tenha sido suficiente para alterar a competência de tração dos fios. 
Mesmo o de menor diâmetro de sutura (3-0, HMC-Fc-23-05), demonstraram boa 
condição de embricamento ao tecido implantado, como pode ser observado nos 
resultados do teste de resistência à tração uniaxial do fio na amostra de tecido implantado 
(Figura 10). Os fios mantiveram uma boa condição de fixação aos tecidos implantados, 
mesmo nos tecidos colhidos na primeira semana do período pós operatório. Esta 
condição foi crescente no trancorrer do experimento, resultado que já era esperado, uma 
vez que os fios de PDO tendem a formar uma boa camada de tecido colágeno após sua 
implantação, particularmente no entorno das espículas. Durante o processo de 
cicatrização, o infiltrado inflamatório inicial induz o afluxo de células reacionais e de 
fibroblastos ao local inflamado (Junqueira & Carneiro,2007). Os fios de PDO tendem a 
acelerar este processo, aumentando o afluxo de exudato inflamatório para a região. Esta 
é uma de usas principais propriedades no campo da estética facial, pois este afluxo de 
células e de líquido aprimoram a cicatrização, acelerando o processo de neoformação 
tecidual e de colagenase (Park et al, 2014). Com o transcorrer do tempo pós operatório, o 
tecido imaturo foi metodicamente sendo substituído pelo colágeno maduro, dando ao 
tecido, melhores condições para suportar cargas e tração. Este processo de colagenase 
proporciona resistência tecidual ao alongamento, o que foi observado com os resultados 
40 
 
crescentes obtidos a partir do testes de tração uniaxial dos fios nos tecidos implantados. 
Observou-se que, a partir do 14 dia, já havia um aumento da resitência à tração do fio 
com diâmetro de sutura de 3-0, e que, a partir do 21º dia pós operatório, este aumento foi 
percebido em todos os fios. Este aumento na resistência ao processo de remoção do fio 
apresentada durante o período de recuperação tecidual ao redor do fio é uma propriedade 
muito interessante a ser considerada. O tecido colágeno é formado a partir de uma 
condição inflamatória reacional naturalmente observada nos organismos vivos, quando 
lesionados. Após a implantação dos fios espera-se que ocorra um afluxo de células 
inflamatórias ao local, e, a partir deste, um processo cicatricial seja iniciado. Este fato 
pode ser bem observado na análise histoquímica. O infiltrado inflamatório esteve bem 
evidente na primeira semana pós operatória, com presença de neo formação vascular, e 
intenso infiltrado inflamatório. Este infiltrado foi sistematicamente, sendo substituido por 
tecido cicatricial, fibroblastos e por colágeno, a princípio imaturo, a partir da segunda 
semana pós operatória, num crescenteaté a quarta semana pós operatória, com uma boa 
expressão de colágeno maduro a partir de 21 dias pós operatórios (Figuras 11-34). 
Este é um efeito almejado quando na utilização de fios de PDO com finalidade estética. A 
principal proposta da implantação dos fios de PDO é a de promover a substituição gradual 
dos tecidos reabsorvidos em função de perdas ósseas, conjuntivas, adiposas e dérmicas 
decorrentes da idade, hábitos, luz solar, etc. Esta substituição pode, desta forma, ocorrer 
pelos métodos minimamente invasivos de implantação de fios de PDO. Trata-se de uma 
técnica minimamente invasiva, realizada em ambiene ambulatorial, e não requer 
anestesia geral, mas somente pontos de anestesia infiltrativa no trajeto de implantação do 
fio. Isto torna a técnica extremanente segura e eficaz ao seu propósito estético-funcional. 
Estes fios, por serem reabsorvídos pelo organismo, causam poucos transtornos pós 
operatórios, e estabelecem grandes vantagens frente aos procedimentos cirúrgicos 
plásticos convencionais. A reabsorção dos fios no transcorrer do experimento é bem 
percerptível após o 21º dia pós operatório, onde macroscopicamente, são quase 
imperceptíveis a olho nu. Além de perderem sua coloração azulada, tornam-se 
transparentes, e são localizados somente através do tato. Ao microscópio óptico, foi 
possível localizar os fios, mas com evidente processo de reabsorção. 
Os fios utilizados neste experimento demonstraram competência em manter os tecidos 
tracionados após sua implantação, sem se romperem mediante ação de força tensional 
uniaxial, e formaram tecido cicatricial e neo colagenase ao seu redor. 
41 
 
Os resulados aqui apresentados, associados a outros dados, permitem recomendar sua 
aplicabilidade clínica mediante indicação e utilização através de meios clínicos 
apropriados, e admitem sugerir sua segurança e eficácia no procedimento para a 
obtenção do efeito lifting facial através reposicionamento indireto dos tecidos envolvidos 
na mímica facial. 
AGRADECIMENTOS 
Aos funcionários do Biotério da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp (FOP 
– Unicamp); 
à área de Materiais Dentários da FOP – Unicamp, em particular aos funcionários Marcos 
Blanco Cangiani e Selma Aparecida Barbosa Segalla 
à área de Histologia da FOP – Unicamp, em particular ao Prof. Dr. Pedro Duarte Novaes, 
e aos funcionárias Maria Aparecida Santiago Varella, Ivani Odas Demétrio, Flávia 
Sammartino Mariano Rodrigues e Gustavo Narvaes Guimarães. 
À área de Bioestatística da FOP - Unicamp 
 
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