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1 ESTUDO BIOMECÂNICO E TESTE HISTOQUÍMICO DE FIOS DE POLIDIOXANONA, ESPICULADOS E BIDIRECIONAIS INTRODUÇÃO Os fios de polidioxanona (PDO) têm sido utilizados rotineiramente e de forma segura há mais de três décadas como fios de sutura em procedimentos cirúrgicos (Alcamo, 1964; Paul, 2008; Suzuki & Ikada, 2012). Trata-se de um monofilamento de poliéster absorvível constituído por polímero bastante flexível, composto por monômeros de para-dioxanona, que é degradado no organismo por hidrólise não enzimática. Tem se mostrado um material seguro não alergênico ou piogênico e que apresenta poucas complicações a longo prazo (Ray et al., 1981). Além de ser indicado como fio de sutura (Villa et al., 2008), em função de seu tempo para total reabsorção, este material também tem sido utilizado em outros países em procedimentos plásticos não invasivos (Jandali et al, 2011), atuando como agente de neo vascularização, na regeneração de colágeno tipo 1 e 3 e como agente de lipólise (Simon- Allue et al., 2014). Uma vez inserido no tecido, o fio leva a uma regeneração do colágeno, provavelmente devido à capacidade da célula em detectar, processar e responder a estímulos mecânicos. Os fibroblastos ao redor do fio tornam-se ativos e promovem uma neo colagenase (Bortolozo et al., 2016). Estes efeitos são observados pelo intenso infiltrado inflamatório que ocorre, demonstrado pelo aumento expressivo de tecido vascular e de fibras colágenas que se forma em torno do fio (Kim et al., 2017). Esta neoformação pode ser observada em diferentes direções entre os fios e nas regiões da derme, e nem sempre se limitam às áreas em torno dos fios, formando pontes fibrosas que contraem os tecidos no sentido oblíquo à sua implanção (Simon-Allue et al., 2014). Por ser considerada não cirúrgica e pouco invasiva em relação às cirurgias plásticas (Bortolozo et al., 2016), a implantação de fios de PDO tomou particular importância nos procedimentos da estética facial e, nas últimas décadas, passou a ser amplamente adotada em outros países como forma de diminuir os efeitos do envelhecimento (Atiyeh et al, 2010; Mulholland & Paul, 2011) 2 O processo de envelhecimento, particulamente na face, envolve, dentre outros fatores, uma série de componentes relacionados à perda de volume do tecido ósseo, lassidão da pele, redistribuição da gordura facial, ptose do tecido conjuntivo e hipotrofia muscular. Estes fatores, quando associados, contribuem, principalmente, na redistribuição dos compartimentos lipídicos faciais, que geralmente resultam na formação das rugas nasolabiais e nasogenianas, bolsas infraorbiculares e de adiposidade submentual. Estas consequências definem um perfil envelhecido da face, especialmente em seus terços inferior e médio (Monheit & Davis, 2008; Carruthers et al., 2012; Nkengne & Bertin, 2012). Isto se revela de modo particular em paciente onde houve perda elementos dentais, e remanescente ósseo periodontal (Rizzatti-Barbosa, et al 2008). A implantação de fios PDO pode promover o tensionamento dos tecidos, corrigir a da ptose conjuntiva e adiposa, diminuir rítides nasolabiais e/ou nasogenianas, bolsas e adiposidades, promover colagênese e preenchimento dérmico (Griffin & Jo, 2007. Villa et al., 2008). Através da implantação de fios de PDO é possível acentuar o contorno facial, diminuir as rítides desenvolvidas no processo de envelhecimento, reduzir a base do nariz, diminuir a camada lipídica submentual, reduzir poros e cicatrizes e acnes hipertóficas, promover o lifting facial e diminuir a lassidão dérmica. No entanto possui indicações que somente a critério do profissional devidamente autorizado ao seu uso poderá estabelecer. Desta forma, não deverá ser recomendada como um procedimento que substitui a cirurgia plástica, mas como uma ferramenta pouco invasiva que pode amenizar alguns efeitos do envelhecimento. Raramente são associados problemas pós operatórios ao seu emprego. Por se tratar de técnica minimamente invasiva, não oferecem os efeitos adversos, complicações que podem ocorrer procedimentos estéticos mais invasivos. Os possiveis raros efeitos adverso que podem surgir são, dor local, eritema, equimose e pregueamento da pele podem surgir em virtude das inserções dos fios (Flórez-Méndez & Trelles, 2008; Garvey et al., 2009). Seu uso estará contra-indicado a pacientes que apresentem processos infecciosos no local de aplicação, gestantes e mulheres em período de amamentação. Indivíduos com expectativas exageradas ao tratamento também podem se constituir em contra-indicações relativas a estes procedimentos (Rachel et al., 2010). 3 Descrição do princípio físico e fundamentos da tecnologia do produto i-Thread®, aplicados para seu funcionamento e sua ação Definições – Descrição e Desempenho Previsto O fio de implantação intradérmica i-Thread® (Hyundae Meditech Co., Ltd; Gangwon-do; Republic of Korea) é uma fibra cirúrgica sintetizada e obtida através da polimerização de monômeros de paradioxanona (PDO). Do ponto de vista molecular apresenta a seguinte fórmula: C4H6O3. Trata-se de um material sintético, absorvível, biocompatível, não alergênico, não piogênico e estéril (esterilizado com gás óxido de etileno – EO), mono-filamentar constituído de PDO, e de colocaração arroxeada (pigmento corante violeta D&C Violeta N. 2). A O PDO é um material conhecido e utilizado na medicina há muitos anos em suturas subcutâneas e dérmicas. A Fibra absorvível de PDO dissolve-se em até 4 meses. Cada fio i-Thread® pode conter ou não farpas bidirecionais ao longo do monofilamento do fio sem fixação da agulha. Biodegradação e absorção O i-Thread® estimula os fibroblastos a produzir matriz extra-celular e a aumentar a colagenase dérmica. O colágeno faz parte constituinte de diversos tecidos orgânicos e é a proteína responsável pela resistência e firmeza da pele. Uma vez implantado, o fio permanece no local de implantação, enquanto que a agulha é totalmente removida e descartada. Cada fio facilita a aproximação dos tecidos sem a necessidade de fazer nós cirúrgicos, e tem o objetivo de estimular a colagênese, promovendo maior elasticidade e definição dos tecidos. Observa-se, imediatamente à sua implantação, uma expressiva elevação mecânica dos tecidos, e consequente reposicionamento das partes comprometidas pela lassidão tecidual. Também é possível observar um efeito de relaxamento muscular ou o efeito de mecanotransducção da acupuntura (capacidade da célula de sentir, processar e responder a estímulos mecânicos). Como material de tração dérmica, promove o efeito lifting facial com o reposicionamento indireto da musculatura da mímica facial, através da tração da derme, reorientando os fibroblastos para uma remodelação de suas fibras de colágeno no sentido das forças de tração. Ao inserir o i- Thread® no tecido subdérmico, um processo de ativação celular ocorre. Após a inserção do i-Thread®, os fibroblastos ao redor do i-Thread® são ativados, resultando em neo- colagênese. A resistência da elasticidade pode ser mantida em múltiplas direções e, portanto, seu efeito é duradouro. O i-Thread® é completamente biodegradável por hidrólise 4 e torna-se transparente cerca de um mês após a sua inserção. A polidioxanona muito raramente causa reações alérgicas ou efeitos colaterais, além de ser absorvida ao longo do tempo, o que reduz a possibilidade de eventos adversos futuros. Na figura 1 é possível observar a relação das partes e acessórios destinados a integrar o produto. Figura 1. Partes componentes e acessórios que integram o produto i- Thread®. O sistema i-Thread® é composto por: (1) Esponja: para fixação do fio à agulha; (2) Fio de sutura de Polidioxanona absorvível (PDO); (3) Capa de proteção da agulha e fio de sutura; (4) Agulha ou cânula; e (5) Hub: Base da agulha ou da cânula OBJETIVOS DO PROJETONesse contexto, tem-se três objetivos: 1. avaliar a tração de três modelos de fios de polidioxanona espiculados bidirecionais; 2. analisar a fixação destes fios nos tecidos implantados; e 3. confirmar a neoformação tecidual ao redor destes fios implantados. Para este fim foram realizados os seguintes experimentos: 5 1. Ensaio de resistência à tração de três fios de polidioxanona espiculado bidirecional; 2. Estudo prospectivo, longitudinal e simples-cego para investigar a fixação dos fios de polidioxanona espiculado bidirecional no tecido subdérmico de ratos; e 3. Estudo histoquímico prospectivo, longitudinal e simples-cego das alterações histológicas e de expressão de colágeno induzidas por fios de Polidioxanona espiculados bidirecionais em ratos. MATERIAIS E MÉTODOS Normativas As normativas experimentais seguiram as recomendações da Associação Brasileira de Norma Técnicas 13904 (ABNT 13904), válidas em todo o território nacional a partir de 2003, e que substitui a NBR 13904:1997. Estas normativas preconizam o que segue: “As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação ... A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento. Resolução nº 59 de 27 de junho de 2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) - Boas práticas de fabricação de produtos médicos NBR ISO 13485:2000 - Sistemas da qualidade - Artigos médicos - Requisitos particulares para aplicação da NBR ISO 9001; ISO 10993-7:1995 1) - Biological evaluation of medical devices - Part 7: Ethylene oxide sterilization residuals; ISO 11137:1995 - Sterilization of health care products - Requirements for validation and routine control – Radiation sterilization Farmacopéia Brasileira - Ultima edição Farmacopéia Americana - United States Phamacopeia (USP) – XXV” 1. ENSAIO DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO EM FIOS DE POLIDIOXANONA Materiais Neste estudo foram utilizados 120 fios de Polidioxanona (PDO), espiculados, bidirecionais (HMC-FC), com as respectivas agulhas (i-Thread®, Coréia do Sul), previamente esterilizados e acondicionados nas embalagens fornecidas pelo fabricante. Estes fios foram testados com os mesmos métodos que se utilizam para fios absorvíveis sintéticos utilizados para sutura cirúrgica (item 3.13 da ABNT, 2003), que também “são sintéticos e flexíveis, e que, quando introduzidos num organismos vivos, são por estes absorvidos”. Tratam-se de fios com as características descritas no item 4.2. da Normativa da ABNT (2003), cuja esterilização encontra-se dentro das normas descritas no item 3.19 da Normativa da ABNT (2003) (“3.19 esterilidade: Dentro de uma definição mais estrita de 6 esterilidade, um artigo é considerado estéril quando há ausência total de microorganismos viáveis. A esterilidade absoluta não pode ser demonstrada na prática sem que todos os artigos de um lote sejam ensaiados. Esterilidade é definida em termos de probabilidade, onde é aceitável a probabilidade remota de um artigo estar contaminado”.). A amostragem para o teste de Resistência à Tração foi calculada considerando o transcrito no item 5.1.13 da Normativa da ABNT (2003), que descreve que é preciso “determinar a resistência à tração em no mínimo 10 fios de sutura. “; e no ítem 6.7 da mesma normativa, que considera pertinente “Determinar a resistência à tração em cinco a dez fios, de acordo com o procedimento mencionado em 5.1.” Dentro deste contexto e destas determinações, decidiu-se compor a amostragem com 40 fios de cada espécime, a serem testadas conforme o descrito na Tabela 1. Tabela 1. Características dos grupos e fios de PDO utilizados no experimento. Grupo FIO N CALIBRE DA AGULHA (Gauge) COMPRIMENTO DA AGULHA (mm) COMPRIMENTO DO FIO (mm) DIÂMETRO DA SUTURA (USP) 1 HMC-FC-19-06 40 19 100 150 0-0 2 HMC-FC-21-04 40 21 90 150 2-0 3 HMC-FC-23-05 40 23 90 150 3-0 Racional para a escolha das três apresentações a serem testadas Os três fios i-Thread® testados são considerados os mais críticos dentro de todas as apresentaçoes (os espiculados bidrecionais modelos HMC-FC-23-05, HMC-FC-21-04 e HMC-FC-19-06) pois são aqueles que apresentam maior dificuldade de inserção devido ao comprimento mais longo e maior área, tanto da agulha quanto do fio. Além disso, estes são os modelos que possuem maior imbricamento aos tecidos implantados, devido ao fato destes serem espiculados em 45º nos dois sentidos de sua estrutura conformacional, tanto no verso quanto no reverso da direção de inserção do fio. As principais características dos fios i-Thread® encontram-se expressas no quadro 1. 7 Quadro 1. Principais Caracteristicas das Apresentações dos Fios i-Thread® Tipo Descrição Material de fabricação Ação esperada Necessidade de anestesia Tempo de procedimento Tipo de pele indicada Complicações pós- cirúrgicas esperadas Liso sutura lisa sem espículas, agulha com bisel polidoxanona – PDO A implantação do fio induz ao estímulo de formação de colágeno, que por si só aumentará a sustentação da pele, provocando leve tracionamento Opcional anestesia local 10 minutos A critério médico, em geral pele jovem com leve flacidez Apenas inflamação discreta, sem dor, recuperação em 1 a 3 dias Parafuso sutura lisa sem espículas, disposição do fio em espiral, agulha com bisel polidoxanona – PDO Formação de colágeno de maior intensidade, maior tracionamento provocado pelo formato parafuso do fio Anestesia local 30 minutos A critério médico, em geral pele jovem com flacidez moderada inflamação discreta, sem dor, recuperação de 3 a 7 dias Espiculado bi-direcional sutura com espículas, agulha com bisel polidoxanona –PDO formação de colágeno de maior intensidade, e tracionamento intenso provocado pelas espículas Anestesia local 40 minutos A critério médico, em geral pele madura com maior flacidez inflamação discreta, dor discreta, possível equimose, raramente hematoma, recuperação em 5 a 7 dias Método Os métodos empregados para avaliar a resistência à tração das amostras estão de acordo com a Normativa descrita pela ABNT (2003) no item 6.7. Neste, encontram-se as Especificações do Equipamento no item 6.7.1., que determina o que segue: “Deve ser utilizada uma máquina universal de tração, equipada com motor elétrico, de modo a aplicar uma porcentagem constante de carga por unidade de tempo. A célula de carga utilizada deve ser compatível com a força de tração necessária para a ruptura do fio analisado”. A mesma Normativa descreve, em seu item 6.7.2., o que se refere aos Procedimentos de Execução, conforme segue: 8 “Colocar o fio no aparelho, prendendo uma das extremidades e passando a extremidade livre pelo outro prendedor. Aplicar, nesta última, uma leve tensão e apertar o segundo prendedor, de modo que o nó fique eqüidistante dos prendedores. Acionar o equipamento até a ruptura do fio. Anotar a leitura e avaliar a resistência. Desprezar a determinação toda vez que o fio se romper em ponto próximo (até 1,3 cm) dos prendedores.” Dentro do contexto destas determinações, o Teste de Resistência à Tração foi conduzido da forma como segue descrito. As 120 amostras, após removidas da embalagem originalmente fornecida pelo fabricante, foram fixadas, individualmente, em suas duas extremidades, através de dobradura em duplo nó mantido por meio de duas gotas de cianocrilato líquido (Simon-Allue et al, 2014), em placas de resina acrílica termopolimerizável incolor (Clássico®, Campo Limpo, Brasil) previamente cortadas (40mmX20mmX2mm), lixadas, polidas, com bordos arredondados, e perfuradas em suas porções distais com broca de tungstênio cilíndricae de diâmetro de 1mm. As amostras dos fios foram introduzidas nas perfurações das placas e fixadas com dois nós cirurgicos, de modo que se tivessem 20 mm de fio fixado em cada placa de acrílico das duas extremidades, e 110 mm de fio livre de fixação (Figura 1). No total foram obtidos 120 corpos-de-prova, com um fio de PDO e duas placas de acrílico, correspondentes a cada extremidade dos fios. Os experimentos foram conduzidos segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 13904:2003). Figura 1. Fixação dos fios nas placas de acrílico com nós cirúrgicos Os corpos-de-prova tiveram as placas de acrílico fixadas nas porções superior e inferior dos mordentes de uma Máquina de Ensaio Universal Instron© (Modelo 4411, Canton, 9 Inglaterra) para o Ensaio de Resistência à Tração, realizado a uma velocidade constante de 1mm/minuto a 50N de célula de carga. Os fios que se romperam a menos de 13 mm de seu ponto de fixação foram desprezados. Cada corpo-de-prova foi tracionado individualmente até o rompimento do fio, cujo valor numérico foi registrado na Máquina de Ensaio Universal (Figura 2). Figura 2. Rompimento do fio nas placas na Máquina de Ensaio à Tração A resistência à tração também foi transformada em Kgf.cm-2, para qualquer efeito de comparação com a literatura. Análise estatística A análise dos valores obtidos para a Resitência à Tração foi realizada através do programa BioEstat 5.3, considerando a média e desvio padrão, bem como os valores encontrados na Estatística Descritiva. Para comparar os três grupos entre si, considerou- se o Teste Circular para Três Amostras de Watson-Williams, uma vez que os fios apresentam características diferentes quanto à espessura. Para as análises foi adotado um valor de p<0,05 para significância estatística. 10 2. ESTUDO PROSPECTIVO, LONGITUDINAL E SIMPLES-CEGO PARA INVESTIGAR A FIXAÇÃO DOS FIOS DE POLIDIOXANONA ESPICULADO BIDIRECIONAL NO TECIDO SUBDÉRMICO DE RATOS Materiais Para este teste foram utilizados 60 fios de Polidioxanona (PDO), espiculados, bidirecionais (HMC-FC), medindo 150mm de comprimento, com as respectivas agulhas (i- Thread®, Coréia do Sul), previamente esterilizados e acondicionados nas embalagens fornecidas pelos fabricante. Os fios variaram de acordo com o diâmetro da sutura em 3-0, 2-0 e 0-0 (USP) (Tabela 1 e Quadro 1) Metodologia e procedimentos Animais Os animais foram advindos do Biotério Central da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e alojados em gaiolas de metal (50 × 50 × 55 cm) equipados com pavimentos perfurados em condições laboratoriais padrão (temperatura ambiente 20 ± 2 ° C e umidade 72 ± 4%) com acesso irrestrito a água e ração para ratos com sedimento padrão 53-3, produzido de acordo com a ISO 9001 (2008). Um mínimo de 7 dias de aclimatação foi permitido antes do início do estudo, e a saúde dos animais bem como as condições do biotério foram monitorados regularmente por profissionais do biotério devidamente treinados para este fim, de acordo com os requisitos da ISO 10993-10 (2006). Todos os procedimentos realizados foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-Unicamp), e os princípios estabelecidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal foram rigorosamente seguidos ao longo de todo o experimento. Cada gaiola continha no máximo três animais, e todas foram identificadas com os números dos animais, os testes e as especificações dos produtos experimentais. A amostragem foi composta por vinte ratas da linhagem HanUnib: WH (Wistar), saudáveis e sem nenhum tipo de alteração genética ou mutação, com idade em torno de 180 dias e peso variando entre 250 a 300 gramas. O cálculo amostral foi feito no programa Biostat 5.0, considerando o Poder de Teste em 0,80 e o Nível Alfa de 0,05. Tamanho da amostra e Poder Estatístico O tamanho amostral (n=20) foi calculado considerando-se, como hipóstese nula, que os fios investigados apresentariam o mesmo comportamento de reação inflamatória e 11 formação tecidual descritos na literatura para fios de sutura, portanto sem associação entre as variáveis preditoras e de desfecho. Como hipótese alternativa unidirecional e em função do fator tempo, considerou-se que os fios, após a implantação apresentariam comportamento diferente aos descrito na literatrura, com uma associação provável e biologicamente relavante. Quanto à probabilidade de ocorrerem erros do Tipo I (falso- positivo) e Tipo II (falso-negativo) foi determinado o valor de alfa e de beta em 0.05 e poder estatístico (1 – beta) de 0.80. A determinação dos valores de cálculo foi feita através do Programa BioEstat versão 5.3. Procedimentos experimentais Os procedimentos experimentais foram conduzidos no biotério da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp por dois operadores previamente treinados e calibrados. Todos os animais, após anestesiados com C13H16NclO (Cloridrato de Cetamina 10%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) e Cloridrato de Xilazina (Xilazin 2%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) (77mg/Kg + 10mg/Kg) injetadas via intraperitonial, tiveram os três fios implantados simetricamente e na mesma ordem (3-0, 2-0 e 0-0; da esquerda para a direita em vista póstero-dorsal do animal), na região dorsal, previamente tricotomizada em uma área de 7 X 15cm, e preparada com iodo-polvidine (Simon-Allué et al, 2014) Figura 3. 12 Figura 3. Ordem de implantação dos fios. Com vista frontal do animal, da direita para a esquerda, o fio HMC-FC-19-06, HMC-FC-21-04 e HMC-FC-23-05 Os fios foram implantados com suas respectivas agulhas, pelos mesmos operadores, no panniculus carnosus, através do ponto de pertuito, até a inserção total da agulha, que foi removida de acordo com as técnicas preconizadas para implantação de fios reabsorvíveis (Kim et al. 2017) (Figura 4). Figura 4. Procedimento de implantação do fio HMC-FC-21-04 no panniculus carnosus com sua respectiva agulha. Os animais foram sacrificados semanalmente, em grupos de cinco animais por período, até o 28º dia pós implantação e nos respectivos períodos de avaliação. A eutanásia foi feita com a aplicação intraperitonial em profundidade de 1cm da agulha de mistura C13H16NclO (Cloridrato de Cetamina 10%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) e Cloridrato de Xilazina (Xilazin 2%®, Syntec do Brasil, Cotia, Brasil) (225mg/kg + 30mg/kg) até ser observada parada cardiorrespiratória. Os tecidos implantados foram removidos na ordem sequencial da implantação e no percurso de implantação do fio em fragmentos de 150mm, e divididos em um fragmento de 100mm e outro de 50mm. Os fragmentos de 13 100mm foram usados na investigação da resistência à tração do fio na amostra de tecido implantada através do Teste de Tração Uniaxial das amostras (Simon-Allue et al., 2014) (Figura 5). Figura 5. Fragmentos do tecido implantado submetido no Teste de Tração Uniaxial Estas foram fixadas através de mordentes em uma Máquina de Ensaio Universal INSTRON© (MODELO 4411, Canton, Inglaterra) nos dois extremos da amostra, sendo que numa extremidade, fixou-se o tecido, e na outra o fio implantado (Figura 6). 14 Figura 6. Fixação da amostra de tecido implantado e fio nos mordentes da Máquina de Tração Universal Os mordentes com as amostras foram individualmente submetidos à força de teste, que é realizado para Ensaio de Tração, a uma velocidade de 10mm/min com célula de carga de 50N (Yamagami et al., 2006) até o ponto da completa remoção do fio do tecido (Valle et al, 2007). Os valores foram compilados, organizados em tabelas e analisados por teste estatístico no programa Biostat versão 5.3, considerando média e desvio padrão, e p<0,05 para significância estatística. 3. ESTUDO HISTOQUÍMICO PROSPECTIVO, LONGITUDINAL E SIMPLES-CEGO DAS ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS E DE EXPRESSÃO DE COLÁGENO INDUZIDAS POR FIOSDE POLIDIOXANONA ESPICULADOS BIDIRECIONAIS EM RATOS. Metodologia e procedimentos 15 As informações referentes à metodologia e procedimentos até a obtenção das amostras teciduais encontram-se descritas acima. Os fragmentos de 50mm do tecido implantado foram inseridos em formol neutro para posterior preparo das lâminas (Figura 7). Figura 7. Fragmento de tecido implantado utilizados para o estudo histoquímico Análise histoquímica e expressão do colágeno As análises histoquímicas e expressão de colágeno foram feitas por leitura de lâminas histológicas em microscópio óptico e sob luz polarizada, respectivamente . Resumidamente, as amostras, após retiradas do animal, foram fixadas em solução de formol neutro (fosfato dibásico 65g, fosfato monobásico ácido 40g, 2000ml de água destilada, 1000ml de formol) durante 24 horas. Após, foram preparadas em banhos sequentes de água destilada, álcool 70%, alcool 90%, álcool 100% (tres vezes), xilol (3 vezes), para serem embebidas em parafina 1 (uma vez), parafina 2 (uma vez), e incluídas em blocos regulares de parafina. Após estes procedimentos, as amostras foram cortadas no sentido transversal da peça (e do fio), em slices de 0,5mm, e preparadas para coloração em hematoxilina e eosina para análise da neoformação tecidual, e com o método Picro-Sirius Red, para a análise da expressão de colágeno. Resumidamente, para o preparo da Hematoxilina-Mayer (http://www.icb.usp.br/mol/1basico33a.html ) foi utilizado, para um litro de água, 50g de alúmem (pó de amonia), 1g de hematoxilina nuclear, 0,2g de iodato de sódio e 1g de ácido citrico. A solução foi filtrada antes do uso. Para a preparação da solução de Eosina, foi dissolvido em 100ml de água destilada, 800ml de álcool 95%, 10ml de solução Floxina b e 4ml de ácido acético glacial. Foi 16 empregada fixação pelo Zenker, inclusão em parafina para cortes finos, corada por 3min, em solução de Fuccina ácida 0,5%, lavada em ácido acético (3 a 5 imersões), lavada em água acética, corada por vinte minutos na mistura azul de anilina associada a orange G, ácido oxálico e água destilada, lavada em água acética, desidratada e montada em bálsamo. Os resultados de coloração das lâminas resultou em imagens de substâncias hialinas mucosas e colágeno neoformado em rosa, tecidos epiteliais e núcleos celulares em roxo, e hemáceas em amarelo. As imagens analisadas foram capturadas e analisadas por comparação subjetiva no microscópio de luz (Zeuss Axiophot®, Carl Zeiss, Alemanha) e filtro para luz polarizada. Foram feitas análises comparativas subjetivas de neoformação de tecido fibroso e de colagenase entre os fios e o tempo de implantação (Junqueira & Carneiro, 2007), considerando cinco imagens digitalizadas para cada fio e tempo de implantação. Para análise e confirmação da expressão de colágeno imaturo e maduro nas peças histológicas, as mesmas foram coradas pelo método do Picro-Sirius Red, e avaliadas em microscopia de polarização. Resumidamente, após o corte das peças em espessura de 5 micrômetros, as mesmas foram desparafinada em xilol, e hidratadas em soluções de etanol com concentrações decrescentes até água. A seguir, as peças foram coradas durante uma hora em solução de Sirius Red a 0,1%, lavadas durante 2 minutos em solução de ácido clorídrico 0,01N, contracoradas com Hematoxilina de Harris por 6 minutos e desidratadas até etanol absoluto, clarificadas em xileno e montadas com resina e lamínula. LOCAL DA REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS E EXPERIMENTOS Os testes e experimentos foram desenvolvidos no Laboratório de Materiais Dentários, no Biotério e nos Laboratórios de Histologia e Histoquímica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas. PERÍODO DE EXPERIMENTO O experimento e o relatório final foram conduzidos a partir de 04 de Setembro de 2017 até 14 de Novembro de 2017. PESQUISADORES RESPONSÁVEIS O experimento foi conduzido pelos Profs Drs. Celia Marisa Rizzatti Barbosa (#Unicamp 24537-2) e José Ricardo de Albergaria Barbosa (#Unicamp 21333-1), ambos Professores 17 Titulares da Universidade Estadual de Campinas, onde os experimentos foram conduzidos. RESULTADOS No teste de resistência à tração a que foram submetidos os fios, as amostras que apresentaram rompimento do fio a menos de 13mm de distância das suturas foram desprezadas. Dentre as amostras investigadas no grupo 1 composto pelos fios HMC-FC- 19-06, 12 amostras foram desprezadas, de modo que restaram 28 amostras. Dentre as amostras do grupo 2, composto pelos fios HMC-FC-21-04, foram desprezadas 6 amostras, restando 34 amostras. Dentre as amostras do grupo 3, composto pelos fios HMC-FC-23-04, foram excluídas 7 amostras, restando 33 amostras. Os resutados médios e desvios padrão encontrados para os valores de resistência à tração encontram-se, expressos em Newtons (N), na Figura 8. Figura 8. Representação gráfica dos valores de Média e Desvio Padrão, apresentados pelos fios de PDO no ensaios de Resistência à Tração, expressos em Newtons (N). Os valores do mesmo teste expresso em Quilograma Força (KgF), encontram-se representados na Figura 9. 32,02 22,44 13,04 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 1 2 3 V a lo re s d e r e s is tê n c ia à t ra ç ã o d e fi n id o s e m N Fios investigados: 1) HMC-FC-19-06; 2) HMC-FC-21-04; 3) HMC-FC-23-05 1 2 3 18 Figura 9. Representação gráfica dos ensaios de Resistência à Tração nos fios de PDO, expressos em KgF (valores da Média e do Desvio Padrão). Observou-se p<0.0001 e 376.11 para o fator F, na análise de Watson-Williams quando comparados os 3 tipos de fios. A média paramétrica estimada foi de 21.99. A Tabela 2 expressa dados relativos à estatística descritiva dos grupos 1 (fios HMC-FC-19-06), 2 (fios HMC-FC-21-04) e 3 (fios HMC-FC-23-05). Tabela 2. Dados da Estatítica Descritiva para os valores de Resitência à Tração (N) encontrados mediante a comparação entre 3 amostras, considerando os grupos 1, 2 e 3 (1) HMC-FC-19-06; 2) HMC-FC-21-04; 3) HMC-FC-23-05. GRUPO 1 2 3 Amostragem final 28 34 33 Valores maximos de resistência à tração (N) 37.21 33.53 17.26 Valores mínimos de resistência à tração (N) 26.63 16.05 11.34 Valores da média aritmética 32.02 22.44 13.04 Valores do desvio padrão 2.76 3.50 1.32 Valores da variância 7.63 12.27 1.75 Valores da mediana 31.92 22.31 12.83 2,73 2,29 1,29 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 1 2 3V a lo re s d e r e s is tê n c ia à t ra ç ã o d e fi n id o s e m K g F Fios investigados: 1) HMC-FC-19-06; 2) HMC-FC-21-04; 3) HMC-FC-23-05 19 Os testes de tração uniaxial dos fios implantados nas amostras teciduais demonstraram valores crescentes com o tempo de implantação. Os fios de maior diâmetro (Grupo 1, representados pela cor azul) mostraram maior competência de agarramento, seguido dos fios do Grupo 2 (representados pela cor alaranjada) e, por fim, os fios de menor calibre (Grupo 3, representados pela cor amarela). Os valores foram crescentes com o tempo de implantação, sendo os três primeiros, com implantação de 7 dias, seguidos dos implantados a 14, 21 e 28 dias (Figura 10). Figura 10. Representação gráfica dos valores da resistência dos fios implantados ao teste de tração uniaxial, considerando as Médias (expressos em Newtons – N) e Desvios Padrão, nos tempos pós implantação de 7 dias (1, 2 e 3), 14 dias (4, 5 e 6), 21 dias (7, 8, e 9) e 28 dias (10, 11 e 12). Em azul, os fios HMC-FC-19-06 (1, 4, 7 e 10); em verde, os fios HMC-FC-21-04 (2, 5, 8 e 11); em amarelo, os fios HMC-FC-23-05 (3, 6, 9 e 12); a linha tracejada em azul representa a tendência dos valores das médias entre cada grupo em função do tempo. Quando os fios foram comparados entre si, dentro de cada fase pós operatória, observou- se diferença estatísticasomente no 28º dia pós operatório (p=0.04) entre os fios com diâmetro de sutura 0-0 (HMC-FC-19-06) e o 3-0 (HMC-FC-23-05). No entanto, quando comparou-se cada fio nos diferentes períodos pós operatórios (7, 14, 21 e 28 dias), verificou-se que, a partir do 21º dia, todos os fios apresentaram maior resistência de tração axial no tecido implantado (p<0.01). 1,854 1,628 1,324 2,564 2,364 2,194 3,598 3,252 2,294 3,85 3,29 2,604 0 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 V A LO R ES D A M ÉD IA E D ES V IO P A D R Ã O GRUPOS DOS FIOS / DIAS PÓS OPERATÓRIOS 20 À microscopia óptica, a coloração hematoxilina-eosina (HE) revelou que, para todos os fios, houve um afluxo de células inflamatórias ao local de implantação do fio na primeira semana pós operatória (Figuras 11-13 ), que foram sistemática e metodicamente sendo substituídas por tecido cicatricial e neocolagenase no transcorrer do tempo (Figuras 14- 22). Figura 11. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos sete dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 30 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; F- Fio; f- fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. Figura 12. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos sete dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 21 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; F- Fio; f- fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. Figura 13. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos sete dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; E- Espícula do fio; F- Fio; f- fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. Figura 14. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos quatorze dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 10 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; E- espícula do fio; F- Fio; f- fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 22 Figura 15. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos quatorze dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; F- Fio; f- fibroblasto; II- Infiltrado Inflamatório; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. Figura 16. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos quatorze dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno neoformado; E- Espícula do fio; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo. 23 Figura 17. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos vinte e um dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 10 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; E- Espícula do fio; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. Figura 18. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos vinte e um dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; E- Espícula do fio; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo Neoformado. 24 Figura 19. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos vinte e um dias dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 30 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo. Figura 20. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 10 vezes (a) e de 30 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo. 25 Figura 21. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo. Figura 22. Coloração HE do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia óptica com aumento de 5 vezes (a) e de 20 vezes (b). Ci- Célula Inflamatória; Co- Colágeno; F- Fio; f- fibroblasto; Vs- Vaso Sanguíneo. 26 Esta técnica mostrou diferenças morfológicas entre os espécimes a partir do 14º dia pós operatório, distinguindo os tecidos com boa expressão de colágeno ao redor dos fios. Até o 14 dia pós operatório, a área ao redor dos fios mostrou abundante tecido conjuntivo desorganizado, mais evidente para os fios dos grupos 1 e 2. Não foi observada expressividade de tecido adiposo, em contraste com a intensa neo formação vascular até os 21 dias pós operatórios. É possivel perceber a evidente reabsorção dos fios no transcorrer do tempo pós operatório mostrado pela imagem dos mesmos nas figuras (11 – 22). A coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno avaliado em microscopia de polarização, mostrou a presença de colágeno imaturo a partir do 7º dia pós operatório, e o aumento gradual da expressão de colágeno maduro nos períodos pós operatórios subsequentes, ao redor de todos os fios implantados. Houve predominância homogênea de colágeno imaturo na área ao redor dos fios de todos os grupos nos períodos iniciais do processo reacional, e maior presença de colágeno maduro a partir do 21º dia pós-operatório, para todos os fios estudados (Figuras 23-34). 27 Figura 23 . Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos sete dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 28 Figura 24. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos quatorze dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 29 Figura 25. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos vinte e um dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a), 10 vezes (b) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 30 Figura 26. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 0-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 31 Figura 27. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red paraexpressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos sete dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 32 Figura 28. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos quatorze dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 33 Figura 29. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos vinte e um dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 34 Figura 30. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 2-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 35 Figura 31. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos sete dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 36 Figura 32. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos quatorze dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 37 Figura 33. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos vinte e um dias dias pós- operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (a e c), 10 vezes (b) e de 20 vezes (d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. 38 Figura 34. Coloração pelo método do Picro-Sirius Red para expressão de colágeno do tecido implantado com fio de diâmetro de sutura 3-0, aos vinte e oito dias pós-operatórios, visto em microscopia de polarização, somente com o filtro polarizador (a e b) e com os filtros polarizador e analisador (c e d), em aumento de 5 vezes (c), 10 vezes (a) e de 20 vezes (b e d). ci- colágeno imaturo;cm- colágeno maduro; F- Fio. IMPORTÂNCIA DO EXPERIMENTO, DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO Os resultados demonstraram que os fios testados apresentam resitência à tração compatível com a sua proposta terapêutica e promovem fixação suficiente e adequada no tecido subdérmico, acompanhada de neoformação tecidual crescente com o tempo de 39 implantação. Isto consolida seu objetivo enquanto fios de implantação subdérmica por processo de aplicação minimamente invasivo, com as devidas características de emprego na estética e harmonização orofacial. As características apresentadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas técncias) de Maio de 2003 para fios lisos sintéticos absorvíveis estéreis de número cirúrgico 3-0, 2- 0 e 0 válidas em todo o território nacional a partir de 30 de Junho de 2003, detemina, respectivamente, os valores de 17,36N, 26,26N e 38,26N, e de 1,77KgF, 2,68KgF e 3,90KgF para fios lisos utilizados em suturas cirúrgicas. Estes valores, embora maiores do que aqueles apresentados pelos fios espiculados que utilizamos em nosso experimento, estiveram bastante próximos que é requerido pela ABNT (Figuras 8 e 9; Tabela 2). O fato dos valores encontrados terem sido pouco menores do que os fios lisos utilizados em suturas mas com as mesmas características de espessura, possivelmente estabelece correlação direta com a presença das espículas feitas no processo de fabricação dos fios espiculados. Estas, embora sejam cortadas eletronicamente e dentro de parâmetros e critérios industriais, tendem a enfraquecer o fio, uma vez que o mesmo perde parte de sua estrutura no diâmetro recortado. No entanto, não consideramos que esta diminuição na resitência à tração tenha sido suficiente para alterar a competência de tração dos fios. Mesmo o de menor diâmetro de sutura (3-0, HMC-Fc-23-05), demonstraram boa condição de embricamento ao tecido implantado, como pode ser observado nos resultados do teste de resistência à tração uniaxial do fio na amostra de tecido implantado (Figura 10). Os fios mantiveram uma boa condição de fixação aos tecidos implantados, mesmo nos tecidos colhidos na primeira semana do período pós operatório. Esta condição foi crescente no trancorrer do experimento, resultado que já era esperado, uma vez que os fios de PDO tendem a formar uma boa camada de tecido colágeno após sua implantação, particularmente no entorno das espículas. Durante o processo de cicatrização, o infiltrado inflamatório inicial induz o afluxo de células reacionais e de fibroblastos ao local inflamado (Junqueira & Carneiro,2007). Os fios de PDO tendem a acelerar este processo, aumentando o afluxo de exudato inflamatório para a região. Esta é uma de usas principais propriedades no campo da estética facial, pois este afluxo de células e de líquido aprimoram a cicatrização, acelerando o processo de neoformação tecidual e de colagenase (Park et al, 2014). Com o transcorrer do tempo pós operatório, o tecido imaturo foi metodicamente sendo substituído pelo colágeno maduro, dando ao tecido, melhores condições para suportar cargas e tração. Este processo de colagenase proporciona resistência tecidual ao alongamento, o que foi observado com os resultados 40 crescentes obtidos a partir do testes de tração uniaxial dos fios nos tecidos implantados. Observou-se que, a partir do 14 dia, já havia um aumento da resitência à tração do fio com diâmetro de sutura de 3-0, e que, a partir do 21º dia pós operatório, este aumento foi percebido em todos os fios. Este aumento na resistência ao processo de remoção do fio apresentada durante o período de recuperação tecidual ao redor do fio é uma propriedade muito interessante a ser considerada. O tecido colágeno é formado a partir de uma condição inflamatória reacional naturalmente observada nos organismos vivos, quando lesionados. Após a implantação dos fios espera-se que ocorra um afluxo de células inflamatórias ao local, e, a partir deste, um processo cicatricial seja iniciado. Este fato pode ser bem observado na análise histoquímica. O infiltrado inflamatório esteve bem evidente na primeira semana pós operatória, com presença de neo formação vascular, e intenso infiltrado inflamatório. Este infiltrado foi sistematicamente, sendo substituido por tecido cicatricial, fibroblastos e por colágeno, a princípio imaturo, a partir da segunda semana pós operatória, num crescenteaté a quarta semana pós operatória, com uma boa expressão de colágeno maduro a partir de 21 dias pós operatórios (Figuras 11-34). Este é um efeito almejado quando na utilização de fios de PDO com finalidade estética. A principal proposta da implantação dos fios de PDO é a de promover a substituição gradual dos tecidos reabsorvidos em função de perdas ósseas, conjuntivas, adiposas e dérmicas decorrentes da idade, hábitos, luz solar, etc. Esta substituição pode, desta forma, ocorrer pelos métodos minimamente invasivos de implantação de fios de PDO. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva, realizada em ambiene ambulatorial, e não requer anestesia geral, mas somente pontos de anestesia infiltrativa no trajeto de implantação do fio. Isto torna a técnica extremanente segura e eficaz ao seu propósito estético-funcional. Estes fios, por serem reabsorvídos pelo organismo, causam poucos transtornos pós operatórios, e estabelecem grandes vantagens frente aos procedimentos cirúrgicos plásticos convencionais. A reabsorção dos fios no transcorrer do experimento é bem percerptível após o 21º dia pós operatório, onde macroscopicamente, são quase imperceptíveis a olho nu. Além de perderem sua coloração azulada, tornam-se transparentes, e são localizados somente através do tato. Ao microscópio óptico, foi possível localizar os fios, mas com evidente processo de reabsorção. Os fios utilizados neste experimento demonstraram competência em manter os tecidos tracionados após sua implantação, sem se romperem mediante ação de força tensional uniaxial, e formaram tecido cicatricial e neo colagenase ao seu redor. 41 Os resulados aqui apresentados, associados a outros dados, permitem recomendar sua aplicabilidade clínica mediante indicação e utilização através de meios clínicos apropriados, e admitem sugerir sua segurança e eficácia no procedimento para a obtenção do efeito lifting facial através reposicionamento indireto dos tecidos envolvidos na mímica facial. AGRADECIMENTOS Aos funcionários do Biotério da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp (FOP – Unicamp); à área de Materiais Dentários da FOP – Unicamp, em particular aos funcionários Marcos Blanco Cangiani e Selma Aparecida Barbosa Segalla à área de Histologia da FOP – Unicamp, em particular ao Prof. Dr. Pedro Duarte Novaes, e aos funcionárias Maria Aparecida Santiago Varella, Ivani Odas Demétrio, Flávia Sammartino Mariano Rodrigues e Gustavo Narvaes Guimarães. À área de Bioestatística da FOP - Unicamp REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alcamo, JH. 1964. Surgical Suture. US Patent 3,123,077. Associação Brasileira de Norma Técnicas 13904 (ABNT 13904), 2003 Atiyeh BS, Dibo SA, Costagliola M, et al. Barbed sutures “lunch time” lifting: evidence- based efficacy. J Cosmet Dermatol. 2010;9:132–141. Bortolozo F, Bigarella RL. Use of polidioxanone knot threads in facial non-surgical rejuvenation. Braz J Surg Clin Res. 2016;16:67-75. Carruthers J, Flynn TC, Geister TL, Carruthers A, et al. 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