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Coagulação e Floculação Coagulação e Floculação Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil CIV 640 – Saneamento Urbano 1 Objetivo da aula 7 Objetivo da aula 7 Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil CIV 640 – Saneamento Urbano Ao final desta aula o (a) aluno (a) deverá reconhecer as principais conceitos do de coagulação e floculação CoagulaçãoCoagulação Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil CIV 640 – Saneamento Urbano 3 Sólidos Presentes na Água Sólidos Presentes na Água Figura 2: Água Bruta – ETA Itabirito Superfície Específica Superfície Específica • É a área (em m2) medida em uma massa (g) de argila ou outro colóide Colóide Superfície específica (m2/g)Colóide Superfície específica (m2/g) Caulinita (1:1) 5 a 20 Óxidos de Ferro 100 a 400 Montmorilonita (2:1) 700 a 800 Matéria Orgânica 700 Desestabilização de partículas coloidais Coagulação “É o processo de desestabilização de partículas dispersas em água de abastecimento através da introdução no meio de produtos químicos coagulantes”meio de produtos químicos coagulantes” • Adição de íons com carga oposta à carga da partículas; • Coalescência das partículas; Desestabilização de partículas coloidais Floculação “É o fenômeno através do qual as partículas desestabilizadas chocam-se umas com as outras para formar coágulos maiores”formar coágulos maiores” Aplicação do Coagulante •Tem que ser de forma mais uniforme possível • Tempo mais curto • Alta intensidade de agitação Desestabilização de partículas coloidais • ↑ pH → cal hidratada • ↓pH → ácido sulfúrico Figura 3: Casa de química. Desestabilização de partículas coloidais Coagulantes utilizados • Sulfato de alumínio • Cloreto férrico• Cloreto férrico • Sulfato férrico • Hidroxi-cloreto de alumínio (HCA ou PAC) Desestabilização de partículas coloidais Química do sulfato de alumínio: Al2(SO4)3 + 6H2O → 2Al 3+ + 6OH + 3SO4 2-Al2(SO4)3 + 6H2O → 2Al + 6OH + 3SO4 ↓ Al(H2O)6 3+ ↓ Al13(OH)34 5+, Al17(OH)17 4+, Al18(OH)20 4+, Al16(OH)15 3+ Desestabilização de partículas coloidais Química do sulfato de alumínio: Dificuldades para a desestabilização:Dificuldades para a desestabilização: • Dupla capa de cargas positivas ao redor do colóide • Tempo de vida dos produtos da hidrólise Desestabilização de partículas coloidais Química do sulfato de alumínio: Figura 4: Modelo da dupla camada Desestabilização de partículas coloidais Química do sulfato de alumínio: •Desestabilização por adsorção: é o processo que desestabiliza os colóides através da adsorção, em sua superfície, de produtos de hidrólise do alumínio, de cargasuperfície, de produtos de hidrólise do alumínio, de carga oposta. •Desestabilização por varredura: é o processo que desestabiliza os colóides através da saturação da água em tratamento com o gel hidróxido de alumínio, e arraste dos colóides aprisionados nesse gel. Principais mecanismos de coagulação • Adsorção-neutralização de cargas – Após a disperção do coagulante há formação de espécies hidrolizadas de carga positiva que são adsorvidas na superfície das partículasadsorvidas na superfície das partículas • Varredura – Em função da dosagem do coagulante (maior que no mecanismo anterior) e do pH as partículas coloidais são adsorvidas e as suspensas são envolvidas pelo precipitado de alumínio ou ferro. 16 Desestabilização de partículas coloidais Química do sulfato de alumínio: Desestabilização por Adsorção Química do sulfato de alumínio A desestabilização por varredura é feita pelo hidróxido de alumínio Al(OH)3 –gel Desestabilização de partículas coloidais de alumínio Al(OH)3 –gel O Al(OH)3 é insolúvel nas condições de pH da água de tratamento Precipita quando a água fica em repouso Gel choca-se com as partículas e as adsorvem Química do sulfato de alumínio Desestabilização de partículas coloidais Desestabilização por Varredura Química do sulfato de alumínio 1) Adsorção - Dosagem de Al(OH)3 < 2,0 mg/l Desestabilização de partículas coloidais - Dosagem de Al(OH)3 < 2,0 mg/l - pH = 5,0 - 7,0 2) Região de restabilização- cargas positivas 3) Varredura - Dosagem de Al(OH)3 > 15 mg/l - pH = 5,8 – 9,2 4) Adsorção/varredura Química do sulfato de alumínio Desestabilização de partículas coloidais Diagrama para Projeto e Operação Utilizando Sulfato de Alumínio Ensaio de Jarros ou “Jartest” • Diferentes dosagens de coagulantes • Diferentes pH • Diferentes gradientes médios de velocidade • Diferentes tempo de mistura 22 Diagrama de coagulação P A C 23 “Dimensionamento” da coagulação Dose do coagulante e dimensões do misturador 24 Conceito Operação destinada a dispersar produtos químicos na água a ser tratada, em particular no processo de coagulação (NBR 12216). Unidades de Mistura Rápida 12216). Fatores que influenciam na coagulação a) Tipo de coagulante utilizado b) Concentração do coagulante c) Gradiente de velocidade d) Tempo de mistura As condições ideais em termos de gradiente de velocidade, tempo de mistura e concentração da solução de coagulante devem ser determinadas preferencialmente através de ensaios de laboratório. Caso não seja possível, observar a seguinte orientação: Disposições da NBR 12216 orientação: Coagulantes metálicos hidrolisáveis: a) Gradiente de velocidade 700 s-1 e 1100 s-1 b) Tempo de mistura inferior a 5s Polieletrólitos: Obedecer as recomendações do fabricante Constituem dispositivos de mistura: a) Qualquer trecho ou seção de canal ou de canalização que produza perda de carga compatível com as condições desejadas, em termos de gradiente de velocidade e tempo Disposições da NBR 12216 desejadas, em termos de gradiente de velocidade e tempo de mistura; b) Difusores que produzam jatos da solução de coagulante, aplicados no interior da água a ser tratada; c) Agitadores mecanizados; d) Entrada de bombas centrífugas Misturadores hidráulicos Medidor Parshall (Calha Parshall) Vertedouros Tipos de Misturadores Vertedouros Difusores ou malhas difusoras Misturadores mecanizados Turbinas Hélices Medidor Parshall Figura 1: Esquema de uma Calha Parshall Convencional Medidor Parshall V N K Ponto de dispersão do coagulante D D ' W C FB G 2/3B Figura 2: Medidor Parshall (planta e corte) utilizado como unidade de mistura rápida Fonte: Libânio, 2008. Medidor Parshall Figura 4: Medidor Parshall, ETA Itabirito. Foto: Elaine Oliveira. Medidor Parshall Figura 4: Medidor Parshall, Vertedouros Floculante colocado em calha perfurada para distribuição uniforme ao longo de toda a queda d’água. Figura 6: Vertedor retangular utilizado para mistura rápida. São dispositivos que produzem jatos da solução de coagulante, aplicados no interior da água a ser tratada. Malhas Difusoras Figura 8: Esquema do de uma malha difusora. Mistura rápida • Malhas difusoras 35 A dissipação de energia correspondente ocorrerá no volume de água situado a até duas vezes e meia o espaçamento entre os orifícios (V = 2,5 AE) (Azevedo Netto et al.) Malhas Difusoras Figura 9: Distância para a Dissipação da Energia dos jatos Originários da Malha difusora. Dispositivos da NBR 12216: a) A aplicação de solução de coagulante deve ser uniformemente distribuída, através de jatos não-dirigidos no mesmo sentido do fluxo Malhas Difusoras mesmo sentido do fluxo b) Velocidade mínima da água do reator: 2 m/s c) Área máxima da seção transversal do reator correspondente a cada orifício: 200 cm2 d) Diâmetro mínimo dos orifícios da malha difusora: 3 mm e) O sistema difusor deve permitir limpezas periódicas nas tubulações que distribuem a solução de coagulante Malhas Difusoras Figura 10: Esquema da malha difusora do exercício 3. Tipos de agitadores Agitadores Mecanizados Figura 11: Agitadores tipo turbina e de hélices utilizados paramistura rápida. Agitadores Mecanizados Figura 12: Padrão do fluxo para agitadores tipo turbina e hélice. Mistura rápida • Misturador mecânico: turbina axial 41 Floculação Floculação Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil CIV 640 – Saneamento Urbano Floculação Floculação 42 Sistema de Abastecimento de Água 43 Floculação • Floculação “É o fenômeno através do qual as partículas desestabilizadas chocam-se umas com as outras para formar coágulos maiores” 44 formar coágulos maiores” • Floculadores: “São unidades utilizadas para promover a agregação de partículas formadas na mistura rápida (NBR 12216)” Força de Arraste Fd – força de arraste; Cd – coeficiente de arraste Fd = Cd.A.γ.v 2/2g 45 Cd – coeficiente de arraste A – área do corpo v – velocidade do corpo em relação ao fluido γ – peso específico do líquido. A força de arraste (Fd) depende: • Energia cinética (v2/2g) • Área do corpo • Forma geométrica do corpo (Cd) Cinética – Choque entre Partículas Os choques entre partículas individuais resultam de: Movimento pericinético: decorre do movimento 46 • Movimento pericinético: decorre do movimento Browniano e da ação da gravidade • Movimento Ortocinético: são aqueles decorrentes da introdução de energia externa Movimento Ortocinético De acordo com Smoluchowski: Nij = número de choques, por unidade de tempo e volume, jiji ji b ij nnRR RR TK N . 11 3 ...4 47 Nij = número de choques, por unidade de tempo e volume, Kb = Constante de boltzman T = Temperatura absoluta Ri = raio da partícula i Rj = raio a partícula j Ni = numero de partículas de tamano i por unidade de volume Nj = número de partículas de tamanho j por unidade de volume Projeto de Floculadores Elementos básicos utilizados em projetos: • Gradiente de velocidade – G -(potência dissipada na massa líquida)* 48 na massa líquida)* • Tempo de mistura- T* • Número de Camp = G.T (nº adimensional) * Gradiente e tempo de detenção são parâmetros que influenciam a oportunidade de choques entre as partículas. Disposições da NBR 12216 • A agitação da água pode ser promovida por meios mecânicos ou hidráulicos. • O período de detenção no tanque de floculação e os gradientes de velocidade a serem aplicados devem ser determinados por meio de ensaios realizados com a água a ser tratada. 49 • Dependendo do porte da estação e a critério do órgão contratante, não sendo possível proceder aos ensaios destinados a determinar o período de detenção adequado, podem ser adotados valores entre 20 min e 30 min, para floculadores hidráulicos, e entre 30 min e 40 min, para os mecanizados. • Não sendo realizados ensaios deve ser pevisto gradiente de velocidade, no primeiro compartimento de 70s-¹ e mínimo, no último, de 10 s-¹. Disposições da NBR 12216 s-¹. • Deve ser previsto dispositivos que possa alterar o gradiente de velocidade aplicado, ajustando-os as características da água e permitindo variações de pelo menos 20% a mais e a menos do fixado para o compartimento 50 • Os tanques de floculação devem ser subdivididos em pelo menos 03 câmaras, separados por cortinas ou parede interligados por aberturas Disposições da NBR 12216 • Quando o fluxo de água incide diretamente sobre as aberturas, deve-se colocar um anteparo capaz de desvia-lo 51 Disposições da NBR 12216 • Os tanques de floculação devem ser providos de descarga com diâmetro mínimo de 150 mm e fundo com declividade mínima de 1%, na direção desta. 52 • Os tanques de floculação devem apresentar a maior parte da superfície livre exposta, de modo a facilitar o exame de processo. Tipos de Floculadores Floculadores Mecanizados Introduz equipamentos mecanizados capazes de manter a água em constante agitação a) Agitadores do tipo de Fluxo Axial (Turbinas e Hélices) 53 b) Agitadores do tipo paletas paletas de eixo vertical paleta única de eixo vertical paletas de eixo horizontal Agitador fluxo Axial - Turbina 54 Floculador - Tipo Turbina 55 Floculador - Tipo Turbina Floculador ETA Itacolomi Foto: Peterson 56 Floculador – Paleta de eixo vertical 57 Floculadores mecânicos – paleta de eixo vertical 58 Floculador – Paleta de eixo vertical 59 Considerações sobre distribuição de água floculada 60 Floculador – Paleta de eixo horizontal 61 Floculador – Paleta única de eixo horizontal 62 A potência fornecida à água por agitadores mecânicos deve ser determinada pela expressão (NBR 12216): P = µ.G2.Vol Onde: Agitadores Mecânicos Onde: P – potência, em W µ - viscosidade dinâmica, em “Pa.s” G – gradiente de velocidade, em s-1 Vol – volume útil do compartimento, em m3 63 Floculadores Hidráulicos Faz a água percorrer um caminho cheio de mudanças de direção Tipos de Floculadores Floculador de chicanas • chicanas verticais • chicanas horizontais Floculador tipo Alabama 64 Floculação (recapitulando…) • Objetiva promover choque entre as partículas desestabilizadas pela ação do coagulante para formação de flocos a serem removiidos por sedimentação ou flotação. • Principais fatores intevenientes – Tempo – Gradiente médio de velocidade 65 Dimensionamento de Floculadores 66 Floculador hidráulico 67 Floculador – Chicanas Verticais 68 Floculador – Chicanas Verticais Floculador ETA Itacolomi 69 Floculador – Chicanas Horizontais 70 Floculador – Chicanas Horizontais 71 Floculador – Chicanas Horizontais 72 Floculador – Tipo Alabama 73 O gradiente de velocidade em um compartimento do floculador hidráulico é dado pela seguinte expressão(NBR 12216): Floculador Hidráulico f f vT gh G Onde: v – viscosidade cinemática (m2/s) Tf – tempo de detenção teórico para cada câmara de floculação (s) hf - perda de carga nas passagens (m) g – acelaração da gravidade (m/s2) 74 fvT Disposições da NBR 12216: a) Nos floculadores hidráulicos, a agitação deve ser obtida por meio de chicanas ou outros dispositivos direcionais de fluxo que confiram à água movimento horizontal, vertical ou helicoidal; a intensidade de agitação resulta da resistência hidráulica ao escoamento e é medida pela perda de carga. Disposições da NBR 12216 escoamento e é medida pela perda de carga. b) A velocidade da água ao longo dos canais deve ficar entre 10 cm/s e 30 cm/s. c) O espaçamento mínimo entre chicanas deve ser de 0,60 m, podendo ser menor, desde que elas sejam dotadas de dispositivos para sua fácil remoção. 75 Tipos de Floculadores Floculadores Hidráulicos: • Pouca flexibilidade (variação de vazão) • Perda de carga • Impossibilidade de alterar o Gradiente de Velocidade• Impossibilidade de alterar o Gradiente de Velocidade • Menores custo de implantação,,operação e manutenção • Não exige pessoal qualificado para manutenção 76 Tipos de Floculadores Outras Modalidades • Floculador Hidráulico tipo bandeja perfurada • Floculação em meio granular 77 Considerações sobre distribuição de água floculada 78 • Obrigado • anibal@em.ufop.br 79
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