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Resumo - Leishmaniose Tegumentar Americana

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Aula 6 - Leishmaniose Tegumentar Americana 
➝ O que é? 
É uma enfermidade polimórfica da pele e das mucosas que 
caracteriza-se pela presença de lesões ulcerosas indolores 
únicas ou múltiplas, principalmente, em regiões nasofaríngeas 
concomitantemente após uma lesão cutânea inicial simples ou 
por disseminação linfática ou hematogênica. 
Não é uma doença exclusiva do homem. Ela pode acometer 
roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiças), marsupiais 
(gambá), canídeos e primatas, incluindo o homem. 
➝ Agente Etiológico 
Protozoários parasitas do gênero Leishmania. 
Há grande variedades de espécies, mas no Brasil a mais 
comum é a Leishmania braziliensis. 
➝ Vetores 
É um flebotomíneos fêmea (insetos hematófagos) do gênero 
Lutzomyia. 
Nomes populares: cangalha, cangalinha (porque ele é bem 
claro), mosquito-palha, birigui e tatuíra. 
Possui diversas espécies em diferentes regiões geográficas do 
Brasil: Lutzomyia whitmani, Lutzomyia migonei, Lutzomyia 
intermedia, Lutzomyia pessoai e Lutzomyia welcomei. 
➝ Forma do Transmissão 
Acontece quando a fêmea faz o hematofagismo e inocula, se 
ela estiver infectada, as formas promastigotas que estarão 
presentes nas glândulas salivares da mesma no hospedeiro. 
➝ Formas Clínicas 1
Cutânea, mucocutânea e cutânea difusa, causadas por: 
● Leishmania braziliensis; 
● Leishmania guyanensis; 
● Leishmania amazonensis; 
● Leishmania lainsoni; 
● Leishmania shawi; 
● Leishmania naiffi; 
➝ Morfologia do Protozoário 
As formas do protozoário dependerá do hospedeiros em que 
ele se encontra. Fazem divisões binárias. 
Amastigotas 
Forma, geralmente, arredondas/ovóides/esféricos de 1 núcleo 
com cinetoplasto em forma de um bastão pequeno e sem 
flagelo livre. 
Medem entre 1,5 - 3,0 µm por 3,0 - 6,5 µm. 
Encontrados no sistema mononuclear (1 núcleo) fagocitada 
do hospedeiro vertebrado, principalmente dos macrófagos. 
 
 
Promastigotas 
Forma alongada com flagelo livre, citoplasma com granulações 
e vacúolos. Possui 1 núcleo central e cinetoplasto anterior ao 
núcleo. 
Medem entre 16 - 40 µm por 1,5 - 3,0 µm. 
Encontrados no aparelho digestório do vetor. 
Paramastigotas 
Forma ovais ou arredondas com cinetoplasto justanuclear e 
pequeno flagelo livre. 
São imóveis e encontrados no trato digestório do vetor. 
Medem entre 5,0 - 10,0 por 4,0 - 6,0 µm. 
➝ Ciclo 
As formas promastigotas, inoculadas no hospedeiro 
vertebrado, serão fagocitadas por macrófagos e sofrerão a 
diferenciação para forma amastigota dentro do próprio 
macrófago. Depois disso elas fazem diversas divisões binárias. 
Existem espécies do complexo Viannia, que as formas 
promastigotas livres do estômago passam para o intestino do 
inseto, depois se transformam em paramastigotas e em 
seguida transformam-se em promastigostas infectantantes e 
vão para a glândula salivar do inseto. 
Já as espécies do completo Leishmania da forma 
promast igo tas do es tômago, t rans formam-se em 
paramastigotas e depois vão para esfôgao e faringe na forma 
de promastigotas infectastes para que de lá sejam inoculadas. 
Período de Incubação 
Pode variar de 2 semanas a 3 meses. 
 As três primeiras espécies são as mais prevalentes em ordem decrescente.1
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
➝ Leishmaniose Cutânea Simples 
Espécies causadores: Leishmania braziliensis, Leishmania 
guyanensis, Leishmania amazonensis e Leishmania lainsoni. 
Provoca lesões cutâneas ulcerosas ou não, restritas a pele de 
bordas elevadas e fundo granulomatoso, úmida. São indolor, 
semelhante a uma cratera de vulcão e respondem bem ao 
tratamento. 
Conhecida como: úlcera de Bauru. 
As bordas elevadas devem-se ao grande número de parasitas 
em sua forma amastigotas presentes nesse local. 
Teste: reação de Montenegro positiva. 
➝ Leishmaniose Cutânea Difusa 
Uma forma da doença mais rara. Ocorre lesões papulosas não-
ulceradas por toda a pele (região de rosto e tronco, 
principalmente), sendo deformantes e muito graves. 
Espécie causadora: Leishmania amazonensis (no Brasil). 
Há uma deficiência imunológica para essa doença e não há 
resposta terapêutica adequeada, ou seja, sem tratamento 
efetivo. 
➝ Leishmaniose Mucocutânea/Cutânea-mucosa 
É a forma mais destrutiva da doença. 
Popularmente conhecida como espúndia, nariz de anta ou 
nariz de tapi. 
Caracterizada por lesões secundárias altamente destrutivas na 
boca, septo, mucosa e cartilagens nasal e faringe. 
Nariz com aumento de seu tamanho (edema) e coriza. 
Mutilação facial notória e pode inclusive levar o paciente a 
óbito. 
Espécie causadora: Leishmania braziliensis. 
Teste: reação de Montenegro exagerada causando necrose no 
local da reação (antebraço). 
Nessa forma da doença também há uma ineficácia do 
tratamento. 
A mutilações na face causam dificuldade em falar, respirar e 
deglutir. Além disso, há complicações respiratórias secundárias 
por infecções que aumentam ainda mais a chance do paciente 
vir a óbito. 
➝ Patogenia da Doença 
As formas promastigotas infectastes são inoculadas na derme 
e macrófagos (células fagocitárias) são atraídos para o local. 
Após a fagocitação pelo macrófago elas se transformam em 
amastigotas e sofrerem divisões binárias. Com a presença dos 
macrófagos há a formação de um infiltrado inflamatório que é a 
lesão inicial. 
Após a lesão inicial há formação de um nódulo dérmico 
(histiocitoma), inflamação, necrose, formação de úlcera 
crostosa com seguinte perda da crosta e por final a 
formação da úlcera leishmaniótica propriamente dita (na 
forma cutânea). 
Mesmo sendo a forma cutânea, pode ocorrer a disseminação 
linfática ou hematogênica através de metástases cutâneas, 
subcutânea ou mucosa para a região de orofaringe. 
Lesão única indolor Lesões múltiplas, (não) 
 ulcerativas e disseminadas 
➝ Diagnóstico 
Clínico 
Aspecto característico da lesão e anamnese. 
Laboratoriais 
● Exame parasitológico direto ➝ esfregaço de raspado de 
lesão; 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
● Cultura em meio de N.N.N (Novy, Nicolle e Mcneal); 
● Inoculação em Hamster ➝ isolamento para classificação de 
leishmanias; 
● Exame histopatológico ➝ biópsia da lesão; 
● Método indiretos ou imunológicos ➝ reação intradérmica de 
Montenegro (IRM) e reação de Elisa. 
 
➝ IRM - Intrademorreação de Montenegro 
● Negativo: ausência de qualquer sinal no ponto de inoculação 
ou a presença de uma pápula/enduração com menos de 
5mm de diâmetro. 
● Positivo: pápula ou nódulo maior ou igual a 5 mm de 
diâmetro ou ulceração. 
➝ Tratamento 
É utilizado medicamentos antimoniais pentavalentes, que são 
altamente patotóxico. 
Nome comercial: Glucatime. 
Princípio ativo: Anti-moniato de N-metilglucamina. 
Adm. IV/Intramuscular ou local: 17mg/Kg/dia ➝ 10 dias e 
posterior intervalo de 10 dias e reinicio do ciclo de tratamento. 
Nas lesões, deve ser feito a limpeza do local com 
Permanganato de Potássio (KMnO₄) de 1/5.000mL de água. 
Para pacientes que se demonstram resistentes ao tratamento 
ou cardiopatas, a droga de segunda escolha é o Isotiocianato 
de Pentamidina ou Anfotericina B. 
Obs.: Não se deve administrar os antimoniais em gestantes, 
cardiopatas, pacientes com tuberculose e pacientes com 
malária. Além disso, é necessário da abstinência de álcool e 
repouso físico. 
➝ Critério de Cura 
É a reepitelização total de todas as lesões, regressão de todos 
os sinais otorrinolaringológicos. 
Deve haver acompanhamento médico durante 3 meses após o 
tratamento para avaliação de cura. 
➝ Aspectos Epidemiológicos 
O vetor está presente em grande extensão geográfica no Brasil 
(quase todos os estados). 
Há dificuldades terapêuticas devido a existência de uma única 
droga para o tratamento. 
A doença pode deixar deformidades e sequelas em região de 
nasofaringe, sendo uma doença de saúdepública que deve ser 
acompanhada e notificada. 
➝ Vigilância Epidemiológica 
Doença de notificação obrigatória para que a vigilância 
identifique: novo foco ou área endêmica, caso autóctone (da 
região) ou importado, característica do caso e medidas de 
controle. 
➝ Medidas de Controle 
Inclui o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, a 
redução do contato homem-vetor, medidas educativas e 
administrativa e estudo para desenvolvimento de vacinas 
(Leishvacin®). 
➝ Profilaxia 
Evita o contato com os vetores, principalmente em regiões de 
selva. 
Limpeza e dedetização dos locais e captura de animais que 
podem ser reservatórios de inseto. 
Evitar áreas endêmica no período das 16:00h - 20:00h. 
Usar roupas, gorros e repelentes contra insetos. 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
Escarificação - Exame Histopatológico
Reação de Montenegro

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