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Resumos - História da Psicologia

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1 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
Senso Comum X Ciências 
Capítulo 1: A psicologia ou as psicologias l Bock 
 
A Diferenciação entre Senso Comum e Ciência 
 
Senso Comum é todo o conhecimento que vamos 
acumulando no nosso cotidiano. Esse conhecimento do 
senso comum apropria-se de uma maneira muito singular; 
de conhecimentos produzidos pelos outros setores da 
produção do saber humano. O senso comum mistura e 
recicla esses outros saberes, muito mais especializados, e 
os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma 
determinada visão-de-mundo. 
 
Áreas de produção do saber humano: Senso Comum, 
Ciência, Filosofia, Religião e Arte. 
 
Enquanto a ciência é uma atividade eminentemente 
reflexiva. Ela procura compreender, elucidar e alterar esse 
cotidiano a partir do conhecimento científico. 
 
Conhecimento Científico: Compõe-se de um conjunto de 
conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade 
(objeto de estudo) expressa por meio de uma linguagem 
precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos 
de maneira programada, sistemática e controlada para que 
se permita a sua veracidade. 
 
Assim, podemos apontar o objeto dos diversos ramos da 
ciência e saber exatamente como determinado conteúdo 
foi construído, possibilitando a reprodução da experiência. 
Dessa forma, o saber pode ser transmitido, verificado, 
utilizado e desenvolvido. 
 
O que faz da Psicologia uma ciência? 
 
Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é 
regida pelas mesmas leis do método científico as quais 
regem as outras ciências: ela procura um conhecimento 
objetivo, baseado em factos empíricos. 
 
Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel 
de elo entre as ciências sociais, como a sociologia, a 
antropologia, as ciências naturais, a biologia, e áreas 
científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as 
ciências da saúde. 
 
Determinação do Objeto de Estudo da Psicologia 
 
O Conceito de Psicologia . 
 
A Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os 
processos mentais dos indivíduos 
 
 Comportamento é a atividade observável (de forma 
interna ou externa) dos organismos na sua busca de 
adaptação ao meio em que vivem. 
 
 O indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia, o 
que significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o 
indivíduo permanece o centro de atenção. 
 
 Os processos mentais são a maneira como a mente 
humana funciona – pensar, planear, tirar conclusões, 
fantasiar e sonhar, e comportamento humano não pode 
ser compreendido sem que se compreenda esses processos 
mentais, já que eles são a sua base. 
 
Pensamento mítico e Pré-Socrático 
Capítulo 1: Pensamento mítico e Pré-Socrático l Carpigiani 
 
Pensamento Mítico 
 
Na mitologia a relação corpo e alma era compreendida 
como o processo que vem do sobrenatural. Outro ponto 
relevante para o pensamento mítico era que a psyché se 
desprenderia do corpo tendo como saída à boca para o 
subterrâneo de Érebo. E ainda, que os mortos não 
interferem na vida dos vivos. 
 
Pensamento Pré-Socrático 
 
A alma ou espirito era concebida como parte do ser 
humano, na qual, envolvia os sentimentos de amor e ódio. 
Nessa linha de raciocínio os filósofos gregos pré-socráticos 
buscavam definir a relação do homem com a natureza a 
partir de um conjunto de noções, entre elas: a physis, a 
causalidade, a arqué, o logos e o caráter crítico. 
 
Estes filósofos observavam a natureza, que vem do grego 
physis, e tentavam resolver as questões do ser a partir de 
suas observações na busca de um princípio único, ou de 
uma causa primeira, também chamada de “princípio 
arché”. 
 
Geralmente, estes pensadores encontravam este princípio 
na própria natureza, estabelecendo como arché a “água”, o 
“fogo” ou o “ar”. No entanto, o discurso dos pré-socráticos 
prezava por fundamentos lógicos apoiados na razão, logos, 
e não mais nas explicações místicas, na fé ou no senso 
comum. Tanto é que todas as verdades de tais filósofos 
encontravam eram debatidas entre os membros da 
sociedade, em geral, durante as assembleias públicas. 
 
Os pré-socráticos prezavam pela construção do saber 
filosófico em conjunto, em defesa de uma posição de 
caráter crítico, e não, dogmático da verdade a polis grega. 
 
D
iv
er
si
d
ad
e 
d
e 
O
b
ej
to
s 
d
e 
Es
tu
d
o
 
Comportamento 
Humano Observável 
Comportamentalista 
ou Behaviorista 
Percepção Gestaltistas 
Inconsciente Psicanálise 
 
2 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
Antiguidade 
Capítulo 2: Sócrates, Platão e Aristóteles l Carpigiani 
 
Sofistas 
 
Os sofistas eram grandes conhecedores da retórica, a arte 
de argumentar e de falar bem diante dos demais. Para os 
sofistas, o mais importante não era a verdade em si 
(episteme), mas o poder de persuasão da afirmação e a 
maneira como se demonstrava uma opinião (a doxa) em 
público. Os sofistas se destacam ainda, por deslocar o 
centro do pensamento filosófico da natureza para o 
homem e suas necessidades. 
 
Não satisfeito com a conclusão relativista dos sofistas e 
com maneira como eles lidavam com o conhecimento, isto 
é, vendendo os seus ensinamentos aos filhos de mais 
poderosos, Sócrates contra-ataca a correte partindo do 
princípio de que o conhecimento não seria um bem de 
consumo ou objeto a ser adquirido. 
 
Os sofistas não acreditam nas verdades (episteme), pois 
para eles todas as coisas eram relativas ao tempo, espaço e 
a cultura. Por sua vez, para Sócrates existe uma verdade 
única e imutável que estaria na essência de todas as coisas. 
 
Sócrates e o conhecimento de si 
 
Ao contrário dos sofistas, Sócrates acreditava em uma 
verdade última que se localizava na essência de todas as 
coisas. De modo que, para alcançar tal verdade, o homem 
deveria realizar o exercício da maiêutica. 
 
A essência dos homens é a alma, a consciência de si, tanto 
que Sócrates dirá em sua célebre frase: “Conhece-te a ti 
mesmo” e conhecerás o mundo. Pois para Sócrates o 
conhecimento não poderia ser adquirido e sim produzido a 
partir da ignorância. Entender que nada sabe, para Sócrates 
é o primeiro passo para maiêutica, o exercício de “parir” o 
conhecimento. 
 
As diferenças entre Platão e Aristóteles 
 
Platão definiu a cabeça como sendo o lugar para a razão. 
Este lugar ficaria a alma do homem e a medula seria o 
elemento de ligação com o restante do corpo. Platão 
postulava a imortalidade da alma. Segundo ele, quando 
alguém morria a matéria (corpo) desaparecia e a alma 
ficaria livre para ocupar outro corpo, ou seja, reencenar. 
 
Enquanto Aristóteles apresentou uma teoria inovadora, na 
qual, a alma não pode ser dissociada do corpo. Que a 
psyché seria o princípio ativo da vida. Ainda segundo a 
teoria de Aristóteles, tudo aquilo que cresce se reproduz e 
se alimenta possui espirito. Sendo que os vegetais teriam 
alma vegetativa por serem responsáveis pela função de 
alimentar e reproduzir, os animais teriam a mesma alma 
dos animais e mais uma - alma sensitiva - e o homem teria 
as dos níveis anteriores e o espirito racional, porque pensa. 
 
Idade Média 
Capítulo 3: Raízes filosóficas da psicologia l Carpigiani 
 
Na Antiguidade 
 
Epicurismo é um sistema filosófico, que prega a procura 
dos prazeres moderados para atingir a ataraxia um estado 
de tranquilidade e de libertação do medo, com a ausência 
de sofrimento corporal pelo conhecimento do 
funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. 
 
No entanto, quando os desejos são exacerbados podem ser 
fonte de perturbações constantes, dificultando o encontro 
da felicidade que é manter a saúde do corpo e a serenidade 
do espírito. 
 
Estoicismo é um movimento filosófico que surgiu na Grécia 
Antiga e que preza a fidelidade ao conhecimento, 
desprezando todos os tipos de sentimentos externos, como 
a paixão, a luxúria e demais emoções. 
 
Segundo o estoicismo, para o ser humano alcançar a 
verdadeira felicidade, deveria depender apenas de suas 
“virtudes” (ou seja, o conhecimento,de acordo com os 
ensinamentos de Sócrates), abdicando totalmente o 
“vício”, que é considerado pelos estoicos um mal absoluto. 
 
Para a filosofia estoica, a paixão é considerada sempre má, 
e as emoções um vício da alma, seja o ódio, o amor ou a 
piedade. Os sentimentos externos tornariam o homem um 
ser irracional e não imparcial. Desse modo, um verdadeiro 
sábio, segundo o estoicismo, não deveria sofrer de 
emoções externas, pois estas influenciariam em suas 
decisões e em seus raciocínios. 
 
O ceticismo é um sistema filosófico que tem por base a 
afirmação de que o homem não tem capacidade de atingir 
a certeza absoluta sobre uma verdade ou conhecimento 
específico. Assim, o cético questiona tudo o que lhe é 
apresentado como verdade e não admite a existência de 
dogmas, fenômenos religiosos ou metafísicos. 
 
O Neoplatonismo, uma corrente filosófica já sob influência 
do Cristianismo, aproxima os conceitos metafísicos de 
Platão da reflexão religiosa. Estabelece uma hierarquia na 
natureza, que tem em seu topo o Uno, uma realidade 
superior e insondável, à qual o homem seria incapaz de 
compreender. Desse Uno, surgiriam as demais realidades, 
que dela emanariam, se tornando mais inteligíveis na 
medida em que se distanciassem do plano superior. 
 
A visão neoplatônica se aproxima da doutrina religiosa da 
Igreja Cristã ao prescrever que o homem, a fim de se 
purificar e evoluir, deveria se desprender dos apelos do 
corpo, submetendo-se à razão. Por esse meio, o homem 
atingiria a plenitude e retornaria à realidade suprema e 
original. 
 
3 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
Na Idade Média 
 
Na idade média, conhecida por período das trevas, dois 
grandes filósofos ligados à Igreja expuseram suas ideias a 
respeito da psyché, no entanto, voltado para o lado 
religioso. A Igreja Católica detinha o “poder” do 
conhecimento, pensar ao contrário daquilo que a Igreja 
pregava era considerado heresia. A ciência não tinha 
espaço, pois tudo era explicado por intermédio do 
teocentrismo, se alguém estava doente era castigos de 
Deus. As explicações eram todas de cunho religioso. Santo 
Agostinho e São Tomás de Aquino são os filósofos “usados” 
pela Igreja no intuito de manter o conhecimento do espirito 
e da ciência sob o seu domínio. 
 
Santo Agostinho se inspirou na teoria de Platão, no en 
tanto, fez uma cisão entre corpo e alma. Aplicou à ideia 
platônica apenas naquilo que interessava a fé cristã. 
Omitiu a parte da reencarnação defendida por Platão. Para 
Agostinho, a alma não era apenas a sede da razão, mas a 
prova da manifestação divina no homem. Considerou que 
alma era imortal por ser o elemento de ligação do ser com 
o Criador. 
 
São Tomás de Aquino viveu num período que a Igreja 
Católica vivenciava uma turbulência com o surgimento do 
protestantismo e o fim do feudalismo. O protestantismo 
foi um movimento liderado pelo bispo alemão Martin 
Lutero contra a doutrina medieval da Igreja de Roma. Já o 
feudalismo era um regime de governo fundamentado em 
casta e base de sustentação do pensamento religioso da 
época. Este período também é marcado pelo surgimento da 
classe burguesa impulsionada pelo capitalismo gerado com 
a revolução industrial. A partir desse contexto é possível 
observar que para não perder o poder, a Igreja precisava se 
“remodelar”. Essa crise toda gera questionamento aos 
conhecimentos produzidos por ela, mediante isso São 
Tomás de Aquino busca em Aristóteles a distinção entre 
essência e existência. Aristóteles explicava que o homem, 
na sua essência, busca a perfeição. Porém, o filósofo 
religioso insere a doutrina católica afirmando que somente 
Deus seria capaz de reunir a essência e existência, em 
termos de igualdade. Portanto, buscar a perfeição era 
buscar o Senhor. 
 
No Renascimento 
 
Com o Renascimento, Deus deixa de ser o centro de tudo, 
dando lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem 
passar a ser o objeto de estudo, o ser valorizado e os 
fenômenos passam serem explicados de forma racional. 
Essas mudanças foram motivadas pelo surgimento da 
ascensão da burguesia ao poder. 
 
As artes ganham novas formas, por exemplo, Michelangelo 
esculpe Davi, Leonardo da Vinci pinta o quadro Anunciação 
e Dante escreve a Divina Comédia. E as ciências também 
passam por transformações. Sendo os filósofos Francis 
Bacon e René Descartes os que mais contribuíram para 
este avanço. 
 
Para Francis a ciência deveria valorizar a pesquisa 
experimental baseada na corrente empirista. E a partir 
disso desenvolveu ideias que contribuíram para o avanço 
da ciência moderna. Como, a teoria dos ídolos, que travava 
sobre a figura dos ídolos, que para Francis, prejudicava o 
avanço da ciência e da racionalidade humana, rejeitando o 
pensamento da filosofia medieval escolástica, a qual 
esteve baseada em noções abstratas. Ainda, criou um 
modelo de investigação através do método da indução, o 
qual estava baseado na observação precisa e minuciosa dos 
fenômenos naturais, com o intuito de combater os erros 
provocados pelas crenças nos “ídolos”. Propõe, assim, o 
método indutivo. 
 
Descartes postulou a separação entre mente (alma, 
espirito) e corpo, afirmando que o homem possui uma 
substância pensante, e que o corpo desprovido de espirito, 
é apenas uma máquina. Este estudo permitiu que os 
cientistas estudassem os corpos dos mortos, algo 
inaceitável na idade média, pois a Igreja considerava o 
corpo sagrado. 
 
Bases Fisiológicas para Psicologia 
Capítulo 3: Contexto Neurofisiológico l Shultz e Shultz 
 
O papel do Observador Humano 
 
Friedrich Wilhelm Bessel (1784-1846) – Estudou sobre as 
diferenças nas observações de dois indivíduos e concluiu 
que a observação humana está sujeita a diferenças 
individuais. Assim, qualquer ciência que dependente de 
métodos de observação deve levar as diferenças individuais 
em consideração. 
 
Como Locke e Berkeley já haviam proposto, a observação 
de um objeto é subjetiva e pode não corresponder às 
propriedades do objeto. Desse modo, a percepção humana 
se tornou um importante objeto de estudo no 
desenvolvimento da Psicologia. 
 
Os primeiros avanços da Fisiologia 
 
A investigação sobre o funcionamento dos órgãos dos 
sentidos humanos - motivada pelo Zeitgeist, mecanicista da 
época, apoiava a ideia de que há mecanismos específicos 
que regem os processos fisiológicos humanos. 
 
Reforça as ideias de que: Os fenômenos mentais são 
acionados por estímulos externos e a mente humana é 
como uma máquina, que funciona de forma previsível e 
mecânica. 
 
 Mapeamento interno das funções cerebrais 
 
Tentativa de determinar as partes específicas do cérebro 
responsáveis pelo controle das diferentes funções 
cognitivas. 
 
- Método de extirpação – Marshall Hall e Pierre Flourens 
 
4 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
É técnica para definir a função de determinada parte do 
cérebro, a partir da remoção de parte do cérebro para 
observação das mudanças no comportamento 
subsequente. 
 
- Método clínico – Paul Broca. 
Exame post-mortm (pós-morte) das estruturas do cérebro 
para detectar as áreas lesionadas, consideradas 
responsáveis pelo comportamento do indivíduo antes de 
sua morte. 
 
- Método dos Estímulos elétricos – Gustav TheodorFritsch 
e Eduard Hitzig. 
Técnica de exploração do córtex cerebral, pela estimulação 
elétrica de partes específicas do cérebro, para observação 
das respostas motoras. 
 
 Mapeamento externo das funções cerebrais 
 
- Método da cranioscopia (frenologia) – Franz Josef Gall 
 
Objetivou descobrir se era possível obter informações 
sobre as propriedades cerebrais analisando o tamanho e o 
formato do cérebro. 
 
Partindo da ideia de que se investigar o formato do crânio 
revela as características de personalidade e de inteligência 
da pessoa. Acreditava-se que, quando uma habilidade 
mental (como a benevolência) fosse bem desenvolvida no 
indivíduo, deveria provocar uma saliência na superfície do 
seu cérebro, regiãoque controlava tal característica, 
provocando uma alteração correspondente no crânio; se a 
capacidade fosse inferior, haveria um afundamento. 
 
Diante disso foi produzido um mapa com a localização de 
35 atributos humanos. Entretanto a frenologia caiu em 
descrédito quando os fisiologistas descobriram que as 
funções cerebrais não correspondiam ao mapa da 
frenologia e assim provaram que o formato do crânio não 
estava relacionado à anatomia do cérebro. 
 
A Estrutura e Funcionamento do Sistema Nervoso 
 
- Luigi Galvani sugeriu a natureza elétrica do impulso 
nervoso. 
 
- Santiago Ramón y Cajal descobriu a direção seguida pelos 
impulsos nervosos no cérebro e na medula espinhal. 
 
Outros pesquisadores descobriram que as fibras nervosas 
são compostas de estruturas separadas - os neurônios -, 
que se conectam em pontos específicos - as sinapses. 
 
- Hermann Von Helmholtz mediu a velocidade de 
condução do impulso neural – aproximadamente, 27 
metros por segundo -. Elencou ainda, que o pensamento e 
o movimento seguem um ao outro em um intervalo 
mensurável, ou seja, não ocorrem ao mesmo tempo. 
 
- Ernst Weber fez experiências sobre as sensações táteis e 
musculares: 
Método do Limiar de dois pontos – Limiar em que é possível 
distinguir dois pontos de estímulos. 
Método das Diferenças mínimas perceptíveis – A menor 
diferença detectável entre dois estímulos físicos. 
 
Tanto Helmholtz quanto Weber demostraram que não há 
correspondência direta entre um estímulo físico e a 
percepção que temos dele. 
 
Relação entre Sensação e Estimulo Nervoso 
 
- Gustav Theodor Fechner estudou a relação quantitativa 
entre uma sensação mental e um estímulo físico – a relação 
entre a sensação e a percepção. 
 
As mudanças percebidas na intensidade de um estímulo 
ocorrem em relação à quantidade de sensação já existente. 
Após determinar se o estímulo está presente ou ausente, se 
foi sentido ou não, passou a medir a intensidade do 
estímulo na qual a pessoa relata a primeira sensação. 
 
Método do Limiar Absoluto - O ponto de sensibilidade 
abaixo do qual nenhuma sensação pode ser detectada e 
acima do qual as sensações podem ser percebidas. 
 
Para relacionar as duas intensidades do menor e do maior 
nível da sensação procurou especificar toda a faixa de 
valores do estímulo e os valores da sensação resultante 
 
Método do limiar diferencial - que é menor quantidade de 
um estímulo que dá origem a uma mudança na sensação. 
 
A psicofísica de Fechner 
Estudo científico das relações entre os processos mental e 
físico. 
 
Método do Erro Médio (do ajuste) – o indivíduo ajusta o 
estímulo variável até sentir que ele é igual a um estímulo 
padrão constante. 
 
Método do Estímulo Constante – um estímulo cuja 
intensidade era constante era comparado a um segundo 
grupo de estímulos variantes, com o objetivo de medir a 
diferença de estímulo necessária para produzir uma 
proporção específica de julgamentos corretos. 
 
Método dos Limites - dois estímulos são apresentados à 
pessoa e, em seguida, um estímulo é gradualmente 
aumentado ou diminuído até que seja detectada uma 
diferença. 
 
Psicologia Experimental 
Capítulo 4: A nova psicologia l Shultz e Shultz 
 
Wilhelm Wundt 
 
Desenvolveu estudos de psicologia experimental, 
estabelecendo a psicologia com ciência. 
 
5 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
O estudo inicial sobre a atenção tentou determinar se 
poderia prestar atenção a duas coisas ao mesmo tempo, ou 
seja, se seria possível captar estímulos auditivos e visuais 
simultaneamente. Projetou um equipamento que 
ofereceria tanto estímulos auditivos como visuais e media o 
tempo de resposta. Concluiu que não se pode dar atenção a 
dois estímulos ao mesmo tempo, sendo impossível atender 
a mais de um estímulo em determinado momento. 
 
Wundt criou o primeiro laboratório dedicado à psicologia 
experimental. Ao fazer isso, ele separou a psicologia da 
filosofia e da biologia e tornou-se o primeiro psicólogo. 
 
Wundt estudou o que chamou de psicologia cultural 
explorou representações da linguagem, das artes, dos 
costumes sociais etc., por métodos não experimentais 
(comuns em sociologia e antropologia). Com esse trabalho 
dividiu a nova ciência da psicologia em dois ramos que, 
atualmente, são conhecidos como psicologia social e 
psicologia experimental. 
 
Acreditava que, enquanto as funções psicológicas mais 
simples (como sensação e percepção) podem ser medidas 
experimentalmente, as funções mais complexas (como a 
memória e a aprendizagem) não podiam. 
 
O objeto de estudo da psicologia de Wundt é a consciência. 
Sua concepção da consciência inclui muitas partes ou 
características distintas e pode ser estudada pelo método 
da análise ou redução. Wundt partilhava a opinião de John 
Stuart Mill, segundo a qual a consciência tinha uma 
capacidade auto-organizadora. Portanto, o estudo dos 
elementos, do conteúdo ou da estrutura da consciência, 
feito isoladamente, só forneceria o começo da 
compreensão de processos psicológicos. 
 
 O Voluntarismo - sistema de psicologia de Wundt - Ato ou 
capacidade de desejar. Devido ao destaque dado à 
capacidade auto-organizadora da mente ou consciência, o 
termo se refere ao poder que a vontade tem de organizar 
os conteúdos da mente em processos de pensamento de 
nível mais elevado. 
 
A natureza da Experiência Consciente 
 
Consciente Os psicólogos deveriam ocupar-se do estudo da 
experiência imediata. 
 
Experiência imediata – não sofre o viés de interpretações. 
São as experiências básicas que formam os estados de 
consciência ou os elementos mentais que a mente, então, 
organiza ativamente ou sintetiza. 
 
Experiência mediata – proporciona ao indivíduo as 
informações ou conhecimento relacionado com algo além 
dos elementos de uma experiência. 
 
A Introspecção 
 
A introspecção é o método de estudo de Wundt, o exame 
do próprio estado mental, autoanálise da mente para 
inspecionar e relatar pensamentos ou sentimentos 
pessoais. 
 
Wundt aplicou o controle experimental preciso às 
condições da introspecção. Sendo a psicologia a ciência da 
experiência consciente, o método psicológico deve 
envolver a observação dessa experiência. 
 
A introspecção praticada no laboratório de Wundt seguia 
condições experimentais e obedecia às regras: 
 
1) O observador deve ser capaz de determinar quando o 
processo pode ser introduzido; 
2) O observador deve estar num estado de prontidão ou de 
atenção concentrada; 
3) Deve ser possível repetir a observação várias vezes; 
4) As condições experimentais devem ser passíveis de 
variação em termos da manipulação controlada dos 
estímulos. 
 
OBS: Apenas a pessoa que vivencia essa experiência pode 
observá-la. 
 
Os Objetivos da Psicologia 
 
l) Analisar os processos conscientes, até chegar aos seus 
elementos básicos. 
2) Descobrir como esses elementos são sintetizados ou 
organizados. 
3) Determinar as leis de conexão que g overnam a sua 
organização. 
 
Os Elementos da Experiência Consiente 
 
Há duas formas elementares da experiência: Sensações e 
Sentimentos - são aspectos simultâneos da experiência 
imediata. 
 
- Sensações: são suscitadas sempre que um órgão sensorial 
é estimulado e os impulsos resultantes chegam ao cérebro. 
As sensações foram classificadas de acordo com a 
modalidade de sentido envolvida (visão, audição, etc.), com 
a intensidade e com a duração. Desse modo, por sua 
orientação fisiológica, Wundt supôs a existência de uma 
correspondência direta entre a excitação do córtex cerebral 
e a experiência sensorial correspondente. Ele considerava 
a mente e o corpo como sistemas paralelos, mas não 
interatuantes. Assim, Como a mente não depende do 
corpo, é possível estudá-la eficazmente em si mesma. 
 
- Sentimentos: são os complementos subjetivos das 
sensações, mas não surgem diretamente de um órgão dos 
sentidos. As sensações são acompanhadas por certas 
qualidades de sentimento e, quando se combinam paraformar um estado mais complexo, geram uma qualidade de 
sentimento. 
 
Três dimensões independentes do sentimento: 
1) Prazer-desprazer 
2) Tensão-relaxamento 
3) Excitação-depressão 
 
6 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
 
Todo sentimento pode ser localizado em algum ponto 
desse espaço tridimensional. Cada sentimento pode ser 
descrito através da definição de sua posição em cada 
uma das três dimensões. 
 
Teoria das emoções: Uma combinação complexa dos 
sentimentos elementares. Reduziu as emoções a conteúdos 
mentais conscientes. 
 
Outros pioneiros europeus da psicologia 
Contemporâneos de Wundt na Alemanha. 
 
- Hermann Ebbi nghaus - O primeiro a pesquisar 
experimentalmente a aprendizagem e a memória - aplicou 
o método experimental aos processos mentais superiores. 
 
- Franz Brentano - Observação sistemática - principal 
método da psicologia, que argumentava que uma 
abordagem empírica é, em geral, mais ampla, já que obtém 
seus dados tanto da observação e da experiência individual 
como da experimentação. 
 
Psicologia do ato - o objeto de estudo da psicologia é 
a atividade mental (exemplo: o ato mental de ver) em 
vez do conteúdo mental (exemplo: aquilo que é visto). 
 
- Carl Stumpf - Estudos sobre a percepção do espaço, a 
psicologia do som e uma teoria do sentimento. 
 
Fenomenologia - tipo de percepção que refere-se ao 
exame da experiência não distorcida, isto é, a experiência 
tal como ocorre, sem tentar reduzi-la aos seus 
componentes elementares. 
 
- Oswald Külpe e a Escola de Würzburg - Definiu a 
psicologia como “A ciência dos fatos da experiência, 
dependente do indivíduo que passa pela experiência”. 
 
Método de introspecção experimental sistemática – 
utilizava relatos retrospectivos de processos cognitivos 
das pessoas após terem completado uma tarefa 
experimental. 
 
Pensamento sem imagens - o significado pode ocorrer 
no pensamento sem qualquer componente sensorial ou 
imagético. 
 
Tópicos de pesquisa da Escola da Würzburg 
 
- Karl Marbe - estudo sobre o julgamento comparativo de 
pesos. 
 
- Henry Jackson Watt - demonstrou que, numa tarefa de 
associação de palavras (em que se pedia ao sujeito que 
reagisse a uma palavra-estímulo), o sujeito tinha poucas 
informações relevantes para contar sobre seu processo 
consciente de julgamento. 
 
Como resultado da compreensão das instruções os sujeitos, 
aparentemente, estabeleciam um conjunto ou tendência 
determinante inconsciente para reagir da forma desejada. 
- Karl Bühler – estudo que envolvia a apresentação ao 
sujeito de uma questão que exigia certa reflexão antes de 
poder ser respondida. Os resultados reforçaram a noção 
dos elementos não sensoriais da experiência. Afirmou que 
esses elementos estruturais são vitais para o processo de 
pensamento. 
 
Antecedentes Sociais 
Hegel e Marx 
 
Friedrich Hegel foi um filósofo idealista dos séculos XVIII e 
XIX. Assim como diversos pensadores, Hegel utilizou o 
conceito filosófico de dialética para explicar suas ideias. Ele 
acreditava que nada era estático na sociedade e que as 
coisas passavam por transformações e na dialética 
hegeliana ele acredita que essas transformações ocorrem 
por meio de contradições das ideias, ou seja, segundo 
Hegel, para toda tese (ideia) existe uma antítese 
(contradição da ideia) e da contradição entre duas ideias 
surge a síntese (uma nova ideia aperfeiçoada a partir da 
tese e da antítese) e, a partir desse movimento de ideias o 
mundo se transforma. 
 
 Já Karl Marx, filósofo materialista, utilizava a dialética para 
entender que há contradição no mundo material, ou seja, 
partia do concreto para o abstrato. De acordo com ele, as 
relações de classe são a dialética, pois o proletariado vendia 
sua força de trabalho para os detentores dos meios de 
produção, que por sua vez, ficavam com o lucro, de forma 
contraditória. 
 
Portanto, enquanto a dialética hegeliana ficava no mundo 
inteligível e afirmava que o movimento do mundo seria 
através das ideias, Marx trazia a dialética para o mundo 
material, afirmando que as lutas de classe e as relações de 
produção que iriam provocar as mudanças no mundo. 
 
Trabalho 
 
A concepção do trabalho também é um dos pontos de 
divergência entre esses dois filósofos. Para Hegel, o 
trabalho era um elemento fundamental para a 
autoconstrução do ser humano, sendo um aspecto 
positivo, pois através do trabalho o indivíduo se 
aperfeiçoaria e se libertaria. Entretanto, para Marx o 
trabalho é apresentado tendo um viés negativo, 
principalmente nas sociedades capitalistas, porque o 
proletário abre mão de sua liberdade, vendendo-a junto 
com sua força de trabalho, para os detentores dos meios de 
produção. 
 
Estado 
 
Em relação ao Estado, de acordo com Hegel, a formação do 
Estado seria a síntese do indivíduo e da coletividade, um 
todo ético organizado, seria a forma de “espírito absoluto” 
atingida pelos seres humanos. Para ele, o Estado tem uma 
efetividade universal, sendo, portanto, em si e para si; 
Hegel concebe o estado como algo de racional em si. 
 
7 l Psicologia: Fundamentos e Historicidade 
Contrapondo isso, Marx vai dizer que o Estado é um serviço 
da burguesia, ou seja, é um instrumento de organização 
que agirá em favor da burguesia para manter os interesses 
desta. O filósofo materialista também vai contrapor a ideia 
de que o estado não se constitui por interesses e 
instituições particulares, afirmando que essa concepção 
hegeliana é uma ilusão. 
 
Direito 
 
Dessa forma, Karl Marx sugere que o Direito é uma forma 
de dominação e reprodução dos valores da burguesia, que 
terão as leis ao seu serviço. Já Hegel irá sugerir que o 
Direito não parte da opressão entre as classes sociais, mas 
da mediação entre a sociedade e o Estado, tendo como 
base a vontade dos indivíduos. Por fim, Marx afirmará que 
o Estado não é a base da sociedade civil, como afirma 
Hegel, mas a sociedade civil que é a base para o Estado

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