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SADEK, Maria Teresa. Maquiavel: cidadão sem fortuna, intelectual de virtù, em WEFFORT, Francisco (org.). Os Clássicos da Política, vol. 1. São Paulo: Ática, 1995. Pp. 11-24

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Nome: Letícia Bernardes de Lucena R.A. : 22002600 Turma: B/ Matutino/ Taguatinga Sul
Texto: SADEK, Maria Teresa. “Maquiavel: cidadão sem fortuna, intelectual de virtù”, em WEFFORT, Francisco (org.). Os Clássicos da Política, vol. 1. São Paulo: Ática, 1995. Pp. 11-24.
	A autora Maria Teresa Sadek, começa seu texto citando as diferentes formas de como as pessoas enxergavam e enxergam Maquiavel. Muitos leram e comentaram sobre a obra de Maquiavel e até hoje usam o adjetivo e substantivo, maquiavélico e maquiavelismo em seus discursos, ultrapassando até mesmo o debate político. Em qualquer uma de suas acepções o maquiavelismo está associado à ideia de um procedimento astucioso, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram no tempo e espaço e se alastraram da luta política para as desavenças do cotidiano. (SADEK, 1995, p. 13)
	Alguns autores citam Maquiavel como um mestre da maldade, outros como um conselheiro que alerta os dominados contra a tirania. Muitos autores como Rousseau, Spinoza, Hegel, sustentam enfaticamente a interpretação de que Maquiavel discorreu sobre a liberdade, ao oferecer preciosos conselhos pra sua conquista ou salvaguarda. Rousseau, se opondo aos intérpretes do autor florentino que o qualificavam como mestre da tirania e perversidade o defende dizendo que, ao fingir dar lições para os Príncipes, Maquiavel deu grandes lições para o povo. (SADEK, 1995, p.14)
	Maquiavel passou a maior parte de sua infância e adolescência num cenário conturbado, no qual a maior parte dos governantes, não conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses. Aos 29 anos, Maquiavel exercia um cargo importante na vida pública, com a queda dos Savonarola, ele passa a ocupar a Segunda Chancelaria, posição de considerável responsabilidade na administração do Estado. No entanto, quando os Médicis recuperam o poder e voltam para Florença e a república é dissolvida, Maquiavel é demitido e impedido de abandonar o território florentino, por um ano, em 1513 é acusado de tomar parte na fracassada conspiração contra os Médicis e acaba sendo preso. Depois de sair da prisão, passa a viver uma vida modesta num retiro forçado e acaba por produzir diversas obras, entre elas O príncipe. Na busca de voltar às funções públicas, ele faz diversos apelos aos Médicis, que são pouco sensíveis a esses apelos, pois o consideram um republicano. Com a queda dos Médicis em 1527 e a restauração da República, Maquiavel acha que seus infortúnios acabaram, no entanto os jovens republicanos consideram que ele tinha ligações com os tiranos, pois havia recebido deles a tarefa de escrever sobre sua cidade. Desta vez se deu por vencido e logo depois, desgostoso, adoece e morre. (SADEK, 1995,pp.15- 17)
	Maquiavel em todas as suas obras se preocupa em falar do Estado que para ele é capaz de impor a ordem. Seu ponto de partida e de chegada é a realidade concreta, sendo assim, da ênfase na verdade efetiva das coisas e examina a realidade tal como ela é. Maquiavel articula e indaga de maneira radical sobre o pensar e fazer política. Ele acredita que a ordem possuí um imperativo e deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie e uma vez alcançada, ela não é definitiva, pois sempre há a ameaça de que seja desfeita. (SADEK, 1995,pp.17-19)
	Maquiavel afirma que existem traços humanos imutáveis e que os atributos negativos que compõem a natureza humana, mostram que os conflitos e a anarquia são desdobramentos necessários dessas paixões e instintos malévolos. Por isso o estudo da história é importante, pois esta é um desfile de fatos dos quais é possível extrair as causas e os meios utilizados para enfrentar o caos resultante da expressão da natureza humana. Por esta razão a história é cíclica já que não há meios de ´´domesticar`` a natureza humana, neste caso o que pode variar são os tempos e a duração das formas de convívio entre os homens.(SADEK, 1995, pp.19-20)
	Outro fator social de instabilidade é a presença de duas forças opostas, onde uma quer dominar, enquanto a outra não quer ser dominada. O problema político então é encontrar mecanismos que sustentem uma determinada correlação de forças. Maquiavel sugere então que há basicamente duas repostas decorrentes da anarquia da natureza humana: o Principiado e a República. Assim, quando a nação encontra-se ameaçada deterioração é necessário um governo forte que crie e coloque seus instrumentos de poder para inibir a vitalidade das forças desagregadoras, sendo assim o príncipe é um agente de transição quando o Estado se acha ameaçado de decomposição. Quando ao contrário, a sociedade já encontrou formas de equilíbrio, ela está preparada para a República. (SADEK, 1995, pp.20-21)
	Para Maquiavel o poder que nasce da própria natureza humana, encontra seu fundamento na sabedoria do uso da força. O governante é aquele que demonstra possuir mais virtù, sendo assim é capaz de se manter no poder adquirido não só pelo amor, mas pelo respeito dos governados. Um governante virtuoso procura criar instituições que ´´facilitem`` o domínio. De acordo com esta perspectiva, a força explica o fundamento do poder, porém é a posse de virtù a chave por excelência do sucesso do príncipe. A virtù política também exige os vício, assim como exige o reenquadramento da força, sendo assim o agir virtuoso resulta em uma astuciosa combinação entre virtudes e vícios. (SADEK, 1995, pp.21-24)
	Em suas obras Maquiavel desmistifica o mito e recupera nele as questões que jaziam adormecidas e pacificadas e assim subverte as concepções acomodadas, instaurando a modernidade no pensar a política. (SADEK, 1995, p.24)

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