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TCCPós em Gestão Pública em Saúde

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
STÉFANY DE LIMA GOMES
CARACTERÍSTICAS DA JUDICIALIZAÇÃO DO ACESSO A LEITOS DE UTI: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA
Piracicaba
2020
STÉFANY DE LIMA GOMES
CARACTERÍSTICAS DA JUDICIALIZAÇÃO DO ACESSO A LEITOS DE UTI: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA
Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Especialista em Gestão em Saúde Pública.
Orientador: Prof. Mestra Brunna Verna Castro Gondinho
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA MONOGRAFIA DEFENDIDA PELO ALUNA STÉFANY DE LIMA GOMES E ORIENTADA PELA PROFA DOUTORA BRUNNA VERNA CASTRO GONDINHO.
Piracicaba
2020
DEDICATÓRIA 
.
Aos meus pais Israel Franco Gomes e Sueli de Lima Gomes, que auxiliaram em toda minha vida e nos momentos que pensei em desisti estiverem lá me dando forças. Portanto, sem eles nada disso seria possível. Minha Gratidão eterna!
Ao meu noivo Felipe Jacob do Nascimento Martins da Silva o qual esteve presente desde o início me auxiliando, me apoiando e sendo paciente e compreendendo todas as vezes que abdiquei do tempo livre para estudar.
A toda minha família (tias, tios, primas e primos), por todo carinho, sempre colaborando e apoiando emocionalmente, meu Muito Obrigada!!
AGRADECIMENTOS 
À Deus, que permitiu minha caminhada até o momento, protegendo, auxiliando no
meu equilíbrio físico e mental.
À minha família, que sempre me apoiou e incentivou.
À Universidade Estadual de Campinas, na pessoa do Magnifico Reitor Prof. Dr.
Marcelo Knobel.
À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do Senhor Diretor, Prof. Dr.
Francisco Haiter Neto.
Ao Vice Diretor da FOP Prof. Dr. Flávio Henrique Baggio Aguiar
À Escola de Extensão da Unicamp.
À minha Orientadora Brunna Verna de Castro Gondinho, por toda a paciência, conhecimento, dedicação e carinho, sempre me auxiliando, encorajando e orientando.
À Larissa Gibim da Extecamp da Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
À Coordenação do Curso de Especialização Gestão Pública em nome de Antônio Carlos Pereira, que sem ele eu não poderia realizar este curso, o meu carinho, admiração e meu muito obrigada!
Aos Professores que não mediram esforços e dedicaram seu tempo para gravar as aulas, nos auxiliarem em cada módulo e também a nos orientarem.
A todos os colegas de turma que podemos trocar experiências em cada modulo nos fóruns. 
Aos amigos que ajudaram a não desistir e me apoiaram nos momentos difíceis.
RESUMO
Introdução: As demandas judiciais por leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão cada vez mais crescentes, exigindo mais estudos para avaliar quais são seus impactos orçamentarios e também quais devem ser as novas politicas públicas para a redução do número de demandas judiciais sobre leitos. Assim, trazendo um equilibrio a desigualdade de leitos que se encontra distrbuidos no país. Objetivo: Caracterizar as demandas judiciais por internações em Unidade de Terapia Intensiva disponíveis na literatura. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistematizada, os dados foram coletados através dos bancos de dados do National Library of Medicine National Institutes of Health (Pubmed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo), as seguintes palavras chaves foram utilizadas: judicialização na saúde, UTI, saúde pública. Os critérios de inclusão de inclusão foram artigos completos em português, inglês e/ou espanhol, publicados 2009-2019. Resultados: A amostra inicial dos artigos constitui-se por 188 estudos, verificado a duplicidade foram excluídos 31 estudos restando (n=157). Após a leitura do título e resumo foram excluídos estudos que não retratavam o tema resultando em 25 selecionados para serem lidos na íntegra. À amostra final constituiu (n=08) artigos para este estudo. Somente 3 artigos falaram sobre a porcentagem de quantas demandas eram de usuários SUS ou de hospitais privados, 1 artigo relatou qual foi o valor gasto com leitos de UTI, 02 artigos demonstram quem conduziu as demandas, nenhum artigo abordou quais características dos demandantes: sexo, idade, localidade, tipo de ação. Conclusão: Conclui-se que precisa haver mais estudos voltado a leitos nas Unidades de Terapia Intensiva para verificar-se quais são as características dos pacientes e também das ações, além de buscar novas medidas para diminuir as demandas judiciais com esta temática.
Palavras-chaves: Judicialização na Saúde, Unidade de Terapia Intensiva, Saúde Pública
ABSTRACT
Introduction: As judicial demands for beds in the Intensive Care Unit (ICU), they are increasingly increasing, requiring more studies to assess what are their budgetary benefits and also what are the new public policies for reducing the number of judicial demands on beds. Thus, it brings a balance to the bed inequality found in the country. Objective: To characterize as judicial demands for hospitalizations in the Intensive Care Unit available in the literature. Methodology: this is a systematic review, data were collected through databases of the National Library of Medicine, National Institutes of Health (Pubmed), Virtual Health Library (VHL), Electronic Scientific Library Online (Scielo), as the keywords keywords were used: judicialization in health, ICU, public health. Inclusion requests for inclusion were full articles in Portuguese, English and / or Spanish, published 2009-2019. Results: The initial sample of articles published by 188 studies was duplicated and 31 studies were excluded (n = 157). After reading the title and abstract, studies that did not portray the topic were excluded, resulting in 25 selected to be read in full. The final sample constituted (n = 08) articles for this study. Only 3 articles with a percentage of how many demands were made by SUS users or private hospitals, 1 article related to the amount spent on ICU beds, 02 articles show who is taken as a defendant, no article addresses what are the demanding items: sex, age , location, type of action. Conclusion: If necessary, further studies focused on beds in the Intensive Care Units were concluded, in order to verify if there are the resources of the patients and also of the actions, in addition to seeking new measures to lose as legal demands with this theme.
Keywords: Health's Judicialization, Health's Judicialization, Public Health.
SUMÁRIO
	
	
	Pág.
	1. 
	INTRODUÇÃO
	07
	2.
	OBJETIVO
	08
	3.
	METODOLOGIA
	08
	
	3.1 Desenho do estudo
	08
	
	3.2 Local do Estudo
	08
	
	3.3 Extração de dados
	09
	
	3.4 Critérios de inclusão e exclusão
	09
	
	3.5 Avaliação crítica dos estudos primários incluídos
	09
	
	3.6 Análise e síntese dos resultados
	10
	4.
	RESULTADOS 
	11
	5.
	DISCUSSÃO
	13
	6.
	CONCLUSÃO
	15
	REFERÊNCIAS
	16
1 INTRODUÇÃO
A saúde está prevista na Constituição Federal de 1988 (CF/88) em seus artigos 196 a 200, tais artigos reconhecem como sendo um direito de todos e um dever do Estado. Para tal este direito é garantido por meio das políticas sociais e econômicas objetivando reduzir risco e outros agravos. (TRAVASSOS, 2013) 
Outrossim, a Organização Mundial da Saúde desde de sua criação em 1946 tem como objetivo garantir a saúde para todos os povos, além de definir a saúde como um bem estar físico, mental e social (OMS, 2019) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 reconheceu a saúde como sendo um direito inalienável, ou seja, ninguém pode indispor deste bem (DUDH, 1948).
No Brasil além da Constituição de 1988 existe também a Lei Federal 8080/1990 que regulou em toda extensão do território nacional as ações e serviços de saúde, citou ainda no seu artigo 2º que a saúde é um direito fundamento do ser humano e devendo ao Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Instituiu assim o Sistema único de Saúde (SUS), incluindo no campo de atuação: a assistência terapêutica, farmacêutica do usuário (Brasil, 1990). 
Desde aConstituição de 1988 onde a saúde passou a ser garantida foi criada diversas leis trazendo cada vez mais benefícios aos usuários, dando-lhes mais garantias e também deveres ao Estado. Como a lei Federal 9656 de 1998 que dispõe sobre os planos e seguros provados de assistência à saúde, sendo regulamentada em 2000 com a Lei nº 9661 criando a Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (Brasil, 1998; Brasil, 2000).
Com essas garantias a população passou a buscar na justiça os seus direitos quando encontram uma negativa. (POLAKIEWICZ e TAVARES, 2018). Tal fenômeno é denominado como judicialização da saúde, trata-se da reivindicação de um direito que não está sendo disponibilizado, acionando-se então o Poder Judiciário. (Carvalho, 2013)
As primeiras demandas judiciais começaram a ocorrer na década de 90, após a criação do SUS, esse fenômeno tem crescido, principalmente pela falta investimento econômico e politicas públicas eficazes (ZAGO et al., 2016).
A organização da assistência em saúde exige: planejamento, controle e avaliação dos processos e dos recursos financeiros destinados a mesma, para que possa ser ofertado um serviço de qualidade. Logo a judicialização em saúde se mostra relevante à medida que pode diminuir recursos disponíveis alterando o planejamento (Duarte, 2016; Vaz et al, 2018). 
Quando se trata de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é ainda mais complicado, pois no SUS encontram-se distribuídos somente 13.011 leitos, sendo insuficiente com a crescente demanda da população (OLIVEIRA et al., 2019).
Existe ainda uma disparidade de onde encontram-se esses leitos, pois só na Região Sudeste encontram-se 53,4% dos leitos e a Região Norte com 4,3%. Portanto, nas áreas mais limitadas, levam a população a procurar os grandes centros para obter o serviço (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2018).
A demandas judiciais por leitos necessita ser mais discutida, levando em conta problemas orçamentários e também sociais. A importância do presente trabalho fundamenta-se em saber quais são as características das demandas judiciais por internações em Unidade de Terapia Intensiva.
2 OBJETIVOS
Caracterizar as demandas judiciais por internações em Unidade de Terapia Intensiva disponíveis na literatura.
3 METODOLOGIA
3.1 Desenho do estudo
Trata-se de uma revisão integrativa, método que tem como objetivo reunir e sintetizar os estudos publicados, possibilitando conclusões gerais sobre uma temática específica e a explicitação das lacunas de conhecimentos.
3.2 Local 
Os dados foram coletados através dos bancos de dados do National Library of Medicine National Institutes of Health (Pubmed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo). Com o intuito de definir os assuntos e recuperar artigos de interesse utilizou-se uma terminologia padronizada com base nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram adotadas as seguintes palavras chaves: judicialização na saúde, UTI, saúde pública. Destes foram colocados os sinônimos para que em algumas bases de dados fosse mais específica a procura. 
As os descritores foram combinados em estratégias de busca específicas para cada base. No Pubmed, foram aplicadas os termos no idioma inglês: [Public Health OR Community Health OR Environment, Preventive Medicine & Public Health OR Environment, Preventive Medicine and Public Health OR Health, Community OR Health, Public))) AND ((Intensive Care Units OR Care Unit, Intensive OR Care Units, Intensive OR Intensive Care Unit OR Unit, Intensive Car))) AND ((Health's Judicialization OR Adjudication of Health Care Claims OR Adjudication of Health Care Insurance Claims OR Adjudication of Health Care OR Adjudication of Health OR Adjudication of Healthcare OR Health Care Adjudication OR Health Care Payment Adjudication OR Judicialization of Access to Medicines OR Judicialization of Health Care OR Judicialization of Health Policies OR Judicialization of Health Policy OR Judicialization of Health OR Judicialization of Public Health Policies OR Judicialization of Public Health Policy OR Judicialization of the Right to Health]. Para as buscas nas basee Scielo e BVS: [judicializacao na saude AND saude publica AND uti OR cti].
3.3 Extração de dados
Para a extração dos dados, utilizou-se um instrumento elaborado pela autora, no Microsoft Excel, composto por itens relativos à nome do artigo, nome dos autores, ano, nome da revista, tipo de estudo, país e principais resultados que respondiam à pergunta norteadora da pesquisa.
3.4 Critérios de inclusão e exclusão 
Os critérios de inclusão de inclusão foram artigos completos em português, inglês e/ou espanhol, publicados nos últimos 10 anos (2009 e 2019), disponíveis na íntegra que abordavam a temática “ações judiciais em saúde envolvendo o acesso ao serviço de leitos na unidade de terapia intensiva”. Teses, dissertações, capítulo de livros, artigos teóricos, carta ao editor foram excluídos da amostra deste estudo.
3.5 Avaliação crítica dos estudos primários incluídos
As análises foram realizadas de forma independente por um único revisor, sendo apresentado a síntese dos estudos no Quadro 1.
3.6 Análise e síntese dos resultados
Foi realizada uma análise descritiva de cada estudo abordado, sendo apresentada uma síntese dos principais resultados desses estudos no Quadro 1.
4 RESULTADOS
A amostra inicial dos artigos constitui-se por 188 estudos, desses 89 na base de PubMed, 103 na BVS e 56 no Scielo, sendo que todos foram selecionados e colocados no programa Mendeley para verificar a duplicidade, sendo excluídos 31 estudos restando (n=157). Após a leitura do título e resumo foram excluídos estudos que não retratavam o tema e que eram artigos teóricos, capítulo de livro, teses e dissertações, resultando em 25 selecionados para serem lidos na íntegra. Após a leitura completa destes 25 estudos, foram selecionados (n=08) artigos para este estudo (Figura 1).
Figura 1. Fluxo de seleção dos estudos primários incluídos na revisão sistematizada de acordo com as bases de dados, 2010-2020.
Foram encontrados 08 estudos no Brasil, na qual as demandas judiciais forneceram dados sobre pedidos judiciais de leitos na Unidade de terapia intensiva.
8
As sínteses dos estudos estão apresentadas no quadro em ordem decrescente, iniciando pelo estudo mais recente até o mais antigo, descrevendo o nome do artigo, nome dos autores, ano, nome da revista, tipo de estudo, país e principais resultados.
Quadro 1 - Síntese dos estudos de ações que demandaram leitos na Unidade de terapia intensiva (n=08), 2009-2019
	
	Título do artigo
	Autor
	Ano
	Revista
	Tipo de Estudo
	País
	Principais Resultados
	Características
	Observação
	1
	Reflexões sobre a judicialização do direito à saúde
e suas implicações no SUS
	Paixão ALS
	2019
	Ciência & Saúde Col
	
	Brasil
	Segundo o estudo no Distrito Federal no ano de 2017 houveram 496 ações referente a demanda por leito de UTI
	Não trouxe características, somente a observação.
	Cinco milhões de reais empregados
na compra de fator de coagulação pelo DF poderiam
ter sido utilizados para se pagar 800 diárias de
UTI, conforme os preços fixados na Tabela SUS e
no Contrato SES/DF nº 53/2018
	2
	Ações judiciais em saúde: revisão integrativa
	Batistella PMF, et al.
	2019
	Rev Bras Enferm
	Revisão integrativa
	Brasil
	O pesquisador encontrou 30 estudos que se tratavam de demandas judiciais, sendo que destes 30 somente 01 tratava sobre internações em centro de terapia intensiva
	Não trouxe características, somente a observação
	Os procedimentos mais solicitados foram
internações em leitos comuns, Centro de
Terapia Intensiva e cirurgias do aparelho circulatório
	3
	Efeitos do gasto com a judicialização da saúde no orçamento da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal entre 2013 e 2017
	Chagas CP, Santos FP
	2018
	Cad. Ibero-Amer. Dir. Sanit.
	descritivo retrospectivo
	Brasil
	Os dados apontam que pedidos referentes à prestação de serviços com UTI ocorreu em 2013, 97 ações judiciais (10,5%).
	Não trouxe características
	Representou parao orçamento da Secretaria Estadual o valor de R$ 971 mil reais
	4
	Judicialização do acesso aos serviços de saúde: análise de caso da Secretaria de Saúde de Pernambuco
	Oliveira FHC, et al.
	2018
	Cad. Ibero-Amer. Dir. Sanit.
	estudo transversal, quantitativo e analítico
	Brasil
	Identificou-se que no ano de 2016 as demandas judiciais por leitos na UTI corresponderam 8,1 %
	Total de pedidos de 2016 256, sendo que 39% dos pedidos eram do SUS, 31,5% Filantrópicos e 19% privados, não sabendo precisar a porcentagem somente do leito de UTI
	
	5
	Judicialização da política pública de saúde: interação entre o sistema político e o sistema jurídico na Região Sul do Brasil
	Pauli LTS
	2018
	Cad. Ibero-Amer. Dir. Sanit
	descritivo- analítico
	Brasil
	As demandas judiciais com internações representaram 17,3% dos pedidos
	299 demandas, 59,2% foram demandas iniciadas pela Defensoria Pública Estadual, representando os pacientes hipossuficientes, 98% dos processos apresentaram pedido de antecipação de tutela, destes 91,6% julgados procedentes. Não trazendo especificamente sobre a UTI
	
	6
	Análise sobre a judicialização da saúde no Estado de Mato Grosso no período de 2011-2012
	Arruda SC
	2017
	Cad. Ibero-Amer. Dir. Sanit.
	quali-quantitativa (pesquisa documental e análise de dados obtidos do NAT)
	Brasil
	O número de pedidos que chegaram ao núcleo de apoio técnico 3,75% UTI’s
	86 demandas em 2011: 87% (71) processos foram representados pela Defensoria Pública, 13% (11) através de advogados particulares, e 2% (2) processos por cada órgão, sendo: Ministério Público Estadual e Procuradoria Geral do Estado, sendo somente 03 UTI’s demandas referente a UTI neste ano. Já em 2012: 1462 demandas, sendo 68% foram representados pela Defensoria Pública, 16% pelo Ministério Público Estadual, 15% através de advogado particular e 1% apresentado pelo próprio requerente.
	
	7
	A judicialização da saúde no Distrito Federal, Brasil
	Diniz D, et al.
	2014
	Ciência & Saúde Coletiva
	exploratório, descritivo, longitudinal
	Brasil
	principal bem judicializado
foi acesso à UTI na rede privada de
saúde (66%)
	254 demandas na rede privada em 2005 e 66 em 2010, sendo que no SUS houve somente 2 pedidos em 2005 e 0 em 2010
	UTI, muito comuns são também os argumentos de risco de vida (76%), dano irreparável ou de difícil reparação (52%) e risco de agravo da doença (18%). Os juízes tendem a conceder essas liminares (70%).
	8
	Acesso aos procedimentos de média e alta complexidade no Sistema Único de Saúde: uma questão de judicialização
	Gomes FFC, et al.
	2014
	Cad. Saúde Pública
	descritivo retrospectivo
	Brasil
	Das demandas judiciais a internação em CTI corresponde em (14,2%) dos procedimentos judicializados
	28,7% das demandas eram pelo SUS, não sabendo precisar porcentagem dos leitos na UTI
	Os leitos de UTI correspondem somente a 6% dos leitos hospitalares e não 11% como recomendado. há maior número de leitos nos municípios com maior resolubilidade para atendimento. Idade acima de 50 anos, sexo masculino,
com ocupação nas categorias aposentados e donas de casa foram mais frequentes
8
DISCUSSÃO
A procura por serviços mais especializados vem elevando o número de buscas e serviços de UTI, excedendo o número de leitos que está sendo disponibilizados pelo SUS (OLIVEIRA et al., 2019). Segundo Gomes et al., (2014) os leitos de UTI correspondem somente a 6% dos leitos hospitalares e não 11% como recomendado no Estado de Minas Gerais.
Sendo assim, os leitos na Unidade de Terapia intensiva no SUS ou particulares estão presentes em 532 municípios de 5.570 municípios brasileiros, sendo que na rede pública apenas 466 municípios oferecem este serviço (Conselho Federal de Medicina, 2018).
Pôr o número de leitos ser insuficiente, acaba provocando filas nos hospitais, vindo a internação de pacientes ocorrer por ordem judicial e realizada somente quando o paciente já se encontra bem debilitado em sua enfermidade, incluindo agravo, quando não há monitoração imediata (DINIZ e MACHADO et al., 2014).
Não se pode falar que a judicialização ocorre pelas elites, visto que não há evidências. Os artigos encontrados demonstram que mais de 60% que é judicializado a representação do individuo acontece pela Defensoria Pública, trazendo assim automaticamente a informação que a maioria dos indivíduos não tem condições financeiras para arcar com os custos dos medicamentos, ou, internações. 
Outra forma de avaliação utilizada para o indicador de classe social é o tipo de serviço de saúde, se aconteceu por meio de hospitais públicos/filantrópicos ou hospitais particulares. Entretanto, nos estudos encontrados não houve um consenso dos pedidos obtidos por meio de hospitais particulares ou públicos. Sendo Oliveira et al., (2018) houve (n=256) demandas sendo 19% para hospitais particulares, já na pesquisa realizada em 2014, por Diniz et al., foram (n=254) 66% de demandas para hospitais particulares. Não sendo possível portanto de dizer qual é o serviço mais utilizado.
Mesmo existindo um debate sobre a classe social dos indivíduos que procuram a judicialização, só faz sentido essa questão quando ferir os princípios estabelecidos. Porém, um destes princípios é a universalidade, não podendo discriminar os atendimentos por origem social. A real pergunta a se fazer é o quanto está custando essas demandas para o orçamento e se estes indivíduos expressam necessidades de saúde a tal ponto que se precisa de uma imposição judiciaria pois o Estado não está cumprindo.
Com isso vemos no estudo realizado por Chagas (2018), que no ano de 2013 no Distrito Federal as demandas com serviços de UTI foram de 97 ações judiciais (n=10%), sendo que este representou para o orçamento da Secretaria Estadual o valor de R$ 971 mil reais.
Ao colocarmos essa porcentagem somente em um único estado, parece pequeno em vista ao número de demandas de medicamentos, mas em outra pesquisa realizada por Paixão (2019) também realizada no Distrito Federal torna-se evidente o crescendo número de ações que de 97 ações no ano de 2013, cresceu para 496 ações no ano de 2017.
Em uma análise sobre as demandas da judicialização no Estado de Mato Grosso no período de 2011-2012 realizado por Arruda (2017), o número de pedidos por leitos em UTI foram pequenos somente de 3,75% (n=03) das demandas, sendo que nos anos de 2005 a 2010 no Distrito Federal já havia uma representatividade de 66% de ações para acesso à UTI (DINIZ e MACHADO et al., 2014). Isto é, antes mesmo da audiência pública realizada em 2009, onde tornou-se mais evidente o termo judicialização, esta já estava sendo buscado pelos pacientes os direitos. 
O estudo apresentado por Gomes et al., (2014), demonstra também que antes mesmo de 2009 a falta de leitos na UTI já era judicializado mesmo antes dos anos de 2000. Pondera que de 1999-2009 o número das demandas judiciais a internação em UTI corresponde em (14,2%) dos procedimentos, ficando atrás somente dos procedimentos cirúrgicos. 
O que assusta é que mesmo com esse número elevado de demandas mesmo antes da audiência onde tornou-se mais conhecido a judicialização e também colocou critérios para o concedimento ou não da demanda o número de leitos de 2010 a 2015 cresceu somente 19% (OLIVEIRA et al., 2019). Sendo que o Norte possui somente 5% desta de todos os leitos, tendo então a menor proporção de leitos.
A distribuição de leitos é totalmente desigual, comprovando que o estado com maior número de demandas, também possui a menor quantidade de leitos. Como podemos ver no estudo realizado em 2018, por Oliveira et al., o Estado do Pernambuco obteve 8,1% de demandas judiciais no ano de 2016, contrapondo-se com o Estado do Rio Grande do Sul, no estudo apresentado por Pauli (2018), que as demandas judiciais com UTI representaram 17,3% dos pedidos. A região do Nordeste tem 18,7% dos leitos, contra 14,3% do Sul (Conselho Federal de Medicina, 2018).
Portanto, com esses dados podemos ver que a quantidade de leitos disponíveis ainda não é suficiente, pois os números de municípios que tem UTI ainda são pequenos sendosomente 10%. A falta de funcionários, a taxa de ocupação, os gastos com outras demandas judiciais, falta de equipamento colaboram para que haja um aumento nas demandas por leitos. 
Mesmo com estes estudos podemos observar que ainda existe uma escassez de estudos sobre as demandas judiciais com leitos na UTI. Em uma revisão integrativa realizada em 2019, por Batistella et al., encontrou-se somente 01 artigo que tratava sobre internações em unidades de terapia intensiva, e o estudo encontrado foi o mesmo localizado pelo pesquisador deste estudo. 
O que dificulta caracterizar as demandas sobre leitos de UTI é que parte dos estudos não trazem informações individualizadas das demandas, trazendo somente dados e informações que correspondem a um todo (medicamentos, procedimentos, leitos de UTI, exames, etc, qual a representação, qual os hospitais (SUS ou Privado), as demandas são mais solicitadas por homens ou mulheres, idade, características financeiras). Com isso, não se pode estabelecer quais as características das demandas por UTI, pois falta informações.
. 
CONCLUSÃO
É possível perceber que a grande parte dos estudos são sobre medicamentos, sendo pouco os estudos realizados sobre as demandas judiciais de leitos nas Unidade de Terapia Intensiva, não encontrando um estudo que trouxesse somente a temática estando sempre em conjunto com outras demandas. Outrossim, os estudos trazem somente a quantidade de ações judiciais não especificando quais são as características dessas demandas (perfil dos pacientes, características da ação: defensoria pública, advogado particular). Conclui-se que com a escassez de estudos e também de informações das características das demandas para se traçar um perfil dos pacientes que judicializam leitos, se precisa de mais estudos voltados somente a demandas judiciais de leitos em Unidade de Terapia Intensiva. 
REFERÊNCIAS
ARRUDA, S. C. Análise sobre a judicialização da saúde no Estado de Mato Grosso no período de 2011-2012. Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário. v. 6 n. 1, p. 86-111, 2017.
BATISTELLA, P. M. F., ARONI, P., FAGUNDES, A. L., & HADDAD, M. D. C. F. L. Ações judiciais em saúde: revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, 72, n. 3, p. 809-817, 2019.
BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Menos de 10% dos municípios brasileiros possuem leito de UTI. [acess 2019 ago 17]. Brasília, 2018. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=27828:2018-09-04-19-31-41&catid=3
DAS CHAGAS, C. P., & DOS SANTOS, F. P. Efeitos do gasto com a judicialização da saúde no orçamento da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal entre 2013 e 2017. Cadernos Ibero-Americanos De Direito Sanitário, v. 7 n. 2, p. 147-172, 2018.
DE OLIVEIRA, F. H. C., DE LORENA SOBRINHO, J. E., DE LIMA, M. C. S., MONTARROYOS, U. R., DAS NEVES, M. G. A. B., DA SILVA, P. R., ... & DE ALMEIDA, F. J. C. Judicialização do Acesso aos Serviços de Saúde: análise de caso da Secretaria de Saúde de Pernambuco. Cadernos Ibero-Americanos De Direito Sanitário, v. 7 n. 2, p. 173-186, 2018.
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