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- -1 NORMATIZAÇÃO DA QUALIDADE CAPÍTULO 1 - POR QUE NÃO NORMATIZAÇÃO? Elsimar Barros - -2 Introdução Por que não normatização? Não é derivada da palavra norma? Esta é uma das questões que será respondida ao longo deste capítulo. Além disso, vamos entender porque a normalização é importante, que seu surgimento veio da necessidade e trouxe muitos benefícios para a sociedade. Juran e DeFeo (2015, p. 16) nos dão um exemplo bem didático em relação à normalização no nosso dia a dia: “novos membros de uma sociedade – um bebê numa família ou um novo funcionário contratado num local de trabalho – são cuidadosamente ensinados sobre quem é quem e o que é o quê. Em resumo, ensinam-se a eles as normas e os padrões culturais daquela sociedade em particular”. Desde o momento que nascemos, precisamos conhecer as regras para participar da sociedade. Sem a normalização, acredito que estaríamos num verdadeiro caos. Isso também ocorre nas empresas, uma vez que todas devem ter regras claras em seus procedimentos operacionais. Assim, na contratação de um funcionário, todas as regras são passadas para que este possa ser integrado na empresa, mas, infelizmente, não é isso que acontece na prática, principalmente, nas pequenas empresas. Você sabe o que é qualidade? E gestão da qualidade? Veremos esses conceitos e conheceremos alguns outros importantes como sistema, processo, atividades, clientes, para que possamos nos aprofundar ainda mais nestes temas. No tópico 1.2 de nossos estudos sobre o processo de normalização, vamos entender a diferença das Normas Técnicas dos Regulamentos Técnicos, vamos estudar os princípios, os benefícios, os níveis de normalização, desde normas internacionais, normas nacionais, normas de associação e as normas empresariais. Além disso, vamos entender como é o processo de elaboração de normas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Por fim, nos dois últimos tópicos, vamos estudar os elementos de sustentação de um sistema de gestão da qualidade (liderança, engajamento das pessoas, foco no cliente, gestão por processos, gestão de relacionamentos, decisões baseadas em evidências e melhoria contínua), conhecido também como os Princípios da Qualidade, estabelecidos na Norma ISO 9000:2015 (BRASIL, 2015). Você será capaz de compreender melhor o significado de cada um destes princípios, seus benefícios, além da sustentação do sistema de gestão da qualidade e como é possível aplicar estes princípios em uma organização. 1.1 A Normalização no sistema de gestão da qualidade Antes de iniciar nossos estudos sobre normalização, vamos entender o significado. Veja clicando sobre as palavras. Normalizar ( vtd. 1. Tornar normal, regularizar. 2. Reentrar na ordem, voltar ànormal + izar) normalidade (MICHAELIS, 2018). Normatizar ( Estabelecer normas para (MICHAELIS, 2018). norma + izar). (cf. normalizar) Normalizar é o processo de tornar algo normal e normatizar é o processo de estabelecer normas. Durante nosso capítulo vamos usar sempre a palavra normalizar, como ela é usada pela ABNT e por outros órgãos, pois o principal objetivo aqui é tornar as coisas normais. Vamos começar conhecendo a história da normalização e entender um pouco mais sobre isso. - -3 1.1.1 História da Normalização no Mundo É raro o encontrar registros das tecnologias empregadas pela sociedade antes do século XIX, pois a linguagem escrita era um bem raro, para poucos e o pouco que existia foi destruída pelo tempo, pela guerra e pela própria evolução. Clique na interação a seguir para saber mais sobre esta história. Uma das primeiras publicações de desenhos técnicos é a de George Agricola, na obra (1556),De Re Metallica onde há desenhos de equipamentos para área de mineração, os quais tornaram possível sua reprodução. Com isso, seus desenhos foram traduzidos e utilizados por séculos por mineradores e autoridades governamentais. Jacques Besson, pouco depois, publicou (1579), umaTheâtre des Instruments Mathématiques et Mécaniques extensa coleção de desenhos de instrumentos, máquinas, bombas e equipamentos militares. Outro exemplo foi a obra de Agostino Ramelli o volume (1588) com 195 desenhos das, Le Diverse et Artificiose Machine del Capitano mais variadas máquinas, quase sempre usando rodas d’água como gerador de força motriz. Assim, no século XVIII, passou a ser interesse do Estado a padronização dos processos de produção de equipamentos militares, visando garantir a qualidade e aumentar quantidade produzida (ABNT, 2011). Contudo, a normalização só ocorreu mesmo após a Revolução Industrial, em pleno século XIX, como solução para resolver os problemas comerciais entre as empresas de produto de consumo, mas neste momento os governos não tinham interesse e nem condições políticas para desenvolver o assunto. Os principais interessados eram as empresas, associações, técnicos, consumidores, mas isso tudo envolvia um grande investimento de tempo e dinheiro das indústrias privadas, além das incertezas de ganhos e perdas que poderiam advir com a imposição de regras e da necessidade de atualização devido às mudanças tecnológicas. (ABNT, 2011). Em 1901, o Reino Unido foi pioneiro na busca da normalização nacional, se organizando e criando a British – BSI, uma ação mundial, iniciada com a cooperação voluntária de cientistas, engenheiros eStandards Institution empresas. Em 1904, o setor de energia elétrica na Europa e Estados Unidos aprova a uniformização dos termos técnicos e das características de equipamentos e instrumentos elétricos, o que ficou sendo considerado o marco para a constituição da – IEC. Em 1906, a IEC conduziria seusInternational Electrotechnical Commission trabalhos por meio de correspondências e de modo aberto para a participação de todas as nações, o que motivou a importância da representatividade do governo (ABNT, 2011). Seguindo a necessidade da normalização, em 1917 foi criada a -Normenausschuss der Deutschen Industrie NADI, na Alemanha, em 1918, nos Estados Unidos, a - ANSI, e em 1928, a American National Standards Institute - ASA, que depois se unificaram. Na França, também em 1918, o Ministério doAmerican Standards Association Comércio estabeleceu uma Comissão Permanente de Normalização (CPS) até 1926, quando foi criada a – AFNOR, até que, depois da Segunda Guerra Mundial, foi retomada aAssociation Française de Normalisation necessidade da criação de um organismo de normalização internacional, surgindo, em 1948, a International (ISO), seguindo os mesmos modelos de trabalho do IEC (ABNT, 2011).Organization for Standardization Agora que já entendemos o quanto a normalização foi necessária para o desenvolvimento econômico mundial, vamos conhecer alguns conceitos importantes sobre qualidade. VOCÊ QUER LER? Para entender um pouco mais sobre a importância e como os padrões e regras surgiram até criar a normalização, vale a pena você assistir o vídeo Um breve histórico – Normalização, do Telecurso Profissionalizante, disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=q7Xis6B1AQA>. - -4 1.1.2. Principais conceitos de qualidade Como vimos, a normalização contribui para o desenvolvimento econômico, uma vez que estabelece os requisitos mínimos para um setor produtivo. Estes requisitos mínimos garantem um padrão básico de qualidade reconhecido nacionalmente ou internacional e, consequentemente, o crescimento de uma empresa. De acordo com Juran e DeFeo (2015), a qualidade dos produtos e serviços de uma empresa deve ser superior aos produtos da concorrência, para garantir a sua sustentabilidade financeira. O que é qualidade afinal? Uma palavra simples, que tem vários significados, dependendo do contexto no qual ela está inserida. Na interação a seguir, abordaremos este conceito. Clique para ler. Por exemplo, quando falamos da qualidade de um eletrodoméstico, podemos considerar que um eletrodoméstico de qualidade é aquele que funciona bem e tem durabilidade. Já quando falamos de serviço, qualidade é o bom atendimento. O que é um café de qualidade? Este foi o primeiro exercícioque eu fiz junto com os meus colegas de sala, no curso de MBA em gestão e Tecnologias da Qualidade pela USP, e te apresento aqui o mesmo desafio: descrever o que é um café de qualidade com uma palavra. Se você gosta de café, você definiu um café de qualidade como sendo um café gostoso, quente, forte, mas há os que o preferem fraco, frio, com leite, coado, expresso, entre outras possibilidades e adjetivos. Quer dizer então que qualidade é um adjetivo? Não, é um substantivo feminino, que no dicionário Michaelis (2018) possui 12 significados, mas, para nós, a definição de QUALIDADE que nos interessa está relacionada à fabricação de produtos ou prestação de serviços. Neste contexto, Juran e DeFeo (2015, p. 16) definem qualidade como “características que atendem às necessidades dos clientes”. Já a ISO 9000 (ABNT, 2015, p.21) a define como “grau em que um conjunto de características inerentes de um objeto satisfaz requisitos”. Considerando as duas definições em relação à qualidade, a palavra CARACTERÍSTICAS está relacionada ao atributo de um produto ou serviço, no exemplo do café, os adjetivos (quente, expresso, frio, forte) são atributos de um bom café e este atributo está relacionado diretamente à necessidade ou expectativa do cliente ou à pessoa que tomará o café. Já a palavra CLIENTE, considerando o contexto que nos interessa, de acordo com a ISO 9000 (ABNT, 2015), é a pessoa ou organização que poderia receber ou que recebe um produto ou um serviço destinado para, ou solicitado por, essa pessoa ou organização, podendo ser o consumidor, usuário final, varejista, beneficiário ou comprador. Agora vamos entender os conceitos de Sistema, Processo, Atividade, para compreender melhor o que é um sistema de gestão da qualidade. De acordo com Chiavenato (2010), sistema é um conjunto de partes que se inter-relacionam para alcançar um objetivo comum. Estas partes relacionadas são subsistemas, constituídos por outras partes relacionadas. Na figura abaixo podemos entender os sistemas como organizações compostas por processos que, por sua vez, são formados por atividades. VOCÊ O CONHECE? Joseph Moses Juran é um dos Gurus da Qualidade, nascido em 1904, na Romênia, e criado nos EUA. Formado em Engenharia Elétrica, ele foi como consultor para o Japão e junto com Deming trabalhou e contribuiu para o fortalecimento da economia do país, aplicando os conceitos de Qualidade. Saiba mais sobre Juran no da sua consultoria acessando:site < >.https://www.juran.com/about-us#mission-section https://www.juran.com/about-us#mission-section - -5 Figura 1 - Sistema, processo e atividades. Fonte: Elaborado pela autora, 2018. Processo é o conjunto de atividades inter-relacionadas que transformam entradas (insumos) em saídas (produtos ou serviços) e atividade é a menor unidade de trabalho de um processo. Por exemplo, a atividade de elaboração de proposta está dentro do processo comercial de uma empresa de Fretes e Mudanças. A partir do entendimento do conceito de sistema, processo e atividades, observamos que para uma organização alcançar os resultados pretendidos estes sistemas precisam ser gerenciados. A ISO 9000 (ABNT, 2015, p. 15) define gestão como “atividades controladas para dirigir e controlar uma organização”. Então, gestão da qualidade são atividades controladas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade. As atividades de gestão da qualidade consistem em estabelecer políticas, objetivos, procedimentos e controles para garantir a conformidade e a melhoria contínua. Agora que já temos alguns conceitos estabelecidos e entendidos, podemos dar continuidade ao aprofundamento do nosso estudo no que tange à Normalização e Qualidade. 1.2 Entendendo a normalização da qualidade A normalização tem como objetivos facilitar o comércio nacional e internacional, melhorar a qualidade de vida e a segurança das pessoas e apoiar o governo no desenvolvimento econômico do país. De acordo com a ABNT (ABNT, [201-?]a), apesar de não percebermos, a normalização está presente em nossas vidas o tempo todo como no transporte, na alimentação, na moradia, no vestuário, na qualidade do ar, da água entre outros lugares e coisas. Desta forma, somos beneficiados com produtos mais seguros e há a possibilidade de comparação de produtos e preços, buscando a melhor oferta do mercado. Além disso, governos se fortalecem com bases tecnológicas e científicas que sustentam a saúde, a segurança e a legislação ambiental, com a possibilidade de desenvolvimento econômico, tudo isso fazendo uso de padrões que possam atender também ao mercado internacional. - -6 1.2.1 Principais conceitos A normalização é “o processo de desenvolvimento, difusão e aplicação de normas técnicas, para a solução ou prevenção de problemas, com a participação de todos os interessados, para a promoção da economia global” (ABNT, [201-?]a). A definição internacionalmente consagrada de normalização é definida como: um “processo de formulação e aplicação de regras para um tratamento ordenado de uma atividade específica, para o benefício e com a cooperação de todos os interessados e, em particular, para a promoção da economia global ótima, levando na devida conta condições funcionais e requisitos de segurança” (BRASIL, 2002, p.10). Considerando que a normalização tem como objetivo principal o desenvolvimento econômico e social, por facilitar a comunicação, simplificar, proteger o consumidor, garantir a segurança e economia e eliminação de barreiras técnicas e comerciais, o SEBRAE ([201-]) e a CNI (BRASIL, 2002), relatam como estes objetivos são alcançados:. Clique na tabela a seguir para ver. Facilitar a comunicação Estabelecendo características para um produto ou serviços, por meio da utilização de uma linguagem fácil e comum. Economia Com a redução dos custos de produtos e serviços, por meio da definição sistemática racional e ordenada dos processos. Segurança A normalização pode definir regras que visam proteger as pessoas e o meio ambiente. Simplificação Reduzir ou evitar o crescimento da variedade de procedimentos e tipos de produtos. Proteção ao consumidor Garantir o desempenho mínimo necessário, ampliando a garantia da qualidade, segurança e integridade de produtos e serviços. Eliminação de barreiras técnicas e comerciais Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países. A utilização da normalização para produtos, serviços e processos tem uma série de benefícios para as empresas e para os consumidores e a CNI (BRASIL, 2002) dividiu estes benefícios em qualitativos (não são possíveis de mensurado) e quantitativos (possíveis de ser mensuráveis), como vemos no quadro abaixo: VOCÊ QUER LER? O Manual de Barreiras Técnicas elaborado pelo Inmetro apresenta os principais conceitos, sobre o acordo de Barreiras Técnicas da OMC, os serviços oferecidos pelo INMETRO e as perguntas frequentes acerca do assunto. Um bom resumo para ampliar o seu entendimento sobre o assunto. Acesse: < >.https://goo.gl/GLoZ5r https://goo.gl/GLoZ5r - -7 Quadro 1 - Benefícios da Normalização. Fonte: BRASIL, 2002, p. 14. A CNI (BRASIL, 2002) ainda esclarece que estes benefícios são alcançados na medida em que, de fato, a normalização ocorreu com base em cinco princípios. Clique nos itens a seguir para ler sobre cada um deles. • Voluntariedade A participação na elaboração de uma norma, quanto da sua utilização, deve ser voluntária. • Representatividade As normas devem ser elaboradas com a representação de diversos setores da sociedade (produtores, fabricantes, transportadores, alunos, cientistas, governo, clientes). • Paridade As normas devem representar o equilíbrio das necessidades de todas as classes (produtor, consumidor e neutro) e nenhuma parte interessada deverá ter uma quantidade de representantes superior. • Consenso as normas devem ser atualizadas considerando as inovações tecnológicas que venham a surgir. As normas têm interesse em atender a uma sociedade, portanto, não se trata de umavotação, e não se busca a unanimidade. • Atualização As normas devem ser atualizadas considerando as inovações tecnológicas que venham a surgir. De acordo com o SEBRAE ([201-]), a normalização é uma espécie de autorregulamentação, pois as regras são definidas de comum acordo pelos diversos interessados, e que de forma voluntária decidem estabelecê-las por perceberem alguma vantagem para que essas regras existam e por acreditarem nos seus efeitos positivos. • • • • • - -8 1.2.2 Regulamento Técnico X Norma técnica O regulamento técnico é um documento aprovado por órgão governamental (a exemplo do Ministério da Saúde, da ANP – Agência Nacional de Petróleo, entre outros), de caráter obrigatório, portanto, o seu não cumprimento constitui uma irregularidade passível de punição, podendo representar uma barreira comercial se não estiver pautado em normas aceitas internacionalmente (BRASIL, 2002). Assim como as normas, os regulamentos técnicos estabelecem requisitos para produtos, serviços ou processos e também podem estabelecer as regras da avaliação da conformidade no caso de certificação compulsória. A principal diferença entre regulamento técnico e norma técnica é a questão da obrigatoriedade e a tabela abaixo demonstra algumas outras diferenças entre eles: Quadro 2 - Diferença entre Norma Técnica e Regulamento Técnico. Fonte: Elaborado pela autora, 2018. De maneira geral, os regulamentos são criados com o objetivo de garantir a saúde e a segurança, de proteger o meio ambiente e/ou consumidor e estimular a justa concorrência. De acordo com a CNI (BRASIL, 2002), os regulamentos podem se tornar barreiras técnicas para o comércio. A Organização Mundial do Comércio – OMC estabeleceu um acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio conhecido como , o qual conta com a participação de diversos países. Esse acordo garante apoioTBT Agreement aos países menos desenvolvidos e a obrigatoriedade de cada país em manter centralizadas suas informações e os requisitos técnicos relacionados a determinados produtos e que os regulamentos técnicos sejam definidos com base em normas internacionais. Já as normas técnicas são estabelecidas por consenso e aprovadas por um organismo reconhecido que visa a otimização de benefícios para as empresas e para a comunidade, e a sua utilização não é obrigatória. De maneira geral, cada país possui um Organismo de Normalização que é responsável pela elaboração das normas técnicas. VOCÊ SABIA? No Brasil, o INMETRO faz o papel de ponto focal do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio da Organização Mundial (OMC). Os Regulamentos Técnicos Metrológicos e deRTAC - Avaliação da Conformidade estão disponibilizados em uma base de pesquisa avançada no site do Inmetro. Acesse: < >.http://www.inmetro.gov.br/legislacao/ http://www.inmetro.gov.br/legislacao/consulta.asp?seq_classe=1 http://www.inmetro.gov.br/legislacao/ - -9 geral, cada país possui um Organismo de Normalização que é responsável pela elaboração das normas técnicas. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é o organismo responsável. 1.2.3 Como as normas são desenvolvidas A elaboração de uma norma nacional, conduzida pela ABNT, segue 6 passos. Vamos entender como ocorre cada um deles, como nos mostra a figura abaixo. Figura 2 - Processo de elaboração de normas. Fonte: ABNT, [201-]b. 1. Receber a demanda – Assim que a ABNT recebe uma nova demanda, o órgão a analisa quanto à sua pertinência. Se a demanda for pertinente, ela é encaminhada ao Comitê Técnico correspondente. Se a demanda tratar de um assunto novo, que não seja possível encaixar em nenhum Comitê Técnico, a ABNT sugere a criação de um novo Comitê. A demanda pode ser encaminhada por qualquer pessoa por meio do preenchimento de um formulário no dasite ABNT. De acordo com a CNI (BRASIL, 2002), a normalização é necessária quando diversos fornecedores e compradores em potencial desejam definir, por meio de um acordo, os requisitos e características mínimas de um produto ou serviços para atender à finalidade a qual se destina. Portanto, geralmente, uma destas partes interessadas dá início ao processo de normalização. De acordo com a ABNT ([201-]c), os Comitês Técnicos são órgãos de coordenação, planejamento e execução das atividades denormalização técnica e podem ser de três formas diferentes. Clique nas abas a seguir para ver cada uma delas. • ABNT/ CB - Comitê Brasileiro Órgão técnico da estrutura da ABNT formado por Comissões de Estudo. • • • - -10 ABNT/ NOS - Organismo de Normalização Setorial Entidade técnica setorial com experiência em normalização e credenciada pela ABNT para atuar no desenvolvimento de Normas Brasileiras do seu setor, além de também ser formada por Comissões de Estudo. • ABNT/ CEE - Comissão de Estudo Especial Órgão técnico da estrutura da ABNT criado quando o assunto de seu escopo não está contemplado no âmbito de atuação de outro Comitê Brasileiro ou Organismo de Normalização Setorial já existente. 2. No passo 2, depois que a demanda é aceita, ela é incluída no Programa de Normatização Setorial (PNS) para que seja criado o Comitê de Estudo (CE). 3. O Comitê de Estudo é responsável pela etapa 3, que consiste na elaboração do projeto de norma após muito estudo e discussão. Quando se chega a um consenso, está pronto o Projeto de Norma, que é editorado e recebe a sigla ABNT NBR e seu respectivo número. 4. A etapa 4 trata da submissão do Projeto de Norma à Consulta Nacional, disponibilizado na e divulgadointernet no Diário Oficial da União para que todas as partes interessadas tenham a oportunidade de emitir suas considerações. 5. A etapa 5 consiste na análise pelo Comitê de Estudo que responderá cada comentário. Ao final deste processo é realizada uma reunião na qual todas as pessoas que contribuíram são convidadas e onde será deliberada, por consenso, a aprovação do Projeto de Norma para o Documento Técnico ABNT. 6. Na etapa 6, após com a aprovação o Documento Técnico ABNT é realizada a publicação no catálogo de normas no da ABNT.site Depois de 5 anos de publicação, a norma entra no processo de Análise Sistemática, momento em que é feita uma Consulta Nacional para avaliar a necessidade de revisão, manutenção ou cancelamento da referida norma. 1.2.4 Níveis de Normalização As normas possuem um escopo de aplicação que, geralmente, é limitado por questões geográficas, políticas ou econômicas. De acordo com a ABNT ([201-]a), as normas podem ser internacionais, nacionais, regional, nacional empresarial ou específica de uma associação. Vamos entender cada uma delas. • VOCÊ SABIA? Que para fazer parte de um Comitê de Estudo (CE) e participar da elaboração de uma Norma, basta solicitar sua participação na Comissão de Estudo ou entrar em contato direto com os responsáveis pelos Comitês Técnicos por ou telefone disponíveis na lista:e-mail <http://www.abnt.org.br/normalizacao/comites-tecnicos>. http://www.abnt.org.br/normalizacao/comites-tecnicos%3e. - -11 Figura 3 - Níveis de normalização. Fonte: BRASIL, 2002, p. 22. Clique na interação a seguir para ler sobre cada um dos níveis de normalização. • Nível internacional São as normas desenvolvidas por vários países. Geralmente, é o processo é coordenado por uma Organização Internacional de Normalização e aceitas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) como base para o comércio internacional. Como exemplo temos a Norma ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos (ABNT, 2015), publicada pela ISO - Internacional Organization for Standzation, ou normas criadas pela Comissão Eletrotécnica Internacional – IEC. • Nível regional São normas técnicas estabelecidas por uma Organização Regional ou Sub-Regional de Normalização a serem aplicadas em um conjunto de países de uma região. São elaboradas, por exemplo, pelo Comitê Europeu de Normalização (CEN) e aplicáveis à Europa; para os países do Mercosul, por sua vez, as normas são elaboradas e emitidas pela Associação Mercosul de Normatização - AMN. Como exemplo, temos a NM:226:2000- Aços inoxidáveis acabamentos de superfície para produtos planos laminados emitida pela Associação Mercosul de Normatização - AMN, ou normas publicadas pelo Comissão Pan-americana de Normas Técnicas (Copant). • Nível Nacional • • • - -12 Nível Nacional Normas cuja emissão é realizada por um Organismo Nacional de Normalização reconhecido como autoridade para torná-las públicas, com objetivo de criar um padrão para um determinado assunto a ser adotado de forma voluntária por empresas em nível nacional, como a norma ABNT NBR 13343-3:2015 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3: Requisitos e métodos de ensaio, ou normas emitidas pela Afnor, na França, ou o Iram, na Argentina. • Nível empresarial Normas elaboradas por empresas ou grupo de empresas, geralmente, para uso interno na execução das atividades da organização. Por exemplo, o procedimento PCO-01 – Procedimento de Compras de Bens e Serviços, da empresa CMPC Melhoramentos. • Nível de associação Normas elaboradas por associações, federações ou conselhos para ser referência aos seus associados, como a Resolução CFM Nº 2.185/2018, que “fixa os valores das anuidades e taxas para o exercício de 2019, fixa regras para inscrição e execução dos créditos na dívida ativa e recuperação de crédito e dá outras providências” (BRASIL, 2018). Em 2017, o acervo da ABNT ([201-]d) contava com 7.937 normas, sendo 5.535 de Normas ABNT BR (norma nacional), 1741 (22%), Normas ABNT NBR ISO (norma internacional); 298 de Normas ABNT NBR IEC (norma setorial) e 363 Normas ABNT NBR NM (norma regional). Como vimos no tópico anterior, as normas são elaboradas por várias pessoas, independente do nível (nacional, associação ou empresarial) no qual esteja sendo estabelecida e é importante envolver todas as partes interessadas no assunto, visando criar regras para melhorar a convivência. 1.3 Elementos de sustentação da normalização Os elementos de sustentação da normalização são os princípios da Qualidade estabelecidos na norma ANBT NBR ISO 9000:2015 (BRASIL, 2015), a saber: Foco no cliente; Liderança; Engajamento das pessoas; Abordagem de processo; Melhoria; Tomada de decisão baseada em evidência; e Gestão de fornecedores. Nestes dois últimos tópicos vamos entender melhor como estes princípios podem sustentar um sistema de gestão da qualidade. • • - -13 Figura 4 - Relação entre os princípios da qualidade e a satisfação dos clientes e redução de riscos. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CARPINETTI, 2016. Como podemos observar na figura acima, os princípios da qualidade (em azul), sustentam os objetivos da qualidade (em verde). Um sistema de gestão da qualidade tem como objetivo a redução dos riscos nos processos para redução das não conformidades, garantindo a satisfação do cliente. Neste tópico vamos entender melhor os princípios de liderança, engajamento das pessoas, foco no cliente e abordagem de processo e seus benefícios para os sistemas de gestão da qualidade e como estes princípios podem ser aplicados em uma organização para sustentar a normalização e a qualidade. 1.3.1. Liderança A liderança de uma organização é o pilar mais importante na implementação e manutenção do sistema de gestão da qualidade, porém, vamos dividir essa liderança em dois: os líderes do primeiro nível, como presidente, vice- presidente e diretores, o qual podemos chamar de Alta Direção; e os líderes de segundo nível, que são os gerentes, encarregados, o qual podemos chamar de Gestores. A constância de propósitos é um dos 14 pontos da filosofia de Deming (1990), o qual descreve que a Alta Direção deve se comprometer com os objetivos e metas da organização. De acordo com a ISO 9000 (BRASIL, 2015), cabe à alta direção definir as estratégias do negócio, criando uma unidade de propósito para o direcionamento e engajamento das pessoas, e fornecendo recursos para que os objetivos possam ser alcançados. Já aos gestores cabe o entendimento das estratégias para garantir a unidade de propósito. Ainda considerando a ISO 9000 (BRASIL, 2015), para sustentar o sistema de gestão da qualidade os líderes devem ter algumas atitudes. Clique nos itens a seguir para saber quais são. • Comunicar as estratégias, políticas, objetivos, metas, procedimentos. • Fornecer os recursos (humanos, treinamentos, financeiros, máquinas, equipamentos, ferramentais) necessários para a realização dos processos. • • • • - -14 • Incentivar a cultura do compartilhamento, ética, imparcialidade, a confiança, integridade e o compromisso com a qualidade, sendo um exemplo positivo para as pessoas na organização. • Inspirar, incentivar e reconhecer a contribuição das pessoas. A ISO 9001 (BRASIL, 2015) também descreve os benefícios oriundos do envolvimento da liderança como um todo no sistema de gestão da qualidade. A melhoria na gestão dos processos, a comunicação em todos os níveis e funções, traz mais eficiência e eficácia no atendimento aos objetivos da qualidade. 1.3.2 Engajamento das pessoas Logo depois da liderança, outro pilar importante na sustentação de um sistema de gestão da qualidade tem relação com as pessoas, afinal, elas são o “ativo mais valioso na organização” (CARPINETTI, 2016, p. 26). Para que uma organização possa entregar produtos e serviços de qualidade, em todos os níveis da organização as pessoas devem ser competentes (escolaridade, experiência e/ou treinamentos) para desempenhar suas funções com responsabilidade. A ISO 9001 (BRASIL, 2015) também fala que as pessoas devem ter poder e devem estar engajadas com o propósito da organização. Pessoas engajadas são mais satisfeitas, confiantes, motivadas e, consequentemente, mais colaborativas, mais envolvidas em suas atividades. De acordo com Carpinetti (2016), as pessoas querem oportunidades para demonstrar seu conhecimento, participando ativamente das organizações, recebendo o merecido reconhecimento e crescimento profissional além do salário adequado. O engajamento é uma atividade que deve ser promovida pela liderança, alcançada com a capacitação, empoderamento e reconhecimento individual. A ISO 9001 (BRASIL, 2015) salienta que a liderança deve comunicar sobre a importância da contribuição individual, facilitar a discussão aberta, a troca de experiências, realizar a autoavaliação e avaliação das pessoas em relação ao seu desempenho e realizar pesquisas de satisfação dos colaboradores em relação à empresa. 1.3.3 Foco no cliente As empresas, em especial as que têm o lucro como objetivo, dependem de seus clientes, pois sem eles não há faturamento. Desta forma, elas buscam fazer com que os clientes tenham interesse em gastar seu dinheiro com os produtos e serviços da empresa. Neste tópico, falaremos da importância do foco no cliente. Clique na interação a seguir. Isso se faz mais importante, pois a concorrência em diversos setores é altíssima. Por exemplo, na hora de trocar de carro, geralmente e estrategicamente, todas as concessionários ficam uma ao lado da outra (Toyota, BMW, Volkswagen, Mercedes Benz, Honda, Nissan, Ford, Porshe, Hyundai, Renault, Pegeout, Audi, Chevrolet, Kia, Suzuki, Fiat, Citroen, entre outras), com carros de diversos tamanhos, potências, conforto e estilos. O consumidor ou cliente vai a várias concessionárias para conhecer o carro, saber o preço, condições de pagamento e realiza diversas pesquisas na para obter mais informações sobre o desempenho do veículointernet e atendimento pós-venda. Este tipo de compra, devido ao valor agregado, pode demorar meses até chegar à decisão final. Durante todo esse tempo para a tomada de decisão, o cliente está tentando saber qual veículo atenderá melhor as suas necessidades e expectativas. Mesmo em compras com valor agregado menor, por exemplo, a compra de um biscoito, o cliente, ao se deparar com a grande variedade disponíveis nas gôndolas do supermercado, analisará os produtos e decidirá por aquele que atender melhor as suas necessidades e expectativas. Portanto, as empresas devem se preocupar em oferecer produtos e serviços de qualidade,que atendam às necessidades e expectativas dos clientes. De acordo com a ISO 9000 (BRASIL, 2015, p. 8), “o sucesso sustentável é alcançado quando uma organização atrai e retém a confiança dos clientes e de outras partes interessadas”. Aumentar a satisfação do cliente a ponto de fidelizá-lo, fazendo que ele compre ainda mais produtos ou serviços • • - -15 Aumentar a satisfação do cliente a ponto de fidelizá-lo, fazendo que ele compre ainda mais produtos ou serviços de uma empresa, aumentando a receita e a participação no mercado, são alguns dos benefícios para as empresas que têm foco no cliente. De acordo com Carpinetti (2016, p. 23), “é fundamental identificar e ouvir o cliente, para a identificação dos requisitos intrínsecos e extrínsecos dos produtos e/ou serviços fornecidos, assim como para a avaliação do grau de satisfação quanto ao atendimento das expectativas dos clientes”. A ISO 9001 (BRASIL, 2015) descreve algumas outras ações para potencializar os resultados da organização, como reconhecer os clientes diretos e indiretos, conectar os objetivos da organização com as necessidades e expectativas dos clientes, monitorar a satisfação dos clientes, visando aumentar sua satisfação. Assista ao vídeo abaixo e aprenda mais sobre a importância da normatização para as empresas. https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id /1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1545320912&entry_id=1_5k62udqu Além disso, é importante planejar, produzir e entregar produtos ou serviços, ter um bom processo pós-venda e, por fim, outro aspecto importante, o processo de comunicação com o cliente no que tange ao relacionamento e que responda eficazmente às suas dúvidas e reclamações. 1.3.4 Abordagem de processo O último item deste tópico, e não menos importante, é o princípio da abordagem de processo. Um “sistema de gestão da qualidade SGQ consiste em processos inter-relacionados” (BRASIL, 2015, p. 10) e é importante compreender como os produtos e serviços são realizados para que se possa otimizá-los e aumentar o desempenho produtivo da organização. Essa questão também pode ser divida em duas partes: os processos do negócio principal e os processos das áreas de apoio. Por exemplo, em uma concessionária, os processos principais são atendimento ao cliente (vendas), processos financeiros e serviços de oficina, pois se relacionam diretamente com o cliente. Consideramos processos de apoio os processos de RH, contabilidade, compras e tecnologia. De acordo com a ISO 9000 (BRASIL, 2015, p. 6), “resultados consistentes e previsíveis são alcançados de forma mais eficaz e eficiente quando as atividades são compreendidas e gerenciadas como processos inter- relacionados que funcionam como um sistema coerente”. Carpinetti (2016) descreve que um dos benefícios da gestão por processos é minimizar ou eliminar barreiras entre departamentos, pois incorpora o conceito de cliente interno e fornecedor. A ISO 9000 (BRASIL, 2015) salienta, ainda, a melhoria no processo de tomada de decisão, na avaliação do desempenho e na capacidade de alcançar os objetivos. A ISO 9000 (BRASIL, 2015) também define que, para implementar uma boa gestão de processos, a organização deve definir objetivos, definir responsabilidade e autoridades, assegurar que a informação necessária para a realização das atividades esteja disponível e atualizadas e, por fim, gerenciar os riscos que possam afetar a qualidade dos produtos ou serviços. 1.4 Elementos de sustentação da normalização Neste tópico vamos estudar mais três princípios da qualidade: a gestão de relacionamentos, a tomada de ação baseada em evidências e a melhoria contínua. Estes princípios também dão suporte ao sistema de gestão da qualidade, pois trazem benefícios em relação à eficiência e eficácia dos processos de uma organização. Vamos conhecer tais benefícios e aprender como é possível aplicar estes princípios. https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1545320912&entry_id=1_5k62udqu https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1545320912&entry_id=1_5k62udqu - -16 1.4.1 Gestão de relacionamentos Para garantir o sucesso sustentado é importante que as organizações mantenham um bom relacionamento com as partes interessadas. Quanto mais eficiente for o relacionamento com as pessoas e as instituições de interesse, maior a probabilidade de sucesso da organização (BRASIL, 2015). O caso apresentado abaixo mostra como pessoas e organizações podem contribuir no sucesso de um negócio. A gestão de relacionamentos pode trazer melhorias no desempenho da organização por agregar valor e responder às oportunidades e restrições relacionadas a cada parte interessada, além de promover o fluxo estável de produtos e serviços quando a cadeia de fornecimento é bem gerenciada (BRASIL, 2015). CASO Partes interessadas: Petrobras. A Petrobrás identificou 13 públicos de interesse, conforme apresenta a figura baixo, e buscou entender suas expectativas e necessidades específicas em relação a ela criando meios e formas de comunicação direta com cada parte sobre os assuntos de interesse. Cada uma das partes é monitorada e pesquisas são realizadas. A Petrobras também mantém canais de relacionamento por , jornais, revistas e programas de visita para garantir osites diálogo com as partes interessadas a fim de aperfeiçoar as suas iniciativas. (PETROBRAS, 2018). - -17 Figura 5 - Partes interessadas na Petrobras. Fonte: PETROBRAS, 2018. Para que uma organização possa ter uma boa gestão de relacionamentos, ela deverá, primeiramente, identificar as partes interessadas que possuem ou que possam ter qualquer tipo de interesse no negócio, positivo ou negativo, como os clientes, funcionários, fundadores, sócios, voluntários, sindicatos, concorrentes, sociedade, fornecedores etc. Em seguida, deve identificar os seus respectivos interesses, determinar e priorizar os relacionamentos para equilibrar ganhos de curto e longo prazo por meio do desenvolvimento colaborativo. De acordo com Carpinetti (2016), um bom relacionamento com clientes, fornecedores e governo pode contribuir na redução dos riscos e de não conformidades de um produto ou serviço. Por exemplo, o cliente deve saber utilizar adequadamente o produto ou serviço adquirido lendo o manual de instrução, assistindo a vídeos institucionais e até mesmo dando sua declaração pessoal do produto nas redes sociais. Os fornecedores devem honrar seus compromissos, entregando-os no prazo combinado e dentro das especificações exigidas. O governo VOCÊ QUER LER? O artigo “Economia colaborativa: dividir ao invés de acumular”, publicado da revista Exame, apresenta diversos exemplos de empresas e pessoas que estão economizando, faturando e empreendendo com base no modelo de economia colaborativa. Para saber mais acesse: < >.https://goo.gl/LyZ2FN https://goo.gl/LyZ2FN - -18 honrar seus compromissos, entregando-os no prazo combinado e dentro das especificações exigidas. O governo pode colaborar com subsídios, fornecendo crédito, criando leis de incentivos relacionados ao negócio de uma empresa, por exemplo, para a produção de produtos orgânicos. 1.4.2 Tomada de decisão com base em evidência Outro ponto importante para qualquer empresa é o processo de tomada de decisão, uma vez que toda decisão envolve alguma incerteza, ou seja, “é importante compreender as relações de causa e efeito e possíveis consequências” (BRASIL, 2015, p. 13). Portanto, cabe às pessoas responsáveis pela tomada de decisão a análise de fatos, de evidências e de dados que levem a uma maior objetividade e confiança na tomada de decisões para que se possa alcançar, de fato, os resultados desejáveis. Carpinetti (2016) ressalta que não é para descartarmos a experiência e a intuição, mas que devemos aliar isso ao processo sistemático de tomadade decisão. De acordo com a ISO 9000 (BRASIL, 2015), as empresas que tomam decisões com base em dados, fatos e informações, se beneficiam com o alcance dos resultados desejados, portanto, podem ser mais eficazes e eficientes, melhoram o próprio processo de tomada de decisão com a melhoria da capacidade de analisar criticamente e com o aprendizado e resultados das decisões anteriores. Para que a organização possa tomar melhores decisões é importante ter acesso aos indicadores e monitoramentos, dados históricos e atuais, precisos, confiáveis e seguros, além de pessoas capazes de analisar e avaliar dados e tomar decisões com base nas informações. 1.4.3 Melhoria contínua Por fim, vamos falar da melhoria contínua, pois quanto melhor for a reputação de uma empresa, maior será a expectativa do cliente, portanto, mais decepcionado ela ficará com não conformidades encontradas nos produtos ou serviços por ele adquirido. Para Carpinetti (2016, p. 29), “a melhoria contínua é um princípio fundamental para o objetivo de redução de riscos da não conformidade no atendimento de requisitos dos clientes”. Uma organização que pretende ter sucesso deve buscar sempre a melhor maneira de executar as atividades em todos os processos da organização. De acordo com a ISO 9000 (BRASIL, 2015), organizações com foco na melhoria contínua conseguem manter ou aumentar os níveis de desempenho, são capazes de reagir às mudanças, de criar oportunidades, de melhorar a chance de atendimento aos requisitos dos clientes, satisfazer e fidelizar os clientes, reduzir os desperdícios, serem mais eficientes e eficazes, portanto, mais lucrativas. A ISO 9000 (BRSIL, 2015) salienta que para promover a cultura da melhoria contínua, a empresa deve capacitar VOCÊ QUER LER? A cartilha de “Indicadores de desempenho e gestão”, do SEBRAE (DIAS, 2007), descreve de forma simples o entendimento sobre indicadores de desempenho e resultado operacional, os benefícios da adoção de indicadores de desempenho, os fatores críticos de sucesso de um sistema de indicadores e gestão empresarial, e ajuda a compreender quem é o responsável pela gestão dos indicadores. A cartilha está disponível em: < >.https://goo.gl/mdrmot https://goo.gl/mdrmot - -19 A ISO 9000 (BRSIL, 2015) salienta que para promover a cultura da melhoria contínua, a empresa deve capacitar as pessoas a aplicar ferramentas ou metodologias de melhoria contínua, a exemplo do PDCA, MASP, FMEA, entre outras. A empresa deve, ainda, aceitar, apoiar e fornecer os recursos necessários para implementação das melhorias, analisar os resultados das melhorias implementadas e reconhecer os envolvidos. Síntese Concluímos a unidade introdutória relativa à Normalização e Qualidade. Agora, você já consegue perceber que a normalização está presente no nosso dia a dia e também reconhecer a importância de seus benefícios para a sociedade como um todo. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: • conhecer a evolução histórica do processo de normalização; • estudar conceitos relacionados à qualidade; • entender a diferença conceitual da palavra normalização e normatização; • aprender a diferenciar as Normas Técnicas dos Regulamentos Técnicos; • entender todas as seis etapas do processo de elaboração de uma norma nacional; • conhecer os níveis de normalização; • estudar os elementos de sustentação de um sistema de gestão da qualidade. Bibliografia ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. São Paulo: ABNT, História da normalização brasileira. 2011. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf>. Acesso em: 15/11/2018. ______ – Termos e Definições – Sistema de Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.. NBR ISO 9000:2015 ______. Normalização – O que é? São Paulo: ABNT, [201-?]a. Disponível em: < https://goo.gl/YAbbYg>. Acesso em: 15/11/2018. ______. Como se elaboram as normas. São Paulo: ABNT, [201-?]b. Disponível em: <https://goo.gl/JUqL4J>. Acesso em: 15/11/2018. ______. Comitês Técnicos. Disponível em: <https://goo.gl/NBASDZ>. São Paulo: ABNT, [201-?]c. Acesso em: 15 /11/2018. ______. . Normalização em número 2017 São Paulo: ABNT, [201-?]d. Disponível em: <https://goo.gl/ws7dvF>. Acesso em: 15/11/2018. BRASIL. INMETRO. . Brasília, [201-]a. Disponível em: < Bases Legislativas(pesquisa avançada) http://www. . Acesso em: 15/11/2018.inmetro.gov.br/legislacao/> ______. . Brasília, [201-]b. Disponível em:Barreiras Técnicas. Conceito <http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/barreirastecnicas.asp>. Acesso em: 15/11/2018. ______ Brasília, [201-]c. Disponível em: <. Legislação. http://www.inmetro.gov.br/legislacao/>. Acesso em: 15/11 /2018. ______. CNI - Confederação Nacional da Indústria. : conhecendo e aplicando na suaNormalização empresa. 2. ed. Brasília: CNI, 2002. Disponível em: <https://goo.gl/H9Zf1T>. Acesso em: 15/11/2018. ______. CFM – Conselho Federal de Medicina. . Fixa os valores das anuidades eResolução CFM n. 2185/20148 taxas para o exercício de 2019, fixa regras para inscrição e execução dos créditos na dívida ativa e recuperação de crédito e dá outras providências. Brasília, 2018. Disponível em: <https://goo.gl/FbnDWG>. Acesso em: 22/11 /2018. CARPINETTI, L. C. R. : requisitos e integração com a ISO 14001:2015. 1. ed.Gestão da qualidade ISO 9001:2015 • • • • • • • http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf file:///C:/Users/Fran/Downloads/%20https:/goo.gl/YAbbYg%3e. https://goo.gl/YAbbYg https://goo.gl/JUqL4J https://goo.gl/JUqL4J https://goo.gl/NBASDZ https://goo.gl/NBASDZ https://goo.gl/ws7dvF https://goo.gl/ws7dvF http://www.inmetro.gov.br/legislacao/ http://www.inmetro.gov.br/legislacao/ http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/barreirastecnicas.asp http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/barreirastecnicas.asp http://www.inmetro.gov.br/legislacao/ http://www.inmetro.gov.br/legislacao/ https://goo.gl/H9Zf1T https://goo.gl/H9Zf1T https://goo.gl/FbnDWG https://goo.gl/FbnDWG - -20 CARPINETTI, L. C. R. : requisitos e integração com a ISO 14001:2015. 1. ed.Gestão da qualidade ISO 9001:2015 São Paulo: Atlas, 2016. CHIAVENATO, I. : SO&M. São Paulo, Atlas, 2010.Iniciação a sistemas, organização e métodos DEMING. W. E. . Qualimark: Cambridge Press, 1990.Qualidade, produtividade e posição competitiva DIAS, S. L. V. SEBRAE. O que o empresário precisa saber sobre: Indicadores de desempenho e gestãoGestão. empresarial Porto Alegra: SEBRAE-RS, 2007 Disponível em: <. . https://goo.gl/mdrmot> . Acesso em: 15/11 /2018. GONSALEZ, A. Economia Colaborativa: Dividir ao invés de acumular . EXAME , São Paulo, 25 abr. 2015. Disponível em: < https://goo.gl/LyZ2FN >. Acesso em: 12/11/2018. JURAN, J. A.; DeFEO, J. M. . Porto Alegre: Bookman, 2015.Fundamentos da qualidade para líderes JURA, J. . Southington, [201-]. Disponível em: < ABOUT Us https://goo.gl/qxETF2>. Acesso 12/11/2018. MICHAELIS. . São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1998.Moderno dicionário da língua portuguesa NOVO TELECURSO . Um breve histórico - Normalização - Telecurso Profissionalizante. YouTube , 13 jul. 2013. Disponível em: < https://goo.gl/KUwNW8 >. 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Elsimar Aparecida Barros Rodrigues - -2 Introdução O crescimentoda indústria pós-Revolução Industrial no século XVIII, da formação dos blocos econômicos e, consequentemente, da globalização da economia e do comércio internacional no século XX, tornou necessária a criação de regras para garantir a qualidade dos produtos comercializados. Para apoiar o setor produtivo, o Brasil iniciou o processo de estruturação de políticas governamentais e criou, em 1960, o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), centralizando a política metrológica nacional, que em 1973 tornou-se o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO). Isso tudo aconteceu para fornecer à indústria e ao comércio nacional procedimentos de avaliação da conformidade que atendessem aos Acordos de Reconhecimento Mútuos ( - MRA), garantindo queMutual Recognition Agreement um produto ou serviço seguisse a premissa: "[...] testado uma vez, aceito em qualquer lugar". (INMETRO, [201-] b). Neste capítulo, vamos entender o papel do SINMETRO e de outros órgãos de normalização nacional, como o INMETRO, a ABNT e também a ISO, uma organização internacional de normalização. Todos estes órgãos têm como objetivo facilitar o comércio, eliminar as barreiras técnicas, apoiar a qualidade, a competitividade e a inovação das empresas e produtos brasileiros por meio da elaboração de Normas Técnicas (NT), Regulamentos Técnicos (RT) e de Procedimentos de Avaliação da Conformidade (PAC), os quais são baseados em normas internacionais. De acordo com Paladini (2012), nem sempre os clientes definem ou sabem concretamente do que necessitam e, além disso, este consumidor está mudando muito rápido, portanto, estes órgãos têm como objetivo garantir a qualidade mínima de um produto ou de um serviço. 2.1 Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial O SINMETRO é um órgão normativo subordinado ao Ministério da Indústria e do Comércio, instituído pela Lei n. 5.966, de 11 de dezembro de 1973 (BRASIL, 1973), com a finalidade de formular e executar a política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade de produtos industriais, do qual fazem parte organizações públicas e privadas relacionadas ao tema. As principais organizações que compõem o Sinmetro são as listadas nos itens a seguir. Clique para ver. • Conmetro e seus Comitês Técnicos. • INMETRO. • Organismos de Certificação Acreditados, (Sistemas da Qualidade, Sistemas de Gestão Ambiental, Produtos e Pessoal). • Organismos de Inspeção Acreditados. • Organismos de Treinamento Acreditados. • Organismo Provedor de Ensaio de Proficiência Credenciado. • Laboratórios Acreditados – Calibrações e Ensaios – RBC/RBLE. • • • • • • • - -3 Laboratórios Acreditados – Calibrações e Ensaios – RBC/RBLE. • Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. • Institutos Estaduais de Pesos e Medidas – IPEM. • Redes Metrológicas Estaduais. De acordo com o do INMETRO (site [201-]b), o SINMETRO tem o objetivo de atender às necessidades da indústria, do comércio, do governo e do consumidor e está envolvido em muitas atividades relacionadas ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade - PBQP, um programa voltado para a melhoria da qualidade de produtos, processos e serviços na indústria, comércio e administração federal. O SINMETRO possui uma infraestrutura de serviços tecnológicos capaz de avaliar e certificar a qualidade de produtos, processos e serviços por meio de organismos de certificação, rede de laboratórios de ensaio e de calibração, organismos de treinamento, organismos de ensaios de proficiência e organismos de inspeção, todos acreditados pelo INMETRO (BRASIL, 1973). Clique nas abas a seguir para ver as funções do SINMETRO. • Metrologia Científica e Industrial Sistema coordenado pelo INMETRO e responsável pelas grandezas metrológicas básicas utilizadas na indústria, visando a garantia da qualidade no produto final. • Metrologia Legal É a parte da metrologia conhecida como sistemas de defesa do consumidor que consiste no trabalho de fiscalização, coleta de produtos nos estabelecimentos comerciais para avaliar o peso, o volume e a qualidade dos produtos. É coordenado pelo INMETRO com o IPEM. • Normalização e Regulamentação Técnicas Trata-se da elaboração de normas para dar suporte à regulamentação técnica, facilitar o comércio e fornecer a base para melhorar a qualidade de processos, produtos e serviços, cuja responsabilidade é da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). • Acreditação Na área de avaliação de conformidade, o SINMETRO oferece aos consumidores, fabricantes, governos e exportadores uma infraestrutura tecnológica calcada em princípios internacionais, considerada de grande confiabilidade. Para que isto seja possível, todos os serviços nesta área são executados por organizações acreditadas pelo INMETRO. • Certificação Processo de avaliação da conformidade realizado nos Organismos de Certificação nas áreas de produtos, sistemas da qualidade, pessoal e meio ambiente e pessoas. • • • • • • • • • • - -4 produtos, sistemas da qualidade, pessoal e meio ambiente e pessoas. • Ensaios São testes que consistem em garantir a qualidade de um produto ou componente realizado por laboratórios públicos, privados ou mistos, nacionais ou estrangeiros pertencentes à RBC ou RBLE, acreditados pelo INMETRO, visando garantir a qualidade final do produto. • Calibração É um processo que consiste em garantir a confiabilidade de padrões de trabalho na indústria, por meio da comparação do resultado com um padrão rastreado, realizados por laboratórios públicos, privados ou mistos, nacionais ou estrangeiros pertencentes à RBC ou RBLE, acreditados pelo INMETRO. Cabe ressaltar que a Lei n. 5966 (BRASIL, 1973) também criou o Conmetro – Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, órgão normativo do SINMETRO, constituído pelos Ministros de Estados, entre eles o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A atuação do Conmetro ocorre por meio de seus comitês técnicos abertos à sociedade e com a participação de entidades da academia, da indústria e do comércio. Os comitês técnicos assessores do Conmetro são: CBN – Comitê Brasileiro de Normatização; CBAC – Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade; CBM - Comitê Brasileiro de Metrologia; CCAB – Comitê do Condex do Brasil; CBTC – Comitê Brasileiro de Coordenação de Barreiras Técnicas; e o CBR – ComitêAlimentarius Brasileiro de Regulamentação. Um dos comitês mais importantes é o CBN, composto por 24 membros, e que dá assessoria e subsidia o Conmetro no que tange à normalização, especialmente àqueles que fazem parte do Termo de Referência do SBN e que têm como papel acompanhar e avaliar a execução e os resultados do Plano Brasileiro de Normalização – PBN (INMETRO, [201-]d). 2.2 Organismos regulamentadores: INMETRO Como vimos, o INMETRO é uma autarquia federal Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e criado para substituir o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), pela Lei n. 5966, de 1973 (BRASIL, 1973), juntamente com o SINMETRO e CONMETRO. O INMETRO tem como missão “prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, por meio • • VOCÊ QUER LER? A carta EM/GM/N.79 (INMETRO, [201-]d), encaminhada ao então Presidente da República Emílio Garrastazu Médici, datada de 31 de outubro de 1973, elaborada por Luiz de Magalhães Botelho, à época Ministro Interino da Indústria e o Comércio, foi quando se apresentaram os motivos para a criação do INMETRO. A Carta na íntegra está disponível em: < >.http://INMETRO.gov.br/INMETRO/index.asp http://INMETRO.gov.br/INMETRO/index.asp - -5 O INMETRO tem como missão “prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, por meio da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do país” (INMETRO, [201-]c).De acordo com o do INMETRO (site [201-]b), as principais atribuições estão relacionadas à Metrologia Científica e Industrial; Metrologia Legal; Avaliação da Conformidade; Organismo Acreditador. Além disso, o órgão realiza o papel de Secretaria Executiva do Conmetro e dos seus comitês técnicos assessores, é Supervisor dos Organismos de Fiscalização e Verificação da Certificação e é delegado às entidades da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – RBMLQ, os quais são Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) dos estados brasileiros. 2.2.1 Metrologia Legal Na área de Metrologia Legal, o INMETRO ([201-]f) visa garantir a confiabilidade dos instrumentos de medição, com o objetivo de proteger consumidores e vendedores na compra e venda de produtos medidos. Como exemplo temos balanças, hidrômetros, taxímetros, termômetro clínico, medidores de velocidade de veículos e analisador de gases veiculares. Estes instrumentos possuem selo de identificação com a validade da verificação metrológica. Clique nos itens a seguir para ver quais atividades são desempenhadas nesta área. • Verificações e inspeções relativas aos instrumentos de medição. • Aprovação de novos instrumentos de medição, devido às novas demandas tecnológicas. • Fiscalização da conformidade dos produtos e do controle da exatidão das indicações quantitativas dos produtos pré-medidos. • Desenvolvimento de regulamentação técnica acerca do assunto. O INMETRO representa o Brasil em fóruns internacionais de Metrologia Legal na Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), participando de eventos como a Conferência Internacional de Metrologia Legal e dos Comitês Técnicos da OIML, que elaboram as Recomendações Internacionais. Assim, o país consegue garantir a representatividade da sociedade nas decisões tomadas (INMETRO, [201-]b). • • • • VOCÊ QUER VER? Há uma reportagem exibida no programa dominical sobre o teste de 15 marcas de Fantástico concentrado, das quais 14 foram reprovadas. O INMETRO possui o Programa dewhey protein Análise de Produtos, que consiste em informar o consumidor quais as marcas de um determinado produto atendem ou não os requisitos mínimos legais. Acesse a reportagem em: < >.https://goo.gl/QQv17y https://goo.gl/QQv17y - -6 Devido a grande extensão territorial do país, o INMETRO descentraliza estas atividades com 26 órgãos delegados, estando assim presente em todos os estados. Este modelo descentralizado é denominado Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – INMETRO (RBMLQ-I). 2.2.2 Metrologia Científica e Industrial A Metrologia Científica e Industrial, de acordo com INMETRO ([201-]g), “[...] é uma ferramenta fundamental no crescimento e inovação tecnológica, promovendo a competitividade e criando um ambiente favorável ao desenvolvimento científico e industrial em todo e qualquer país”. O INMETRO possui um conjunto de laboratórios, no Rio de Janeiro, para atuar nas grandezas metrológicas básicas: Fluídos, Força e Dureza, Massas, Medidas Dimensionais, Pressão, Capacitância e Indutância Elétrica, Resistência Elétrica, Potência, Energia e Transformação Elétrica, Tensão e Corrente Elétrica, Acústica, Eletroacústica, Vibrações, Interferometria, Fotometria, Radiometria, Termometria, Pirometria, Higrometria, Laboratório de Motores e Metrologia Química. Nesta área, o INMETRO realiza comparações interlaboratoriais com instituições nacionais e internacionais, mantêm registros da rastreabilidade dos seus padrões e os técnicos dos laboratórios participam de eventos técnicos e científicos para garantir a confiabilidade de seus resultados (INMETRO, [201-]g). 2.2.3 Avaliação da Conformidade O INMETRO é o responsável por implementar os programas de avaliação da conformidade de produtos, processos, serviços e pessoal alinhados às políticas do SINMETRO, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC. Clique na interação a seguir para ler mais a respeito do SBAC. Atualmente, há mais de 250 famílias de produtos e serviços no programa, que têm como objetivo proteger o consumidor em relação à saúde, segurança e meio ambiente, de promover a competitividade, a concorrência justa, fortalecendo o mercado interno e facilitando o comércio internacional (INMETRO, [201-]h). O SBAC é um subsistema do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - SINMETRO, cujas atividades de metrologia científica e legal, avaliação da conformidade, acreditação de organismos e de laboratórios e normalização são tratadas integradamente. A avaliação da conformidade é um processo sistematizado que visa garantir o padrão mínimo de qualidade para um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional, uma vez que estes atendam aos requisitos pré- estabelecidos em normas ou regulamentos técnicos. Há vários interesses e interessados neste processo, portanto, de acordo com o INMETRO ([201-]i), “um produto com conformidade avaliada significa que ele está conforme à norma ou ao regulamento técnico aplicável”. Além disso, cabe ao INMETRO garantir aos clientes pagar o menor valor possível por um produto ou serviço, VOCÊ SABIA? 85% de tudo que consumimos é pré–medido ou pré-embalado. Tudo aquilo que é medido e embalado sem a presença do consumidor, por exemplo, arroz, feijão, açúcar, café, entre outros, é papel do INMETRO garantir a confiabilidade do peso ou volume do produto. Além, disso, assim se permite a leal concorrência entre os produtores, estabelecendo requisitos a serem cumpridos pelos produtos pré-medidos e a metodologia de determinação do conteúdo efetivo (INMETRO, [201-]e). - -7 Além disso, cabe ao INMETRO garantir aos clientes pagar o menor valor possível por um produto ou serviço, fazendo com que as empresas tentem reduzir seus custos para manter suas margens de lucro e quem sofre com isso é a qualidade do produto, portanto, o INMETRO deve garantir a qualidade, harmonizando os interesses de todas as partes. Desta forma, um programa de avaliação da conformidade deve ser conduzido considerando os seguintes princípios: “confidencialidade; imparcialidade; isenção; acessibilidade (a todos os interessados e com igual tratamento); transparência; independência; divulgação; educação e conscientização dos diferentes segmentos da sociedade (toda a documentação do SBAC deve estar disponível para o público em geral)” (INMETRO, [201-]h). No Brasil, a avaliação da conformidade é definida de forma específica para cada produto ou serviço, como risco, impacto e frequência da falha, o volume de produção, o aperfeiçoamento tecnológico do setor, entre outras. Com base nestas informações é decidido se a avaliação será realizada por um agente de 1ª. Parte ou de 3ª. Parte, podendo ser: • certificação; • declaração do fornecedor; • inspeção; • ensaios. • • • • - -8 Perceba que já entendemos o que é a avaliação da conformidade e, como pudemos observar, o INMETRO utiliza terceiros como Organismos de Certificação, Laboratórios e Organismos de Inspeção para realizar estas atividades, mas não é qualquer laboratório ou Organismo de Certificação ou de inspeção uma vez que essas organizações são Acreditadas pelo INMETRO. A seguir, vamos entender melhor como elas são acreditadas. 2.2.4 Acreditação Outra atividade importante do INMETRO está subordinada à Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO (CGCRE), que é a acreditação de organismos de avaliação da conformidade. O INMETRO possui autorização para: CASO Certificação de Produto Desde março de 2015, os artigos escolares devem possuir o selo de identificação da conformidade do INMETRO. O selo visa garantir que os produtos atendam as normas de segurança exigidas A Portaria n. 481/2010, que determina a obrigatoriedade do selo, foi substituída pela Portaria n. 262 , de 18 de maio de 2012. Fonte: INMETRO, [201-]i. O processo de certificação do produto considera o sistema de gestão da qualidade do fabricante e também alguns ensaios químicos (ABNT NBR 15236), ensaio de Propriedades Gerais, Mecânicas e Físicas (ABNT NBR 15236) e, ainda, Elétrico(ABNT NBR 15236), Ftalato (ABNT NBR 15236) e Biológico (ABNT NBR 15236). De acordo com uma matéria do jornal O Globo (2015), “[...] além do selo do INMETRO, o consumidor deve ficar atento a itens como colas, tintas, pincéis atômicos e fitas adesivas, que devem conter informações claras, precisas e em língua portuguesa sobre o fabricante, importador, composição, condições de armazenagem, prazo de validade e se apresentam algum risco ao consumidor”. - -9 O INMETRO possui autorização para: • Acreditação de Laboratórios: consiste em conceder a Acreditação para laboratórios de calibração e ensaio, se estes estiverem de acordo com os requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 (LIRA, 2015). Para os laboratórios clínicos, a acreditação é concedida se testes estiverem de acordo com os requisitos da norma ABNT NBR ISO 15189. Nos dois casos, a Acreditação é voluntária, portanto, o processo inicia com a solicitação do laboratório ao INMETRO, que fará a análise crítica da solicitação. Se estiver de acordo, uma equipe de avaliação é definida, a qual fará, inicialmente, a análise da documentação. Depois desta análise é que se agenda a avaliação inicial, uma auditoria técnica nas instalações do solicitante para avaliar a documentação, as pessoas e as instalações. Se tudo estiver tudo de acordo com as normas de referência (17025 ou 15189) é realizado o processo de formalização da Acreditação, conforme vemos na figura abaixo (INMETRO, [201-]j; LIRA, 2015). • - -10 Figura 1 - Processo de Acreditação de laboratórios de calibração e ensaio ou laboratórios clínicos. Fonte: INMETRO, [201-]k. • Acreditação de Organismos de Certificação (OC): consiste em reconhecer a competência técnica dos organismos de avaliação da conformidade que executam certificações de produtos, sistemas de gestão, pessoas, processos ou serviços. Este reconhecimento é realizado se os solicitantes atenderem aos requisitos das normas abaixo relacionadas: - ABNT NBR ISO/IEC 17065 para Organismos de Certificação de Produtos; - ABNT NBR ISO/IEC 17021 para Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão; - ABNT NBR ISO /IEC 17024 para Organismos de Certificação de Pessoas; O processo de Acreditação de OC também deve ser solicitado pelo interessado, que depois da análise da documentação pelo INMETRO passará por uma avaliação no local para conhecer as instalações físicas, pessoas e processos. Depois desta fase, dependendo do tipo de solicitação, é realizada uma ou mais • - -11 pessoas e processos. Depois desta fase, dependendo do tipo de solicitação, é realizada uma ou mais auditorias-testemunhas em uma ou mais auditorias de empresas clientes do solicitante. Se a organização atender aos requisitos da norma pertinente à sua Acreditação, ela é, então, concedida. (INMETRO, [201-] j). Figura 2 - Processo de Acreditação de Organismos de Certificação. Fonte: INMETRO, [201-]j. • Acreditação de Organismos de Inspeção: é concedida para um escopo definido com base no tipo de inspeção, nos critérios de aprovação e/ou no tipo de produto inspecionado. Esta Acreditação é realizada considerando os requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17020:2012. A Acreditação é concedida pelo INMETRO aos organismos de inspeção: Segurança veicular; Segurança Veicular (OIA-SV); Equipamentos Rodoviários para Transporte de Produtos Perigosos (OIA-PP); Veículos Rodoviários para Transporte de Produtos Perigosos (OIVA); Ensaios Não Destrutivos (OIA-END); Eficiência Energética de Edifícios (OIA- EEE); Redes de distribuição interna de gases combustíveis e instalação de aparelhos a gás para uso residencial (OIA-IG). O processo de Acreditação é muito parecido com o processo de Acreditação de laboratórios (INMETRO, 2018). A seguir veremos sobre os organismos regulamentadores. • - -12 2.3 Organismos regulamentadores: ABNT Antes de falarmos da ABNT, primeiramente, faremos uma introdução histórica sobre normalização no Brasil até a criação da ABNT. Neste sentido, temos como exemplo os índios, que produziam seus próprios bens e instrumentos e isso não mudou muito com a colonização, pois sem escolas e isolados do comércio mundial, tudo era muito artesanal. O cenário começa a mudar com a descoberta do ouro em Minas gerais, o que levou à necessidade de melhorar a estrutura do processo de mineração e também à construção de casas, igrejas, móveis, mas tudo ainda de forma artesanal. Outro momento da história no qual temos um processo de produção devidamente instalado no Brasil foi a produção da cana-de-açúcar, por meio da qual o engenho ganhou proporções de instalação fabril. Neste contexto, tivemos o primeiro livro publicado sobre a reforma da produção de açúcar, em 1816, por Ruy Gama. À época, houve um desenvolvimento econômico significativo oriundo do comércio de produtos da cana- de-açúcar, fomentando a necessidade de novos produtos em maior escala (ABNT, 2002). Figura 3 - O processo de produção da cana de açúcar. Fonte: RODRIGUEZ, 2009, p. 243. Deste período, o que existe são informações referentes à construção de igrejas e prédios públicos, instalações militares, grandes estradas, pontes e mesmo a construção naval, elaborados em decretos e planos oficias em Portugal e trazidos para as metrópoles no Brasil. Isso aconteceu até meados de 1850, com a metalurgia sendo incorporada à economia brasileira devido ao desenvolvimento do transporte ferroviário (a exemplo da Estrada de Ferro de Petrópolis e a linha Santos-Jundiaí), quando houve, também, a necessidade da normalização de locomotivas, vagões e pontos com padrão similar ao inglês (ABNT, 2002). - -13 No século XX, o transporte ferroviário começava a ser substituído pelo de automóveis. Em 1899 é criada a primeira instituição de pesquisa tecnológica do Brasil: o Gabinete de Resistência de Materiais da Escola Politécnica, pelo Eng. Antônio Francisco de Paula Souza (1843-1927). Em 1903, o professor Wilhelm Fischer, da , de Zurique, começou a atuarEidgenossische Technische Hochschule no Gabinete na área de concreto armado e publicou, em 1905, o . AManual de Resistência de Materiais expansão do uso do concreto armado na construção civil proporcionou uma extensa lista de recordes na construção de estruturas. A intensidade das atividades do Gabinete levou à transformação o Laboratório de Ensaios de Materiais (ABNT, 2002). Em 1926, quando Ary Torres assume a diretoria do Gabinete, São Paulo avançava no desenvolvimento tecnológico devido à base industrial, mas por conta da Revolução de 1930, o estado perde forças com o Governo Federal, que tentava fazer uma reforma administrativa e padronizar os materiais de expediente. Enquanto isso, ainda em São Paulo, em 1934, é criado o Laboratório de Ensaios de Materiais em Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), presidido por Ary Torres, e que teve grande visibilidade internacional devido ao concreto armado. Em 1937, Ary Torres é eleito o primeiro secretário da Federação Brasileira de Engenheiros e designado membro da Comissão Organizadora do Comitê Sul-Americano de Normas Técnicas. No espaço de poucos anos, Ary Torres passou a ocupar, então, todos os postos relevantes para comandar o início do processo de normalização no Brasil (ABNT, 2002). Ainda de acordo com a ABNT (2002), foram identificadas pela Associação Brasileira de Cimento Portland discrepâncias em relação às normas e especificações para o uso do concreto armado, o que provocou discrepâncias nos ensaios realizados nos laboratórios nacionais. Com isso surgia outro grande personagem da normalização brasileira, o engenheiro Paulo Accioly de Sá, já diretor do Laboratório de Ensaios de Materiais do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), em 1937, que fez um convite aos engenheiros e técnicos para a 1ª VOCÊ QUER LER? A história completa da Normalização Brasileira é muito interessante para que você possa conhecer toda a história, que fala desde a colonização até a criação da ABNT, que além de abordar todas as questões históricas, passa também pelas questões políticas e econômicas da época. Acesse em: <>.http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf VOCÊ O CONHECE? Ary Frederico Torres, nascido em 1900 e falecido em 1973, é um dos principais responsáveis pelo processo de normalização no Brasil e um dos fundadores da ABNT. Torres é considerado um homem de visão e capaz de realização de trabalhos importantes na Engenharia, Economia e Administração de Empresas. Leia mais sobre ele em: < >.http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/torres-ari http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/torres-ari - -14 Instituto Nacional de Tecnologia (INT), em 1937, que fez um convite aos engenheiros e técnicos para a 1ª Reunião de Laboratórios de Ensaios de Materiais. Figura 4 - Reunião da fundação da ABNT, no Instituto Nacional de Tecnologia. Fonte: ABNT, [201-]b. Com a presença de 40 especialistas e a participação de Ary Torres, nesta reunião foi proposta a constituição de uma Entidade Nacional de Normalização. Na 2ª Reunião de Laboratórios de Ensaios, em abril de 1939, em São Paulo, houve um consenso para a criação da entidade, e na 3ª Reunião de Laboratórios Nacionais de Ensaios de Materiais foi discutido o formato final desta instituição (ABNT, 2002). 2.3.1 Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT A ABNT é uma organização não governamental, ou seja, uma entidade privada, mas sem fins lucrativos, mantidas com recursos próprios e do Governo Federal. Fundada em 28 de setembro de 1940, é reconhecida pelo governo como Foro Nacional de Normatização, no âmbito do SINMETRO (ABNT, [201-]a). Atualmente, além dos recursos obtidos com as associações, desde 1950 a ABNT comercializa as normas técnicas e presta serviços de avaliação da conformidade com diversos programas, e ainda oferece treinamentos. Segundo a ABNT ([201-]a), “[...] trabalhando em sintonia com governos e com a sociedade, a ABNT contribui para a implementação de políticas públicas, promove o desenvolvimento de mercados, a defesa dos consumidores e a segurança de todos os cidadãos”, por meio da elaboração de normas. Clique na tabela a seguir para ver os tipos de normas elaborados pela ABNT, de acordo com Albert (2011). Terminologia VOCÊ QUER VER? O criou quatro videoaulas que tratam da normalização desde o seu surgimento Telecurso 2000 até os dias atuais. Na Aula 03, cujo tema é a Normalização no Brasil, o vídeo aborda o sistema nacional de normalização, incluindo o SINMETRO, Conmetro, INMETRO, CNN e a ABNT. Assista em: < >.https://www.youtube.com/watch?v=qF4fPwmosjI&t=4s https://www.youtube.com/watch?v=qF4fPwmosjI&t=4s - -15 Terminologia Estabelece termos, definições, vocabulários. Exemplo: ABNT NBR 10592:2018 - Artigos confeccionados - Aviamentos - Terminologia do zíper. Método de ensaio Estabelece os métodos de ensaio. Exemplo: ABNT NBR ISO 15883-6:2018 - Lavadoras desinfetadoras - Parte 6: Requisitos e ensaios para lavadoras desinfetadoras empregando desinfecção térmica para produtos para saúde não invasivos, não críticos e equipamentos para saúde. Especificação Estabelece requisitos para a qualidade de um produto ou serviço para que este consiga estabelecer uma adequação ao propósito. Exemplo: ABNT NBR 16708:2018 - Turismo de aventura - - Requisitos paraRafting produto. Simbologia Estabelece convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas, ou parte de sistemas etc., com a finalidade de representar esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxogramas etc. Exemplo: ABNT NBR 13441:1995 - Rochas e solos - Simbologia. Classificação Possui finalidade de ordenar, distribuir ou subdividir conceitos ou objetos, bem como critérios a serem adotados. Exemplo: ABNT NBR 15201-1:2018 -Tecnologia gráfica - Livro didático - Parte 1: Classificação de defeitos de impressão e de pós-impressão. Procedimento Descreve a maneira correta de empregar materiais e produtos, executar cálculos e projetos, instalar máquinas e equipamentos e realizar o controle dos produtos. Exemplo: ABNT NBR 14024:2018 - Central de gás liquefeito de petróleo (GLP) - Sistema de abastecimento a granel - Requisitos e procedimento operacional. Padronização Fixa formas, dimensões e tipos de produtos. Exemplo: ABNT NBR 8159:2017 - Ferragens eletrotécnicas para .redes aéreas de distribuição de energia elétrica - Padronização Assista ao vídeo abaixo e conheça mais sobre a Hierarquia dos Órgão de normalização estudados até aqui. https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id /1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1547285017&entry_id=1_ktcowyd5 A ABNT representa o Brasil nos foros (INMETRO, [201-]b): • ISO - International Organization for Standardization (membro fundador) • Copant - Comissão Panamericana de Normalização Técnica (membro fundador) • C M N - Comitê Mercosul de Normalização (membro fundador) • CEN/CENELEC - Organização Conjunta Europeia de Normalização • ISO/IEC e nos foros regionais de normalização, auxiliada por entidades governamentais e privadas. A ABNT tem como premissas ser signatário do Código de Boas Práticas de Normalização da Organização Mundial do Comércio (OMC) e reconhecer como organismos internacionais de normalização a International Organization (ISO), (IEC) e a for Standardization International Eletrotechnical Comission International Telecommunications (ITU). Como organizações internacionais com atividades de normalização o , o Union CODEX ALIMENTARIUS (BIPM), a Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), a Bureau Internationale de Poids e Mesures (IAF) e a (ILAC).International Accreditadion Forum International Laboratory Accreditation Cooperation 2.4 Sistema Internacional de Normalização: ISO Agora saímos do ambito nacional e vamos estudar a ISO – International Organization for Standardization, uma organização internacional, não governamental, criada em 1947, com o objetivo de ser o organismo internacional de normalização. A ISO já desenvolveu mais de 22.368 Normas Internacionais, em diversos setores, com • • • • • https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1547285017&entry_id=1_ktcowyd5 https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1547285017&entry_id=1_ktcowyd5 - -16 de normalização. A ISO já desenvolveu mais de 22.368 Normas Internacionais, em diversos setores, com membros de 162 países, 786 comitês e subcomitês técnicos e 135 funcionários que trabalham na sede da ISO, em Genebra, na Suíça (ISO, [201-]a). 2.4.1 História A ISO é criada bem antes de sua fundação, em 1946, em Londres, quando 65 delegados de 25 países se reuniram para discutir o futuro da padronização internacional. Em 23 de fevereiro de 1947, a ISO inicia oficialmente suas operações, com 67 comitês técnicos (grupos de especialistas focados em um assunto específico). Em 1951 foi publicado o primeiro padrão ISO (chamado Recomendações no momento), ISO / R 1: 1951 Padrão de temperatura de referência para medições de comprimento industrial. Desde então, o padrão foi atualizado inúmeras vezes e agora é ISO 1: 2002 Especificações Geométricas do Produto (GPS) - Temperatura de referência padrão para especificação geométrica do produto (ISO, [201-]d). Em 1987, a ISO publica o primeiro padrão de gerenciamento de qualidade. Os padrões da família ISO 9000 tornaram-se alguns dos padrões mais conhecidos e mais vendidos. 2.4.2 Países membros De acordo com a ISO ([201-]b), esta organização é “uma rede global de organismos nacionais de normalização”. Ela é formada por organizações de normalização de cada país, a exemplo da ABNT, que é membro da ISO, e cada membro representa um país. No nosso caso, a ABNT está representando o Brasil na ISO. Vale ressaltar que não é possível que pessoas físicas ou jurídicas (empresas) sejam membros da ISO, então, para participar da elaboração de normas,
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