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NORMAS E PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO Professor Me. Victor Andrei da Silva Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenador Pedagógico do Curso Henrique Nieddermeyer Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia F385m sobrenome, nome nome livro / nome autor. nome /coordenador (coord.) - Marília: Unimar, 2021. PDF (00p.) : il. color. ISBN xxxxxxxxxxxxx 1. tag 2. tag 3. tag 4. tag – Graduação I. Título. CDD – 00000 BOAS-VINDAS Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR – Universidade de Marília. Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino superior bem feito. A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade, capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio, a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização e da solidariedade humanas. A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos sonhos, conquistas e desafios. A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de 350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR. Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa está ligada de forma indissociável à educação. Nós nos comprometemos com essa educação transformadora, investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja ofertada e esteja acessível a todos. Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos parceiros neste momento e não mediremos esforços para o seu sucesso! Não vamos parar, vamos continuar com investimentos importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal, não é possível nunca parar de sonhar! Bons estudos! Dr. Márcio Mesquita Serva Reitor da UNIMAR Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida! Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado em um curso de ensino superior em uma Universidade de excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino, a pesquisa e a extensão universitária. Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as oportunidades, faça amizades e viva as experiências que somente um ensino superior consegue proporcionar. Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede do campus universitário localizado na cidade de Marília, navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR! Muito obrigada por escolher esta Universidade para a realização do seu sonho profissional. Seguiremos, juntos, com nossa missão e com nossos valores, sempre com muita dedicação. Bem-vindo(a) à Família UNIMAR. Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam se estiverem capacitadas para isso. Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo, inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso, que você possa desenvolver as competências e habilidades necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu presente, neste momento mágico em que vivemos. A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você tem a gente para seguir junto com você. Sucesso sempre! Profa. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária da UNIMAR Prof. Me. Paulo Pardo Coordenador do Núcleo EAD da UNIMAR 007 Aula 01: 016 Aula 02: 022 Aula 03: 035 Aula 04: 039 Aula 05: 053 Aula 06: 060 Aula 07: 066 Aula 08: 070 Aula 09: 075 Aula 10: 080 Aula 11: 089 Aula 12: 096 Aula 13: 103 Aula 14: 109 Aula 15: 116 Aula 16: Evolução da Gestão da Qualidade A Gestão da Qualidade Ferramentas da Qualidade As Normas da Qualidade e a ISO A ISO 9001/14000/45001/27001 Objetivos da Normalização e Certificação Níveis de Normalização e de Certificação O Processo de Certificação das Normas de Qualidade A Certificação de Produtos, Serviços ou Sistemas Os Benefícios da Certificação ISO Processos de Melhoria Contínua e Certificação Os Elementos de Sustentação da Normalização Implantando as Normas (Etapas) As Empresas Certificadoras Barreiras e Dificuldades no Processo de Certificação A Importância da Certificação para as Organizações Introdução Atualmente, a competitividade entre os organismos empresariais tem sido uma variável muito comum. A globalização e a internet têm sido ferramentas que potencializam esse processo de competição entre empresas, seus produtos e serviços. No intuito de aumentar a participação nos mercados, reduzir custos e gerar mais satisfação aos clientes, as empresas buscam implantar sistemas de gestão e�cientes que possibilitem atingir esses objetivos, de forma prática e segura. Esse ambiente de competitividade tem levado líderes, empresários e entidades governamentais e não governamentais a pensar de forma criativa, de como elaborar planos de qualidade para melhorar os processos produtivos, reduzir perdas de produção e ser mais assertivos. Nesse contexto, a compreensão dos conceitos de qualidade e sua aplicação se tornam fundamentais para que esse processo de competitividade seja o mais equilibrado possível. Os consumidores estão mais exigentes e as transações comerciais entre países e empresas produtoras estão cada vez mais complexas, assim, para que o cumprimento de requisitos possa ser alcançado e, assegurar que bens e serviços estejam de acordo com as especi�cações, é importante estabelecer normas e critérios especí�cos. A implantação de normas e as certi�cações são excelentes alternativas para empresas que desejam manter-se competitivas em seus mercados. Esses padrões de exigências demonstram de forma estruturada e organizada, como é a instituição e de que maneira ela se preocupa com seus processos de fabricação, integração de áreas e a coletividade como um todo. É sabido que as normas e certi�cações trazem inúmeros benefícios para as empresas. Neste livro, abordaremos a importância da qualidade de normase veremos que os processos de certi�cação são uma arma importante em um mundo competitivo, no qual as empresas disputam, acirradamente, a participação no mercado. Nosso objetivo é fazer uma abordagem prática de como as normas e os processos de certi�cação, enquanto ferramenta de gestão, podem trazer e gerar resultados importantes para as organizações. Bons estudos! 6 01 Evolução da Gestão da Qualidade 7 A evolução histórica da qualidade Preocupar-se com a qualidade, seja ela na produção, no comércio ou nos serviços, não é algo novo ou recente. A preocupação com a qualidade vem de séculos atrás. A colheita que colocava o pão na mesa dos trabalhadores, por exemplo, dependia, em parte, da qualidade dos grãos semeados. "Os objetos do dia a dia eram feitos pelas mãos dos artesãos. As pessoas pagavam mais ou menos por essas peças de acordo com a qualidade. Quanto mais habilidoso o artesão, maior seu pagamento" (Lélis, 2018, p. 21). A lavoura era apenas uma das diversas áreas produtivas em que a atribuição de “normas de qualidade” era “inserida”. Desde então, a forma como avaliamos a qualidade dos produtos e serviços mudaram consideravelmente. Segundo Lélis, para melhor compreender essas mudanças, precisamos entender seu processo de evolução natural e histórica da gestão da qualidade, sendo elas divididas em quatro eras: a era das inspeções dos produtos, a era do controle estatístico de qualidade, a era da garantia de qualidade e a era da gestão da qualidade total. (2018, p. 09) 8 As inspeções dos produtos Quem nunca ouviu falar sobre o velho ditado que "prevenir é melhor que remediar"? Certamente sim, e embora isso possa parecer óbvio, esse "conceito" foi muito utilizado na ótica da qualidade. Foi assim em grande parte do tempo, quando as organizações deixavam os problemas aparecerem para, então, consertá-los. Para Lélis (2018, p. 10), "A inspeção funcionava como uma triagem: os produtos perfeitos eram separados dos defeituosos. Depois que um produto apresentava um defeito, não havia mais nada a fazer com ele a não ser descartá-lo". E quais seriam as vantagens ou desvantagens em inspecionar produtos? O que podemos constatar ao inspecionar esses produtos? Podemos evitar que os produtos defeituosos cheguem às mãos daqueles que o compraram? Isso porque não identi�camos a causa no processo produtivo que gerou o problema e não reduziu o desperdício. No século XVIII, com a chegada da Revolução industrial, as máquinas a vapor e o aumento da capacidade de produção, surgiu o desa�o de garantir a qualidade dos produtos. Para cuidar disso, mais funcionários foram alocados para examinar produtos (Lélis, 2018). As peças estragadas eram consertadas ou jogadas fora, ou seja, a mesma regra aplicada de sempre prevalecia quanto à eliminação de produtos com defeitos e não corrigir a causa dos defeitos. O controle estatístico da qualidade As novas tecnologias tornaram as produções mais e�cientes, dinâmicas e intensas. Aos poucos, foi se percebendo que era possível examinar peça a peça. Nesse sentido, surge, então, o CEQ (Controle Estatístico de Qualidade) (Lélis, 2018). O controle estatístico de qualidade é explicado da seguinte forma: Sua organização produz 5 itens por dia e para evitar que os produtos com defeitos cheguem nas mãos dos consumidores, é criado um controle de qualidade. Ao invés de examinar todas as peças, os funcionários realizam uma inspeção por amostragem e escolhem cerca de 200 peças. Após a inspeção, detecta-se que das 200 peças, 20 peças apresentavam defeito, ou seja, 10% das unidades. Mas, em 1940, Shewart criou o grá�co de controle de processo, uma ferramenta que mudou o conceito de examinar o erro no produto. Para Lélis (2018, p. 11), "a partir de então, as empresas passaram a focar nos erros dos processos produtivos, ou seja, 9 passou-se da qualidade do produto para a qualidade da produção". Outro avanço considerável neste novo método foi a criação de departamentos especializados em qualidade, �cando a área de qualidade restrita a um único setor. A garantia da qualidade A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um período em que os Estados Unidos concentraram esforços para produzir armas, deixando de lado a produção de produtos de consumo direto pelo cidadão comum (Lélis, 2018). Com o �m da guerra, as fábricas que produziam bens de consumo (roupas, eletrodomésticos, alimentos), estavam ultrapassadas em suas metodologias de produção e para suprir a necessidade da população, que consumia em grande escala, era necessário renunciar à qualidade. "No Japão, em sentido contrário, já se havia percebido que prevenir problemas era mais interessante do que apenas corrigi-los. Foi nesse período que surgiu o conceito de qualidade total" (Lélis, 2018, p. 12). Nesse contexto, o conceito de qualidade total é aplicado em sentido contrário, de que apenas um departamento é responsável pela qualidade, mas sim, todas as áreas de uma empresa. É basicamente um trabalho de formiguinha no qual todos os funcionários dividem a tarefa de "inspecionar" a qualidade. 10 Esse período pós-guerra, além de ajudar na recuperação, marcou o Japão como um país hegemônico na produção de itens com extrema qualidade, tornando o país como uma nação das mais ricas do mundo. A gestão da qualidade total Nos anos 1970, os Estados Unidos e outros países industrializados sentiram os efeitos do sucesso que as mercadorias japonesas estavam fazendo no mercado. Todo o esforço e empenho dedicado aos processos de qualidade estavam fazendo a diferença. Foi nessa época, contra-atacando o avanço dos produtos japoneses, que se deu início à chamada era da gestão da qualidade total, marcada pela queda de braço entre Estados Unidos e Japão para mostrar quem produzia com mais qualidade. Mas o que a era da gestão da qualidade total tinha de diferente dos conceitos sobre a gestão da qualidade na produção ou gestão da qualidade no produto, ou dos demais conceitos anteriormente estudados? Para Lélis (2018, p. 13), "a gestão da qualidade total também se preocupa com a qualidade da produção e com a qualidade dos produtos. A diferença é que seu foco principal é o cliente. Na gestão da qualidade total o foco é pensar em todas as atividades da empresa, desde a escolha da matéria-prima, atendimento e o pós- venda". Na gestão da qualidade total, não dá para enganar o consumidor. A gestão da qualidade só é total quando todas as atividades da empresa funcionam sinergicamente. Não adianta ter uma equipe de vendas quali�cada, se o suporte não atender bem ao cliente ou a logística atrasar com as entregas. 11 Fonte: Lélis (2018, p. 15). Estados Unidos e Japão mergulharam de cabeça no universo da Qualidade e nomes como W. Edwards Deming, Joseph M. Juran, Philip Crosby, Armand V. Feingenbaum, Kaoro Ishikawa e Genich Taguchi, considerados os gurus da qualidade, tiveram papel fundamental nesse processo. Visões sobre a qualidade na atualidade A Qualidade não é criada somente pela indústria que fabrica produtos isentos de erros ou por prestadoras de serviços que realizam excelentes atendimentos. A qualidade também é criada pelos consumidores que se recusam a adquirir produtos e serviços sem o mínimo de qualidade aceitável a preço justo (Silva e Silva, 2017). De fato, as discussões sobre a qualidade sempre estiveram presentes nas sociedades e ao longo dos tempos, entender, compreender os aspectos que envolvem a qualidade e sua aplicação têm se tornado importante. A sociedade de consumo tem exigido cada vez mais que as empresas inovem e coloquem produtos mais rapidamente no mercado e com qualidade aceitável, o que con�gura um grande desa�o para as empresas. A concorrência existe para todo e qualquer produto e está presente em todo lugar. A logística se desenvolveu para derrubar as barreiras geográ�cas e entregar produtos onde o cliente estiver. Além do mais, as matérias-primas estão cada vez mais escassas, as inovações de produtos e serviços surgem diariamente e o consumidor está ainda mais exigente e consciente darelação dos seus direitos (Silva e Silva, 2017, p. 25). 12 Essas são apenas algumas das situações que nos fazem avaliar que as empresas que desejam se manter no mercado precisam mesmo mudar sua postura com relação aos preceitos da qualidade. O consumidor não busca mais um produto que satisfaça apenas ao seu desejo de consumo. Os clientes querem garantias de que produto tenha qualidade e durabilidade garantida (Silva e Silva, 2017). As empresas que compreenderam a mudança no comportamento de consumo aprimoraram suas práticas desde a concepção do produto na fase do projeto até a retirada dele no mercado, após o consumo. Para Silva e Silva (2017, p. 26), nesse sentido, a visão de qualidade, que era apenas mais um setor da empresa, mudou. O mesmo aconteceu com a ideia de que os investimentos realizados na área representariam apenas a redução das reclamações dos clientes: "As empresas de melhores práticas estão na vanguarda do desenvolvimento contínuo de novas metodologias e ferramentas que auxiliam a produzir bens e serviços isentos de erros". Nesse contexto, instituições como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e de entidades não governamentais, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os investimentos realizados na área representariam apenas a redução das reclamações dos clientes. 13 O que o Japão pós-guerra ensina sobre qualidade Nikon e Sony são apenas alguns dos cases de sucesso (que continuam sendo referência até hoje) que foram in�uenciados pela cultura da gerência da qualidade. Nikon: A hoje centenária Nikon, que possui seu nome proveniente de “Nippon Kogaku” ou “Óptica Japonesa”, foi fortemente impactada pela cultura da qualidade no período pós-guerra. Após voltarem aos trabalhos por conta do �m da paralisação geral no país, o propósito de fornecer produtos com a melhor qualidade e tecnologia de ponta colocou a empresa no topo das principais empresas mundiais do ramo. E o que dizer da Sony? Surgindo exatamente após o período da Guerra, inclusive em uma região que havia sido bombardeada, a Sony, liderada por Masaru Ibuka e Akio Morita, se baseou nos princípios de qualidade e inovação para se tornar destaque no meio tecnológico. Atualmente, a Sony é a quinta maior detentora de um conglomerado midiático no mundo. Diferentemente do que acontecia 70 anos atrás, quando os recursos eram escassos, a tecnologia era limitada e a mão de obra pouco quali�cada, implantar conceitos de qualidade exigia muito esforço, dedicação e empenho. Hoje, são inúmeros os recursos e técnicas que estão ao alcance das organizações que visam melhorar a qualidade de seus produtos e serviços. A oferta tecnológica e as inovações estão por toda parte, os pro�ssionais estão melhor preparados e quali�cados, as empresas de consultoria estão cada vez mais especializadas. 14 https://go.eadstock.com.br/xw Oferecer produtos com qualidade ao mercado consumidor e que estejam dentro dos padrões internacionais é hoje a estratégia mais assertiva que uma empresa pode adotar, pois seu leque de atuação aumenta consideravelmente. Seja local ou globalmente, produzir bens de qualidade permite à empresa se manter competitiva por mais tempo. 15 A Gestão da Qualidade 02 16 Conceitos de qualidade A qualidade tem tido um papel estratégico cada vez mais importante dentro das organizações, e o entendimento sobre o seu conceito se deve às características e à necessidade de aplicação em cada organização. Basicamente, quando falamos em qualidade, nos referimos à percepção de satisfação que o consumidor tem com relação ao produto ou serviço contratado. A qualidade em sua essência é o atendimento das necessidades dos consumidores em relação aos produtos fornecidos pela organização. Segundo a NBR ISO 9000 (2000, p. 7), qualidade é o “grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”. Qualidade, em seu signi�cado mais prático, é tudo aquilo que pode ser melhorado, por isso, é um termo que não possui um conceito único, e "é essencial um melhor entendimento do termo para que a qualidade possa assumir um papel estratégico" (Garvin, 2002, p. 47). A qualidade só pode ser de�nida em termos de quem a avalia, na opinião do operário, ele produz qualidade se puder se orgulhar de seu trabalho, uma vez que baixa qualidade signi�ca perda de negócios e talvez de seu emprego. Alta qualidade, pensa ele, manterá a empresa no ramo. Qualidade para o administrador de fábrica signi�ca produzir a quantidade planejada e atender às especi�cações. Uma das frases mais famosas de Deming para conceituar qualidade é “atender continuamente às necessidades e expectativas dos clientes a um preço que eles estejam dispostos a pagar” (Deming, 1990, p. 125). Qualidade é tudo aquilo que atende às necessidades do cliente de forma que transmita con�ança no produto ou serviço, ou que seja acessível e seguro (Campos, 2004, p. 02). A qualidade é, antes de mais nada, a conformidade às especi�cações. É também a resposta ajustada à utilização que se tem em mente, na hora da compra e também em longo prazo. Mas é também aquele "algo mais" de sedução e excelência, mas próximo do desejo do que da qualidade (TEBOUl, 1991, p. 32. Grifo nosso). 17 Figura 1 - A qualidade é um diferencial nos negócios A forma como cada organização entende o conceito de qualidade se torna re�exo e direciona o emprego de metodologias para a produção de seus produtos. Quando um consumidor experimenta um produto e se satisfaz com o resultado, sua experiência se torna única e inesquecível re�etindo, assim, na sua relação com os produtos. A credibilidade alcançada pela gestão estratégica da qualidade ajuda no estabelecimento de uma relação de con�ança do consumidor com o produto ou marca. Em uma organização, a qualidade deve representar muito mais que uma área ou �loso�a. A qualidade deve ser vista como um processo de melhoria contínua que vai representar ganhos �nanceiros, credibilidade, economia, redução de perdas e, principalmente, a satisfação do cliente. 18 Gestão da qualidade A gestão da qualidade se faz presente cada vez mais nas instituições empresariais, e adotar a gestão da qualidade como parte integrante do negócio tem sido uma estratégia comum nas organizações e empresas. Trata-se de uma prática administrativa consolidada ao redor do mundo cujo propósito é melhorar o desempenho organizacional. A gestão da qualidade, sob a ótica da gestão estratégica, con�gura-se como uma ferramenta e�caz para aumentar a competitividade das organizações em seus mercados de atuação, pois proporciona com seus processos, independentemente da área, a melhoria de produtos e serviços resultando, assim, na satisfação de clientes e consumidores, através da superação de seus desejos e expectativas. Segundo Paladini (2004, p. 185), “a gestão da qualidade envolve ações produtivas de três naturezas distintas: as atividades industriais, a geração de serviços e a estruturação de métodos”. Já para Oliveira (2004, p. 14), a qualidade, na gestão estratégica, é de�nida em relação aos concorrentes e não aos padrões �xos e internos. São clientes e não departamentos internos que determinam se um produto é aceitável ou não. Ao implementar um sistema de gestão da qualidade, a organização vai direcionar os esforços para avaliar, de forma continuada, suas expectativas e necessidades e, assim, através do planejamento e gerenciamento, alcançar os objetivos estabelecidos. A melhoria contínua dos processos, através da gestão da qualidade, contribui de forma direta para o atingimento da satisfação das necessidades e expectativas dos consumidores. Uma vez implantado, um sistema de gestão da qualidade visualiza não apenas a e�cácia dos processos, mas também, a e�ciência e os resultados alcançados. Uma pauta importante nos debates que envolvem a gestão da qualidade está a importância da utilização correta dos recursos. Os recursos estão cada vez mais escassos, assim, através da inovação, visando à competitividade, a gestão da qualidadeatua na apresentação de soluções sustentáveis que buscam manter as instituições agindo de forma sustentável. 19 Embraer: Apesar do crescimento registrado durante o ano de 2007, a Embraer contabilizou queda na rentabilidade da empresa e, por isso, decidiu melhorar o seu modelo de gestão por meio de um programa de excelência que promovesse transformações internas para serem tangibilizadas em resultados positivos para a organização. Fruto dessa reestruturação gerencial, o projeto “Embraer T3E” foi desenvolvido com ações que contemplam quatro pilares principais, da seguinte forma: cultura da empresa - compartilhamento dos valores que estruturam a cultura da empresa com todos que trabalham na Embraer; pessoas - valorização do capital humano de uma maneira diferenciada, considerando que todos os resultados, de fato, são obtidos por meio das pessoas; liderança - desenvolvimento de líderes empreendedores, que trabalham com o negócio Embraer como se fosse o próprio negócio e; busca da e�ciência - utilização de ferramentas de gestão para melhorar processos administrativos e produtivos. 20 https://go.eadstock.com.br/xx Para Lélis (2018, p. 121), ao implementar um Sistema de Gestão da Qualidade de forma adequada, a organização terá processos que: 1) De�nem e reavaliam continuamente a Política e os Objetivos da Qualidade, relacionados às necessidades e expectativas das partes interessadas; 2) Planejem a forma de atendimento à Política e aos objetivos da qualidade, incluindo a avaliação e o controle dos riscos associados; 3) Executem o planejamento realizado; 4) Controlem a execução do planejamento realizado. Pretendendo atingir os objetivos de forma e�ciente e e�caz, além de estar com foco na competitividade em seu mercado de atuação, o sistema de qualidade deve ter como base o comprometimento das áreas e da alta gestão, utilização e�ciente de recursos, eliminação de desperdícios, decisões baseadas em dados e informações e foco em alcançar resultados. 21 Ferramentas da Qualidade 03 22 As ferramentas básicas da qualidade Com o aumento da competitividade entre as organizações, fruto da globalização, os mercados e seus players se equipararam em termos de produtos e, sobretudo, na oferta de produtos com qualidade. Esse cenário se mostra bem diferente do que ocorria há décadas atrás, onde basicamente existiam empresas que ofertavam produtos com qualidade e empresas que não. Hoje, com a concorrência globalizada, é praticamente impossível sobreviver no mercado sem ofertar produtos e serviços que tenham qualidade, o que exige das empresas organização, planejamento e investimentos. A qualidade não é mais apenas um departamento ou área que trata de questões técnicas. A qualidade deve compreender uma visão macro, baseada em atitudes e integrada com os processos organizacionais (Silva e Silva, 2017). Ainda para as autoras, “Um bom gestor da qualidade precisa gerenciar fatos e dados. A estatística é uma grande aliada nesse processo, pois auxilia de forma estruturada e analítica a coleta dos dados, possibilita a estrati�cação desses dados e mostra gra�camente os resultados" (p. 105). Nesse contexto, pensando na tomada de decisões assertivas e na busca pela excelência de gestão, ressalta-se a importância da utilização de ferramentas da qualidade por líderes de áreas, gestores e empresários. As ferramentas da qualidade podem ser compreendidas como técnicas que auxiliam a criar métricas para análises para a resolução de problemas, que por algum motivo, acabam interferindo no andamento e desempenho das atividades. 23 Desde a década de 1950, passamos por uma verdadeira revolução, nunca a qualidade dos produtos/serviços foi tão discutida, estudada e aplicada. Mestres como Walter Shewart, William E. Deming e Kaoru Ishikawa, para citar apenas três, desenvolveram ou ajudaram a disseminar algumas das técnicas conhecidas como “ferramentas da qualidade” que permitem o maior controle dos processos ou melhorias na tomada de decisões. 24 https://go.eadstock.com.br/xy Figura 1 - As sete ferramentas da qualidade 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Diagrama de Pareto Diagrama de causa e efeito Estratificação Folha de verificaçãoHistograma Diagrama de dispersão Gráficos de controle Fonte: O autor, adaptado de Silva e Silva, 2017. Diagrama de Pareto Segundo Werkema (1995, p. 43), "o Diagrama de Pareto é um grá�co de barras verticais que dispõe a informação de forma a tornar evidente e visual a padronização de temas". Também conhecido como “Grá�co de Pareto ou Proporção de Pareto", o Diagrama de Pareto é uma ferramenta que ajuda as empresas a tomarem decisão, com base na proporção que os problemas se apresentam. A regra 20-80 de Pareto diz que 20% 25 Figura 2 - A regra 80/20 de Pareto 20% das causas 20% das causas 80% das causas 80% das causas Fonte: O autor, adaptado de Silva e Silva, 2017. das causas são responsáveis por 80% dos problemas de uma empresa. Na prática, ao resolvermos as causas referentes aos 20%, acabamos com os problemas. Essa ferramenta é recomendada para identi�car problemas e a frequência com que ocorrem. Com a plotagem dos dados coletados no diagrama de Pareto, é possível visualizar que nem sempre os problemas mais caros ou mais difíceis podem ser solucionados. O diagrama agrupa os dados do maior para o menor, considerando frequência, custo e tempo. Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito – também conhecido como diagrama de espinha de peixe e diagrama de Ishikawa – é uma representação grá�ca desenvolvida por Kaoru Ishikawa, em 1953, que, devido a sua simplicidade, é hoje uma ferramenta importante para o controle dos processos de qualidade. De forma sintética, o diagrama de Ishikawa permite de forma hierárquica estruturar as causas de um problema ou melhorias. Para Maximiano (2009, p. 141), "o diagrama que tem a forma de uma espinha de peixe é um grá�co cuja �nalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema prioritário de qualidade". Para explicar essa ferramenta, aconselha-se a entender melhor o conceito de causa e efeito. Causa é tudo que contribui para que o efeito aconteça, ou seja, diz respeito aos elementos que contribuíram para que um problema ocorresse. Efeito é o resultado daquilo que se espera obter. Pode ser também o problema ocorrido (Silva e Silva, 2017). 26 Figura 3 - Diagrama de causa e feito (Ishikawa) Causa Causa Causa CausaCausaCausa Problema Medida Materiais Mão de obra Máquina Método Meio Fonte: Silva e Silva, 2017. Para investigar as causas da má qualidade, recomenda-se a utilização do diagrama de causa e efeito, analisando criticamente as grandes causas ou fatores. Para Silva e Silva (2017, p. 108), "a mão de obra, material, método, máquina, medida e meio ambiente devem ser desenhados na espinha dorsal do diagrama. À direita �ca o problema (direcionador) e após a inclusão dos 6Ms, deve-se listar as possíveis causas especí�cas". O grande dilema da ferramenta de causa e efeito está no levantamento das causas especí�cas: “vários autores defendem que, para identi�car corretamente as causas especí�cas, é preciso reunir um grupo especializado com participação efetiva do nível operacional ou da área de suporte responsável pela atividade para uso da ferramenta brainstorm” (Silva e Silva, 2017, p. 109). Estratificação Para Carpinetti (2012, p. 77), “[...] a estrati�cação consiste na divisão de um grupo em diversos subgrupos com base em características distintas ou de estrati�cação”. 27 A estrati�cação visa entender como as variáveis que ocorrem em processo produtivo como tempo, máquinas, matéria-prima ou pessoas podem in�uenciar no resultado �nal do produto. Para Mariani (2005, p. 07), “o objetivo da ferramenta da estrati�cação é, segundo as origens do problema, esmiuçar ou quebrar em partes os fatores”. Nesse aspecto, observa-se, por exemplo, quando existe uma grande quantidade de peças que apresentam algum tipo de defeito, a estrati�cação pode ser feita por: 1. Turno de trabalho2. Máquina 3. Operador 4. Horário 5. Grau do dano 6. Frequência Folha de Verificação De acordo com Carpinetti (2012, p. 78), “a folha de veri�cação é utilizada para o planejamento e para a coleta de dados. Sendo que esta coleta é simples e organizada”. De forma simpli�cada, a folha de estrati�cação é entendida como um formulário onde itens que vão ser pesquisados já constam na lista, sendo que os modelos básicos mais encontrados são a veri�cação para a distribuição de item e veri�cação para classi�cação de defeitos. 28 A estrati�cação é uma análise, leitura e interpretação de dados e informações. Para Werkema (1995, p. 54), “[...] a estrati�cação consiste no agrupamento da informação (dados) sob vários pontos de vista, de modo a focalizar a ação”. Por se tratar de uma planilha com a �nalidade de registrar informações, a folha de veri�cação pode ser usada para: 1. Inspecionar atributos 2. Localizar defeitos de produtos prontos (PA) 3. Estudar variáveis e sua distribuição 4. Investigar as causas dos defeitos encontrados 5. Veri�car a proporcionalidade de itens não conformes Por ser simples, a folha de veri�cação é a ferramenta mais utilizada na coleta de dados. Geralmente, as empresas parametrizam um documento com perguntas- padrão e o mantém em bloquinhos impressos, assim, o colaborador apenas destaca a folha que utilizará naquele momento. Aqui, mais importante do que apenas levantar dados é a escolha desta metodologia como ferramenta de gestão da qualidade deve ser planejada. 29 Histograma O histograma, também conhecido como Diagrama de Distribuição de Frequências, é utilizado para mostrar informações de uma distribuição de dados, bem como o valor central e a dispersão em torno dela. Os histogramas auxiliam na tomada de ações em caso de variabilidade, pois revelam o grau de variação de um processo. Um grá�co de barras que dispõe de informações de modo que seja possível a visualização de forma da distribuição de um conjunto de dados, e a percepção da localização do valor central e da dispersão dos dados em torno deste valor central. A comparação de histogramas com os limites de especi�cação nos permite avaliar se um processo está centrado no valor nominal e se é necessário adotar alguma medida para reduzir a variabilidade do processo (Werkema, 1995, p. 44). Segundo Carpinetti (2012, p. 85), “o histograma é um grá�co de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse”. Por meio de dados grá�cos, o histograma analisa a dispersão e a distribuição com base nos valores centrais. 30 Figura 4 - Histograma, análise por meio da dispersão das informações 25 20 15 10 5 0 (1, 5) (5, 9) (9, 13) Índice de produtividade (13, 17) (17, 21) (21, 25) Fonte: Autor. A análise dos dados do histograma deve considerar se os dados estão na média do processo; se não estiverem, o processo que está sendo investigado precisa de ajustes. Diagrama de dispersão Para Werkema (1995, p. 45), "o Grá�co de Dispersão ou Diagrama de Dispersão é utilizado para visualizar o relacionamento existente entre duas variáveis, as quais podem ser duas causas de um processo, uma causa e um efeito do processo ou dois efeitos do processo". Entre as relações estudadas pelo Diagrama de Dispersão estão os fatores que podem interferir numa determinada característica de qualidade, relações entre duas características e os fatores que causam efeito na mesma característica de qualidade. De modo geral, grá�cos de dispersão são usados para relacionar causa e efeito, como, por exemplo, o relacionamento entre velocidade de corte e rugosidade super�cial em um processo de usinagem, composição de material e dureza, intensidade de iluminação de um ambiente e erros em inspeção visual etc. (Carpinetti, 2012, p. 89). 31 Figura 5 - Grá�co de Dispersão 294,2 294 294,4 294,6 294,8 295 295,2 295,4 295,6 295,8 50 10 Itens da amostra Re su lt ad os o bt id os 15 20 LSC Amostra 1 LM LIC Fonte: O autor, adaptado de Silva e Silva, 2017. O Diagrama de Dispersão é considerado uma etapa posterior ao diagrama de causa e efeito, podendo ser utilizado quando, durante a investigação de um problema, as evidências direcionarem para a variação de um processo. A coleta mostrará essa dispersão, o que levará a uma possível relação entre as variáveis e à análise se há uma relação de causa e efeito (Silva e Silva, 2017, p.115). Nesse sentido, conhecer as variáveis envolvidas é necessário para a tomada de ação porque os defeitos nos produtos e nos serviços aparecem quando existe a variabilidade de processo, o que signi�ca que as características da qualidade são afetadas. As variáveis como condições do equipamento, desempenho da atividade humana na atividade e os métodos de trabalho devem ser trabalhadas antecipadamente para diminuir essa variabilidade que re�etirá na qualidade. Identi�car e atuar para reduzir esse risco nos processos pode dar maior robustez aos processos. Com o Diagrama de Dispersão, é possível veri�car e estudar correlações entre as variáveis, o que é extremamente importante para analisar como as métricas in�uenciam umas às outras em determinado processo de execução. 32 Figura 6 - Grá�co de Controle Limite inferior Limite central Limite superior M ed id as Peças Gráfico x Barra Limite inferior Limite central Limite superior M ed id as Peças Gráfico de amplitude Fonte: Adaptado, Silva e Silva, 2017. Gráficos de controle ou cartas de controle Os grá�cos de controle fazem parte das setes ferramentas estatísticas da qualidade que foram desenvolvidas por Shewart que separou os grá�cos em dois, os de causa especiais e causas comuns ou comumente conhecidas como causas assinaláveis e causas aleatórias. Para Silva e Silva (2017, p. 116), "tais grá�cos são utilizados para o controle e acompanhamento de processos e estudam a variação dentro de um limite estabelecido. Esses limites de controle são calculados de acordo com cada processo e as especi�cações são de�nidas previamente". Utilizar os grá�cos de controle como parte de gestão dá às organizações mais estabilidade para a monitoração e controle dos processos. Para garantir mais e�ciência e produtividade, através da veri�cação, podem-se corrigir também os prováveis problemas. 33 De acordo com Silva e Silva (2017, p. 118), "a utilização dos grá�cos de controle pode gerar benefícios para a organização no sentido de direcionar as tomadas de decisões baseadas em fatos e dados". É importante reforçar que o apelo visual das informações nos grá�cos é que apontam claramente por onde o gestor deve começar o trabalho de monitoramento e a contenção de falhas. As ferramentas da qualidade devem ser utilizadas por todos os colaboradores de uma empresa. Desde a diretoria até os funcionários envolvidos diretamente na produção de produtos e realização de serviços. Isso porque, para que a aplicação seja mais e�caz é preciso um trabalho em conjunto. Elas irão ajudar o empreendedor a gerenciar melhor os recursos e processos de seu empreendimento, bem como estimular o aperfeiçoamento do negócio como um todo. Além disso, essas técnicas e métodos são essenciais para que a empresa consiga avaliar o seu posicionamento dentro do mercado. 34 https://go.eadstock.com.br/xz As Normas da Qualidade e a ISO 04 35 As normas da qualidade De acordo com Lu e Pavanelli (2019, p. 05), "o SGQ (Sistema de Garantia da Qualidade) teve seu início devido à era da gestão da qualidade". Os consumidores e clientes necessitavam con�rmar que os fornecedores atendiam às exigências de especi�cações. Essa exigência se tornava um processo de seleção natural para ver quem forneceria matéria-prima aos fornecedores. Ao longo dos anos, normas foram sendo criadas pelo mundo a �m de atender às expectativas e exigências de um mercado que consome cada vez mais. A adoção de normas, nesse contexto, funciona em uma via de mão dupla: para as organizações, as normas da qualidade trazemvantagens competitivas muito importantes. As regulamentações das normas, auxiliam, por exemplo, na condução e elaboração direta do planejamento e do gerenciamento de projetos de cada área, independentemente do nível hierárquico, visando atender aos padrões de qualidade exigidos pelo mercado, que além de agilidade, gera mais segurança. Na Inglaterra, por exemplo, foi criada em 1979, a norma BS-5750, assim como diversas outras para áreas mais especí�cas, como a Quality Assourance for Nuclear Power Plants (NQA-1), a Good Manufacturing Pratices (GMP), direcionada para o setor de produtos médicos, remédios e alimentos, a Association for Petroleum Industry´s (API) Q1, a CSA e a Z299 (empresa canadense) e as Allied Quality Assourance Publications (AQAP) da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Organizações que possuem processos e normas da qualidade, além de melhorias signi�cativas, que re�etem nos produtos e, consequentemente, na experiência do consumidor, tornam-se referência em vários aspectos, entre elas os processos de produção, gerenciamento operacional e a gestão estratégica. Nesse sentido, independentemente da área, as entidades que garantem processos de normas da qualidade são extremamente importantes no desempenhar do seu papel. Quando um consumidor ou cliente de qualquer parte do mundo adquire um produto que apresenta ou indica algum tipo de certi�cação, este consumidor constata de imediato que a empresa possui preocupação com seus processos de produção, gestão de pessoas, descarte de resíduos, entre outros. As normas da qualidade são, nesse sentido, diretrizes bem valorizadas e muito bem- vindas perante o conceito dos clientes, e que em âmbito internacional, demonstram preocupação com os processos e e�ciência, além de atender aos padrões globais. 36 Introdução às Normas ISO A ISO, da sigla International Organization for Standardization foi criada no �m da década de 1940, em Genebra, na Suíça. A entidade não governamental tem como objetivo a promoção e o desenvolvimento de normas e atividades, que levem à troca internacional de bens e serviços, buscando desenvolver de forma cooperada, as áreas intelectuais, cientí�cas, tecnológicas, humanas e econômicas. A sigla ISO (International Organization for Standartization) não corresponde de forma exata ao nome de transcrição da organização, pois em cada idioma é alterada, o que não evidencia a unidade de princípios propostos. Surge, portanto, a oportunidade de utilizar a palavra ISO, derivada da palavra grega isos (igualdade), que corresponde aos asseios de unidade de conceitos a que se propõe uma organização e à normalização (Lu e Pavanelli, 2019, p. 04). A ISO é resultado da união entre a International Federation of the National Stardizanting Associations (ISA), fundada em 1926, e o United Nations Standarts Coordenating Committee (UNSCC), fundada em 1944 (Lu e Pavanelli, 2019). No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No de ano de 1946, após reunião realizada em Londres, representantes de 25 países concordaram com a criação de um órgão internacional que permitisse a uni�cação de normas industriais, no sentido de facilitar processos e a comunicação entre as empresas em qualquer lugar no mundo, e o Brasil foi representado pela ABNT. De acordo com Lu e Pavanelli (2019, p. 05), "o principal objetivo da ISO é aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, incluindo normas técnicas, classi�cações de países, normas de produtos, processos e procedimentos". A ISO é uma organização não governamental composta por membros de 165 países e sua estrutura é hierarquizada da seguinte maneira: Assembleia Geral: parte da entidade que detém a maior autoridade. Neste evento, reúnem-se anualmente os principais membros, incluindo o presidente e os vice- presidentes de política, gestão técnica e �nanças, além do tesoureiro e seu secretário geral. Conselho ISO: composto por 20 órgãos-membros é responsável pelas questões de governança. Reúnem-se duas vezes por ano. 37 Conselho de Gestão Técnica: trabalhos técnicos são orientados pelo Conselho de Gestão Técnica, o qual é responsável também pelas comissões técnicas, que trabalham no desenvolvimento dos padrões. Secretaria Central ISO: operações do dia a dia são executadas pela Secretaria Central de Genebra, dirigida pelo secretário-geral, que também é um dos principais o�ciais. De acordo com Fernandes (2011, p. 45), “em 1987, como resultado dos trabalhos daquele comitê técnico, foram aprovadas as cinco normas ISO 9000, criadas para facilitar o comércio internacional, já que cada empresa tinha o seu sistema de qualidade particular”. Conforme Lu e Pavanelli (2019, p. 05), "a ABNT é membro fundador da organização ISO, responsável pelo desenvolvimento do processo de padronização e normatização no Brasil, que abriga os Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e os organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS)". As normas ISO não são de caráter imutável. Elas devem ser revistas e revisadas ao menos uma vez a cada cinco anos. No caso especí�co das normas da série 9000, inicialmente publicadas em 1987, a última revisão ocorreu em 1994 (Lu e Pavanelli, 2019). 38 A ISO 9001/14000/45001/27001 05 39 As normas ISO 9001 Usada como ferramenta de gestão dos sistemas de qualidade das organizações, a norma NBR ISO 9001 tem sido muito importante quando o assunto é e�ciência e e�cácia na produção. Ao todo, ao longo de sua existência, foram publicadas mais de 20.000 normas internacionais que abrangem a qualidade em vários aspectos da área da produção. Segundo o INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – a ISO tem como missão “desenvolver normas voluntárias internacionais de alta qualidade que facilitam o intercâmbio internacional de bens e serviços, apoiam o crescimento econômico sustentável e equitativo, promovem a inovação e protegem a saúde, a segurança e o meio ambiente”. De acordo com Lu e Pavanelli (2019, p. 05), a família ISO 9000 é composta por: NBR ISO 9000: 2005 - aborda os conceitos e as terminologias relacionadas às normas. NBR ISO 9001: 2008 - enfoque nos requisitos para a gestão da qualidade. NBR ISO 9004: 2010 - evidencia as diretrizes para a gestão da qualidade da organização. A ABNT NBR ISO 9000: 2015 de�ne os conceitos dos sistemas de gestão da qualidade (SGQ) e introduz a padronização dos termos usuais, permitindo que as organizações que adotam o SGQ, baseadas nos preceitos determinados pela ISO, sigam o mesmo vocabulário. (Lu e Pavanelli, 2019, p. 05) De maneira prática, a ABNT NBR ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001 que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização, não signi�cando, necessariamente, conformidade de produto às suas respectivas especi�cações (ABNT, 2016). A ISO 9000 e suas normas individuais podem ser divididas em dois tipos: A primeira: As diretrizes para seleção e uso das normas (ISO 9000) e para a implementação de um sistema de gestão de qualidade (ISO 9004). A segunda: Normas contratuais (ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003). Chamadas assim por se tratar de modelos para contratos entre fornecedor (que é a empresa em questão) e cliente. 40 No primeiro tipo, os sistemas de qualidade devem implantar metodologias e, no segundo grupo, os fornecedores devem atender às exigências do primeiro grupo. A ABNT NBR ISO 9001 não especi�ca requisitos para bens ou serviços os quais você está comprando. Isto cabe a você de�nir, tornando claras as suas próprias necessidades e expectativas para o produto. Sua especi�cação pode se dar através da referência a uma norma ou regulamento, ou mesmo a um catálogo, bem como a anexação de um projeto, folha de dados, etc. Fonte: 41 https://go.eadstock.com.br/xA Quadro 1 - As classi�cações das normas de ISO 9001 NORMAS DESCRIÇÃO PONTOS PRINCIPAIS ABNT NBR ISO 9000 Descreve os fundamentos dos sistemas de gestão e a terminologia a ser usada neles. Sua última atualização data de2005. Não tem por �nalidade a certi�cação, mas sim, o apoio à ISO 9001. Princípios da gestão da qualidade: 1. Foco no cliente. 2. Liderança. 3. Envolvimento de pessoas. 4. Abordagem de processo. 5. Abordagem sistêmica para a gestão. 6. Melhoria contínua. 7. Abordagem factual para a tomada de decisão. 8. Benefícios mútuos na relação com os fornecedores. ABNT NBR 9001 Estabelece os requisitos do sistema de gestão da qualidade. Sua última atualização data de 2008. É a principal norma da família, usada para a certi�cação. Essa norma: 1. Determina a abordagem por processo. 2. Aponta requisitos gerais e de documentação para o sistema de gestão. 3. Determina as responsabilidades da direção. 4. Trata da gestão de recursos. 5. Refere-se à realização do produto. 42 6. Estabelece medição, análise e melhoria. ABNT NBR 9004 Trata da sustentabilidade do sucesso da organização por meio da gestão da qualidade. Sua última atualização data de junho de 2010. É usada como apoio à norma ISO 9001. Para alcançar o sucesso sustentado, a organização precisa: 1. Planejar em longo prazo. 2. Monitorar e analisar regularmente seu ambiente. 3. Identi�car quem são os Stakeholders e avaliar seu impacto no desempenho organizacional. 4. Manter os Stakeholders informados sobre os planos e atividades da organização. 5. Estabelecer relações de benefício mútuo com fornecedores, parceiros e demais interessados. 6. Empregar abordagens diferentes, inclusive mediação e negociação, a �m de equilibrar as necessidades e expectativas - muitas vezes con�itantes - dos stakeholders. 7. Identi�car riscos de curto e longo prazo e desenvolver uma 43 Fonte: o autor, adaptado de Mello (2017, p. 171). estratégia geral para minimizá-los. 8. Prever os recursos necessários para as operações futuras 9. Estabelecer processos para a execução da estratégia organizacional. 10. Avaliação regular da conformidade com os planos estabelecidos 11. Garantir que exista o desenvolvimento de pessoas na organização. 12. Estabelecer e manter processos de inovação e melhoria contínua. ABNT NBR 19011 Versa sobre auditorias de sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental. Sua versão mais atual é de 2002, com correção datada de 2003. Contempla: 1. Os princípios da auditoria. 2. A gestão de programas de auditoria. 3. A realização de auditoria de sistema de gestão da qualidade e de gestão ambiental. 4. A competência de auditores de sistemas de gestão da qualidade e de gestão ambiental. 44 As normas ISO 14000 A relação de crescimento econômico e a preocupação com o meio ambiente sempre foram pautas das agendas de encontros políticos e empresariais pelo mundo. Nunca como agora se falou tanto em sustentabilidade. A sustentabilidade está ligada com práticas de gestão que incluem a gestão ambiental. A série ISO 14000 teve início em 1972, na primeira conferência das organizações das Nações Unidas (ONU) sobre o ambiente humano, realizada em Estocolmo, Suécia. Neste evento, foi redigida uma declaração que apresentava, em meio a muitos assuntos, a necessidade de preservação dos recursos naturais, como garantia das gerações futuras. Em junho de 1991, foi criado o Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, World Business Council for Sustainable Development), com o objetivo de coletar informações econômicas do mercado e criar normas ambientais para uso industrial. Esses estudos estimularam as organizações normativas a aprofundar as atividades relacionadas às áreas de gestão ambiental e, em agosto de 1991, a ISO e a Comissão Internacional Eletrotécnica (IEC, International Electrotechical Commission) e diversos outros grupos foram posteriormente criados (Lu e Pavanelli, 2019, p. 118). Esses grupos resultaram em eventos importantes que tratavam das preocupações com o meio ambiente, como a Agenda 21 e a declaração do Rio 92 sobre o meio ambiente e desenvolvimento. Esse fato permitiu que a ISO, com os apoios necessários, desse continuidade aos estudos e, para a realização desse trabalho, criasse o comitê técnico TC 207, que conta com a participação de mais de setenta países que contribuíram para a elaboração de normas ambientais. 45 Para Lu e Pavanelli (2019, p. 118), com os trabalhos iniciados em 1993, com a criação de comitês e grupos para iniciar a elaboração das normas 14000, as áreas de atuação dos comitês eram as seguintes: 1. SC 1 - Sistemas de Gestão Ambiental 2. SC 2 - Auditoria ambiental 3. SC 3 - Rotulagem ambiental 4. SC 4 - Avaliação de desempenho ambiental 5. SC 5 - Avaliação de ciclo de vida 6. SC 6 - Aspectos Ambientais em normas de desenvolvimento de produtos Foram por meio desses trabalhos que geraram as normas ISO 14000, publicação que se deu em 1996, quando foram divulgadas as ISO 14001 e 14004, sobre sistemas de gestão ambiental, e as ISO 14010, 14011 e 14012, sobre diretrizes para auditoria ambiental. Tendo como foco e objetivo, as normas da série ISO 14000, buscam minimizar os impactos causados ao meio ambiente pelo desenvolvimento econômico. É importante salientar que as normas da série ISO 14000 não possuem objetivos de marketing, como, por exemplo, tornar a "empresa verde" (Silva e Silva, 2017). A norma ISO 14000 busca empregar um processo de melhoria contínua nas práticas do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) adotados pelas empresas e atender a todas as exigências das políticas legais que envolvem o meio ambiente. 46 De acordo com a ABNT (2016), com foco na abordagem na Gestão Ambiental, a série ISO 14000 tem diversas variações, sendo elas: 1. ISO 14001 (Normas de Implementação do Sistema de Gestão Ambiental) 2. ISO 14004 (Normas de Implementação do Sistema de Gestão Ambiental interna das organizações) 3. ISO 14010 (Normas de Auditoria Ambiental) 4. ISO 14031 (Normas que analisam o desempenho do Sistema de Gestão Ambiental) 5. ISO 14020 (Normas que tratam de rótulos e declarações ambientais) De acordo com Tibor e Feldman (1996, p. 77), a ISO 14000 tem os seguintes termos e de�nições básicas: 1. Organização: Empresa ou instituição, públicas e privadas, que tenham sua própria função e administração; 2. Meio ambiente: É de�nido como os "arredores" no qual uma organização opera, incluindo “ar, água, terra, recursos naturais, �ora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”; 3. Aspecto ambiental: É de�nido como um elemento da atividade produtos e/ou serviços de uma organização que venham interagir com o meio ambiente; 4. Impacto ambiental: Qualquer mudança no ambiente, em prol ou contra a este, devido às atividades da empresa; 47 5. Sistema de Gestão Ambiental: Parte do sistema total que inclui a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, as responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, alcançar, proceder à avaliação crítica e manter as políticas ambientais; 6. Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental: Processo de veri�cação através de auditorias sobre o Sistema de Gestão Ambiental implementados na empresa de forma a identi�car a conformidade da organização; 7. Desempenho ambiental: Refere-se a resultados mensuráveis do Sistema de Gestão Ambiental; 8. Melhorias contínuas: Processo de aperfeiçoamento do Sistema de Gestão Ambiental pela organização. Possuir uma certi�cação ISO 14000 não signi�ca que a empresa ou organização obtenha resultados positivos em termos ambientais. A certi�cação garante apenas que os processos e as medidas básicas foram tomadas para funcionamento de um SGA. Fonte: INMETRO (2010). A ISO 14001 é uma norma para os Sistemas de Gestão Ambiental voltadas às empresas que se preocupam com a preservação do meio ambiente de forma responsável. As normas ISO 45001 OHSAS é a sigla de Occupational Health and Safety Assessment Series, que em tradução aproximada, seria Série de Avaliação de Saúde e Segurança no Trabalho. Para Lu e Pavanelli (2019, p. 155), "esse conjunto de normas originou-se na Inglaterra e tem sido disseminado no mundo corporativocom vistas a uma regulamentação nas ações de saúde e segurança do trabalho (SST)". 48 A OHSAS caracteriza-se como uma ferramenta essencial para fornecer orientações e implantar um sistema de gestão de saúde e segurança no trabalho, bem como para avaliar e certi�car organizações que servem ao sistema. No momento em que esse documento se tornar uma norma internacional, a nomenclatura OHSAS deixará de existir. É importante destacar que na tradução da norma foram utilizados os termos sistema de gestão da saúde e da segurança do trabalho (SST). De acordo com Lu e Pavanelli (2019, p. 155), "a concepção dessa série foi planejada de forma a ser independente das outras normas de sistemas de gestão e compatível às normas ISO 9001 (Qualidade) e ISO 14001 (meio ambiente), permitindo uma integração amigável, pois os conceitos não se sobrepõem, pelo contrário, complementam-se". Essa integração permite uma estrutura composta por: 1. Escopo 2. Referência Normativa 3. Termos e De�nições 4. Contexto da Organização 5. Liderança 6. Planejamento 7. Apoio 8. Operação 9. Avaliação de Desempenho 49 10. Melhoria Em 2018, foi publicada a ISO 45001 com esse tema e, a partir de então, a tendência é de que as empresas que eram certi�cadas na OHSAS 18001 façam a transição para a ISO 45001. A ISO 45001 é uma norma internacional voltada para o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO), cujo foco é a melhoria do desempenho em termos de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) em qualquer empresa ou organização. O primeiro objetivo da ISO 45001 é alinhar os padrões de sistema de gestão da ISO, tais como ISO 9001, versão 2015 e ISO 14001, versão 2015, e facilitar a implementação de duas ou mais normas nas empresas. A ISO 45001 visa atender à legislação relacionada à segurança e saúde do colaborador, identi�car os riscos e perigos das atividades da organização, de forma a atuar preventivamente na saúde e segurança do colaborador, por meio da promoção de um ambiente de trabalho seguro e conscientizar os colaboradores e todos aqueles que possam exercer atividades em seu nome das consequências de suas ações para com a saúde e integridade física de todos (Lu e Pavanelli, 2019, p. 155). A utilização das especi�cações da ISO 45001 é a base para qualquer organização que visa estabelecer um sistema de gestão da Segurança da Saúde e Trabalho (SST) capaz de eliminar ou minimizar os problemas às pessoas que estejam expostas aos riscos de SST em decorrência de suas atividades. 50 A ISO 45001 também serve para implementar e manter a melhoria contínua de um sistema de gestão, assegurando a sua conformidade com uma política de SST que demonstre conformidade com os interesses de terceiros. De acordo com Lu e Pavanelli (2019, p. 155), "a adesão das organizações às especi�cações da ISO 45001 está diretamente ligada à política determinada pela empresa e deve levar em consideração a natureza das atividades e os riscos inerentes a elas". A preocupação com a SST reforça a importância de ações de prevenção e mostram que um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO) pode ser efetivo e e�ciente, pois ao antecipar medidas de abordagem sobre riscos e oportunidades, se mostra estratégico na redução de acidentes. O risco de exposição de colaboradores a acidentes, colocando em risco a integridade e saúde, reduzem signi�cativamente Esta norma foi desenvolvida baseando-se em dados coletados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual estimou-se que 2,3 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças e acidentes de trabalho. Fonte: 51 https://go.eadstock.com.br/xB 52 Objetivos da Normalização e Certificação 06 53 Objetivos da normalização A normalização faz parte das atividades diárias de todas as atividades empresariais ou pessoais. Para Oliveira (2014, p. 94), normalização é a atividade que estabelece, em relação a situações existentes ou potenciais, recomendações destinadas à atualização comum e repetitiva com o objetivo de obtenção do grau ótimo em um dado contexto. Segundo a ABNT (2020), "as normas asseguram as características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança, con�abilidade, e�ciência, intercambialidade, bem como respeito ambiental – e tudo isto a um custo econômico". A normalização busca estabelecer soluções para atender às necessidades das partes envolvidas, para assuntos comuns de caráter repetitivo. Trata-se de uma ferramenta que possui caráter repetitivo e que disciplina os agentes ativos no mercado, pois simpli�ca temas e evidencia a necessidade de regulamentação especí�ca em matérias não cobertas por quem �scaliza ou legisla (ABNT, 2020). Segundo a ABNT ISO/IEC Guia 2:2006, são alguns objetivos da normalização: 54 Figura 1 - Objetivos da normalização Objetivos da normalização Segurança Proteção do produto Controle da variedade Proteção do meio ambiente Intercambialidade Eliminação de barreiras técnicas e comerciais Compatibilidade Comunicação Fonte: ABNT, 2020. Qualquer norma é considerada uma referência idônea do mercado a que se destina, sendo por isso usada em processos: de regulamentação, de acreditação, de certi�cação, de metrologia, de informação técnica, e nas relações comerciais Cliente e Fornecedor. (ABNT, 2020) 55 Níveis de Normalização É o alcance geográ�co, político ou econômico de envolvimento na normalização, que pode ser realizada no âmbito de: um país especí�co (Normalização Nacional), uma única região geográ�ca, econômica ou política do mundo (Normalização Regional) e vários países do mundo (Normalização Internacional). Fonte: A metrologia e a normalização De acordo com Silva e Silva (2017, p. 156), "nas empresas, a metrologia é entendida como a ciência que auxilia uma organização na manutenção de produtos dentro de padrões estabelecidos previamente, o que para o mercado signi�ca con�abilidade". Por meio dessa prática, as empresas inserem no mercado produtos que atendam aos padrões, podendo ser mensurados e rastreados. De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), a de�nição pode ser entendida como A ciência que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza em qualquer campo ou tecnologia. Nesse sentido, a Metrologia Cientí�ca e Industrial é uma 56 https://go.eadstock.com.br/xC ferramenta fundamental no crescimento e inovação tecnológica, promovendo a competitividade e criando um ambiente favorável ao desenvolvimento cientí�co e industrial em todo e qualquer país (INMETRO, 2016a). Quando o aspecto é a garantia da qualidade, a metrologia tem uma importante participação na garantia da qualidade dos produtos por proporcionar checagens mais restritas nas especi�cações. Essa ação inclui, por exemplo, o recebimento das matérias-primas, as inspeções dos produtos em processo entre as linhas de produção até a inspeção �nal, onde os produtos estão prontos para serem estocados ou colocados à venda. Para Toledo (2014, p. 37), a metrologia divide-se em três áreas: metrologia cientí�ca, metrologia legal e metrologia industrial. Metrologia cientí�ca: atua no desenvolvimento e na validação de novas unidades e nos respectivos instrumentos de medição, necessárias à aplicação de novas tecnologias, tais como nanotecnologia, biotecnologia e química �na. Metrologia legal: atua no controle e na �scalização dos instrumentos e procedimentos de medição utilizados em estabelecimentos que atendem ao consumidor �nal. Alguns exemplos são o controle de balanças e medidores de comprimento utilizados em estabelecimentos comerciais, aparelhos taxímetros, medidores de volume em bombas de gasolina, e outros. Metrologia industrial: foca sua atenção no controle e na avaliação dos sistemas de medição, os quais são utilizados para controlar processos produtivos industriais e avaliar a qualidade de insumos, produtos em processo e produtos acabados. Assim, a metrologia industrial realiza atividades como calibração de instrumentosde medição, medições para inspeção de uma peça em processo, análise físico- química de material recebido pela empresa: medições em inspeções de produto acabado, controle de instrumentos de laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. 57 A Metrologia é aliada da pequena indústria para evitar desperdício na produção e desgaste da própria imagem no mercado Alcançar a e�ciência e a precisão em cada etapa do processo produtivo é um fator determinante para o sucesso de uma indústria de pequeno porte. E, para que esses procedimentos não caiam em erros especí�cos, uma companhia deve apostar em ferramentas como a metrologia, conceitualmente uma ciência da medição e de suas aplicações. Com ela é possível alcançar a padronização de unidades de medida, um dos fatores comerciais mais importantes para o gestor. “A manutenção de um acordo universal para as unidades de medida, ou seja, a existência de uma padronização dos valores é um dos fatores mais importantes e críticos da metrologia”, explica Alexandre Mendes, vice-presidente da SBM (Sociedade Brasileira de Metrologia). Para que isso aconteça e possa ser utilizado, existe uma estrutura metrológica internacional e nacional que garante que os instrumentos de medição são mantidos e aplicados adequados e corretamente no dia a dia das indústrias. E é justamente essa falta de padronização que deve deixar o pequeno industrial de olho aberto. Existem diversos fornecedores envolvidos num processo industrial e cada um deles com seu sistema de produção e instrumentos de medição individuais. Se algum deles erra, toda a cadeia é prejudicada. “Imagine um fornecedor de rodas fabricando e medindo os furos dos parafusos de �xação com diâmetro um pouco menor que o fabricado e medido pelo fornecedor de parafusos. Simplesmente as rodas não serão utilizadas”, ilustra Mendes. Assim, sem a metrologia, o pequeno industrial está diante de dois riscos: perdas econômicas e desgaste no mercado. 58 A maior parte dos segmentos empresariais é abrangida por, pelo menos, um dos tipos de metrologias apontados propiciando, assim, que os produtos tenham mais conformidade que componentes, partes ou peças defeituosas sejam reduzidas ou eliminadas e que o custo de produção seja mais equilibrado e adequado. Um ponto é a rastreabilidade que o sistema gera, uma vez que a medição de determinado produto é executada e comparada a um padrão de referência (nacional ou internacional). Para �nalizar a aula, registros são realizados e podem posteriormente ser veri�cados. E para as empresas que buscam ser reconhecidas no mercado pela qualidade de seus produtos, a metrologia é uma ferramenta essencial para alcançar esse objetivo. Monitorar a variação de processos é uma das tarefas desempenhadas pela metrologia. Essa ação auxilia a reduzir ou eliminar as possibilidades de se produzir produtos fora das especi�cações. 59 Níveis de Normalização e de Certificação 07 60 Níveis de normalização A busca por certi�cações não é simplesmente mais uma questão de marketing. Atualmente, as empresas buscam certi�cações internacionais que chancelem sua qualidade e abram as portas, sobretudo, no mercado internacional. A certi�cação ainda é um caminho muito importante para dar visibilidade às empresas em seus mercados de atuação. Por isso, é importante entender os níveis de normatizações existentes. No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é o órgão responsável pelas normatizações. Para Silva e Silva (2019, p. 160), "o principal papel da ABNT é promover o desenvolvimento de documentos normativos, contribuir para a normatização técnica e estimular o uso das normas estabelecidas pelas empresas brasileiras". A ABNT surgiu em 1940, em função de con�itos que ocorriam em dois laboratórios de pesquisas, o INT (Instituto Nacional de Tecnologia) e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Esses laboratórios, apesar de rigorosos e muito respeitados, não usavam os mesmos métodos para avaliação, ocorrendo frequentemente a aprovação de uma pesquisa em um laboratório e a reprovação em outro. Fonte: 61 https://go.eadstock.com.br/xD A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi fundada em 1940, período de guerra mundial quando não era possível perceber avanços nas normatizações. Os avanços vieram somente em 1951, quando publicada a primeira norma ISO - Temperatura Padrão de referência para a medição industrial. De acordo com Silva e Silva, "norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação de um dado contexto" (2019 apud ABNT, 2016). É importante frisar que, embora as normas sejam de caráter voluntário, as empresas buscam adequar os seus processos para atender às exigências do mercado que está cada vez mais exigente, para atuarem de forma ainda mais competitiva e, atendendo às normas, chegar a uma certi�cação cada vez mais sólida. De acordo com a ABNT (2016), os motivos para o uso das normas são variados, mas pode-se destacar: 1. Tornar o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos e serviços mais e�cientes, mais seguros e mais limpos. 2. Facilitar o comércio entre países, tornando-o mais justo. 3. Fornecer aos governos uma base técnica para a saúde, segurança, legislação ambiental e avaliação da conformidade. 4. Compartilhar os avanços tecnológicos e a boa prática de gestão. 5. Disseminar a inovação. 62 Figura 1 - Níveis de normalização Empresarial Associação (ASTM, API) Nacional (ABNT, AFNOR, AENOR, IRAM, IPQ) Regional e sub-regional (COPANT, AMN, CEN) International (ISO, IEC e ITU) Fonte: Adaptado, ABNT (2016). 6. Proteger os consumidores e usuários, em geral, de produtos e serviços. 7. Tornar a vida mais simples, provendo soluções para problemas comuns. Embora esses motivos sejam atrativos para que as empresas conheçam as normas que regem a fabricação de seus produtos e serviços, as normas de certi�cação possuem uma hierarquia, e é muito importante entender que uma organização pode ocupar diferentes patamares na evolução da qualidade. De acordo com a ABNT (2016), a pirâmide apresentada poderia conter outros níveis de normalização situados entre o empresarial e o nacional, que seriam: O das Normas Setoriais ou de Associações, compostas por entidades de classe, representativas de setores produtivos, que são válidas para o conjunto de empresas a elas associadas. As normas do American Petroleum Institute (API) são um exemplo clássico. As normas em nível internacional possuem abrangência mundial e são estabelecidas por uma Organização Internacional de Normalização, sendo aceitas pela Organização Mundial do Comércio. As normas técnicas estabelecidas por uma Organização 63 Regional ou Sub-Regional de Normalização (Nível regional) são para aplicações ao conjunto de países representados por uma Organização Regional, como, por exemplo, a CEN (Comitê Europeu de Normalização). Associação Mercosul de Normalização (AMN) não é uma organização regional de normalização, pois o seu âmbito é o de um bloco econômico. Ela é uma associação civil reconhecida como foro responsável pela gestão da normalização voluntária do Mercosul, sendo composta atualmente pelos organismos nacionais de normalização dos quatro países membros, que são IRAM (Argentina), ABNT (Brasil), INTN (Paraguai) e UNIT (Uruguai). As normas elaboradas nesse âmbito são identi�cadas com a sigla NM. Fonte: As normas em nível nacional são estabelecidas por partes interessadas como governos, indústrias, consumidores e a sociedade de um país e emitidas por um Organismo Nacional de Normalização, reconhecido como autoridades públicas. Essas normas possuem respaldo jurídico nacional e são validadas para transações comerciais e por serem de caráter voluntário, �ca a cargo dos agentes econômicos envolvidos utilizar ou não, como referências. No Brasil, a ABNT faz esse papel (ABNT, 2016). As normas empresariaisou em nível empresarial são estabelecidas por uma empresa ou grupo de empresas com a �nalidade de orientar as compras, a fabricação, as vendas e outras operações, como, por exemplo, as Normas Petrobras. 64 https://go.eadstock.com.br/xE Conheça o Catálogo de Normas Técnicas Petrobras em 65 https://go.eadstock.com.br/xF O Processo de Certificação das Normas de Qualidade 08 66 O processo de certificação Toda implantação de um processo de certi�cação pode se tornar, em alguns casos, uma experiência um pouco traumática. Essa experiência se dá pelo fato de haver uma cultura de resistência “ao novo” e que é muito natural e comum. Por isso, antes de iniciar a implantação de um processo de certi�cação, a demonstração do interesse e a manifestação da necessidade devem preceder o planejamento. A conscientização da alta direção da empresa na decisão de implantar um sistema de gestão que atenda às necessidades é ótimo indício para que os trabalhos e processos ocorram bem, a�nal, estarão envolvidos o público interno e externo da organização. Na fase de implantação, para Lu e Pavanelli (2019, p. 170): A organização estuda o comportamento do mercado e as características da cultura organizacional, elencando os benefícios que a decisão trará”. É certo que a decisão de implantação de um sistema, tomada pela alta direção, é o fator crítico de sucesso, pois comprova- se o comprometimento destas desencadeadas ações de análise que permitem descobrir oportunidades de melhorias e possíveis correções para otimizar o desempenho do sistema. Para compreender a importância do processo de certi�cação, faz-se necessário entender o conceito de certi�cação, a ABNT (2016) de�ne certi�cação como: Um processo no qual uma entidade de 3ª parte avalia se determinado produto atende às normas técnicas. Esta avaliação se baseia em auditorias no processo produtivo, na coleta e em ensaios de amostras. Estando tudo em conformidade a empresa recebe a certi�cação e passa a usar a marca de conformidade ABNT em seus produtos. De maneira prática, a certi�cação é uma garantia de que a empresa fabrica seus produtos e presta seus serviços dentro de normas reconhecidas e claras. 67 A certi�cação da família ISO é aplicável a qualquer tipo de empresa, sendo elas reconhecidas internacionalmente. No entanto, a empresa que deseja implantar a ISO deve inicialmente ter um CNPJ ativo. Além disso, precisa estar regularizada, com alvará vigente e atendendo demais legislações aplicáveis. Fonte: Para Silva e Silva (2017, p. 163), para certi�car uma empresa é preciso desenvolver um projeto de longo prazo no qual serão considerados todos os recursos imprescindíveis para realizar tarefa de tal magnitude. Obter uma certi�cação não é tarefa difícil, mas sem o engajamento de todos os envolvidos, não é possível alcançá-la. Nesse sentido, o envolvimento de todos os colaboradores, independentemente do grau hierárquico, é fundamental para o sucesso do processo de certi�cação, pois mesmo com a existência de inúmeras normas e certi�cações no mercado, as normas ISO 9001 e ISO 14001 são as certi�cações mais buscadas pelas empresas devido a sua abrangência. 68 https://go.eadstock.com.br/xG Vale lembrar que a cada cinco anos, as normas ISO são revisadas para que possam ser incluídas melhorias, como ocorreu com as normas ISO 9001 e 14001, que apresentaram novas versões lançadas no ano de 2015. 69 A Certificação de Produtos, Serviços ou Sistemas 09 70 Certificação de Produtos, Ser�ços e Sistemas As normas são utilizadas pelas empresas para demonstrar que elas adotam padrões de qualidade em seus processos de produção com foco na qualidade. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é o órgão competente que publica as normas e segui-las ajudam as organizações a não ter problemas com relação a similaridades de produtos. A ABNT é um órgão de grande representatividade em nível mundial. A certi�cação de um produto, serviço ou sistema começa pela identi�cação da existência de normas técnicas que estabeleçam critérios mínimos de conformidade. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) possui, em seu sistema, uma grande variação de normas nacionais e internacionais que ajudam as empresas na busca por informações. Para a implantação de cada uma das normas ISO 9001, ISSO 14001 ou ISO 45001, há critérios e exigências diferentes que precisam ser atendidas, assim, se uma empresa deseja, por exemplo, certi�car um determinado produto como uma peça de um equipamento eletrônico, no portal da ABNT, ela encontrará informações dos mais diversos tipos, níveis e grau de complexidade. As informações servem para dar diretrizes, detalhamentos e orientações sobre procedimentos e processos técnicos que devem ser seguidos. 71 É importante destacar que as mesmas regras aplicadas para as certi�cações ISO de produtos são as mesmas para serviços e sistemas. Em cada tipo de ISO (9001, 14001 e 45001) os requisitos são diferentes e são sistematizados conforme o seu grau de complexidade. De acordo com a ABNT (2020), outro ponto importante para as organizações que desejam certi�car produtos, serviços ou sistemas, está na evidenciação de: 1. Da estrutura física que a organização possui; 2. Nível de quali�cação do corpo de colaboradores; 3. Estrutura de tecnologia aplicada como máquinas e equipamentos; 4. Organização de documentos que comprovem os procedimentos. Essas são apenas algumas das evidências que uma empresa que deseja certi�car um produto, serviço ou sistema deve apresentar. As evidências apresentadas demonstram o quanto a organização está ciente e controla suas atividades que estão relacionadas e são objeto de certi�cação. 72 Antes de iniciar o processo de certi�cação, o interessado pode solicitar à Divisão de Certi�cação (DICER), pelo e-mail ocp@int.gov.br, as informações e os documentos para a obtenção da certi�cação de produtos. Dentre as informações disponibilizadas estão as etapas do processo de certi�cação do produto em foco, a legislação pertinente, a tabela de preços e uma relação de documentos legais que devem ser apresentados, quando da solicitação inicial. As etapas do processo de certi�cação são: a) Solicitação da certi�cação, b) Análise da solicitação, c) Estabelecimento de Contrato entre as partes, d) Análise da documentação do SGQ, e) Auditoria, se aplicável, f) Coleta de amostras, g) Ensaios nas amostras, h) Decisão da Certi�cação pelo Gerente de Certi�cação (GC), i) Concessão do Certi�cado/Autorização para uso do Selo de Identi�cação da Conformidade, j) Apreciação do processo pela Comissão Técnica de Certi�cação (CT). Fonte: 73 https://go.eadstock.com.br/xH Regras para certificação de um produto ou ser�ço “A ABNT possui uma experiência de quase 70 anos, desenvolvendo os mais variados programas de certi�cação e servindo de referência no mercado” (ABNT, 2020). Procedimentos de certi�cação são baseados em processo, padrões e modelos mundialmente conhecidos e são desenvolvidos para se adequar da melhor maneira aos produtos e processos de produção, que se pretende certi�car. Nesse sentido, as regras de certi�cação seguem tendências e estudos de organismos importantes localizados em diversas partes do mundo e que se relacionam entre si permitindo, assim, o compartilhamento de ações que permitam a adoção de modelos semelhantes que garantam os padrões de qualidade. Quando a ABNT desenvolve um novo programa de certi�cação, busca-se ouvir a contribuição técnica das empresas solicitantes, assim como de auditores, laboratórios e especialistas, de forma a garantir transparência e isonomia ao processo. A ABNT possui um corpo técnico altamente quali�cado e apto para atuar em todos os segmentos e isso garante que o trabalho seja desenvolvido com o mais alto grau de pro�ssionalismo. 74 Os Benefícios da Certificação ISO 10 75 Motivações para implementar as certificações ISO Sabemos que uma organização que adota padrões de certi�cação e padronização em seus processos produtivos pode obter uma série
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