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Tutoria Sistema Nervoso (tecido, células)

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Tutoria 01
Objetivo 1:Células de Suporte do SN e neurônios
*OLHAR O SANAR NESSE OBJ
TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios e as células glias.
Neurnio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações.
Células Glias: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural.
 Neurônios: são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônios.
O Corpo Celular: é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos.
Dendritos: geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, a maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios.
Em geral os dendritos são não mielinizados. Um neurônio pode apresentar milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos.
Axônios: a grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos dendritos. A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores químicos. Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação.
 
Tipos de Neurônios:
São três os tipos de neurônios: Sensitivo, Motor e Interneurônio.
Um Neurônio Sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio aferente.
Um Neurônio Motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP.
Neurônio Interneurônio são aqueles que conectam um neurônio a outro, sendo encontrados no SNC.
Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas
 Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC;
 Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada;
 Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.
Classificação do Neurônio quanto aos seus prolongamentos: a maioria dos neurônios possuem vários dendritos e um axônio, por isso são chamados de multipolares. Mas também existem os neurônios bipolares e pseudo-unipolares.
Nos neurônios bipolares, dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio.
Nos neurônios pseudo-unipolares, apenas um prolongamento deixa o corpo celular.
Sinapses: Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses. Ou seja, os neurônios comunicam-se uns aos outros nas sinapses – pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas sinápticas, onde estão armazenados os neurotransmissores. A comunicação ocorre por meio de neurotransmissores – agentes químicos liberados ou secretados por um neurônio. Os neurotransmissores mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina. Outros neurotransmissores do SNC incluem a epinefrina, a serotonina, o GABA e as endorfinas.
Fibras Nervosas: uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina (camadas de substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina as fibras são denominadas de amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina formada por células de Schwann, no periférico e no central por oligodendrócitos. A bainha de mielina permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos axônios, a condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em estruturas chamadas de nódulos de Ranvier.
Nervos: após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou dos gânglios sensitivos, as fibras nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas conjuntivas, constituindo nervos espinhais e cranianos.
Curiosidades sobre o Sistema Nervoso Periférico
No sistema nervoso periférico, o axônio é envolvido por células especiais denominadas células de Schwann, que formam a bainha de mielina do axônio. O núcleo e o citoplasma das células de Schwann ficam por fora da bainha de mielina e constituem o neurilema. Essa estrutura é importante nos casos em que o nervo é seccionado, pois ela é responsável, em parte, pela regeneração do mesmo. Assim os nervos reconstituídos cirurgicamente, podem eventualmente restabelecer suas conexões, permitindo a recuperação da sensibilidade e dos movimentos.
O peso do encéfalo de um homem adulto é de 1.300 gramas e na mulher é de 1.200 gramas. Admite-se que no homem adulto de estatura mediana o menor encéfalo compatível com a inteligência normal seria de 900 gramas. Acima deste limite as tentativas de se correlacionar o peso do encéfalo com o grau de inteligência esbarram em numerosas exceções (este se refere ao peso corporal e não ao grau de inteligência, pois ainda não se conseguiu provar de forma alguma qual dos dois sexos é mais inteligente). A inteligência não se refere somente na quantidade de massa cinzenta, mas sim na capacidade que os seres humanos tem de entender, raciocinar, interpretar e relacionar o conhecimento sobre experiências vividas e não vividas e a capacidade adaptativa do ser humano a novas situações.
Objetivo 2:Neurotransmissão
As funções complexas do cérebro e do sistema nervoso são um conseqüência da interação que ocorre no âmbito das redes neurais, e não o resultado de características específicas de cada neurônio isoladamente. A transmissão de impulsos nervosos de um neurônio para outro, ou para células efetoras, depende da ação combinada de certas substâncias com determinados receptores específicos para elas. Esses mensageiros químicos são conhecidos como neurotransmissores.
Neste artigo, você vai poder entender mais sobre quais características uma substância precisa apresentar para ser considerada um neurotransmissor. Além disso, conhecerá os tipos principais, as principais funções biológicas desempenhadas e o que a falta delas pode produzir no organismo.
Um pouco mais sobre neurotransmissão
A neurotransmissão constitui a base para a maior parte dos eventos de transferência de informação no sistema nervoso. A acuidade e a complexidade desses processos durante o desenvolvimento humano formam o substrato para atividades superiores como aprendizado, memória, percepção e cognição.
A quantidade de neurotransmissores liberada entre dois neurônios, ou na rede neural como um todo, pode aumentar ou diminuir para responder a mudanças fisiológicas. Muitos transtornos neuropsiquiátricos ocorrem por conta desse desbalanço excessivo. Nesse contexto, certos mensageiros químicos e muitas drogas podem modificar o processo de neurotransmissão, produzindo efeitos adversos ou, por outrolado, corrigindo algumas disfunções. A título de exemplo, temos as substâncias psicoativas e estimulantes do sistema nervoso central, como a cocaína, e os antidepressivos que atuam inibindo a recaptação de neurotransmissores na fenda sináptica, como é o caso da fluoxetina.
Não podemos falar sobre neurotransmissão e neurotransmissores sem falar sobre sinapse. O termo, cunhado pela primeira vez em 1897 pelo neurofisiologista Charles Sherrington, representa uma junção intercelular especializada, especificamente entre neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora (quase sempre glandular ou muscular). 
Basicamente, ao ser acionado, o neurônio receptor passa por uma transformação química em sua membrana, o que desencadeia uma descarga elétrica através de seus prolongamentos. Essa corrente elétrica pode ser transmitida (ou inibida) por longas distâncias no cérebro, principalmente a partir da atuação dos neurotransmissores.
Por milênios, o sistema nervoso, em especial o cérebro, evoluiu e vários tipos de sinapses se formaram. Além das sinapses formadas entre axônios terminais e dendritos, já foram descobertas entre axônios e corpos celulares, músculos, outros axônios, e até mesmo outras sinapses. Em 2003, Kolb & Wishaw descobriram sinapses que conectam dendritos a outros dendritos.
É importante destacar que a neurotransmissão é um processo extremamente específico. Em ouras palavras, para ser afetada por certos neurotransmissores, a célula deve ter receptores específicos para essas moléculas.
Que substância pode ser considerada neurotransmissor?
1. Existe em terminais de axônio pré-sináptico
2. A célula pré-sináptica contém enzimas para sintetizar a substância
3. A substância é liberada em quantidades significativas quando os impulsos nervosos
terminais de alcance
4. Receptores específicos da substância na membrana pós-sináptica
5. Aplicação da substância causa potenciais pós-sinápticos
6. O bloqueio da liberação da substância evita que os impulsos pré-sinápticos
gerem potenciais pós-sinápticos
Classificação dos neurotransmissores
De maneira geral, os neurotransmissores são classificados em relação à família química a qual pertencem. A neurociência considera atualmente a existência de seis grandes grupos de substâncias neurotransmissoras. São eles:
· Aminas biogênicas: esse grupo é constituído pela acetilcolina, com características que a diferem de todo o restante, e pelas monoaminas. Estas ainda podem ser subdividas em catecolaminas, como dopamina, noradrenalina e adrenalina, e indolaminas, como a serotonina e outros derivados e a histamina.
· Aminoácidos: o grupo de aminoácidos neurotransmissores é constituído por glutamato, GABA (ácido gama-aminobutírico), glicina, aspartato dentre outros).
· Peptídios: Exemplos desta classe são as substâncias opioides, orexinas/hipocretinas, encefalinas, peptídios de origem hipofisária, NPY e substância P.
· Purinas: adenosina e ATP.
· Gases: NO (óxido nítrico) e CO (monóxido de carbono).
· Substâncias de origem lipídica: endocanabinoides, prostaglandinas etc.
Como os neurotransmissores atuam?
Os neurotransmissores podem atuar como mensageiros de sinais inibitórios ou excitatórios para o neurônio pós-sináptico. Eles produzem uma hiperpolarização ou uma despolarização de sua membrana, embora a mesma molécula possa inibir ou excitar. Isso acontece porque há um certo número de neurotransmissores, mas uma grande variedade de receptores em diferentes tipos de células.
Principais neurotransmissores do sistema nervoso
Dentre as dezenas de substâncias com capacidade de propagar um sinal elétrico entre as células neuronais, selecionamos as seis principais. Confira a seguir.
Acetilcolina
A acetilcolina foi o primeiro neurotransmissor descoberto. Este feito rendeu o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1936 para Henry Hallet Dale (o primeiro a identificá-la 22 anos antes) e Otto Loewi (quem a categorizou como molécula neurotransmissora).
A acetilcolina está amplamente distribuída por todo o sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP), e também na junção neuromuscular. É o único neurotransmissor utilizado no sistema nervoso somático e um dos muitos neurotransmissores do sistema nervoso autônomo (SNA). É também o neurotransmissor de todos os gânglios autonômicos.
Um mediador sináptico muito importante para o cérebro e a mente. Desempenha papel central na modulação de determinados processos cognitivos, especialmente aprendizagem e memória. Ainda do ponto de vista da saúde mental e neurológica, perturbações do sistema colinérgico se associam a quadros patológicos importantes, como as doenças de Parkinson e Alzheimer, esquizofrenia, epilepsia e tabagismo.
Dopamina
A dopamina é um importante neurotransmissor que pode ser encontrado principalmente nos gânglios da base, como núcleo caudado e estriado, no sistema mesolímbico, na região do hipotálamo, hipófise e também na medula espinhal.
A produção de dopamina ocorre especificamente em duas áreas do sistema nervoso central: substância negra e área tegumentar ventral. Fora do sistema nervoso, ela é produzida na medula das glândulas adrenais, tendo atuação importante no sistema cardiovascular.
É o neurotransmissor da motivação. Além de regular o chamado sistema de recompensa cerebral, regula o sono, humor, atenção, aprendizagem, controle do vômito, dor e amamentação.
Contudo, apesar de desempenhar importante papel em determinadas funções emocionais e cognitivas, a dopamina é sobretudo conhecida pela sua associação com a doença de Parkinson. Ocorre nesta doença a degeneração de neurônios dopaminérgicos provenientes da substância negra, e que enviam suas projeções para o estriado. Este está envolvido no controle do movimento.
Noradrenalina
A noradrenalina é o principal neurotransmissor do sistema nervoso autônomo simpático periférico. Pode ser encontrada sobretudo no tronco cerebral e hipotálamo, e possui ação depressora sobre os neurônios do córtex cerebral. Produzida no locus coeruleus.
A noradrenalina do sistema nervoso central provém da metabolização da dopamina. É uma das monoaminas que mais influenciam o humor, ansiedade, sono e alimentação junto com a serotonina, dopamina e adrenalina.
Regula os batimentos cardíacos, pressão arterial, conversão de glicogênio em energia e outros. A liberação da noradrenalina facilita a atenção e o alerta durante o dia. A neurociência tem estudado a atuação dela em distúrbios do sono, especialmente o sono REM, mecanismos de estresse, e nos processos de aprendizado e memória.
Serotonina
Esta amina biogênica neurotransmissora pode ser encontrada sobretudo no mesencéfalo, tálamo, hipotálamo e amígdala cerebral. Possui tanto ação excitatória quanto inibitória. Apesar de serem poucos os neurônios com capacidade para produzir e liberar serotonina, existe um grande número de células que detectam esse neurotransmissor.
A diminuição da liberação de serotonina no sistema nervoso central está associada a transtornos afetivos e de humor, como agressividade, depressão e ansiedade. Há evidências de que ela atue na regulação do ritmo circadiano, sono e apetite. Diversos estudos já testaram medicamentos com atuação nas vias serotoninérgicas buscando tratar, além da ansiedade e depressão, também obesidade, enxaqueca e esquizofrenia.
Drogas como ecstasy e LSD mimetizam a atuação da serotonina no cérebro.
Glutamato
O glutamato é o aminoácido livre mais abundante do sistema nervoso central. Além disso, atua como principal neurotransmissor excitatório, sendo extremamente importante para o desenvolvimento neural, plasticidade sináptica, aprendizado e memória.
Estudos já identificaram a associação entre o glutamato e doenças como epilepsia, isquemia cerebral, tolerância e dependência a drogas, dor neuropática, ansiedade e depressão.
Produzido em excesso, o glutamato é tóxico para as células nervosas. A doença de Lou Gherig é prova disso, onde a hiperprodução deste neurotransmissor causa morte neuronal por todo o cérebro e medula.
Ácido gama-aminobutírico (GABA)
O GABA está presente no córtex cerebral, no cerebelo,sendo liberado por diversos interneurônios localizados no cérebro e na medula espinhal. É o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, estando presente em aproximadamente 20% das sinapses.
Os neurocientistas acreditam que o GABA seja responsável pela sintonia fina e coordenação dos movimentos; há relatos de que ele desempenhe importante papel na regulação do tônus muscular. 
Medicamentos que aumentam a atuação deste neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central são capazes de reduzir a ansiedade e produzir relaxamento muscular, prevenindo a hipertonia. Há hipóteses de que a deficiência de GABA possa levar a quadros de esquizofrenia.
No entanto, a linha de pesquisa mais importante acerca desse neurotransmissor está relacionada à ansiedade. Duas evidências apontam para essa correlação: (1) há grandes concentrações de GABA no sistema límbico e (2) a atuação dos benzodiazepínicos, ansiolíticos que interagem em grande parte com receptores gabaérgicos.
Quais os tipos de sinapse?
Existem dois tipos principais de sinapses: sinapse química e sinapse eléctrica.
A primeira é a sinapse química, em que a atividade elétrica do neurônio pré-sináptico desencadeia a liberação de mensageiros químicos. Os neurotransmissores se difundem através da sinapse e se ligam aos receptores especializados da célula pós-sináptica. O neurotransmissor então excita ou inibe o neurônio pós-sináptico. Excitação leva ao disparo de um potencial de ação enquanto inibição impede a propagação de um sinal.
No entanto, também existem sinapses elétricas em que dois neurônios estão ligados por canais especializadas conhecidos como junções de hiato. As sinapses elétricas permitem que os sinais elétricos se movam rapidamente da célula pré-sináptica para a célula pós-sináptica, acelerando rapidamente a transferência de sinais. A diferença entre sinapses elétricas é muito menor do que a de uma sinapse química (cerca de 3,5 nm em comparação com 20 nm). Os canais especiais de proteína que ligam as duas células tornam possível que a corrente positiva do neurônio pré-sináptico flua diretamente para a célula pós-sináptica.
Diferenças entre sinapse quimica e sinapse elétrica
Sinapses elétricas transferem sinais muito mais rápido do que as sinapses químicas. Enquanto a velocidade de transmissão em sinapses químicas pode levar até vários milissegundos, a transmissão em sinapses elétricas é quase instantânea. Onde as sinapses químicas podem ser excitatórias ou inibitórias, as sinapses elétricas são apenas excitatórias.
Enquanto as sinapses elétricas têm a vantagem de velocidade, a força de um sinal diminui à medida que viaja de uma célula para a próxima. Devido a esta perda de força do sinal, ela requer um neurônio pré-sináptico muito grande para influenciar um neurônio pós-sináptico muito menor. As sinapses químicas podem ser mais lentas, mas podem transmitir uma mensagem sem perda de força do sinal. Neurônios pré-sinápticos muito pequenos também são capazes de influenciar até mesmo grandes células pós-sinápticas.
Objetivo 3: Fatores que influenciam na neurotransmissão
https://www.asic.pt/images/congressos/ap_11.pdf
Objetivo 4: Ecstasy
A substância que define o ecstasy é o MDMA, sigla de (não tente pronunciar) metilenodioxidometanfetamina. Com esse nome, a droga é confundida com as anfetaminas ou metanfetaminas, outros estimulantes sintéticos ilegais que deixam as pessoas “ligadas”. Apesar de ser derivado da anfetamina, o composto MDMA tem uma parte da sua molécula semelhante ao de um alucinógeno. O MDMA não chega a produzir as alucinações do LSD (ácido lisérgico), nem a excitação de substâncias estimulantes como a cocaína. Em compensação, mixa efeitos moderados das duas substâncias – segredo do seu sucesso como “droga social”.
Ingerido por via oral, o “E” chega à circulação sangüínea em 20 a 60 minutos, através do aparelho digestivo, e espalha-se por todo o corpo. Quando a substância alcança o cérebro, têm início os efeitos. Ela atua sobre os neurotransmissores – mensageiros responsáveis pela transmissão de informação no cérebro que regulam o nosso humor e outras funções do organismo. São três os neurotransmissores afetados: a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. O mais atingido pelo “E” é a serotonina – que controla as nossas emoções e também regula o domínio sensorial, o motor e a capacidade associativa do cérebro. O MDMA provoca uma descarga de serotonina nas células nervosas do cérebro para produzir os efeitos de bem-estar e leveza tão apreciados pelos freqüentadores das raves.
Como a serotonina também é reguladora da temperatura do corpo, outro risco imediato de quem toma o ecstasy é o da hipertermia, ou superaquecimento do organismo. As mortes associadas à droga são decorrentes quase sempre da elevação da temperatura do corpo acima dos 41 graus. A partir dessa temperatura, os riscos são eminentes. O sangue pode coagular produzindo convulsões e parada cardíaca. Não é à toa que as raves são praticamente as únicas festas em que o consumo de água mineral ultrapassa de longe o das bebidas alcóolicas.
Por estar tão associado ao ambiente tecno-futurista da música digital, é difícil acreditar que o MDMA já existia em 1912 – quando o último grito em tecnologia sonora era o fonógrafo de Thomas Edison. Em 1914, o laboratório alemão Merck patenteou a fórmula do MDMA, na esperança que ela servisse como um medicamento para estancar hemorragias. Mas a droga nunca chegou a ser comercializada. E permaneceu esquecida por décadas até ser ressuscitada na Califórnia, nos Estados Unidos, nos anos 60. O químico Alexander Schulgin sintetizou o MDMA em seu laboratório e testou os efeitos em si mesmo. Em 1978, publicou o primeiro artigo científico sobre o efeito da substância em seres humanos. O artigo dizia que a droga produzia um “estado controlável de alteração da consciência com harmonia sensual e emocional”. Foi o bastante para que um grupo de psicoterapeutas americanos passasse a usar o MDMA como droga auxiliar em seus tratamentos. A idéia era simples: sob doses controladas, os pacientes falariam sem barreiras sobre os seus conflitos, ajudando seus tratamentos psicológicos.
Esses terapeutas pouco conheciam os efeitos da droga sobre o cérebro, a longo prazo. E tentaram manter seu uso restrito. Temiam que, assim como ocorreu com o LSD, o MDMA fosse proibido quando se tornasse popular. Os anos 80 confirmaram as previsões. No início daquela década, a droga podia ser encontrada em bares, nos Estados Unidos, com o nome de Adam, Essence e Love. Em 1986, a Comissão de Entorpecentes das Nações Unidas e peritos da Organização Mundial de Saúde solicitaram que os Estados membros de ambas as instituições banissem o MDMA com base na Convenção Internacional sobre substâncias psicotrópicas de 1971. Com a decisão, os psicoterapeutas ficaram proibidos de usar profissionalmente o MDMA – com exceção da Suíça, onde a droga permaneceu liberada para esse fim até 1993. Apesar da proibição, até hoje alguns médicos continuam insistindo nas possíveis vantagens terapêuticas da droga. É o caso da doutora Julie Holland, psiquiatra norte-americana que escreve artigos em defesa do MDMA. Para Holland, a substância pode servir como um antidepressivo de efeito imediato. “A maioria dos antidepressivos levam semanas e às vezes meses para funcionar, enquanto o MDMA precisa de apenas uma hora”, afirma Julie.
O que novas pesquisas da Universidade John Hopkins trazem são evidências de que o MDMA causa danos permanentes em determinadas células do cérebro (ver box acima). No mês passado, a revista americana Neurology publicou os resultados parciais de uma recente pesquisa canadense que dissecou cérebros de cadáveres de usuários de ecstasy para compará-los com cérebros de pessoas que não haviam usado a droga. Os resultados são surpreendentes: a quantidade de serotonina nos cérebros dos usuários do ecstasy era de 50% a 80% menor do que em um cérebro comum.
Mas nem a divulgação dessas pesquisas, nem a proibição da droga, impediram a escalada de vendas de “E”. Na cidadede Nova York, uma pesquisa revelou o impressionante dado de que um em quatro adolescentes já experimentaram a droga. Em São Paulo, até o ano passado o ecstasy nem era levado em conta pelas estatísticas. No levantamento domiciliar sobre o uso de drogas no Estado, realizado pela Universidade Federal de São Paulo, o ecstasy nem entrou na lista. Depois da maior apreensão de Ecstasy no Brasil, em novembro do ano passado – 170 000 comprimidos no Aeroporto de Cumbica em São Paulo –, e da recente descoberta do laboratório da droga no país, tudo indica que a indiferença em relação ao “E” vai acabar.
É provável que o maior risco do Ecstasy, no entanto, não advenha diretamente do MDMA. Como toda substância ilegal, ninguém pode garantir o conteúdo do comprimido que é vendido como ecstasy numa festa ou casa noturna. “Nas amostras que analisamos em São Paulo, encontramos diversas substâncias misturadas ao MDMA”, diz o professor Ovandir Silva, diretor do laboratório de análise toxicológica da USP. “Alguns comprimidos continham cafeína e metaanfetamina – droga com alto poder de vício.”
A propósito: ecstasy vicia? Por enquanto, há poucos relatos de dependência física de MDMA – apesar de a OMS recomendar que não se faça mais a distinção entre dependência física e psicológica. O que se estima, de toda forma, é que seu poder de vício seja equivalente ao do LSD. “Ainda não conheço nenhum viciado em ecstasy”, diz Arthur Guerra, professor da USP e um dos maiores especialistas no tratamento de dependentes de drogas no país. Guerra, que recentemente recebeu a incumbência de tratar o cantor Rafael, do grupo Polegar, usuário de cocaína e crack, diz que ainda é incomum ouvir depoimentos do uso de ecstasy fora das festas e de encontros entre amigos. “A droga ainda está associada a um tipo bem específico de cultura”, diz.
A origem dessa cultura que envolve o “E” remonta ao ano de 1987, na Ilha de Ibiza, na costa mediterrânea da Espanha, uma das maiores concentrações de jovens europeus, e especificamente ingleses, em férias de verão. Foi lá que surgiu a cultura clubber, em referência aos freqüentadores dos “clubs” de Ibiza, casas noturnas que correspondem às nossas danceterias. Uma associação entre psicodelismo, festas dançantes intermináveis e, claro, ecstasy. “Eles uniram a música eletrônica e a linguagem visual dos anos 60 e 70”, diz a jornalista Erika Palomino, espécie de porta-voz da cena clubber no Brasil. Erika acompanha raves desde suas origens, em 1994, quando o movimento estava restrito ao underground da noite paulista. “Naquele ano, chegaram as primeiras remessas significativas de ecstasy no país. Ele vinha cercado da fama de droga do amor”, diz. Erika conta que, depois de um certo tempo, muitos usuários não conseguem mais se divertir sem a droga. “De certa forma, eles também se tornam escravos do ‘E’.”
Mecanismo de ação
 O 3,4-metilenodioximetanfetamina age sobre o sistema nervoso central (SNC) aumentando a secreção de serotonina, dopamina e noradrenalina em neurônios pré-sinápticos, sendo os neurônios serotoninérgicos os mais susceptíveis. O êxtase age também impedindo a recaptação desses neurotransmissores inibindo a ação da MAO (monoaminaoxidase). A liberação excessiva de serotonina e do ácido hidroxiindolacético (metabólito da serotonina) promove a auto-oxidação dessas substâncias, pois a MAO está inibida, formando metabólitos tóxicos que reagem com as enzimas e com as membranas neuronais causando neurodegeneração13. A longo prazo ocorre neurotoxicidade serotoninérgica pré e pós-sináptica caracterizada pela depleção de 5HT e 5HIAA, redução da enzima triptofano hidroxilase e redução da densidade de sítios de recaptação de 5HT11. Essa redução é seguida da depleção intraneural das reservas de 5HT, que acaba por ativar receptores 2A/2C pós-sinápticos localizados em interneurônios GABA, resultando em redução desse neurotransmissor e da síntese de dopamina13. O efeito dopaminérgico do MDMA consiste na ativação dos centros de prazer dependentes de dopamina no cérebro17. Essa droga possui pouca atividade alucinógena relacionada ao estímulo de serotonina e estimula indiretamente a secreção de vasopressina por seus efeitos serotoninérgicos. O uso abusivo do MDMA está associado a acentuada hiponatremia e à síndrome de secreção inadequada de vasopressina. Pela estimulação dos neurônios serotoninérgicos há secreção de serotonina e as vias serotoninérgicas, da mesma forma, regulam a secreção do hormônio ADH7. Há interação do êxtase com drogas inibidoras da MAO (monoaminoxidase) exacerbando os seus efeitos serotoninérgicos e simpatomiméticos2. O uso concomitante da maconha promove comprometimento cognitivo e de performance (estado de alerta, inteligência, atenção e memória)2,3,6,9,10,11. Efeitos subagudos no término da ação do MDMA são atenuados pela maconha, substância capaz de causar mudanças no ciclo de humor. Há relatos de início de esquizofrenia com o uso diário das duas drogas17. O uso do êxtase associado a álcool e Cannabis sativa diariamente provoca síndrome de despersonalização persistente. A associação com a cetamina pode causar problemas mentais graves17. Há indícios de que o uso concomitante de álcool e MDMA deprima o sistema imunológico,
Toxicologia
 Entre os efeitos buscados pelos usuários de êxtase estão a maior empatia, percepção de memórias inconscientes, sentimento de proximidade com as outras pessoas, aumento das sensações emotivas e sensuais, euforia, elevação da auto-estima e alteração da percepção visual1,9,11. Essa droga tem elevado potencial tóxico e pode conduzir a seqüelas pelo seu efeito cumulativo13. O uso do êxtase causa vários efeitos que podem ser classificados de acordo com o tempo de uso, com a dose, com o mecanismo de ação e com o sistema afetado. Utilizando-se como parâmetros o tempo e a dose, as doses baixas promovem, como efeitos agudos, taquicardia, hipertensão, diminuição do apetite, tremor, trismo, bruxismo, náusea, insônia, cefaléia e sudorese2,9,11. Doses repetidas ou elevadas causam vômito, ataxia, nistagmo, aumento da acuidade para cores, alucinação visual, aumento da sensibilidade ao frio, dormência, formigamento nas extremidades e hepatite tóxica11. Nas reações de superdosagem podem ocorrer arritmias cardíacas, taquicardia, palpitação, hipertensão arterial, hipertermia e até morte11. Podem ocorrer efeitos residuais de ressaca no dia seguinte ao uso, que incluem insônia, fadiga, tontura e dores musculares, com efeitos persistentes por até duas semanas, como exaustão, fadiga, depressão, náusea, flashback e torpor11. Esses efeitos devem-se à neurotoxicidade serotoninérgica da droga. Durante a intoxicação aguda, alguns sintomas são decorrentes da estimulação simpática, ou seja, da intensa liberação de noradrenalina nos terminais présinápticos, o que pode causar diaforese, midríase, perturbação psicomotora e também alterações no aparelho cardiovascular1,2,9,11. As complicações que acometem o coração e o sistema de condução do sangue incluem hipertensão arterial sistêmica, arritmias, palpitações, bloqueio atrioventricular, choque cardiogênico e espasmo vasoconstritor difuso, ocasionando infarto intestinal1 . O aumento da freqüência cardíaca ocorre devido ao aumento da atividade simpaticomimética e da permeabilidade iônica da membrana celular, resultando em aceleração do processo de auto-excitação no nó sinusal. Uma das conseqüências imediatas do consumo de êxtase mais conhecida é a hipertermia, a qual contribui para outros efeitos sistêmicos graves, como a insuficiência renal aguda, a insuficiência hepática aguda, podendo ainda estimular a coagulação intravascular disseminada (CID), complicada por sangramento1,2,8,9,11. A hipertermia deve-se à estimulação dos receptores alfa e beta-adrenérgicos, além da ativação do sistema simpático-adrenal. Em conseqüência, observa-se a desnaturação protéica das fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise). Assim como as demais drogas inibidoras da MAO, o êxtase pode causar necrose hepática maciça. Nos rins, observa-se acúmulo de proteínas nos capilaresglomerulares e interstício renal, levando à glomerulonefrite e à necrose tubular, gerando insuficiência renal aguda. A CID é desencadeada por vasculites. O metabolismo natural do organismo também é afetado pelo êxtase e culmina em alterações, tais como: acidose, hipercalemia, hiponatremia e secreção intensa de hormônio antidiurético. O sistema nervoso central é o principal alvo tanto dos efeitos desejáveis do êxtase quanto de sua ação tóxica pela estimulação serotoninérgica, levando a efeitos psicodélicos, como alucinações visuais e distorções cognitivas1,11. Detectam-se também a ocorrência de delírios, percepção alterada do tempo, redução da capacidade de atenção e cefaléia1,9,11. Outras conseqüências psiquiátricas são disforia, confusão mental, crises de paranóia, comportamento obsessivo, ataques de pânico, depressão, anorexia ou bulimia1,2,9,10,11. Outras manifestações também estão presentes na intoxicação cerebral com a 3,4- metilenodioximetanfetamina e são representadas por fadiga, hiperreflexia, ataxia, nistagmo, comprometimento visual, insônia, irritabilidade, convulsões, acidente vascular cerebral e até parada respiratória1,8. O MDMA provoca alterações na circulação cerebral, como formação de saliências, dificuldades de enchimento vascular, fragmentação de vasos e hemorragias. A anorexia é causada pela liberação de dopamina no hipotálamo lateral. As alterações degenerativas irreversíveis do sistema nervoso central, mais precisamente nas sinapses serotoninérgicas, são resultantes de altas doses consumidas (300 mg ou mais) durante longo período de tempo. Esse efeito cumulativo pode trazer manifestações crônicas de ansiedade, ataques de pânico, depressão, fenômenos de flashbacks, psicoses e comprometimento cognitivo e da memória1,2,3,6,9,10,11. A empatia é provocada pela liberação aumentada de serotonina. A degeneração neuronal, as doenças vasculares cerebrais e o infarto do mesencéfalo são responsáveis pela perda de memória.

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