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Aula 5 - Política monetária e legislação aplicada

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Aula 5 - Política monetária e legislação aplicada
A ordem monetária na Constituição Federal brasileira
A Constituição Federal brasileira aborda a questão da moeda nos artigos a seguir:
Art. 48 XIII e XIV
“Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, [...], dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: [...]
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal”.
Art. 164
“A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central.
§ 1º. É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao tesouro nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º. As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei”.
Sistema Financeiro Nacional (SFN) – Autoridades Monetárias
Para regular a questão da moeda, tem-se as autoridades monetárias, que são: Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil. A seguir, conheça cada uma com mais detalhe.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
É um órgão colegiado ao Ministério da Fazenda e é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
Ao CMN compete:
 Estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia;
 Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras;
 Disciplinar os instrumentos de política monetária.
A Lei nº. 4595/64 em seu art. 3º estabelece os objetivos da política do CMN. Observe:
A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa.
A atual composição do Conselho Monetário Nacional CMN é constituída por:
Ministro da Fazenda (como Presidente do Conselho) + Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão + Presidente do Banco Central do Brasil
O CMN é o órgão máximo de todo o sistema financeiro nacional. Entre as suas atribuições destacamos:
· Autorização de emissão de papel moeda;
· Fixação dos coeficientes dos encaixes obrigatórios dos depósitos a vista e depósitos a prazo;
· Regulamentação das operações de redesconto;
· Estabelecimento de diretrizes do Banco Central para operações com títulos públicos;
· Regulamento das operações de câmbio e política cambial;
· Aprovação do orçamento monetário elaborado pelo Banco Central.
Banco Central do Brasil (Bacen)
· É uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional e foi criado em 31 de dezembro de 1964, com a promulgação da Lei nº 4.595/64.
· Atua como órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país.
· Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), pelo Banco do Brasil (BB) e pelo Tesouro Nacional.
SUMOC - Criada em 1945, com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização de um banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política cambial e representava o País junto a organismos internacionais.
O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, mediante o controle das operações de comércio exterior, o recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais, e a execução de operações de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo com as normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial.
O Tesouro Nacional era, até então, o órgão responsável pela emissão de papel-moeda.
Destacamos alguns acontecimentos importantes relacionados ao Bacen:
1964
Após a criação do Banco Central, buscou-se dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de "bancos dos bancos".
1985
Nesse ano foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional.
1986
Nesse ano foi extinta a conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central.
1988
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central, entre os quais destacam-se o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional.
Atenção
O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.
Dentre as atribuições do Bacen, destacam-se:
· Emissão de moeda (moeda é um instrumento aceito por todos nas trocas)
· Recebimento dos depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos depósitos voluntários das instituições financeiras em geral;
· Realização de operações de redesconto de liquidez e seletivo;
· Realização de operações de mercado aberto (open Market)
· Controle do crédito e das taxas de juros)
· Fiscalização das instituições financeiras e concessão da autorização para seu financiamento;
· Administração das reservas cambiais do país.
Instrumentos de Política Monetária
Os instrumentos de Política Monetária referem-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. São eles:
Emissões
O Banco Central controla o montante de moeda na economia, decidindo sobre as necessidades de novas emissões e respectivos volumes.
Depósitos compulsórios
Os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central um percentual determinado sobre os depósitos a vista. Caso o governo queira restringir a oferta monetária, poderá aumentar a porcentagem dos depósitos a vista que os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central.
Operações com mercado aberto (open market)
Consistem na compra e venda,pelo Banco Central, de títulos da dívida pública.
Operações de redesconto
Correspondem à liberação de recursos pelo Banco Central aos bancos comerciais, que podem ser classificados como empréstimos ou redesconto de títulos. Se o Banco Central elevar a taxa aplicada às operações de redesconto, poderá desestimular o sistema bancário em recorrer a este tipo de socorro financeiro.
O Banco Central poderá também afetar o fluxo de moeda pela regulamentação da moeda e do crédito, por exemplo, restringindo o crédito, fixando taxa de juros, prazos para o crédito ao consumidor etc.
Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de política monetária seria diminuir o estoque monetário da economia (política monetária contracionista). Ex: aumento dos depósitos compulsórios, ou captação de recursos através do open Market.
Se a meta é o crescimento econômico, a medida adotada seria o aumento do estoque monetário (política monetária expansionista).
Regulamentação dos Bancos comerciais
A Lei nº. 4.595/64 trata da regulamentação dos bancos comerciais. Destacamos alguns artigos que evidenciam esse processo, a seguir.
Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Art. 18. As instituições financeiras somente poderão   funcionar no País mediante prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representada por ações nominativas.
Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não menos de 50% (cinquenta por cento) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou Território.
Art. 30. As instituições financeiras de direito privado, exceto as de investimento, só poderão participar de capital de quaisquer sociedades com prévia autorização do Banco Central da República do Brasil (...)
O Banco do Brasil tem função precípua de agente financeiro do Tesouro Nacional, podendo nesta atribuição, entre outros:
· Receber a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes de arrecadação de tributos e o produto das operações de crédito da União por antecipação da receita orçamentária;
· Realizar pagamentos e suprimentos necessários à execução do orçamento geral da União;
· Conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal;
· Adquirir e financiar estoques de produção exportável;
· Ser agente pagador e recebedor fora do país; executar os serviços bancários de interesse do Governo federal;
· Executar os serviços de compensação de cheques e de outros papéis.
Natureza jurídica e finalidade da Taxa Selic
A taxa SELIC surgiu em 15 de junho de 1986, por meio da Resolução n.º 1.124, passando a traduzir um referencial aos rendimentos do Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Tem como finalidade analisar as variações das operações do sistema, e, ao mesmo tempo, impor aos títulos um rendimento pelo investimento feito pelos tomadores das letras da dívida pública.
Para calculá-la, utilizou a taxa média ajustada nos financiamentos apurados nos seus sistemas, com o objetivo de remunerar os títulos do Banco Central do Brasil.
A definição que melhor se enquadra à taxa em debate é a constante da Circular Bacen n.º 2.868/99, repetida na Circular Bacen n.º 2.900/99:
“A Taxa Selic é a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais.
Títulos de Crédito
Pode-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes:
1 - Títulos públicos, que são emitidos pelo Poder Público, em que se destacam os Títulos da Dívida pública.
2 - Títulos particulares ou comerciais.
São títulos particulares ou comerciais, entre outros:
Ações emitidas pelas sociedades comerciais é a unidade de capital das sociedades anônimas.
Debêntures são títulos de créditos de emissão das sociedades por ações, representando empréstimos contraídos por estas sociedades junto aos particulares.
Nota Promissória é o título de crédito pelo qual alguém promete pagar a outrem certa quantia em determinado prazo. Trata-se de uma promessa de pagamento, exigindo, na sua constituição, um emitente, que é o devedor que assina, e um beneficiário ou portador, que é o credor.
Cheque é a ordem de pagamento a vista emitida em favor próprio ou de terceiro, sem prazo ou vencimento, sacada por uma pessoa contra instituição financeira autorizada. Emissor ou emitente é a pessoa que emite o cheque. Sacado é o banco que tem fundos à disposição do emitente. 
Duplicata Mercantil é o título de crédito de emissão nas vendas mercantis a prazo, realizadas entre comerciantes residentes no país.
O novo Código Civil, Lei nº. 10.406/2002, trata nos arts. 887 a 926 sobre os títulos de crédito, classificando estes títulos como ao portador, à ordem (endosso) ou nominativo. Observe:
Título de crédito ao portador: são aqueles que não indicam o nome do beneficiário e se transferem por simples entrega manual.
Títulos de crédito à ordem: são aqueles emitidos a uma pessoa determinada mediante endosso, que pode ser lançada no verso e no anverso do título de crédito.
Títulos de crédito nominativos: são aqueles que trazem inscrito o nome de seu proprietário e somente se opera sua transferência por meio de termo de transferência lavrado em livro próprio e cujo nome conste no registro do emitente assinado pelo proprietário e pelo adquirente, tais como as ações nominativas das sociedades anônimas.
Os impactos da Inflação
Na questão monetária, é fundamental que estudemos a inflação que apresenta impactos significativos sobre a vida da população. A política monetária deve ser utilizada para conter uma elevação dos preços praticados na economia.
Podemos definir a inflação como:
Uma alta persistente e generalizada dos preços da economia. A alta de preços deve ser persistente, não podendo ser confundida com altas esporádicas de preços ocasionadas por flutuações sazonais.
As fontes de inflação costumam diferir, em função das condições de cada país, como por exemplo:
Tipo de estrutura de mercado (oligopolista ou monopolista):
Permite aumentos autônomos das margens de lucros das empresas, além de facilitar o repasse do aumento de custo ao preço do produto.
Grau de abertura da economia ao comércio exterior
Uma economia aberta ao comércio internacional, poderá permitir uma competição do produto fabricado internamente com o produto importado, resultando em menores os preços dos produtos.
Estrutura das organizações sindicais
Os setores que possuem uma estrutura sindical mais forte poderão obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade e da inflação, gerando maior pressão sobre os preços.
Desequilíbrio do Setor Público
Desequilíbrios do Setor Público levam ao déficit constante nas contas públicas. Se o Governo optar pela emissão de moeda esse desequilíbrio gerará inflação.
Tipos de Inflação
A inflação pode ser classificada em inflação de demanda e inflação de custos. Vamos conhecê-las a seguir.
Inflação de Demanda
Refere-se ao excesso de demanda agregada de mercadorias e serviços, tanto de consumo como de produção, em relação à oferta dessas mercadorias e serviços. A economia, quando está produzindo perto do pleno emprego de recursos, está mais sujeita ao processo inflacionário.
O aumento da demanda agregada pode ser ocasionado por:
· Aumento dos investimentos;
· Aumento das exportações;
· Redução das importações;
· Aumento dos gastos do governo;
· Redução dos tributos;
· Aumento da oferta da moeda.
As medidas de combate ao processo inflacionário devem se basear em instrumentosque provoquem:
· Redução da demanda por mercadorias por serviço;
· Aumento da carga tributária;
· Restrição ao crédito;
· Redução dos gastos governamentais;
· Controle sobre salários;
· Elevação da taxa de juros.
Inflação de Custos
A inflação de custos está associada a uma elevação dos custos de produção. O nível da demanda permanece constante, mas os custos de certos fatores de produção aumentam. Com isso, as empresas repassam o aumento de custo para o preço final do produto.
As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são:
• Aumentos salariais;
• Aumentos do custo de matérias-primas;
• Estrutura monopolista ou oligopolista de mercado.
Teorias de inflação
Na teoria tradicional, a causa clássica da inflação decorre da Teoria Quantitativa da Moeda, proveniente da escola monetarista, na qual o aumento do meio circulante provoca o aumento geral dos preços. Ou seja, o valor ou o poder aquisitivo da moeda seria inversamente proporcional ao montante da moeda em circulação.
A inflação, portanto, seria provocada pelo aumento da oferta de moeda no mercado. Caso a emissão de moeda for intensa, é natural que os preços subam visto que, quanto maior for a quantidade de moeda em poder do público, maior a demanda e essa elevação da demanda acaba resultando no processo inflacionário.
A crítica feita à teoria monetarista situa-se na sua pretensão de querer elaborar uma teoria geral de inflação que seja aplicada a quaisquer realidades sem distinção. Essas escolas são consideradas ortodoxas, pois se contrapõem às teorias que procuram a origem dos processos inflacionários em outras variáveis observadas nas chamadas economias em processo de desenvolvimento.
Atenção
A mais tradicional teoria heterodoxa refere-se à concepção estruturalista de teóricos da CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina – que atribui a origem real da inflação aos problemas estruturais de tais países.
Para teóricos como Osvaldo Sunkel, Aníbal Pinto e Ignácio Rangel, as pressões inflacionárias seriam originadas pela rigidez do mercado, que não seria capaz de atender à demanda da sociedade, de problemas exógenos ao sistema ou pela realimentação do próprio processo inflacionário, tornando a inflação sempre crescente e acumulativa. A saída se encontraria na redistribuição de renda que permitiria dar um novo dimensionamento à economia e poria fim aos conflitos de interesses existentes na sociedade.
Veja algumas consequências do processo inflacionário:
Redução do poder aquisitivo os assalariados e os rendimentos de aluguel são diretamente afetados.
Desestímulo à aplicação no setor produtivo desestímulo à aplicação no setor financeiro, estímulo à compra de imóveis e de moeda estrangeira.
Redução da arrecadação tributária a inflação tende a reduzir o valor da arrecadação dos tributos pelo governo, pela defasagem existente entre o fator gerador e o recolhimento efetivo do imposto, ocasionando menor arrecadação real pelo governo.
Desequilíbrio nas contas externas encarecimento do produto nacional em relação ao produto no exterior, provocando um estímulo às importações e um desestímulo às exportações.
Atividade
Vamos exercitar os seus conhecimentos!
Leia a matéria jornalística “FMI apoia políticas monetárias não convencionais” e, em seguida, comente sobre os tópicos a seguir:
 A importância do Banco Central no Brasil e na Europa na questão monetária;
 A importância da taxa de juros como instrumento de política monetária e para estimular o crescimento econômico.
Gabarito
Os Bancos Centrais atuam como órgão executor da política monetária e como agente fundamental para manter a estabilidade da moeda.
A redução da taxa de juros vai estimular a retomada de crescimento nas principais economias e em particular no Brasil.
Nesta aula, você:
· Examinou como procede a ordem monetária na Constituição Federal brasileira;
· Analisou a natureza jurídica e finalidade da Taxa Selic;
· Identificou os tipos de Inflação e suas consequências.
TESTE DE CONHECIMENTO
		1 - Imagine que o interesse do governo seja o de estimular a atividade econômica. Nesse caso, a decisão recomendada pela política de juros e crédito seria: 
	
	
	
	reduzir os juros e/ou reduzir o crédito 
	
	
	manter inalterados juros e crédito 
	
	
	aumentar os juros e/ou reduzir o crédito 
	
	
	reduzir os juros e/ou aumentar o crédito 
	
	
	aumentar os juros e/ou aumentar o crédito 
	Explicação: 
A alternativa correta é reduzir os juros e/ou aumentar o crédito¿. 
Trata-se de medida clássica de política econômica voltada ao estímulo à atividade econômica. Quando o governo reduz a taxa de juros desestimula as aplicações, em rese sobrando mais dinheiro para investimento em atividades produtivas e, dessa forma, gerando mais emprego, além de ampliar o atendimento das demandas do consumo. Por outro lado, uma taxa baixa de juros, estimula os empreendedores a tomar capitais para investimentos. Até mesmo os consumidores serão estimulados ao consumo, através do crediário, por exemplo. Oferecer, por outro lado, mais recursos creditícios, amplia a capacidade investidora dos agentes econômicos, que desejam investir e/ou consumir. No sentido oposto, a restrição ao crédito e a elevação dos juros, inibe o consumo e o investimento, reduzindo, dessa forma, a atividade econômica.
		2 - Para reduzir o volume de moeda em circulação através de operações no mercado aberto (open market), o governo deve: 
	
	
	
	aumentar o volume de moeda 
	
	
	recomprar títulos públicos 
	
	
	proibir a venda de títulos públicos 
	
	
	suspender a emissão de moeda 
	
	
	emitir e vender títulos públicos 
	Explicação: 
Está correta a alternativa emitir e vender títulos públicos.
Vender títulos públicos constitui medida de política monetária clássica para controle de inflação em economias tipicamente de mercado. Se a autoridade monetária, em nosso caso o Banco Central, percebe um processo inflacionário em curso ou em possibilidade de vir a ocorrer, a retirada de moeda, ou seja, dinheiro, em circulação é uma ação que pretende o controle da inflação, pois a redução de moeda circulando na economia reduz o ritmo das transações, do consumo e produção. Quando os indivíduos ou empresas aplicam seus recursos financeiros, por exemplo, comprando títulos do governo, por que os rendimentos com essa transação podem ser mais compensadores do que consumir e/ou produzir, o resultado é um freio na atividade econômica. Dessa forma, ocorrendo uma baixa nas atividades de produção e consumo, a tendência é que os preços, a inflação, adquiram um comportamento menos volúvel, tendendo à estabilização.
		3 - Assinale o item que não contém um instrumento de política monetária.
	
	
	
	Operações com mercado aberto.
	
	
	Depósitos compulsórios.
	
	
	Emissões de moeda.
	
	
	Aumento de impostos.
	
	
	Operações de redesconto.
	Explicação: 
todos os demais são instrumentos de política monetária, conforme capítulo 3 do livro texto.
		4 - Avalie as afirmações abaixo.
A taxa SELIC é a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Selic para títulos federais.
CONTUDO,
Sempre terá um limite para as taxas de juros determinada pelos senadores.
As afirmações são:
	
	
	
	a primeira verdadeira e a segunda falsa.
	
	
	a primeira falsa e a segunda verdadeira.
	
	
	ambas verdadeiras e a segunda não contrapõe a primeira.
	
	
	ambas verdadeiras e a segunda contrapõe a primeira.
	
	
	ambas falsas.
	Explicação: 
a primeira afirmação é verdadeira pois é a definição da SELIC. A segunda é falsa porque não há limite e varia de acordo com a determinação do COPOM.
		5 - A redução da taxa do depósito compulsório determinada pelo Banco Central do Brasil para combater a crise internacional de 2008 representou uma medida de: 
	
	
	
	política monetária com objetivo de reduzir o crédito 
	
	
	política de juros com objetivo de aumentar o crédito 
	
	
	política de juros com objetivo de reduzir o crédito 
	
	
	política comercial com o objetivo de reduzir o crédito
	
	
	política monetária com objetivode aumentar o crédito 
	Explicação: 
Está correta a alternativa políticamo≠táriacomobjetivodeaumentarocrédi→.
O depósito compulsório é um mecanismo de natureza financeira, que impõe aos agentes financeiros, como os bancos, o depósito de uma parte dos recursos sob sua gestão no Banco Central. Trata-se de um mecanismo de controle estatal sobre o montante de moeda, de dinheiro, em circulação. Maior quantidade de dinheiro em circulação tende a estimular a atividade econômica. Menor quantidade, ao contrário, tende a reduzir o ritmo da atividade econômica. Em situações de crescimento da inflação, reduzir a quantia em circulação, reduzindo a atividade, tende a reduzir a inflação. Em situações de crise recessiva ou simplesmente redução da atividade econômica, permitir maior disponibilidade de recursos financeiros em circulação tende a aumentar o ritmo da atividade econômica e seu crescimento.
Nesse sentido, um depósito compulsório mais ou menos elevado incide sobre o conjunto da economia reduzindo sua atividade (compulsório mais elevado) ou estimulando o crescimento (compulsório mais modesto).
		6 - Pela sua importância econômica, um dos constantes temas de abordagem e tentativa de controle de qualquer governo é a inflação. Pelos conceitos estudados, inflação significa: 
	
	
	
	uma alta nos níveis de preços da economia superior a 10% 
	
	
	uma alta nos níveis de preços da economia superior a 20% 
	
	
	uma alta momentânea nos níveis de preços da economia 
	
	
	uma alta sucessiva e consecutiva nos níveis de preços da economia 
	
	
	uma alta nos níveis de preços da economia superior a 15 % .
		7 - Assinale a alternativa que não apresenta uma consequência do processo inflacionário.
	
	
	
	Elevação da expectativa de vida.
	
	
	Redução do poder aquisitivo.
	
	
	Desestímulo à aplicação no setor produtivo.
	
	
	Desequilíbrio nas contas externas.
	
	
	Redução da arrecadação tributária.
	Explicação: 
Essa é apenas a alternativa que não tem qualquer relação com a inflação.
		8 - Assinale a afirmativa que não corresponda a uma função do Banco Central: 
	
	
	
	Aceitar depósitos à vista do público e conceder empréstimos ao público
	
	
	Executar a política monetária do país
	
	
	Ser o banco dos bancos
	
	
	Ter o monopólio da emissão de moeda
	
	
	Supervisionar e gerir sistemas de pagamentos
	Explicação: 
O Banco Central apenas se relaciona diretamente com o Governo e com as instituições financeiras do país, nunca diretamente com o público.

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