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Direito Penal

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(
1
)DIREITO PENAL
TEORIA DA LEI PENAL
CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL
CIÊNCIAS CRIMINAIS:
· Direito Penal é o ramo jurídico que proíbe condutas, transformando-as em crime ou contravenção, sob a ameaça de pena ou medida de segurança com a finalidade de proteger os mais importantes bens jurídicos. É uma ciência normativa que compõe as ciências criminais.
· Criminologia é a ciência empírica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vitimologia e o controle social. É uma ciência causal-explicativa, que explica, através da observação de campo, a origem dos crimes. 
· Política criminal consiste no conjunto de estratégias utilizadas coercitivamente pelo Estado, a partir do substrato da criminologia, para controlar o fenômeno criminal. São estratégias racionalmente aplicadas com objetivo de diminuir a criminalidade. 
· Dogmática jurídica-penal consiste na estruturação sistêmica dos institutos jurídicos com a finalidade de compreender o objeto do direito e de dar previsibilidade às decisões judiciais. É o que mais se aproxima de uma ciência do direito penal. 
· Direito penal objetivo consiste no conjunto de normas positivadas que versam sobre o direito penal. 
· Direito penal subjetivo é o poder-dever de punir que pertence com exclusividade ao Estado. É o ius puniendi.
· Direito penal substantivo se refere às normas de direito material penal, ou seja, sobre a teoria, o crime etc, são direito substantivo. É o direito penal. 
· Direito penal adjetivo é expressão que se refere ao direito processual penal.
 
PRINCÍPIOS PENAIS FUNDAMENTAIS
São normas estruturais, que condicionam o funcionamento e aplicação da lei penal. 
1. Princípio da Intervenção Mínima: tem fundamento o direito à dignidade humana e o direito à vida, à liberdade etc.. O direito penal, por representar a mais gravosa das respostas do Estado, deve ter atuação subsidiária aos outros ramos do direito e fragmentária quanto ao bem jurídico que visa proteger – o que significa que somente deve ser aplicado quando for imprescindível.
a. Princípio da Subsidiariedade: temos que, o direito penal deve ser a ultima ratio em comparação aos outros ramos do direito. 
b. Princípio da Fragmentariedade: o direito penal só deve proteger os bens jurídicos mais importantes para a vida em sociedade contra as ofensas intoleráveis. Tem dupla aplicação, pois traz quais são os bens mais relevantes que vão fundamentar uma norma penal incriminadora, mas também tem o desdobramento relacionado à intensidade da lesão, posto que somente o intolerável deve ser punido.
2. Princípio da Insignificância: criado em 1964 pelo Claus Roxin, que afirma que o conteúdo do tipo penal é a própria proteção do bem jurídico. É causa de exclusão da tipicidade. Este princípio traz que a conduta que não lesiona ou que não traz perigo relevante de lesão ao bem jurídico tutelado pelo tipo penal, não realiza o pressuposto material do tipo, e por isso não haverá tipicidade material. Ou seja, ainda que um fato encontre perfeita consonância com o que está previsto no tipo penal, tal fato somente deve ser passível de punição se a lesão ou ameaça ao direito tutelado seja relevante. O direito penal objetivo não traz o princípio da insignificância, mas isso não nos impede de aplicá-lo. Tem quatro vetores/requisitos para a aplicação deste princípio foram fixados pelo STF, e são:
a. Mínima ofensividade da conduta: não pode ser muito agressiva à vítima;
b. Ausência de periculosidade social da ação;
c. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
d. Inexpressividade da lesão jurídica.
Observações: não cabe a aplicação deste princípio nos crimes com violência ou grave ameaça desde o Informativo 439 do STJ. Crimes de fé pública ou de moeda falsa também não comporta a insignificância (HC97220). Crime de descaminho e crimes contra a ordem tributária (Resp. 1688878): a insignificância tem como base o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) mas existem outros vetores a esse respeito. Em crimes contra a administração pública, temos a Súmula 599 do STJ, que proíbe, mas o Informativo 624 do STF diz que isso é relativo e deve-se analisar caso a caso (ex.: folha que foi impressa na impressora de órgão público).
3. Princípio da Bagatela Imprópria/Irrelevância Penal do Fato: aplica-se quando o fato nasce relevante para o direito penal, mas, por motivos alheios à conduta, é desnecessário se aplicar a pena. Serve como causa de isenção de pena. Presume um conceito funcional de culpabilidade, ou seja, ausente a necessidade da pena, ausente a culpabilidade.
4. Princípio da Adequação Social: o direito penal não deve reprimir condutas adequadas segundo a ordem social historicamente condicionada. É anterior ao princípio da insignificância. Tem dupla função, a de política criminal, voltada ao legislador, que deve observar o contexto social para criminalizar ou não uma conduta; e também a função interpretativa ou dogmática, dirigida ao juiz, resulta na exclusão da tipicidade material. Há uma forte resistência dos juízes em aplicar tal princípio, pela compreensão de que o costume não pode revogar norma penal. 
Observações: os crimes de violação de direito autoral seguem puníveis. O crime de casa de prostituição continua típico apenas quando existe exploração sexual.
5. Princípio da Culpabilidade: na concepção clássica, ele servia como garantia contra a responsabilidade penal objetiva, na esteira da Teoria Psicológica – ou seja, naquela em que não se analisa o dolo ou a culpa. Na concepção finalista, com a Teoria Normativa Pura da culpabilidade, a culpabilidade passa a ser um juízo de reprovação pessoal e se baseia em elementos como imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude. É, portanto, um princípio que proíbe a punição sem os requisitos do juízo de reprovação segundo o estágio atual da culpabilidade. Ainda, é também entendida como medida das penas, em respeito ao direito penal do fato. Vem para garantir a aplicação de responsabilidade penal subjetiva. 
6. Princípio da Lesividade: o direito penal só pode criminalizar condutas que possuem ofensividade ao bem jurídico penal, ou seja, somente pode criminalizar ações ou omissões que podem de fato atingir o bem jurídico. Assim, não se punem atitudes internas, cogitações ou meras ideologias. Os crimes de perigo abstrato são incompatíveis com esse princípio, de acordo com alguns doutrinadores, mas os tribunais não seguem esta linha em seus julgados. 
7. Princípio da Pessoalidade ou Intranscendência (art. 5º, XLV, da CF): a pena não pode passar da pessoa do condenado, podendo a reparação civil e o perdimento de bens serem executados contra os herdeiros nos limites da herança. A multa não perde seu caráter de pena, e também deve respeitar o princípio da pessoalidade, o que significa que não se transfere aos herdeiros. 
NORMA PENAL: CONCEITO E ESPÉCIES
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Há conflito aparente de normas quando, para um mesmo crime, aparentemente incidem duas ou mais normas – mas é APARENTE justamente não incidirão duas leis sobre o mesmo fato por haver a proibição do bis in idem. Há conflito de normas quando:
A. Unicidade de fato
B. Pluralidade de normas que podem incidir
C. Efetiva aplicação de apenas uma das normas incidentes
Há quatro princípios que vêm com o condão de solucionar tal conflito, determinando qual a lei que vai ser aplicada ao fato concreto:
1. Princípio da Especialidade: resolve o conflito entre uma norma geral e uma norma especial. Neste caso, há uma relação de gênero e espécie entre as normas, ou seja, será aplicada sempre a norma-espécie, e não gênero – é aplicada a norma especial, e não a geral. É feita essa comparação em nível abstrato, não necessitando de um fato concreto para a análise. A norma especial prevalece sobre a norma geral ainda que sua pena seja mais leve. A lei especial prevalece ainda que a lei geral seja mais nova, e pode estar na parte especial do Código Penal ou não.. Ex: homicídio e infanticídio.
2. Princípio da Subsidiariedade: a norma primáriaprevalece sobre a norma subsidiária/fabulativa. A norma subsidiária é aquela que descreve elemento ou meio de execução de um crime mais grave. Ou seja, ela descreve um grau menor de violação do bem jurídico do que a norma primária. A comparação, neste caso, só pode ser feita no caso concreto. Pode ser expressa/explícita, quando o próprio tipo penal já dispõe que é subsidiária (art. 15 do Estatuto do Desarmamento), ou tácita/implícita, cuja subsidiariedade no caso concreto. Ex.: ameaça e roubo.
3. Princípio da Consunção ou Absorção: o crime mais grave absorve os crimes menos graves que foram praticados como preparação, execução ou exaurimento do crime mais grave. O fato menos grave não absorve o fato mais grave – mas a jurisprudência admite exceções. Vejamos o exemplo da Súmula do STJ: 
SÚMULA 17. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
Ex: o indivíduo que arromba uma porta para entrar numa casa e furtar bens – o dano e a violação de domicílio constituem meio de execução. Ocorre no crime progressivo, na progressão criminosa e no crime complexo. 
A LEI PENAL NO TEMPO
A LEI PENAL NO ESPAÇO
A LEI PENAL QUANTO ÀS PESSOAS
TEORIA DO CRIME
FATO TÍPICO
ANTIJURIDICIDADE
CULPABILIDADE
CONCURSO DE PESSOAS
TEORIA DA PENA
COMINAÇÃO E ESPÉCIES DE PENA
APLICAÇÃO DA PENA
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
DIREITO PENAL: CONCEITO E CARACTERES
INFRAÇÃO PENAL
Para a compreensão do que seja infração pena, existem dois sistemas, sendo eles:
A. Bipartido: infração penal é gênero dividido em duas espécies – crime (delito) e contravenção penal. 
B. Tripartido: existe crime, delito e contravenção penal.
O Brasil adota o sistema bipartido.
Ontologicamente não existe diferença entre crime e contravenção, já que ambos são infrações penais. Apesar disso, há uma distinção jurídica entre elas.
Há uma discussão a respeito do art. 28 porque não é crime e nem contravenção, é uma infração penal sui generis – porém a quase unanimidade da doutrina e o STJ entendem que seja crime. 
TEORIA GERAL DO CRIME
1. Conceito material ou substancial: o crime é a ação ou omissão humana que expõe a perigo ou lesa bens juridicamente tutelados. Este conceito serve como fator de legitimação do Direito Penal, porque reforça o Princípio da Legalidade e da Reserva Legal. Aqui também cabem as pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais. 
2. Conceito legal: é o fornecido pelo legislador. Encontra-se no artigo 1° da Lei de Introdução do Código Penal.
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Vale salientar que a expressão “infração penal” abrange tanto o crime quanto a contravenção. A diferença entre crime e contravenção é de natureza qualitativa e quantitativa, já que a quantidade de pena aplicada é diversa (quantitativa) e também o tipo de pena aplicada (qualitativa). 
A Constituição Federal traz sobre a competência para julgamento das contravenções: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
O STJ, então, editou a seguinte Súmula, a fim de firmar o entendimento:
Súmula 38 - STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
A única exceção é quando o réu tiver foro por prerrogativa de função, e nesse caso caberá à Justiça Federal o processo e julgamento. 
O Brasil adota o sistema dicotômico ou dualista ou binário, o que significa que o gênero infração penal se subdivide em apenas duas espécies, entre crime e contravenção penal. 
O artigo 28 da Lei 11.343/2006 tem como interpretação em julgados de que não tenha deixado de ser crime, mas o tema segue em análise pelos tribunais e pode deixar de ser crime. 
3. Conceito formal, analítico, dogmático: se baseia na estrutura do crime, os elementos estruturais. Para este conceito, temos várias posições:
A. Quadripartida: Basileu Garcia. Defende que o crime era composto por fato típico, ilicitude, culpabilidade e a punibilidade. 
B. Tripartida: composto pelo fato típico, ilicitude e culpabilidade. Há duas escolas que trabalham com este conceito de crime:
a. Escola Clássica (Nelson Hungria)
A culpabilidade era um mero vínculo entre o agente imputável e o fato típico e ilícito por ele praticado. Aqui, a culpabilidade adota a teoria psicológica. 
b. Sistema neoclássico
Nesta teoria, a culpabilidade adota a teoria psicológico-normativa. Cria a Teoria da Normalidade das Circunstâncias Concomitantes.
c. Escola Finalista (Hans Kelsen)
Neste sistema, a culpabilidade adota a Teoria Normativa Pura, que pode ser extremada/estrita ou limitada. É adotada a Limitada pelo Código Penal Brasileiro. 
* culpabilidade vazia: é a adotada no Finalismo, pois não tem mais em sua composição o dolo e a culpa, os elementos psicológicos, que foram transferidos para a conduta. 
Os defensores do sistema finalista podem ser bipartidos também, já que, nesse caso, crime vai ser fato típico e ilícito, não existindo responsabilidade penal objetiva. 
Nosso Código Penal é finalista a partir da reforma de 1984. 
C. Bipartida: composto pelo fato típico e ilicitude. Neste caso, a culpabilidade é apenas um pressuposto de aplicação da pena.
FATO TÍPICO
É o fato humano que se amolda com perfeição à descrição do tipo legal. Os elementos ou requisitos do fato típico são:
1. Conduta: pode ser analisada a partir de várias teorias. 
- Teoria Causalista: adotada no sistema Clássico e Neoclássico. É a teoria cega. É o comportamento humano voluntário que produza um resultado no mundo exterior, não fazendo diferenciação entre dolo e culpa.
- Teoria Finalista: adotada pelo sistema Finalista. Nela, a conduta deve ser dolosa ou culposa. A conduta é irrelevante para o Direito Penal, para que tenha relevância deve ter dolo ou culpa. Para ela, o conceito de conduta é a ação ou omissão humana consciente e voluntária (dolo ou culpa) dirigida a um fim. Há autores que criticam esta teoria por ela não abarcar os crimes culposos.
- Teoria Social: não é adotada no Brasil. Defendida por Wessels. 
Obs.: Não existe crime sem conduta. Pessoa Jurídica pode praticar crimes ambientais. O Direito Penal não admite os chamados “crimes de mera suspeita” (art. 25 da LCP é inconstitucional).
Formas de conduta:
- Crimes comissivos: é o fazer. É a regra. 
- Crimes omissivos: é o não fazer. 
	- Próprios: 
	- Impróprios:
2. Resultado (naturalístico):
3. Nexo causal:
4. Tipicidade: 
Os quatro elementos acima somente estarão presentes quando houver um crime material consumado. Nos demais crimes (crimes formais e crimes de mera conduta), teremos a conduta e a tipicidade.
- Crime formal: crimes de resultado cortado ou de consumação antecipada – é aquele que não exige o resultado para a sua consumação. Ex.: ameaça.
- Crime de mera conduta: crime de simples atividade – é aquele em que o tipo penal fica limitado à descrição da conduta, não tendo um resultado – ex: ato obsceno. 
Estes, integram o grupo dos crimes que independem de resultado naturalístico. São crimes em que o fato típico possui apenas os elementos conduta e tipicidade. A diferença entre eles é que no crime formal o resultado naturalístico não é necessário para sua consumação, mas pode ocorrer e, neste caso, temos o exaurimento do crime. Já no crime de mera conduta, o resultado naturalístico jamais ocorrerá, pois o tipo penal não traz um resultado. 
LEI PENAL
ESPÉCIES
Costuma-se dividir as leis entre:
a. Incriminadoras: criam a infração penal e criam sua sanção. É ela quetorna um fato típico. Somente a União pode legislar a esse respeito. 
b. Não incriminadoras: 
- Permissivas: que autorizam determinada conduta típica em determinadas situações (excludentes de ilicitude, de culpabilidade etc).
- Explicativas/complementares/interpretativas: são aquelas que pretendem dar conceitos penais (ex.: art. 327 do CP – conceito de funcionário público).
- De aplicação/finais: estabelecem o campo de incidência da norma penal (ex. art. 5º do CP)
- Integrativas/de extensão: que tratam da tentativa, da omissão imprópria e da participação. 
LEI PENAL EM BRANCO/NORMA CEGA/NORMA ABERTA
A lei penal é dita completa ou perfeita é aquela que tem todos os elementos da conduta típica, com o preceito incriminador e a sanção correspondente. A lei penal aberta é uma norma incompleta, imperfeita, por faltar a ela algum elemento da conduta típica, necessitando ser integrada/complementada por outra norma ou pela atividade interpretativa do juiz. Assim, pode-se afirmar que são subtipos da norma penal incompleta:
a. Norma penal em branco: necessita de complementação por outra norma. Traz o preceito secundário (que é a cominação da pena) mas o preceito primário (descrição da conduta) carece de complementação. Subdivide-se em:
1. Em sentido lato/homogênea: quando ela é complementada por outra lei (mesma espécie normativa) 
2. Em sentido estrito/heterogênea: quando é complementada por outra norma jurídica diversa da lei (decreto, portaria, resolução etc). 
Existe a chamada Norma Penal em Branco ao Avesso, que é aquela que traz a descrição da conduta, mas não traz o preceito secundário (ex. crime de genocídio – Lei 2889 que é complementada pelo CP). 
Se a norma que complementa a norma penal em branco for revogada, então existem duas hipóteses: a primeira, diz que se o fato deixou de ser reprovável, então retroage; caso não seja esse o caso, e somente seja revogada por outros motivos/porque cessaram os motivos que deram origem à proibição/o motivo tinha natureza de norma temporária ou excepcional, então não retroage para beneficiar o réu. 
b. Tipo penal em aberto: necessita da atividade interpretativa do juiz. 
FONTES DO DIREITO PENAL
As fontes do direito penal são divididas entre fontes formais e materiais.
· MATERIAIS: a chamada fonte MATERIAL/substancial/de produção diz respeito à forma de produção da norma, ou seja, trata de quem tem a competência para legislar em matéria penal. No Brasil, por previsão constitucional, esta competência é do Estado, especificamente, a União, conforme se vê:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Porém, neste mesmo artigo da Carta Magna, encontramos em seu parágrafo único a previsão de exceção:
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Ou seja, a União pode sim vir a autorizar os Estados a legislarem sobre matéria de âmbito penal, porém esta autorização deve se dar através de lei complementar. 
· FORMAIS: as fontes formais/de conhecimento/de cognição referem-se à forma como a norma é revelada, sua forma de exteriorização. Subividem-se em:
· IMEDIATA: a lei é a única fonte formal imediata do direito penal, segundo a doutrina clássica, mas hoje incluem-se neste rol também a Constituição Federal, os tratados e convenções internacionais de direitos humanos, a jurisprudência, os princípios e os complementos. Vejamos:
- lei: a lei segue sendo a fonte formal imediata mais importante, decorrendo somatória do Principio da Legalidade com o da Reserva Legal a necessidade do trâmite pelas duas casas legislativas para que qualquer crime ou contravenção seja previsto, bem como sua pena ou medida de segurança. Assim, pode-se afirmar que nenhum outro instrumento legal é hábil para criar, modificar ou extinguir o ius puniendi.
- Constituição Federal: embora a nossa Constituição não possa criar crimes e penas, ela traz os chamados mandados de criminalização, que são normas que delineiam a ação do legislador, vinculando sua ação com base nos bens e interesses envolvidos, criando um dever de proteção suficiente e eficiente – como é o caso, por exemplo, do crime de racismo e dos crimes hediondos. Estes mandados de criminalização são reconhecidos pelo STF.
- tratados e convenções internacionais de direitos humanos: embora também não sejam hábeis a criar novos crimes, estes trazem parâmetros para as normas em matéria penal que serão editadas em território nacional. Caso sejam aprovadas com quórum especial, adquirem o status de emenda constitucional, mas se forem aprovadas com quórum simples, adquirem o status supralegal, mas infraconstitucional.
- jurisprudência: a jurisprudência não comina penas ou cria leis, mas acaba trazendo efeitos práticos que influenciam na interpretação e aplicação da lei. É o que ocorre, por exemplo, com as súmulas vinculantes, e até mesmo nas decisões jurisprudenciais, por seu peso no momento da análise pelos demais magistrados.
- princípios: são premissas gerais extraídas do ordenamento jurídico que servem para interpretação e aplicação da lei penal, podendo ser empregados para beneficiar o réu. Podem conduzir à redução da pena ou à absolvição, como é o caso, v.g., do princípio da insignificância. 
- complementos das normas penais em branco.
· MEDIATA: como fontes mediatas, temos os costumes, segundo a doutrina mais moderna. Para serem considerados como fonte mediata do direito penal, os costumes devem se dar de modo uniforme e constante (elemento objetivo), bem como deve haver a convicção de sua obrigatoriedade (elemento subjetivo). Apesar de não poderem criar novos tipos penais, acabam criando novas excludentes da ilicitude ou da culpabilidade. O costume não pode ser utilizado como desculpa para o descumprimento de uma lei (não existem costumes contra legem no Brasil). 
Costume é o comportamento realizado pelas pessoas de forma repetida e constante de modo que passa a ser respeitado e visto como se fosse obrigatório. 
Existe uma discussão doutrinária a respeito do jogo do bicho, já que este é amplamente aceito socialmente, mas, embora haja divergência, por força do art. 2° da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, “não se destinando à vigência de lei temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”, ou seja, até que outra norma venha a extinguir o jogo do bicho da lista de contravenções, tal norma terá plena eficácia. 
Assim, há que se grifar a relevância dos costumes enquanto parâmetro de interpretação da norma penal, já que uma expressão como “repouso noturno” pode ter conotação completamente diversa entre regiões diferentes (como capital e interior, por exemplo).
FATO TÍPICO
É o fato humano que se amolda com perfeição ao tipo penal. É possível que seja praticado crime por Pessoa Jurídica, nos casos de infrações ambientais, tendo como fundamento o artigo 225 da Constituição Federal:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
aaa
ESCOLAS PENAIS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL NO BRASIL
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
APLICAÇÃO DA LEI PENAL (art. 1 a 12, CP)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Se desdobra em reserva legal, anterioridade e taxatividade.
· Reserva legal: 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
A lei penal incriminadora só pode ser lei federal, ordinária ou complementar, mas lei federal. O art. 22, I, da CF, diz que é privativo da União legislar sobre Direito Penal. Leis estaduais, municipais ou do Distrito Federalnão podem criar crimes, bem como atos administrativos. O art. 62 da CF diz que Medida Provisória não pode tratar de matéria penal, seja em favor ou desfavor do réu – esse é o entendimento majoritário.
Costumes também não criam crime nem os revoga, somente serve de parâmetro para a interpretação.
Tem três fundamentos: 
- Político: evita arbitrariedades, evita que o Estado puna conforme queira, somente podendo agir quando a conduta estiver prevista em lei.
- Democrático: respeito à divisão de poderes, já que somente podem ser punidas as ações que o Poder Legislativo determinou que o fossem através de leis penais. 
- Jurídico: a prévia incriminação da conduta, então a lei já tem caráter intimidativo.
· Anterioridade: a lei penal não pode punir fatos praticados antes da sua entrada em vigor.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
 Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
· Taxatividade: “defina” – é a palavra que representa esse princípio. Significa descrever com precisão/exatidão. Não pode descrever de forma genérica, vaga, imprecisa, caso contrário, será considerada inconstitucional. É uma questão de segurança jurídica. 
Na maioria dos tipos culposos há apenas uma fórmula aberta, mas não viola este princípio porque tem sempre um tipo doloso correspondente que por si já descreve a conduta. 
Dentro do princípio da legalidade, devemos nos atentar que o artigo 1º diz que não há CRIME nem PENA sem previsão prévia em lei, mas isso também se aplica às contravenções penais e medidas de segurança. 
Legalidade formal: é a mera obediência ao processo legislativo de elaboração da lei.
Legalidade material: é a obediência aos princípios constitucionais e penais e aos direitos fundamentais. 
ABOLITIO CRIMINIS
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
 Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
A lei que descriminaliza, que é abolicionista, é chamada de Abolitio Criminis, podendo ser chamada também por causa superveniente de extinção da tipicidade. Ela tem como efeitos:
1. retroatividade, pois descriminaliza os fatos futuros e os passados (ainda que haja condenação definitiva transitada em julgado, desfazendo a coisa julgada). Caso haja a descriminalização de determinada conduta após o trânsito em julgado da sentença, então cabe ao juiz da execução penal aplicar a Abolitio, conforme a Súmula 611 do STF:
Súmula 611. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
Tem como natureza jurídica causa extintiva da PUNIBILIDADE, o que causa certa confusão.
2. apaga os efeitos penais da condenação: uma sentença penal gera efeitos penais (pena, reincidência) mas também causa efeitos civis (obrigação de indenizar, perda de bens etc) – porém só se extinguem os efeitos penais, enquanto que os civis seguem inalterados. A sentença criminal suspende os direitos políticos somente durante a pena.
Não se deve confundir com o Princípio da Continuidade Normativa, já que a Abolitio Criminis tem a norma incriminadora revogada e o fato deixa de ser crime; já no Princípio, a norma incriminadora é revogada mas a norma migra para outra lei e segue sendo típico (ex. art. 214 e 213 do CP). Ou seja, nem sempre quando uma norma incriminadora for revogada haverá Abolitio Criminis. 
SUCESSÃO DE LEIS E CRIME PERMANENTE E CONTINUADO
A regra da lei brasileira é de que se até o final do cumprimento da pena houver alterações na lei penal, então deve aplicar-se a pena mais benéfica para o réu. Porém, há duas exceções, ainda que em situação pior para o réu: crime continuado e crime permanente, conforme a Súmula 711 do STF:
Súmula 711. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência.
LEI INTERMEDIÁRIA
É a lei que revoga a lei que estava em vigor na data do crime e é revogada por outra lei que estará em vigor na data da sentença. Vale lembrar que aplica-se a lei mais benéfica, o que significa que esta lei intermediária pode vir a ser aplicada, caso em que ela poderá ter retroatividade e ultratividade, ao mesmo tempo.
COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS
É o fenômeno de o juiz aproveitar a parte mais benéfica de cada lei, aplicando-as em favor do réu. É possível fazê-lo? Existe uma corrente que afirma que sim, já que seria uma decorrência lógica da retroatividade da lei mais benéfica. A segunda corrente afirma que não é possível, já que estaria o magistrado legislando e criando uma terceira lei, o que não deve ocorrer. Esta segunda corrente é a adotada pelos tribunais, já é questão pacificada.
TEMPO DO CRIME
Tal tema tem relevância já que em alguns casos de a conduta ocorrer em um momento e o resultado em outro, então há que se ter uma posição jurídica a esse respeito. Sobre o tema, existem três teorias:
· Da atividade: o crime acontece no momento da conduta. É a posição pelo Código Penal Brasileiro.
· Do resultado: o crime acontece quando da consumação.
· Mista: o crime ocorre quando é feita a conduta e quando ele se consuma.
Se durante o crime permanente, o menor alcançar a maioridade, ele vai responder como se fosse maior desde o início; se durante o crime continuado, então ele vai responder pela sequência de crimes praticados após a maioridade.
A prescrição começa a correr somente no momento da consumação, ainda que outro seja o momento do crime. 
LUGAR DO CRIME
Em algumas situações, a conduta e o resultado ocorrem em locais diversos, e para resolver em que local a lei vai considerar que o crime aconteceu, há três teorias:
· Da atividade: do momento da conduta.
· Do resultado: do momento da consumação.
· Da ubiquidade (teoria mista): onde ocorreu ou deveria ocorrer a consumação. É a teoria adotada pelo sistema jurídico brasileiro.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Crimes Plurilocais: a conduta ocorre em um local no Brasil e a consumação se dá em outro local, mas dentro do Brasil.
Crimes à Distância: é aquele em que a conduta se dá no Brasil mas a consumação se dá no estrangeiro, ou vice-versa. O art. 6° só se aplica aos crimes à distância, não aos plurilocais. Assim, se a conduta foi praticada fora do país ou só a consumação, considera-se o crime cometido no Brasil – o mesmo é verdade caso haja só o risco de consumação no Brasil. Caso o país estrangeiro também entender que o crime foi lá cometido, então o autor dos fatos responderá a dois processos, de acordo com o art. 8°:
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Tal fato não configura bis in idem pois não haverá repetição da pena, devendo ser consideradas as circunstâncias descritas no artigo acima.
TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
A regra é que o crime ocorrido em território nacional será processado de acordo com a lei penal brasileira (Princípio da Territorialidade). O Brasil aplica o Princípio da Territorialidade Temperada/Mitigada/Relativa,porque admite exceções à regra de aplicação da lei penal aos crimes praticados em território brasileiro. As exceções advêm de normas de direito internacional. Isto é chamado de intraterritorialidade, que é a aplicação da lei estrangeira dentro do Brasil. 
Território Por Extensão
Também chamado de Território por Extensão Jurídica. São as embarcações e aeronaves. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
 § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Para definir qual a lei penal que se aplica, não importa qual a nacionalidade dos envolvidos a menos que algum deles tenha imunidade diplomática. Se a embarcação ou aeronave estiver a serviço do governo do país ou é pública, é território do seu país onde quer que esteja. Se a embarcação ou aeronave é privada, então o crime é considerado como cometido no local onde estiver no momento dos fatos, ou é território do seu próprio país caso esteja em alto-mar ou esteja sobrevoando o próprio país, e esta regra é chamada de Princípio do Pavilhão ou da Bandeira. 
Extraterritorialidade
É a aplicação da lei penal brasileira a crimes cometidos no estrangeiro – ou seja, não existe extraterritorialidade nos casos de contravenções, segundo o art, 2° da Lei das Contravenções Penais: 
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
Assim dispõe a lei penal: 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Nestes três casos, é aplicado o Princípio da Proteção/Real/da Defesa, pois o que justifica a aplicação da lei penal é o fato de ter atacado a administração brasileira.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Neste caso, o que justifica é o Princípio da Justiça Universal ou da Justiça Cosmopolita, posto ser crime contra a humanidade.
Este inciso traz os casos de extraterritorialidade incondicionada, e será aplicada ainda que seja aplicada a lei de outro país.
O inciso II traz os crimes trazidos por normas externas e novamente vem o Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita. São situações em que PODE a lei ser aplicada, mas não necessariamente será, ou seja, é condicionada.
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
Princípio da personalidade ativa: pode ser aplicada a lei brasileira quando o autor for brasileiro. 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Princípio da representação: o Brasil representará o país que devia ter aplicado sua lei mas não o fez.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
É chamada de extraterritorialidade condicionada, segundo o art.7°:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
 a) entrar o agente no território nacional;
 b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Ainda, segue o §3º trazendo o Princípio da Personalidade Passiva:
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
É extraterritorialidade condicionada, também chamada de hipercondicionada por exigir as condições do §2º e do §3º. 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
- Do Crime
- Da Imputabilidade Penal
- Do Concurso de Pessoas
- Das Penas
- Das Medidas de Segurança
- Da Ação Penal
- Da Extinção da Punibilidade
B.2- Parte Especial
- Título I: Dos Crimes contra a Pessoa
- Título II: Dos Crimes contra o Patrimônio
- Título III: Dos Crimes contra a Propriedade Imaterial
- Título IV: Dos Crimes contra a Organização do Trabalho
- Título V: Dos Crimes contra o Sentimento Religioso e contra o Respeito aos mortos
- Título VI: Dos Crimes contra a Dignidade Sexual
- Título VII: Dos Crimes contra a Família
- Título VIII: Dos Crimes contra a Incolumidade Pública
- Título IX: Dos Crimes contra a Paz Pública
- Título X: Dos Crimes contra a Fé Pública
- Título XI: Dos Crimes contra a Administração Pública
FATO TÍPICO
conduta
resultado
ILICITUDE
contrariedade
CULPABILIDADE
nexo causal
tipicidade
imputabilidade
dolo normativo (consciência da ilicitude) ou culpa
FATO TÍPICO
conduta
resultado
ILICITUDE
contrariedade
CULPABILIDADE
nexo causal
imputabilidade
dolo normativo (consciência da ilicitude) ou culpa
tipicidade
exigibilidade de conduta diversa
FATO TÍPICO
conduta (dolo ou culpa)
resultado
ILICITUDE
contrariedade
CULPABILIDADE
nexo causal
imputabilidade
potencial consciência da ilicitude
tipicidade
exigibilidade de conduta diversa
CRIME
punido com detenção ou reclusão, cumulada ou não com multa
CONTRAVENÇÃO
extraterritorialidade é aplicável
punida com prisão simples cumulada ou não com multa, ou somente a multa
a tentativa é punida
a tentativa não é punida
admite todas as espécies de ação penal (pública condicionada, incondicionada e privada)
será sempre ação penal incondicionada - mas há doutrina que defenda que vias de fato depende de representação - mas não é o que estabelece a lei
não existe extraterritorialidade
tempo máximo de prisão: 40 anos - Súmula 715 da STF - ATENÇÃO
tempo máximo de prisão: 5 anos (art. 10 da LCP) - Súmula 715 da STF
competência da justiça Estadual ou Federal
somente de competência Estadual, ainda que atente contra interesse da União (art. 109 da CF) - exceção: se o contraventor tem foro por prerrogativa de função na justiça Federal
para existir crime é necessário existir dolo ou culpa (Teoria Finalista)
deve haver apenas a conduta, ainda que sem qualquer finalidade (Teoria Causalista) -segundo a doutrina, este trecho está revogado e adota-se a Teoria Finalista
medida de segurança de 1 a 3 anos
prazo mínimo para medida de segurança: 6 meses

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